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sexta-feira, 18 de novembro de 2022

Como superar a falta de vontade de fazer exercícios físicos

Ketut Subiyanto | Pexels CC0
Por Jim Schroeder

Exercitar nossos corpos não é apenas compromisso ou saúde, mas uma maneira de honrar a Deus.

Nas últimas duas décadas, aprendi que exercícios físicos regulares não são apenas a chave para atingir a saúde física e psicológica; eles também nos tornam mais engajados social espiritualmente.

Como homem casado, pai de oito filhos, psicólogo infantil e alguém que tem demandas vindas de todas as frentes, o exercício físico diário para mim é indispensável. Como costumo dizer às pessoas que me perguntam se vou participar de alguma corrida, estou, antes de mais nada treinando para a vida.  

Sim, já participei de muitas corridas, um Ironman, várias ultramaratonas e outras provas que requerem preparo físico. Por isso, muitas pessoas podem acreditar erroneamente que faço exercícios diários com pouca ou nenhuma resistência. Mas, na verdade, como qualquer outra pessoa, sinto regularmente o desejo de apenas relaxar e até mesmo ser preguiçoso (o que, às vezes, é realmente importante para a saúde). Encontrar o equilíbrio certo entre o exercício físico – ou qualquer tipo de trabalho – e o descanso é sempre um bom trabalho.

Os exercícios físicos honram Aquele que nos criou

No entanto, considero meus exercícios físicos diário uma aliança com Deus, e não apenas um compromisso ou desejo de ser saudável. É uma aliança porque Deus criou nossos corpos à Sua imagem e semelhança, e um estilo de vida saudável — incluindo atividades regulares — honra esse desígnio. 

Além disso, enquanto os compromissos estão vinculados à obrigação — o que muitas vezes nos deixa relutantes sobre o que “devemos fazer” — a atividade física deve ser encarada como um ato de amor, o que nos leva a desejar a unidade com Deus.

Superando as barreiras

Ainda assim, mesmo com essa mentalidade, existem barreiras, e qualquer pessoa que tentar desenvolver um estilo de vida saudável deverá enfrentá-las e resolvê-las. Muitas vezes, há um nível de resistência que prejudica nossa capacidade de agir como Deus deseja. Esse é o nível intra-pessoal – ou o que poderíamos chamar de voz interna incômoda – que pode nos impedir de realizar a atividade de que precisamos.

Como você notará nos exemplos abaixo, estou constantemente usando o diálogo interno, a oração, a observação, a interação e outros métodos para lidar com vários tipos de resistência que surgem e que, às vezes, me fazem não ter vontade de praticar um exercício físico. A resistência às atividades diárias se manifesta de muitas formas, como através da solidão, do tédio, das lesões, dos medos, da tensão da atividade e coisas do gênero. 

Aqui estão alguns breves exemplos de como abordo essas questões antes e durante a atividade. Nota: minha conversa interna está em itálico.

Quarta-feira, 17h15

[Eu saio de bicicleta do trabalho. É assim na maioria dos dias: uma viagem de ida e volta de 21 quilômetros].  Que linda tarde – humm, há um vento contrário muito bom. Obrigado, Deus, pelo vento e pela estrada seca. [Terça-feira foi um passeio chuvoso].  As cores do outono são lindas – amo o laranja e o vermelho brilhantes. 17 pequenas quadras para chegar em casa, contra o vento. [Eu gosto de dividir meus passeios em quadras, que mudam a cada curva]. Oh, pessoas que eu nunca vi antes caminhando pelo Cemitério de Oak Hill – que tarde agradável para uma caminhada! [Eu aceno para elas enquanto passo]. Obrigado, Deus, pelo novo pavimento colocado sobre os buracos (em uma ponte a cerca de um quilômetro de minha casa). Eu amo esta última grande colina, embora seja difícil; é bom respirar profundamente. [Chego em casa]. Obrigado, Deus, por uma viagem segura.

Quinta-feira, 4h37

[O alarme desperta para a natação e a corrida matinais]. Obrigado, Senhor, por uma boa noite de sono. Manhã fresca para nadar, mas depois de algumas voltas, sei que vai esquentar. [Chego à natação]. Ótimo ver outros carros esta manhã – os alunos do ensino médio da equipe de natação local estão fora. Estou impressionado por eles estarem dispostos a acordar tão cedo. [Entro pelas portas e vejo meu “amigo” na recepção].  Aprecio o sorriso e as breves conversas – é divertido vê-lo. [Chego ao deck da piscina e ver o treinador de uma conversar por alguns minutos antes de eu entrar, enquanto a filha deles nada ao meu lado]. Uau, ela está se movendo rápido – legal que alguém possa realmente nadar nessa velocidade. Sinto-me um pouco travado esta manhã – vou dedicar isso ao papai. [Meu pai passou por duas cirurgias de quadril e uma ponte de safena tripla nos últimos dois anos]. Vai funcionar como sempre… hora dos exercícios respiratórios. Não gosto da sensação de menos oxigênio, mas como sempre, Bob, estes são para você. [Bob é um amigo querido que faleceu anos atrás de uma forma rara de câncer de pulmão]. Legal que o novo centro aquático esteja movimentado e eu adoro fazer parte desse movimento inicial antes do sol nascer. Obrigado, Deus, pelo bom mergulho.

No final, como em muitos aspectos de nossas vidas, é fundamental envolvermos as várias vozes e impedimentos para o que sabemos ser bom e vivificante.  A realidade é que, embora a maioria de nós saiba que os exercícios físicos regulares são importantes, esse entendimento por si só não é suficiente para nos motivar.

 Como diz o Salmo 119: “Correrei pelo caminho de vossos mandamentos, porque sois vós que dilatais meu coração”.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

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Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF