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sábado, 28 de janeiro de 2023

A duração ideal de uma homilia, segundo o Papa Francisco

Philippe Lissac I Godong
Maundy Thursday celebration in a Parisian catholic church
Por Mathilde de Robien

Francisco voltou a exortar os sacerdotes a encurtar a duração de suas homilias e lembrou que elas são um "sacramento".

Homilia: um assunto caro ao Papa Francisco. A ela o pontífice dedicou parte de sua exortação apostólica Evangelii Gaudium em 2013, e, recentemente, fez um discurso contra os sermões excessivamente longos, chegando mesmo a qualificar certas homilias como “desastres”. 

Segundo o Papa, os sermões que seguem a leitura do Evangelho na Missa não devem ser nem “aulas de filosofia” nem “conferências”. Por outro lado, são “sacramentos”.

“Às vezes, ouço: ‘Sim, fui à Missa em tal paróquia… Uma boa aula de filosofia, por 40, 45 minutos…’, lamenta o Papa. Segundo ele, uma homilia deve durar “oito, dez minutos, não mais do que isso. E também deve incluir sempre “um pensamento, um sentimento e uma imagem” para que “as pessoas levem algo para casa”.

Depois de ter convidado os responsáveis ​​diocesanos que o visitavam a cuidar da liturgia e a promover o silêncio para “conduzir o povo a Cristo e Cristo ao povo”, o Papa voltou à ideia – à primeira vista inusitada – de ” sacramento” para definir uma homilia: “A homilia não é uma palestra, é um sacramento. (…) Prepara-se na oração, prepara-se com espírito apostólico.”

A homilia, um sacramento?

A homilia não é um sacramento como os sete sacramentos instituídos pela Igreja Católica, mas o é no sentido de que “pode ​​ser uma intensa e feliz experiência do Espírito, um encontro consolador com a Palavra, fonte constante de renovação e crescimento” (Evangelii Gaudium). É também “mediação da graça” (idem).

A homilia tem, portanto, um significado sacramental. “Ela faz parte da ação litúrgica”, especificou Bento XVI em sua exortação apostólica Verbum Domini. Para Bento XVI, “a função [da homilia] é favorecer uma compreensão e eficácia mais ampla da Palavra de Deus na vida dos fiéis. A homilia constitui uma atualização da mensagem da Sagrada Escritura, de tal modo que os fiéis sejam levados a descobrir a presença e a eficácia da Palavra de Deus no momento atual da sua vida.”

Da mesma forma que os sacramentos são sinais visíveis da graça de Deus e permitem que os homens tomem consciência da presença de Deus no meio deles, a homilia é um vetor pelo qual Deus busca alcançar os homens através do pregador. 

As palavras do pregador devem ser medidas, para que o Senhor, mais do que seu ministro, seja o centro das atenções.

O espaço da homilia

Por isso, a homilia deve ser curta e não ocupar todo o espaço da celebração litúrgica. “Um pregador pode conseguir prender a atenção de seus ouvintes por uma hora inteira, mas neste caso suas palavras se tornam mais importantes do que a celebração da fé”, alertou o Papa Francisco na Evangelii Gaudium

“Se a homilia se prolonga demasiado, lesa duas características da celebração litúrgica: a harmonia entre as suas partes e o seu ritmo. Quando a pregação se realiza no contexto da Liturgia, incorpora-se como parte da oferenda que se entrega ao Pai e como mediação da graça que Cristo derrama na celebração. Este mesmo contexto exige que a pregação oriente a assembleia, e também o pregador, para uma comunhão com Cristo na Eucaristia, que transforme a vida. Isto requer que a palavra do pregador não ocupe um lugar excessivo, para que o Senhor brilhe mais que o ministro”, explica Francisco.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

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Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF