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segunda-feira, 13 de dezembro de 2021

CNBB e Cáritas lançam campanha por vítimas das chuvas em Minas e Bahia

Enchente em Jucuruçu (BA). Foto: Captura de vídeo

REDAÇÃO CENTRAL, 13 dez. 21 / 11:52 am (ACI).- A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e a Cáritas brasileira lançaram a campanha #SOS Bahia e Minas Gerais: Solidariedade que Transborda, a fim de ajudar os atingidos pelos temporais que causaram estragos nos dois Estados. Segundo balanço divulgado pelo Corpo de Bombeiros no domingo, 12 de dezembro, cerca de 70mil pessoas foram afetadas de alguma forma pelas fortes chuvas.

Temporais causados por um ciclone extratropical atingiram cidades do sul e extremo sul da Bahia e dos vales do Jequitinhonha e Mucuri, em Minas Gerais. Até o dia 11 de dezembro, 38 municípios da Bahia já haviam decretado estado de emergência, e 31 em Minas Gerais.

As pessoas tiveram que abandonar suas casas devido às inundações e aos riscos de deslizamentos de terra e de desabamentos. Além das residências e de estabelecimentos comerciais, postos de saúde, escolas e quadras também ficaram debaixo d’água.

Segundo a Cáritas brasileira, em Minas Gerais, devido às chuvas intensas que atingem o estado desde setembro deste ano, 9,5 mil pessoas tiveram que buscar acomodação com amigos e familiares e 2 mil famílias precisaram buscar refúgio na esfera pública. Diversas cidades tiveram o abastecimento de água interrompido.

Na Bahia, desde 6 de dezembro, mais de 8 mil pessoas precisaram abandonar suas casas e muitas delas aguardaram o resgate em cima dos telhados. No Estado, há o registro de seis mortes. Além disso, as chuvas causaram o rompimento de duas barragens em Apuarema e danos às vias de acesso de algumas cidades, como Eunápolis e Itabela, dificultando a ação da Defesa Civil.

Diante dessa situação a campanha emergencial da CNBB e da Cáritas brasileira busca arrecadar recursos para a compra de alimentos, água potável, roupas, fraldas infantis e adultas, artigos de higiene pessoal e de proteção contra a covid-19. Os itens serão distribuídos pelas Cáritas diocesanas próximas às áreas em situação crítica, a fim de auxiliar as milhares de pessoas desabrigadas e desalojadas.

As doações podem ser feitas pelas contas:

Banco do Brasil
Agência 0452-9
C/c . 50.106-9

Caixa Econômica Federal
Agência 1041
C/c - 1132-1

Fonte: https://www.acidigital.com/

O terrorismo que veio de longe

John Olorunfemi Onaiyekan é um cardeal nigeriano, arcebispo 
emérito de 
Abuja [© Romano Siciliani]
dezembro/2011

O arcebispo de Abuja analisa a situação do país depois dos atentados às igrejas e reflete sobre as raízes do grupo Boko Haram: a cultura desses terroristas não é nigeriana. A Igreja Católica, que quer a paz e o acordo, é vítima do projeto louco de quem visa dividir o país com a finalidade de apropriar-se dos recursos naturais


por John O. Onaiyekan

 

O que está acontecendo em meu país e de quem é a culpa? Não existem informações que possamos definir exatas a respeito dos autores do massacre do Natal na paróquia de Santa Teresa, em Madalla, perto de Abuja. Quem reivindicou o massacre, ostentando-se diante de Deus, é o chamado grupo Boko Haram, gente sem rosto, cuja ideologia é a de quem frequenta o terrorismo internacional e se reveste de fanatismo islâmico. Mas é um grupo variegado, com interesses contraditórios. Há quem afirme que alguns deles tenham estagiado nos campos de treinamento com os talibãs e a al-Qaeda, no Afeganistão e no norte do Paquistão. Eles seguem os passos dos extremistas, que, também na Nigéria, imaginam uma aplicação da charia que chegue à pena de amputação das mãos e lapidação das adúlteras. São minoria, mas causam uma grande desordem, e cremos infelizmente que tenha chegado o momento em que se iniciará na Nigéria uma reação em cadeia, depois de anos em que esperamos e desejamos que esse fenômeno pudesse ser resolvido fisiologicamente, apenas pela aplicação de leis e pela negociação.
Repito que a cultura desses extremistas não é nigeriana, mas do terrorismo internacional. E que papel caberia ao islã nesse cenário?
Sabemos que a relação entre a Igreja e o islã na África não é homogênea. Em muitos países a convivência funciona, embora interrompida por ações contrárias à paz realizadas por pretensos islamistas. No norte do nosso continente, como no Oriente Médio, as pequenas minorias cristãs em países totalmente muçulmanos trabalham para encontrar um bom equilíbrio de convivência. Na Nigéria, não se dá o caso de uma pequena minoria cristã, mas há paridade numérica com o islã: e não existe outro caminho para evitar a autodestruição, além do reconhecimento mútuo e da igualdade substancial. Com isso estou simplesmente dizendo o que qualquer muçulmano nigeriano confirmaria: e sei disso com certeza. Cristãos e muçulmanos vivemos um equilíbrio em nível institucional e social, e na vida cotidiana não dá para perceber se o seu interlocutor – membro do establishment ou vendedor no mercadinho – é de fé islâmica ou cristã. Só esses gestos terroristas apontam o dedo para as diferenças. Tem razão quem especula sobre as intenções do chamado grupo Boko Haram, cuja finalidade seria exatamente provocar a reação armada dos cristãos, e portanto o caos e o fim da Nigéria como nós a conhecemos. Para chegar a isso, justamente, apostam também na divisão entre os cristãos.
Sob a genérica definição “cristãos nigerianos” se reúnem denominações diferentes. A nossa comunidade católica segue com todo o coração o que a Igreja de Roma nos sugere – e não nos ordena – no campo do diálogo religioso, convencidos de que essa seja a sua maneira de dar paz ao país, ainda que outros grupos, protestantes, pensem diferentemente e nos critiquem, alguns chegando penosamente a denegrir o islã enquanto tal, associando-o plenamente ao grupo Boko Haram. Com esses radicais cristãos achamos difícil caminhar juntos, pois eles não querem dialogar e “provocam” os extremistas, a ponto de a sua reação não se fazer esperar: é só ver, por exemplo, como as bombas acabam explodindo diante de uma igreja católica, no dia de Natal. Justamente contra nós, que fizemos de tudo para procurar a harmonia religiosa de nosso país, e que só podemos continuar a dizer a verdade.
Fora ou dentro de nosso país, há quem possa criticar a franqueza com que nos dirigimos aos nossos muçulmanos nigerianos. Nós não vemos contradição entre o diálogo e o pedido ao líder do islã nigeriano de que isole os terroristas infiltrados nas suas comunidades. Não nos preocupamos com o “politicamente correto”, justamente graças à natural sinceridade que temos uns com os outros. Os chefes muçulmanos sabem muito bem que o chamado grupo Boko Haram fez vítimas tanto islâmicas quanto cristãs. Não podem dizer que o problema de supostos terroristas muçulmanos não os toca. No dia de Natal, em Madalla, morreram muçulmanos também. Com igual franqueza, dizemos que não existe possibilidade nenhuma de uma represália violenta por parte dos católicos. Temos consciência de que é o governo central, antes de todos nós, que tem o poder e a responsabilidade de proteger seus cidadãos.

É errado pensar que a rivalidade entre cristãos e muçulmanos faça parte do jogo fisiologicamente. O país pertence a todos nós, cristãos e muçulmanos, cidadãos de um Estado rico exportador de petróleo, onde a hipótese da separação entre norte e sul é totalmente irrealizável. Quando vocês ouvirem alguém defender a tese dos dois Estados, islâmico no norte e cristão no sul, segundo o modelo do Sudão, saibam que a pessoa está mentindo ou não entende nada. A realidade é que há cristãos que não apenas vivem no norte, ao lado dos hausa-fulani islâmicos, mas são também originários do norte; ao mesmo tempo, quase cinquenta por cento da minha etnia, iorubá, tradicionalmente do sul, é composta por muçulmanos. Então,  traçaremos a linha de fronteira sobre a qual construir as nossas trincheiras, se alguém nos levar à guerra?
A igreja de Santa Teresa, em Madalla (perto de Abuja, capital da Nigéria),
onde a explosão de um carro-bomba matou vinte e cinco pessoas
durante a missa de Natal, em 25 de dezembro de 2011.
O atentado foi reivindicado pelo grupo fundamentalista Boko Haram
[© Associated Press/LaPresse]
Atingir a Igreja Católica significa atingir quem deseja o acordo, procurar o caos e impor rupturas violentas em nossas próprias religiões, cristianismo e islã: pois os “mais ortodoxos” de cada uma das duas partes acusarão de fraqueza os correligionários abertos ao diálogo.
O conflito religioso esconde uma outra verdade. As lutas têm origens tribais, políticas e econômicas – ligadas também à redistribuição iníqua das riquezas petrolíferas, acompanhada por um enorme desemprego – e se conjugam com a semi-incapacidade de ação por parte do governo central, cuja legitimidade eleitoral era até pouco tempo contestada nos tribunais. A presidência atual é de um cristão, que assumiu o cargo interrompendo a tradicional alternância entre um presidente islâmico e um cristão. A direção política do país é dividida em si mesma entre facções que não parecem saber bem para onde nos conduzir. Esperamos que entrem em acordo, e que o governo colabore com a oposição e não pactue com os terroristas.
Eles já são hoje conhecidos por todos como Boko Haram, que em língua hausa significa “a educação ocidental é abominável”. É a enésima definição usada com o intuito de aumentar o sentimento de conflito de civilizações. Mas esse tipo de educação não nos foi imposta, nem pelos colonos ingleses nem pelos governos nigerianos que se sucederam nos últimos cinquenta anos, inclusive aqueles que eram expressão do norte tradicionalmente muçulmano. Nenhum de nós é obrigado a confiar nesse modelo educativo ou social. Na Nigéria, não há imposição e cada um pode ter a educação religiosa que deseja.
O Boko Haram baseia-se no erro – que difunde – de identificar a Igreja com uma cultura. É um equívoco... mundial. Não muito tempo atrás me convidaram para um congresso em Madri sobre o tema do confronto entre o islã e o Ocidente. Esses senhores realizavam um congresso baseando-se na ideia de que o cristianismo fosse ocidental e hostil ao islã; então perguntei a eles onde deveria me sentar: porque não era ocidental e nem muçulmano, mas nigeriano e cristão. Talvez os “representantes do Ocidente” naquele congresso tenham-se ressentido com as minhas afirmações. Porém, eles mesmos não estavam dispostos a defender o cristianismo, enquanto os representantes islâmicos discutiam apenas sobre religião... Definitivamente, a Igreja era fechada numa morsa sufocante.
A sede das Nações Unidas de Abuja, devastada pelo atentado de 26 de agosto de 2011,
no qual foram mortas 18 pessoas. Esse massacre também foi reivindicado pelo
grupo fundamentalista Boko Haram [© Getty Images]
Quem usa a expressão Boko Haram usa inconscientemente um slogan que quer valer-se de um estereótipo em voga para poluir ainda mais o imaginário coletivo. Além disso, na realidade, o grupo que comete os atentados assumiu originalmente um nome em árabe, que se refere de modo genérico, como acontece com outros grupos, à jihad, que não significa “a educação ocidental é abominável”. Outros aplicaram seguidamente essa etiqueta. Mas, enquanto esses criminosos difundem por meio da violência o significado do Boko Haram, seus líderes estudaram todos “à ocidental” e alguns realmente no Ocidente. Na Nigéria, não se faz carreira sem uma “educação ocidental”: por exemplo, sem esse tipo de educação, os oficiais não progridem no exército nigeriano. Houve ainda defensores do Boko Haram que encenaram ostentosamente uma fogueira em praça pública, queimando seus diplomas universitários, que definiram como “inúteis e danosos”. Mas aqui estamos diante do irracional, de gente que eu definiria submetida a lavagem cerebral, pessoas com as quais até dialogar é árduo.
A nossa comunidade católica vive em paz com todos. A Igreja pronunciou-se definitivamente em favor da liberdade religiosa, eliminando assim qualquer possível mal-entendido. A Igreja do nosso Concílio Vaticano II, além disso, não temeu nem se esquivou da modernidade, sabe compreendê-la e abraçá-la, deu-nos meios para sustentar o diálogo com o mundo.
Nós não podemos aceitar a liberdade religiosa reticentemente, com um “sim, porém...”, pois isso significaria negar a liberdade de alguém, até a nossa própria.
Os ensinamentos do Concílio são um patrimônio que nos permite viver juntos, no mundo e entre as diversas religiões, as quais talvez não possuam ainda esse patrimônio e se esforçam para encontrar em suas teologias justificativas para viver a relação com a modernidade. Vale tanto para os meus amigos muçulmanos quanto para mim mesmo o fato de que no Alcorão, como na Bíblia, cada um de nós pode encontrar trechos que a interpretação permite forjar como apologia da intolerância e da violência. No Livro dos Juízes, Deus vem com o exército para debelar os pagãos...! Mas o Senhor deseja que neste mundo nós vivamos em paz e o reconheçamos como Pai. E não devemos forçar ninguém: quem deseja se tornar muçulmano esteja livre para isso, como também quem deseja continuar a ser cristão. E que o Estado seja a garantia de que isso possa acontecer pacificamente. Eis a minha liberdade religiosa: eu sou cristão por graça de Deus, mas isso não significa que essa graça seja dada sempre ou a todos. Não há obrigação na fé. Aqui na Nigéria citamos muitas vezes e de boa vontade uma bela sura do Alcorão: “Se Deus quisesse, nos teria feito todos muçulmanos”.

 

(Depoimento tomado por Giovanni Cubeddu, revisto pelo autor)


Fonte: http://www.30giorni.it/

Promulgação do Plano Pastoral da Arquidiocese de Brasília 2021-2023

Plano Pastoral 2021-2023 | arqbrasilia

Plano Pastoral da Arquidiocese de Brasília 2021-2023

O novo Plano Pastoral da Arquidiocese de Brasília é promulgado hoje, 12 de dezembro, data significativa por dois motivos: primeiro porque se celebra, a Festa da Padroeira das Américas, Nossa Senhora de Guadalupe e, também, pelo fato de a data marcar o aniversário de posse de Dom Paulo Cezar Costa como Arcebispo Metropolitano de Brasília.

O Plano Pastoral foi construído a partir do Pilar da Palavra elencado nas Diretrizes da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil e, passou por um processo aos moldes do caminho sinodal, desde as assembleias paroquiais, passando pelos setores territoriais e temáticos, chegando até a VII Assembleia Arquidiocesana de Pastoral que aconteceu no dia 06 de novembro de 2021.

A apresentação e lançamento do Plano Pastoral está previsto para o dia 18 de dezembro, no Seminário Maior Arquidiocesano de Brasília e contará com a presença do Arcebispo de Brasília, Dom Paulo Cezar Costa, dos Bispos Auxiliares, do Coordenador Arquidiocesano de Pastoral, de padres e leigos representantes das paróquias e do Conselho Arquidiocesano de Pastoral. O encontro também será transmitido pelas mídias sociais da Arquidiocese e poderá ser acompanhado por todo o povo fiel.

Para mais informações, o contato da Coordenação Arquidiocesana de Pastoral é pastoral@arquidiocesedebrasilia.org.br

Fonte: https://arqbrasilia.com.br/

Eis o novo rito litúrgico para instituir catequistas

Catecismo dos jovens - Roma | Vatican News

Publicado o texto do ritual que estará em vigor a partir de 1º de janeiro de 2022. O prefeito do Culto Divino, Roche: "Uma nova oportunidade para chegar a uma visão orgânica das distintas realidades ministeriais". Uma carta de acompanhamento esclarece a natureza do ministério "que cabe aos leigos" e os requisitos para a sua execução.

Salvatore Cernuzio, Silvonei José – Vatican News

Accipe hoc fídei nostræ signum, cáthedra veritátis et caritátis Christi, eúmque vita, móribus et verbo annúntia

(Acolhe este sinal da nossa fé, cátedra da verdade e do amor de Cristo, e proclama-o com a vida, com os comportamentos e com a palavra)

A partir de 1º de janeiro de 2022, esta será uma das fórmulas latinas com que um homem ou uma mulher - leigos de profunda fé e maturidade humana e com a devida formação bíblica e pastoral - serão instituídos como catequistas pelo seu bispo durante uma celebração litúrgica. Depois de instituir formalmente o ministério do catequista com o motu proprio Antiquum ministerium de 10 de maio passado, o Papa aprovou e publicou um Editio typica que introduz um Rito específico de Instituição dos Catequistas. Este é um texto básico que será depois traduzido e adaptado pelas várias Conferências Episcopais de todo o mundo.

O rito pode ter lugar durante uma Missa ou uma celebração da Palavra de Deus e seguirá um esquema preciso: exortação, convite à oração, texto de bênção e entrega do crucifixo.

O Arcebispo Arthur Roche, prefeito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, numa carta que acompanha a publicação da Editio typica, dirigida aos presidentes das Conferências Episcopais, propõe algumas notas sobre o ministério do catequista. Antes de mais, é esclarecida a natureza deste ministério, como um "serviço estável prestado à Igreja local" e sobretudo como um "ministério laico que tem como fundamento a condição comum de ser batizado", portanto "essencialmente distinto" do ministério ordenado. "Em virtude do Batismo", os catequistas são chamados a ser "corresponsáveis na Igreja local no anúncio e transmissão da fé, desempenhando este papel em colaboração com os ministros ordenados e sob a sua orientação".

Na grande variedade de formas", afirma dom Roche, "podem distinguir-se duas tipologias principais: catequistas com a tarefa específica da catequese, outros que participam nas várias formas de apostolado, como a guia da oração comunitária; assistências aos doentes; as celebrações de funerais; a formação de outros catequistas; a coordenação de iniciativas pastorais; ajuda aos pobres.

A carta do prefeito especifica que, uma vez que este ministério tem "um forte valor vocacional que requer o devido discernimento por parte do bispo", nem todos aqueles que são chamados "catequistas" ou que realizam um serviço de colaboração pastoral devem ser instituídos. Em particular, não devem ser instituídos: candidatos ao diaconato e ao presbiterado; religiosos e religiosas, independentemente de pertencerem a institutos cujo carisma é a catequese; professores de religião nas escolas e aqueles que realizam um serviço destinado exclusivamente aos membros de um movimento eclesial, aos quais esta função "preciosa" é confiada pelos responsáveis dos movimentos e não pelo bispo.

No que diz respeito àqueles que acompanham a iniciação de crianças e adultos, também eles não precisam necessariamente serem instituídos no ministério específico, mas devem receber no início de cada ano catequético "um mandato eclesial público com o qual é confiada a eles esta função indispensável".

A carta especifica que é tarefa de cada Conferência Episcopal esclarecer o perfil, o papel e as formas mais coerentes para o exercício do ministério dos catequistas. É citado, enfim, o caso de uma “não estável presença de ministros ordenados”: o Direito Canônico prevê a possibilidade de confiar a um leigo “uma participação no exercício do cuidado pastoral de uma paróquia", mas é necessário "formar a comunidade para que não veja no catequista um substituto" para o padre ou diácono, mas sim um fiel leigo que colabora com os ministros ordenados "para que a sua assistência pastoral possa chegar a todos".

Fonte: https://www.vaticannews.va/

O Sagrado Coração de Jesus para Charles de Foucauld

Zvonimir Atletic | Shutterstock
Por Vanderlei de Lima

Só o Reino de Deus iniciado em cada coração, por meio da nossa conversão, é capaz de mudar o mundo.

A devoção ao Sagrado Coração de Jesus foi essencial a Charles de Foucauld, de modo que devemos tentar entendê-la melhor.

De início, lembremo-nos de que, mesmo não podendo garantir, de modo decisivo, os prenúncios do culto ao Sagrado Coração de Jesus nas passagens bíblicas do Antigo Testamento (cf. Ct 2,14; 4,9; 8,6; 12,3), é possível afirmar que elas “conduziram os fiéis bem próximo ao tesouro do Sagrado Coração” (Dom Veremundo A. Tóth, OSB. Por sinais ao invisível: o simbolismo de Santa Mectildes e Santa Gertrudes. Juiz de Fora: Subiaco, 2003, p. 141). No Novo Testamento, temos quatro textos: Mt 11,29: “Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para vós”; Lc 6,45: “Quem é bom, tira o bem do bom tesouro do coração”; Jo 13,23: o discípulo amado, na última ceia, se recosta sobre o peito do Senhor e, sobretudo, em Jo 19,34: na cruz, quando o soldado traspassa com a lança o peito do Senhor dele jorram sangue e água (cf. Pio XII. Haurietis aquas [H.A.], 1956, n. 12-23).

Doutrina e devoção

A doutrina e devoção ao Sagrado Coração é também confirmada pelos Padres da Igreja (cf. H. A., n. 24-28) e pela veneração ininterrupta que os fiéis Lhe tributam (H. A., n. 47) e os Papas confirmam (cf. H. A., n. 9 e 53-60), mas só com o correr do tempo passou a ser objeto de culto especial entre o Povo de Deus (cf. H. A, n. 50), sobretudo na Idade Média e, de um modo muito mais difundido, a partir do século XVIII, com Santa Margarida Maria Alacoque e o Beato Cláudio de la Colombière, seu confessor. Daí não decorre, porém, que essa devoção seja apenas fruto de revelação particular: ela está, como se vê, no cerne da fé cristã propagadora do amor – inclusive aos inimigos (cf. Mt 5,44) – representado no Coração de Jesus (H. A., n. 52). A esse Sagrado Coração a Igreja presta o culto de latria (adoração), pois é o coração humano assumido pela Segunda Pessoa da Santíssima Trindade, Jesus Cristo, de modo que quem cultua esse Coração, cultua a Pessoa do Senhor Jesus, verdadeiro Deus e verdadeiro homem. Nesse Coração, está a sede da caridade para com os homens e mulheres de todos os tempos (cf. H. A., n. 12).

Ora, é quase impossível não notar que a mansidão e a humildade estão entre as grandes virtudes almejadas pelo eremita do Saara, assim como o desejo de transmitir aos tuaregues o bom tesouro do seu coração que se une ao Coração de Jesus fazendo-se um só com Ele. Dirá Foucauld: “Meu apostolado deve ser o apostolado da bondade; ao me verem, as pessoas devem dizer: ‘Sendo esse homem tão bom, sua religião deve ser boa’” (Irmãzinha Annie de Jesus. Charles de Foucauld: nos passos de Jesus de Nazaré. São Paulo: Cidade Nova, 2004, p. 79). Mais: “quando se quer converter uma alma, nunca se deve esmagá-la com sermões; o método mais eficaz consiste não em enchê-la de pregações, mas em testemunhar-lhe amor” (Jean-François Six. O irmão universal: vida de Carlos de Foucauld. Lisboa: Sampedro, s/d., p. 41). Use-se sempre o amor, pois “o primeiro mandamento da religião é amar a Deus de todo coração. O segundo é amar todos os seres humanos, sem exceção, como a si mesmo” (Charles de Foucauld: nos passos de Jesus de Nazaré, p. 70).

Reino de Deus

Mais: só o Reino de Deus iniciado em cada coração, por meio da nossa conversão, é capaz de mudar o mundo. Ninguém muda o mundo sem, antes, mudar-se para melhor, com a graça de Deus. Daí nosso Santo suplicar: “Que, em seu amor, Ele se digne converter-me, deixar como Ele me quer, fazer-me amá-lo com todo o meu coração; amá-lo, obedecer-lhe, imitá-lo o quanto for possível, todos os instantes de minha vida […]. Coração Sagrado de Jesus, que o vosso reino chegue” (idem, p. 75).

Foucauld propõe como culto ao Coração de Jesus que, todos os dias, no Angelus (às 6, às 12 e às 18h), rezemos três vezes a jaculatória: “Sagrado Coração de Jesus, venha a nós o vosso reino” e recitemos diariamente a Consagração do gênero humano ao Sagrado Coração de Jesus na fórmula do Papa Leão XIII (cf. Charles de Foucauld. Amorevole, contemplazione e apostolato fecondo. Milano: Glossa, 2008, p. 83).

Peçamos, pois, ao Sagrado Coração de Jesus que venha a nós o vosso reino!

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Francisco, sacerdote há 52 anos, com um sonho e um sorriso no coração

Foto de família de Jorge Mário Bergoglio jovem | Vatican News

Em 13 de dezembro de 1969, Jorge Mario Bergoglio foi ordenado sacerdote: 52 anos de ministério presbiteral vividos sob o sinal da misericórdia, da alegria do Evangelho e de uma visão profética do desígnio de Deus.

Isabella Piro/Mariangela Jaguraba – Vatican News

Misericórdia, sonho, sorriso e gratidão: os 52 anos de ordenação sacerdotal que o Papa Francisco completa neste 13 de dezembro têm esses fundamentos que o próprio Pontífice várias vezes indicou aos presbíteros como instrumentos para viver melhor o seu ministério. A sua vocação nasceu muito jovem, aos 17 anos, durante uma confissão com um sacerdote que o futuro Pontífice nem conhecia. É 21 de setembro de 1953, memória litúrgica de São Mateus, o publicano convertido por Jesus, e nesse ato penitencial o jovem Jorge experimenta a misericórdia de Deus. "Depois da confissão", disse Francisco em 18 de maio de 2013 na Vigília de Pentecostes na Praça de São Pedro com movimentos, novas comunidades, associações e agregações de leigos, "senti que algo mudou. Eu não era o mesmo. Tinha ouvido como uma voz, um chamado: estava convencido de que devia ser sacerdote". Não é de surpreender que seu lema episcopal e depois pontifício seja precisamente "Miserando atque eligendo" ("Olhou para ele com misericórdia e o escolheu"), ou seja, um trecho de uma homilia de São Beda, o Venerável, que comenta o episódio evangélico da vocação de São Mateus. Portanto, em 13 de dezembro de 1969, Jorge Mario Bergoglio foi ordenado sacerdote pelo arcebispo Ramón José Castellano.

O apostolado do “ouvido” e a cura das feridas

O apelo à misericórdia, tema também de um Jubileu especial vivido entre 2015 e 2016, ressoa frequentemente nos discursos de Francisco e nas suas exortações aos sacerdotes: "O sacerdote é um homem de misericórdia e compaixão, próximo do seu povo e servidor de todos", disse aos párocos de Roma em 6 de março de 2014. "Quem está ferido na própria vida, de qualquer forma, pode encontrar nele atenção e escuta (...) São tantos os feridos, por problemas materiais, por escândalos, até na Igreja. Pessoas feridas pelas ilusões do mundo... Nós, padres, devemos estar ali, perto dessas pessoas. Misericórdia significa curar feridas", disse o Papa. É sobretudo no confessionário que os sacerdotes podem dispensar a misericórdia de Deus. Por isso, o Papa exorta os confessores a exercer "o apostolado do ouvido", não a estar "com o chicote na mão", mas a "receber, ouvir e dizer que Deus é bom e que Deus sempre perdoa, que Deus nunca se cansa de perdoar" (Angelus, 14 de fevereiro de 2021).

Oração, Palavra e Pão

Arraigado na oração e na caridade, nunca desligado dos fiéis, nunca um mero funcionário, mas uma pessoa despojada de si mesmo e desprovida de "ideias pré-constituídas", o sacerdote é "um homem de Deus 24 horas por dia, não um homem do sagrado quando usa os paramentos". Em 15 de setembro de 2018, em Palermo, durante o encontro com o clero, religiosos e seminaristas, o Papa enfatizou que para o presbítero "a liturgia deve ser vida, não permanecer rito". Por isso, é fundamental rezar a Ele de quem falamos, alimentar-nos da Palavra que pregamos, adorar o Pão que consagramos, e fazê-lo todos os dias. Oração, Palavra e Pão, essenciais para cada sacerdote todos os dias, essenciais para todos os consagrados e consagradas todos os dias.

Olhar além para reconhecer Deus

Nas palavras de Francisco, todo sacerdote deve ser também um sonhador, como São José: "Não 'sonhador' no sentido de quem tem a cabeça nas nuvens, desligado da realidade", explicou à Comunidade do Pontifício Colégio Belga, recebida em audiência a 18 de março de 202, "mas um homem que sabe olhar para além do que vê: com um olhar profético, capaz de reconhecer o desígnio de Deus onde os outros nada veem e, portanto, com um objetivo claro pelo qual se empenhar". Na prática, os sacerdotes devem “saber sonhar a comunidade que ama, não se limitar a querer preservar o que existe, conservar e proteger não são sinônimos! Estarem antes dispostos a partir da história concreta das pessoas para promover a conversão e a renovação no sentido missionário e para fazer crescer uma comunidade em caminho, composta por discípulos guiados pelo Espírito e movidos pelo amor de Deus”. Os sacerdotes, reiterou o Pontífice, não devem ser "super-homens com sonhos de grandeza", mas "pastores com cheiro das ovelhas", isto é, capazes de sonhar "uma Igreja inteira ao serviço" e "um mundo mais fraterno e solidário", abandonando a “autoafirmação” para colocar “Deus e as pessoas” no centro da vida.

Transmitir esperança aos corações inquietos

“O sacerdote é um homem que, à luz do Evangelho, difunde o gosto de Deus ao seu redor e transmite esperança aos corações inquietos”, acrescentou Francisco. Uma esperança que vem acompanhada de um sorriso, aquele que vem da alegria do Evangelho: só junto com o Senhor, de fato, os sacerdotes podem ser “apóstolos da alegria, cultivando a gratidão de estar a serviço dos irmãos e da Igreja". A alegria indicada pelo Pontífice se difunde também pelo senso de humor: "Um sacerdote que não tem senso de humor, ninguém gosta, algo está errado", disse ele em 7 de junho de 2021, encontrando-se com a comunidade do Colégio de São Luís dos Franceses em Roma. "Esses grandes sacerdotes que riem dos outros, de si mesmos e até da própria sombra: o senso de humor é uma das características da santidade." Ele, “te levanta, te faz ver o provisório da vida e tomar as coisas com o espírito de uma alma redimida. É uma atitude humana, mas é a que mais se aproxima da graça de Deus" (Entrevista com s TV2000 e RadioInBlu, novembro de 2016).

A poderosa arma da gratidão

Por fim, Francisco convida frequentemente os sacerdotes ao exercício da gratidão e do agradecimento: "A gratidão é sempre 'uma arma poderosa'", escreve ele em sua Carta aos Sacerdotes por ocasião dos 160 anos da morte do Santo Cura d'Ars. "Somente se formos capazes de contemplar e agradecer concretamente por todos os gestos de amor, generosidade, solidariedade e confiança, assim como perdão, paciência, suportação e compaixão com os quais fomos tratados, permitiremos que o Espírito nos dê aquele ar fresco capaz de renovar, e não remendar, a nossa vida e missão", mantendo acesa "a chama da esperança".

Fonte: https://www.vaticannews.va/

Santa Otília ou Odília

Santa Otília | arquisp
13 de dezembro

Santa Otília ou Odília

A região da Alsácia sempre foi muito disputada, pertencendo primeiro ao Império Romano, depois ora à Alemanha, ora à França. No século VII, a Alsácia era um ducado da Alemanha. Na época, o senhor do local era Aldarico, que desejava muito um filho para ser o sucessor e herdeiro da sua rica cidade. O duque era recém-batizado, ainda não era um cristão muito rigoroso. No entanto era generoso e aprovava a caridade feita pela esposa, Benvinda, de fato uma fiel cristã.

Quando Aldarico recebeu a notícia de que sua esposa teria um filho, ficou eufórico. Porém, ao saber que nascera uma menina cega, expulsou a herdeira do castelo. A criança foi entregue às religiosas de um mosteiro, onde foi educada. Um dia, elas receberam o bispo Heraldo, dizendo que um anjo, em sonho, lhe dera a ordem de ir àquele mosteiro para batizar uma menina. Apresentaram a pequena cega, que ele batizou com o nome de Odília, que significa "luz de Deus". No momento do sacramento, o bispo disse: "Que os teus olhos do corpo se abram, como foram abertos os teus olhos da alma". Odília passou a enxergar e recebeu o dom da profecia. Assim, depois se tornou uma das maiores místicas cristãs, com previsões que impressionam ainda hoje. Em especial, aquelas da Segunda Guerra Mundial, descritas com riqueza de detalhes.

Os registros mostram que, posteriormente, ela passou a ser chamada por Otília. E que o próprio bispo foi pedir para Aldarico receber a filha no castelo. Aldarico só concordou porque já tinha nascido Hugo, irmão mais novo de Otília, o qual intercedeu a seu favor. Aos poucos, ela cativou o coração de seu pai, com sua delicadeza, e comovente generosidade. Arrependido do que lhe fizera, com verdadeiro amor de pai, quis compensá-la com um bom casamento. Quando soube dessa intenção, Otília fugiu, pois queria seguir a vida religiosa. Nesse momento, Aldarico se converteu, comovido com a atitude da filha. Mandou expedir um decreto dizendo que estava perdoada, que podia seguir sua vocação cristã e que fundaria um mosteiro para ela.

Foi assim que o belo castelo de Hohenbourg, no alto de uma montanha às margens do rio Reno, se tornou mosteiro. A primeira abadessa foi Otília, com muitas religiosas sempre ingressando nele. Como elas atendiam todos os pobres, principalmente os doentes incuráveis e abandonados, logo a abadessa fundou ali um hospital. Mais tarde, até Aldarico e Benvinda ingressaram no mosteiro, onde morreram amparados pelos cuidados da futura santa e amada filha. Os castelos herdados, Otília transformou-os em hospitais e mosteiros.

Depois de muitos anos dedicados à oração, penitência e a caridade, administrando incansavelmente a imensa obra, Otília morreu serena e em paz. Era o dia 13 de dezembro de um ano incerto, no final do século VII. Foi sepultada no seu mosteiro de Hohenbourg, ao lado da fonte que fizera brotar com suas orações, quando o mosteiro ficara sem água. Desde então, por sua intercessão os devotos enfermos que molham os olhos com essa água conseguem a graça da cura. O local se tornou um santuário em 1807, quando o papa Pio VII autorizou seu culto, declarando-a santa, para ser festejada na data de sua morte.

Todos os imperadores alemães, desde Carlo Magno no ano 800, lhe renderam homenagens. Até o papa São Leão IX e o rei Ricardo I da Inglaterra foram, em peregrinação, visitar seu túmulo. Santa Otília é intensamente venerada como protetora dos doentes da visão, dos cegos e dos médicos oftalmologistas, principalmente entre os povos de origem alemã. A Igreja a declarou padroeira da Alsácia, atual território francês.

Os mosteiros e os hospitais fundados por ela foram entregues aos monges beneditinos, que mantiveram a finalidade inicial dada por santa Otília: a assistência aos pobres e doentes incuráveis. E fizeram florescer uma vigorosa e robusta Congregação religiosa espalhada pelos cinco continentes.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

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Santa Luzia

Santa Luzia | arquisp
13 de dezembro

Santa Luzia ou Lúcia

Somente em 1894 o martírio da jovem Luzia, também chamada Lúcia, foi devidamente confirmado, quando se descobriu uma inscrição escrita em grego antigo sobre o seu sepulcro, em Siracusa, Nápoles. A inscrição trazia o nome da mártir e confirmava a tradição oral cristã sobre sua morte no início do século IV.

Mas a devoção à santa, cujo próprio nome está ligado à visão ("Luzia" deriva de "luz"), já era exaltada desde o século V. Além disso, o papa Gregório Magno, passado mais um século, a incluiu com todo respeito para ser citada no cânone da missa. Os milagres atribuídos à sua intercessão a transformaram numa das santas auxiliadoras da população, que a invocam, principalmente, nas orações para obter cura nas doenças dos olhos ou da cegueira.

Diz a antiga tradição oral que essa proteção, pedida a santa Luzia, se deve ao fato de que ela teria arrancado os próprios olhos, entregando-os ao carrasco, preferindo isso a renegar a fé em Cristo. A arte perpetuou seu ato extremo de fidelidade cristã através da pintura e da literatura. Foi enaltecida pelo magnífico escritor Dante Alighieri, na obra "A Divina Comédia", que atribuiu a santa Luzia a função da graça iluminadora. Assim, essa tradição se espalhou através dos séculos, ganhando o mundo inteiro, permanecendo até hoje.

Luzia pertencia a uma rica família napolitana de Siracusa. Sua mãe, Eutíquia, ao ficar viúva, prometeu dar a filha como esposa a um jovem da Corte local. Mas a moça havia feito voto de virgindade eterna e pediu que o matrimônio fosse adiado. Isso aconteceu porque uma terrível doença acometeu sua mãe. Luzia, então, conseguiu convencer Eutíquia a segui-la em peregrinação até o túmulo de santa Águeda ou Ágata. A mulher voltou curada da viagem e permitiu que a filha mantivesse sua castidade. Além disso, também consentiu que dividisse seu dote milionário com os pobres, como era seu desejo.

Entretanto quem não se conformou foi o ex-noivo. Cancelado o casamento, foi denunciar Luzia como cristã ao governador romano. Era o período da perseguição religiosa imposta pelo cruel imperador Diocleciano; assim, a jovem foi levada a julgamento. Como dava extrema importância à virgindade, o governante mandou que a carregassem à força a um prostíbulo, para servir à prostituição. Conta a tradição que, embora Luzia não movesse um dedo, nem dez homens juntos conseguiram levantá-la do chão. Foi, então, condenada a morrer ali mesmo. Os carrascos jogaram sobre seu corpo resina e azeite ferventes, mas ela continuava viva. Somente um golpe de espada em sua garganta conseguiu tirar-lhe a vida. Era o ano 304.

Para proteger as relíquias de santa Luzia dos invasores árabes muçulmanos, em 1039, um general bizantino as enviou para Constantinopla, atual território da Turquia. Elas voltaram ao Ocidente por obra de um rico veneziano, seu devoto, que pagou aos soldados da cruzada de 1204 para trazerem sua urna funerária. Santa Luzia é celebrada no dia 13 de dezembro e seu corpo está guardado na Catedral de Veneza, embora algumas pequenas relíquias tenham seguido para a igreja de Siracusa, que a venera no mês de maio também.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

domingo, 12 de dezembro de 2021

Dos Sermões de Santo Agostinho, bispo

Batismo de Jesus | Apologistas da Fé Católica

Dos Sermões de Santo Agostinho, bispo

(Sermo 293, 3: PL 38, 1328-1329)            (Séc. V)

João é a voz, Cristo, a Palavra

João era a voz, mas o Senhor, no princípio, era a Palavra (Jo 1,1). João era a voz passageira, Cristo, a Palavra eterna desde o princípio.

Suprimi a palavra, o que se torna a voz? Esvaziada de sentido, é apenas um ruído. A voz sem palavras ressoa ao ouvido, mas não alimenta o coração.

Entretanto, mesmo quando se trata de alimentar nossos corações, vejamos a ordem das coisas. Se penso no que vou dizer, a palavra já está em meu coração. Se quero, porém, falar contigo, procuro o modo de fazer chegar ao teu coração o que já está no meu.

Procurando então como fazer chegar a ti e penetrar em teu coração o que já está no meu, recorro à voz e por ela falo contigo. O som da voz te faz entender a palavra; e quando te fez entendê-la, esse som desaparece, mas a palavra que ele te transmitiu permanece em teu coração, sem haver deixado o meu.

Não te parece que esse som, depois de haver transmitido minha palavra, está dizendo: É necessário que ele cresça e eu diminua? (Jo 3,30). A voz ressoou, cumprindo sua função, e desapareceu, como se dissesse: Esta é a minha alegria, e ela é completa (Jo 3,29). Guardemos a palavra; não percamos a palavra concebida em nosso íntimo.

Queres ver como a voz passa e a palavra divina permanece? Que foi feito do batismo de João? Cumpriu sua missão e desapareceu; agora é o batismo de Cristo que está em vigor. Todos cremos em Cristo e esperamos dele a salvação: foi o que a voz anunciou.

Justamente porque é difícil não confundir a voz com a palavra, julgaram que João era o Cristo. Confundiram a voz com a palavra. Mas a voz reconheceu o que era para não prejudicar a palavra. Eu não sou o Cristo (Jo 1,20), disse João, nem Elias nem o Profeta. Perguntaram-lhe então: Quem és tu? Eu sou, respondeu ele, a voz que grita no deserto: “Aplainai o caminho do Senhor” (Jo 1,19.23). É a voz do que grita no deserto, do que rompe o silêncio. Aplainai o caminho do Senhor, como se dissesse: “Sou a voz que se faz ouvir apenas para levar o Senhor aos vossos corações. Mas ele não se dignará vir aonde o quero levar, se não preparardes o caminho”.

O que significa: Aplainai o caminho, senão: Orai como se deve orar? O que significa ainda: Aplainai o caminho, senão: Tende pensamentos humildes? Imitai o exemplo de João. Julgam que é o Cristo e ele diz não ser aquele que julgam; não se aproveita do erro alheio para uma afirmação pessoal. Se tivesse dito: “Eu sou o Cristo”, facilmente teriam acreditado nele, pois já era considerado como tal antes que o dissesse. Mas não disse; pelo contrário, reconheceu o que era, disse o que não era, foi humilde. Viu de onde lhe vinha a salvação; compreendeu que era uma lâmpada e temeu que o vento do orgulho pudesse apagá-la.

Fonte: https://liturgiadashoras.online/

Papa Francisco recebe Dom Paulo Cezar em audiência no Vaticano

Dom Paulo Cezar | arqbrasilia

Na manhã deste sábado (11), o Santo Padre, o Papa Francisco recebeu Dom Paulo Cezar Costa, Arcebispo de Brasília, em audiência no Vaticano. Desde o início da semana Dom Paulo está em Roma em encontros e reuniões nos diversos Dicastérios da Cúria Romana para resoluções acerca da vida pastoral da Arquidiocese de Brasília.

Como última atividade oficial antes de retornar ao Brasil, Dom Paulo se reuniu com o Papa Francisco em audiência privada para tratar daquilo que é próprio da evangelização na Igreja de Brasília. Além disso, o Arcebispo falou das experiências colhidas na Assembleia Eclesial da América Latina e Caribe da qual participou presencialmente, na Cidade do México, no final de novembro.

A experiência de encontro com o Santo Padre, para os Bispos, além de ser uma oportunidade para apresentação e resolução de questões referentes a suas dioceses, também é a ocasião de um encontro fraterno onde um sucessor dos apóstolos, o bispo, encontra-se com o sucessor de Pedro, o Santo Padre, para manifestar a unidade da Igreja e a comunhão com o Papa.

Como parte da agenda de atividades, o Arcebispo de Brasília concedeu entrevista ao jornalista Silvonei José, na manhã de quinta-feira (9), nos estúdios da Rádio Vaticano onde teve a oportunidade de contar um pouco de como tem sido o seu pastoreio na Arquidiocese nesse primeiro ano e, também, dos desafios da evangelização no mundo pós pandemia.

Dom Paulo Cezar e Silvonei José no estúdio Rádio Vaticano | arqbrasilia

Ao retornar a Brasília, Dom Paulo traz consigo as experiências partilhadas nos diversos Dicastérios Romanos, bem como, as esperanças e ações para que a Igreja da Capital Federal continue a caminhar sempre em vistas do anúncio da Palavra de Deus e da amizade com Jesus Cristo.

Fonte: https://arqbrasilia.com.br/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF