28 de janeiro
São Tomás de Aquino
A vida e obra de Tomás de Aquino são tão grandiosas
que mesmo um resumo apenas razoável é difícil. Viajou muito, conseguindo ainda assim
escrever extraordinariamente em quantidade e principalmente qualidade. Professor, pregador, filósofo, teólogo, consultor e conselheiro
brilhante, recebeu ainda a graça de visões, e da levitação. São
Tomás de Aquino deixou para a Igreja, praticamente, a síntese do pensamento
católico.
Tomás nasceu em Roccasecca, no condado de Aquino, região do Lácio,
Itália, em 1225 ou 1227. Sua nobre família desejava para ele algum alto
cargo civil ou eclesiástico, e tudo fizeram para impedi-lo de seguir a vocação
na ordem mendicante dos Dominicanos – até mesmo prendendo-o e
levando uma prostituta para tentá-lo. Mas nada disso adiantou e ele foi ordenado sacerdote em 1244, em Nápoles.
No ano seguinte estudou com São Alberto
Magno em Paris, que o levou para lecionar em Colônia, Alemanha.
Em 1252 voltou a Paris, onde se formou mestre em teologia e
lecionou durante três anos. Seguiram-se Nápoles, Orvieto (onde
completou a "Suma contra os Gentios"), Roma, e novamente Paris. Em
1272, Tomás pediu licença da Universidade de Paris quando os dominicanos de sua
província natal o convocaram para fundar um studium general,
espécie de universidade, na cidade de Nápoles.
Em 1273 terminou a “Suma Teológica”, que só foi completada até a questão 90 da
terceira parte, pois em 6 de dezembro Tomás comunicou ao padre Reginaldo de
Piperno, seu amigo e secretário, que não escreveria mais, porque na
igreja, após uma revelação sobrenatural, havia entendido (por
comparação) que tudo o que escrevera não passava de
“palha”.
Em 1274, convocado pelo Papa Gregório X, viaja para
participar do Concílio de Lyon. No caminho, montado num burro, bateu a cabeça num galho de uma árvore tombada, ficou
seriamente ferido e foi levado às pressas para Monte Cassino.
Depois de descansar por algum tempo, tentou seguir viagem, mas teve que parar,
doente, na abadia cisterciense de Fossanuova. Faleceu sem completar 49 anos,
em 7 de março de 1274. Sua festa em 28 de janeiro comemora o
traslado do seu corpo para Tolosa.
Foi proclamado Doutor da Igreja (Doutor Angélico), e é patrono de todas as universidades, academias e escolas católicas
do mundo. Para a sua canonização houve a contestação de que não
havia milagres que a comprovassem, ao que o Papa João XXII respondeu:
“Quantas proposições teológicas ele escreveu, tantos são os milagres que fez”.
Contudo, são verídicos os testemunhos de sua levitação em êxtase,
em Nápoles, Orvieto e Paris.
A importância do legado
teológico de São Tomás aparece em destaque na síntese coerente
da racionalidade presente na filosofia de Aristóteles com os princípios e
tradição católicos. Defendia também que a política
deveria estar subordinada à Igreja, pois possui um conteúdo
ético (busca pelo bem comum, respeito aos direitos dos seres humanos e busca
pela moral). Esta linha de pensamento, a filosofia Tomista, une
harmoniosamente a Fé e a Razão (perspectiva abandonada,
ignorada ou combatida por outras propostas). Das suas talvez 50 eminentes
obras, podem ser consideradas principais “Verdade e Conhecimento (1256-1259)”, “Summa contra Gentiles” (“Suma contra os Gentios”,
1261-1263) e “Summa Theologiae” (“Suma
Teológica”, 1265-1273); e também os maravilhosos textos litúrgicos
para a festa de Corpus Christi (1261-1265), compostos a pedido
do Papa Urbano IV, usados até hoje.
Colaboração: José Duarte de Barros Filho
Reflexão:
A teologia do Aquinate (como
também é conhecido São Tomás pela sua origem em Aquino; por Aquinate entende-se
igualmente o conjunto da sua obra) é obrigatória e fundamental para o
Catolicismo, e de tal forma que nas palavras do Papa Bento XV “a Igreja declarou
os ensinamentos de Tomás como seus próprios”. Não pode haver maior elogio,
considerando que a Igreja é instruída pelo Espírito Santo. A grandeza de São
Tomás, proporcional à sua obra, pode igualmente ser aquilatada por outro
enunciado, dele próprio: "O primeiro degrau para a sabedoria é a
humildade" (lembremos de Maria, a mais humilde das criaturas, que
exatamente por isso mereceu ser Mãe do Verbo divino). Decorrente desta sua
postura de vida, segue-se a simplicidade do que pode ser avaliado como o seu
entendimento sobre o Saber: "Para aqueles que têm fé, nenhuma explicação é
necessária. Para aqueles sem fé, nenhuma explicação é possível".
Oração:
“Ó Deus, que ilustrais a vossa Igreja com a admirável erudição de S. Tomás, vosso Confessor, e a fecundais pela santidade das suas obras, concedei-nos a graça, Vos pedimos, de penetrar com inteligência no que ele ensinou, e, imitando-o, fazer o que ele fez. Por Nosso Senhor Jesus Cristo”. (Missale Romanum de 1943, festa de São Tomás de Aquino, 7 de março).
Fonte: https://www.a12.com/
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