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domingo, 22 de dezembro de 2024

A felicidade e a alegria do Natal

Presépio (Mundo Educação - UOL)

A FELICIDADE E A ALEGRIA DO NATAL 

Dom Itacir Brassiani
Bispo de Santa Cruz do Sul (RS)

Aproxima-se o Natal, e o clima é de alegria. Não cansamos de repetir: “Feliz Natal!” Por razões diferentes, também aquele Natal do ano zero da era cristã está cercado de alegria. A quem duvida disso, recomendo que dê uma olhada, mesmo que seja rápida e superficial, nos dois primeiros capítulos do evangelho segundo Lucas. A alegria é a moldura na qual o evangelista insere, com mãos de artista, uma a uma as cenas do anúncio, da espera e do nascimento de Jesus. O cenário é simples, camponês e doméstico, e não o apelativo e artificial espaço das vitrines e dos shoppings centers. 

Esta alegria vem da realização de uma promessa que manteve um povo de cabeça erguida e peregrinando na esperança por muitos séculos. Depois de cada fracasso ou frustração, uma esperança insistente, antiga e repaginada erguia os derrotados, fortalecia os fracos, reunia os dispersos, consolava quem caíra prisioneiro da desolação. E suscitava iniciativas que antecipavam no tempo aquilo que esperavam para o futuro. Aquele povo não precisou do mito comercial do “bom velhinho” do “ho-ho-ho”. 

A Igreja escolhe como um dos textos que iluminam a festa do Natal o capítulo 9 do profeta Isaías (v. 1-6). Num tempo em que o povo vivia oprimido, ameaçado e em risco de vida, Isaías fala do surgimento de uma luz para quem anda nas trevas, de uma dupla dose de felicidade e de multiplicação da alegria; uma alegria como aquela que vem de uma colheita abundante, de uma luta vitoriosa, da superação de grandes dificuldades. 

E qual é o motivo dessa alegria? É o nascimento de um bebê, um “filho pequenino, cujos pais não são nomeados. É a teimosa esperança, que se torna certeza inquebrantável, de que da humanidade nascerá um líder que a todos maravilhará com sua bondade, que a todos ajudará com seu conselho, que estenderá seu braço forte aos fracos, que será o primeiro na pacificação das relações, que resgatará o direito e a justiça para os pobres. Maria entendeu bem isso, e expressou claramente no seu cântico (cf. Lc 1,46-55). 

Mesmo que a criança se pareça a um broto frágil que surge das raízes de uma árvore decepada (cf. Is 11,1), este nascimento quebra os instrumentos de opressão e a destrói os fardamentos ensanguentados dos militares numa grande fogueira. A paz duradoura será verdade quando as armas são transformadas em ferramentas para produzir alimentos! “Das suas espadas, forjarão arados, e das suas lanças, podadeiras” (Is 2,4). Eis a glória de Deus nas alturas e a paz para as criaturas que ele ama (cf. Lc 2,14). 

Os questionamentos não pedem licença e são inevitáveis. Isso não é apenas romantismo vazio e fuga da realidade? Não temos aqui mais uma dessas detestáveis leituras ideológicas das sagradas escrituras? Que possibilidades tem de realizar isso alguém que nasceu numa estrebaria e acabou executado na cruz? Olhando o presépio e a cruz, Jesus não parece mais um perdedor que um salvador, um excluído que um unificador? 

Creio que o Natal de Jesus, mistério e promessa, desafia a nossa fé, assim como sua morte e ressurreição. O recém-nascido “envolto em faixas e deitado numa manjedoura” (Lc 2,12) continua sendo um sinal e um apelo capaz de despertar em nós a humanidade adormecida, a bondade entorpecida e a solidariedade enrijecida. Não seria esse o jeito de Jesus de salvar a humanidade? Não seria pela sua fragilidade que ele dá força aos fracos? Não seria pela sua proximidade que ele reestabelece a paz? Não seria fazendo-se pequeno que ele revela a grandeza do ser humano? 

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Reflexão para o 4º Domingo do Advento (C)

Evangelho do domingo (Vatican News)

Ser pobre é abrir mão de desejos particulares, egocêntricos em favor dos companheiros de caminhada. Ser pobre é abrir mão de ser sábio aos olhos do mundo e acatar a Palavra de Deus como verdade que salva.

Padre Cesar Augusto, SJ – Vatican News

A primeira leitura, extraída de Miquéias, nos fala que o poder será popular e não mais aristocrático Deus manterá sua fidelidade à Casa de Davi quando escolheu o caçula de Jessé para ser um grande rei de Israel. Davi, não só venceu o opressor ao derrotar Golias apenas com uma pedrada, mas utilizou sua capacidade de pastor para reorganizar e salvar o povo.

Miquéias, tendo em mente o advento do rei Davi,  fala que Belém, a cidade davídica,  no momento uma aldeia desprezível para os habitantes da capital, será o berço daquele que governará Israel, de um modo mais grandioso que o realizado pelo filho de Jessé..

Isso irá acontecer quando uma mulher der à luz e os compatriotas voltarem do exílio. Será a formação da nova sociedade de que falamos no domingo passado. Novo rei, segundo o coração de Deus e, consequentemente, nova sociedade.

O versículo 3, do capítulo diz que o novo rei será a paz. Ele se refere ao triunfo da paz em todo o orbe e o domínio da justiça em todos os setores. Não será apenas Israel o beneficiário desta paz, mas o mundo todo.

No Evangelho, Lucas ao falar da visita de Maria a Isabel e, naturalmente, de Jesus a João Batista, revela Deus visitando os pobres e marginalizados. Jesus, o Salvador, é levado por Maria, a escolhida a visitar aqueles que outrora eram desprezados por não terem filhos. É uma visita que celebra a misericórdia do Senhor. Isabel a saúda bendizendo-O pois tem consciência de que a visita que recebe é a de Deus que salva.

Tanto a 1ª leitura quanto o Evangelho nos mostram que o lugar social onde Deus assume posição é no meio dos pobres. O Senhor se identificou com eles e se fez um deles. Para eles veio a plenitude da vida, a Salvação. Quem desejar ser salvo deverá observar que desde o início da História da Salvação, o Senhor escolheu os pobres e eles souberam receber os mandamentos do Senhor como dom de Deus. Ser pobre é mais que fazer parte de uma categoria social. Ser pobre é também uma opção de vida que coloca no Senhor a sua confiança e não nos bens e nos poderes deste mundo.. Ser pobre é abrir mão de desejos particulares, egocêntricos em favor dos companheiros de caminhada. Ser pobre é abrir mão de ser sábio aos olhos do mundo e acatar a Palavra de Deus como verdade que salva. Ser pobre é abrir mão dos bens deste mundo, de seus privilégios se tais riquezas se contrapõem à vontade de Deus; ser pobre, enfim é buscar a simplicidade de vida porque ela não só foi vivida pela família de Nazaré, mas foi a escolha livre de Jesus. Ser pobre é ser filho e ser irmão!

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

sábado, 21 de dezembro de 2024

Maior presépio a céu aberto do mundo está em Grão Mogol, Minas Gerais

Imagens de Nossa Senhora e do Menino Jesus no Presépio Natural Mãos de Deus | Paulo Henrique Silva | ACI Digital

Maior presépio a céu aberto do mundo está em Grão Mogol, Minas Gerais

Por Natalia Zimbrão*

19 de dez de 2024

Na Serra do Espinhaço, no Norte de Minas Gerais, está a cidade de Grão Mogol, que tem o maior presépio permanente a céu aberto do mundo. É o Presépio Natural Mãos de Deus, de 3,6 mil m², idealizado pelo empresário Lúcio Marcos Bemquerer, que morreu em 2021, e doado à arquidiocese de Montes Claros (MG).

Grão Mogol é conhecida como a cidade das pedras, com seu calçamento e construções em pedras, como a igreja de Santo Antônio. A paisagem natural é um atrativo turístico. Foi observando esse cenário que o empresário Lúcio Bemquerer teve a ideia de construir o presépio.

“Ele é um filho de Grão Mogol que ficou mais ou menos 20 anos ausente da cidade. E passou um tempo e retornou à sua cidade natal”, contou à ACI Digital o condutor de turismo de Grão Mogol, Paulo Henrique Silva.

Segundo Silva, Bemquerer comprou “uma casa centenária”, da qual ele tinha “uma visão muito bonita da Cordilheira do Espinhaço”, de “um amontoado rochoso, com as pedras aflorando na serra”. “Ele sentou um belo dia e, olhando para lá, pensou: ‘nossa, como dá um belo presépio’. Aí, eu acho que ele refletiu um pouco mais e falou assim: ‘não, não dá um belo presépio, já é um belo presépio e, se já é um belo presépio, só pode ter sido feito por mãos poderosas’”, por isso, “Mãos de Deus”.

Bemquerer adquiriu um terreno para construir o presépio. “Ele comprou quatro lotes lá. Depois, viu que não ia dar e comprou mais dois”, disse Silva.

O complexo do presépio tem “72 metros de frente, 50 metros de fundo e 30 metros de altura”, disse o condutor de turismo. É o “maior presépio permanente a céu aberto do mundo”, garante.

Presépio Natural Mãos de Deus. Paulo Henrique Silva | ACI Digital

O presépio tem 15 imagens “em tamanho natural”, algumas foram feitas em pedra-sabão e outras moldadas em cimento. Cada imagem em pedra-sabão pesa “aproximadamente de 700 a 800 kg”, disse Paulo Henrique Silva.

Ele contou que Bemquerer costumava dizer que o cenário já estava pronto e que ele só fez o acesso, colocou o gradil, o piso. As imagens são obras dos artistas mineiros Edson Novaes e Antônio da Silva Reis.

A obra custou “quase um milhão de reais” e foi inaugurada em 9 de dezembro de 2011. O presépio foi doado à arquidiocese de Montes Claros em 2018.

O condutor de turismo Paulo Silva contou que, no local, “em um primeiro ponto, você vai ver o palco”. Mais à frente, “há as estações”. “O primeiro ponto é onde tem o anjo de Gabriel, em cima da rocha, anunciando à Virgem Maria. Um pouco mais à frente, você vai ver os três reis magos, em pedra-sabão”, disse.

“À esquerda, tem uma sala ecumênica, onde tem água benta, onde as pessoas gostam muito de meditar. À direita, você vai ver a gruta da manjedoura, que é uma lapa mesmo, uma gruta que já existia ali, onde está o menino Jesus”, contou. Próximo à gruta, “também tem outras imagens, como o pastorzinho, o burro”.

Silva disse que “um pouco mais adiante”, há “uma sala de prece, que é a sala de Nossa Senhora das Graças”. E, “mais acima”, há o mirante, com uma “bela vista” da região.

O presépio conta também com a imagem de são Francisco de Assis, o santo que em 1223 montou o primeiro presépio da história, em Greccio, Itália.

Presépio Natural Mãos de Deus iluminado à noite. Marina Froes | ACI Digital

O condutor de turismo contou que Lúcio Bemquerer “recebeu uma carta do papa Francisco abençoando-o e a todas as pessoas que visitaram e que vão visitar ainda” o local. “Eu falo, para você ver, que chegou até o Vaticano. Então, olha a importância dessa obra de Grão Mogol”, disse.

Para Paulo Henrique Silva, o Presépio Natural Mãos de Deus “tem um significado muito especial” para Grão Mogol. “Porque quando falamos de Natal, principalmente, a primeira coisa que vem à cabeça é o presépio”, disse.

“Então, quando as pessoas vêm aqui e veem aquela obra magnífica e tão grande, ficam impressionadas”, disse. “Tem pessoas que choram, que se sentem muito bem por estar em um local muito calmo”, disse Silva, para quem o presépio é um “monumento de fé e de natureza”.

“Nascido e criado em Grão Mogol”, Paulo Henrique Silva disse se sentir “muito privilegiado” por poder trabalhar e levar as pessoas “para conhecer um pouco mais dessa grande obra”.

*Natalia Zimbrão é formada em Jornalismo pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro. É jornalista da ACI Digital desde 2015. Tem experiência anterior em revista, rádio e jornalismo on-line.

Fonte:https://www.acidigital.com/noticia/60577/maior-presepio-a-ceu-aberto-do-mundo-esta-em-grao-mogol-minas-gerais

Antonin: “Em Notre-Dame, eu realmente trabalhei para Deus”

Antonin, trabalhando no canteiro de obras da Igrja Notre-Dame (Opus Dei)

Antonin: “Em Notre-Dame, eu realmente trabalhei para Deus”.

Por ocasião da reabertura da Notre-Dame de Paris no domingo, 8 de dezembro de 2024, oferecemos o testemunho de Antonin, que teve a sorte de trabalhar nesse canteiro de obras único.

10/12/2024

Antonin, você é canteiro de pedras. O que seu trabalho envolve em termos práticos?

Como canteiro especializado em monumentos históricos, trabalho principalmente na restauração de pedras antigas e em projetos de design artístico. Meus clientes geralmente são representantes de monumentos históricos ou galerias que desejam implementar o projeto de um artista, como um brasão de armas.

Você é um dos cerca de 2.000 artesãos que tiveram a chance de trabalhar na reconstrução de Notre-Dame. Como você chegou a participar dessa aventura?

Em janeiro de 2024, eu deveria estar treinando para me tornar um técnico de acesso por corda, mas o curso acabou sendo cancelado. Com uma agenda mais leve, decidi avisar às pessoas que estava disponível, pois já me haviam chamado três vezes para trabalhar no local da Notre-Dame. Por três vezes, tive que recusar, com pesar, é claro, justamente por falta de disponibilidade. Felizmente, houve uma quarta vez, e me convidaram para colaborar na obra. Esse foi o início de uma aventura incrível! Foram dois meses excepcionais, apesar das restrições de segurança muito rigorosas. A atmosfera era fantástica, e conheci pessoas realmente incríveis de diferentes profissões. Às vezes, havia até 400 de nós no local ao mesmo tempo. Além disso, eu nunca tinha visto um lugar tão limpo e bem organizado: parecia uma clínica!

Antonin, trabalhando no canteiro de obras da Igrja Notre-Dame (Opus Dei)

Qual é a diferença entre essa obra e as outras? Qual foi a sensação de contribuir para a construção?

A Notre-Dame é um lugar único para os cristãos de todo o mundo, mas também é um local mítico para nós, artesãos. Poder contemplar o pôr do sol do alto da torre de Notre-Dame, no coração de Paris, é realmente incrível. A emoção que senti ao trabalhar lá foi ainda maior porque, quando cheguei ao local, eu havia sido batizado apenas 6 meses antes - fui batizado na missa de Páscoa de 2023! Assim que comecei a trabalhar em Notre-Dame, fiquei impressionado. Fiquei particularmente impressionado com a enorme estátua de Cristo, abençoando a cidade com suas mãos feridas pelos estigmas, que domina a fachada sul e sob a qual eu estava trabalhando. Realmente me senti como se estivesse ajudando a construir um edifício para Deus, aos pés de Deus.

Pode nos dar uma descrição concreta do seu trabalho em Notre-Dame?

Trabalhei na fachada sul, acima da grande rosácea. Nossa tarefa era reconstruir completamente duas torres de 8 metros de altura em cada lado da pequena rosácea. Para isso, elas tiveram que ser desmontadas, reconstruídas e pré-cortadas no tamanho certo. Em seguida, cada peça foi remontada com o uso de um guindaste, ajustada milimetricamente, antes que eu, como canteiro, fosse recortá-las no local. Foi um trabalho de precisão e paixão, pois cada pedra tinha que ser perfeita.

Antonin, trabalhando no canteiro de obras da Igrja Notre-Dame (Opus Dei)

Como a sua conversão afetou sua forma de trabalhar e os relacionamentos com seus colegas de trabalho?

No canteiro de obras, um católico malgaxe começou a me chamar de “o padre” porque, quando estávamos esperando os guindastes colocarem uma nova pedra, às vezes eu pegava o meu terço. Afinal de contas, estávamos trabalhando para Nossa Senhora! Algumas pessoas às vezes zombavam de mim, mas os malgaxes sempre vinham em minha defesa, dizendo: “Deixem o padre em paz, ele está rezando por nós!” Rezar o terço naquela torre sul, seguindo o caminho do sol ao longo do dia, era incrível!

Minha conversão teve um impacto enorme em meu trabalho. Todas as manhãs, por exemplo, eu peço ajuda a São José, o santo padroeiro dos artesãos. Se eu não rezar, realmente sinto que meu trabalho fica prejudicado. Minha fé também influencia a maneira como trabalho com meus colegas, a quem digo que sou católico e com quem tento compartilhar minha alegria. Explico a eles que saber que não estou sozinho diante da adversidade, mas que sou apoiado por Alguém que está sempre ao meu lado, me ajuda a seguir em frente.

Ouvi dizer que você descobriu recentemente o livro Caminho de São Josemaria. Houve alguma coisa em particular que o tenha impressionado?

Caminho é perfeito para quem trabalha em obras! Ao contrário das longas homilias, que às vezes podem ser difíceis de ler, aqui você encontra frases curtas, francas e diretas que falam ao nosso coração e às vezes nos colocam em nosso lugar. Eu devorei esse livro. Ele me impressionou tanto que decidi comprar outro exemplar e dar de presente a um amigo da obra. Alguns de nós, embora nem todos católicos, ficamos impressionados, logo na primeira página de Caminho, com o ponto em que São Josemaria escreve: Sê homem - esto vir! Isso “devastou” mais de um de nós no canteiro de obras.

Não digas: “Eu sou assim…, são coisas do meu caráter”. São coisas da tua falta de caráter. Sê homem - esto vir. Os pontos sobre o trabalho têm uma ressonância especial em nosso mundo de artesãos: fazer bem a tarefa e encontrar a perfeição na beleza. Para mim, que sou canteiro e, portanto, uma pessoa bastante solitária, descobrir essa dimensão cristã é uma verdadeira vantagem: agora sei que o Senhor está ao meu lado, levando-me ao longo do caminho.

São Josemaria gostava de levar os estudantes ao topo da Catedral de Burgos para lhes mostrar a beleza do trabalho realizado para a glória de Deus. O que isso inspira em você?

Quando você trabalha em igrejas, vê coisas magníficas que são invisíveis para as pessoas na rua. O que fizemos na torre sul é realmente muito bonito, mas não o fizemos para as pessoas, fizemos para Deus. Há realmente algo de graça nisso. Eu também já tive a forte sensação de que estava fazendo meu trabalho com Deus e para Deus: um dia, estava esculpindo o altar-mor na igreja do mosteiro de Saint-Wandrille, enquanto eu trabalhava, os monges estavam cantando a liturgia das horas. Meu trabalho se tornou oração! Eu estava realmente feliz.

Um trabalho humano com raízes divinas

Gostava de subir a uma torre, para que contemplassem os lavores cimeiros, um autêntico rendilhado de pedra, fruto de um trabalho paciente, custoso. Nessas conversas, fazia-os notar que aquela maravilha não se via lá de baixo. E, para materializar o que com repetida frequência lhes havia explicado, comentava-lhes: Assim é o trabalho de Deus, a obra de Deus!: acabar as tarefas pessoais com perfeição, com beleza, com o primor destas delicadas rendas de pedra. Diante dessa realidade que entrava pelos olhos dentro, compreendiam que tudo isso era oração, um diálogo belíssimo com o Senhor. Os que haviam consumido as suas energias nessa tarefa sabiam perfeitamente que das ruas da cidade ninguém apreciaria o seu esforço: era só para Deus. Entendes agora como é que a vocação profissional pode aproximar de Deus? Faze tu o mesmo que aqueles canteiros, e o teu trabalho será também operatio Dei, um trabalho humano com raízes e perfis divinos.

Amigos de Deus, n. 65.

Fonte: https://opusdei.org/pt-br/article/antonin-em-notre-dame-eu-realmente-trabalhei-para-deus/

CRISTANDADE: A oração, os milagres, a virgindade de Maria, a humanidade de Jesus (V)

Menino Jesus, detalhe da Natividade , Andrea Pisano, púlpito da Catedral de Siena

Arquivo 30Giorni nº. 12 - 2011

A oração, os milagres, a virgindade de Maria, a humanidade de Jesus

Bento XVI no Advento e no Natal

Audiência geral
quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

A manjedoura de Belém

Quando ouvimos ou pronunciamos, nas celebrações litúrgicas, este “hoje nasceu para nós o Salvador”, não estamos usando uma expressão convencional vazia, mas queremos dizer que Deus nos oferece “hoje”, agora, a mim, a cada um de nós a possibilidade de reconhecê-lo e acolhê-lo, como fizeram os pastores em Belém, para que também Ele nasça na nossa vida e a renove, ilumine, transforme com a sua Graça, com a sua Presença.

E, ainda São Leão Magno, noutra das suas homilias de Natal, afirmou: «Hoje o autor do mundo foi gerado do ventre de uma virgem: aquele que fez todas as coisas tornou-se filho de uma mulher dele mesmo criado. Hoje a Palavra de Deus apareceu revestida de carne e, embora nunca tivesse sido visível ao olho humano, tornou-se também visivelmente palpável. Hoje os pastores aprenderam pela voz dos anjos que o Salvador nasceu na substância do nosso corpo e da nossa alma” ( Sermo 26, In Nativitate Domini 6, 1: PL 54, 213).

O Natal e a Páscoa são celebrações de redenção. A Páscoa celebra-a como uma vitória sobre o pecado e a morte: marca o momento final, quando a glória do Homem-Deus brilha como a luz do dia; O Natal celebra-o como a entrada de Deus na história, tornando-se homem para reconduzir o homem a Deus: marca, por assim dizer, o momento inicial, quando se vislumbra a luz da aurora. Mas assim como a aurora precede e já anuncia a luz do dia, assim o Natal já anuncia a Cruz e a glória da Ressurreição.

Olhemos para a gruta de Belém: Deus abaixa-se até ser colocado numa manjedoura, o que já é um prelúdio à humilhação na hora da sua paixão. O ápice da história de amor entre Deus e o homem passa pela manjedoura de Belém e pelo túmulo de Jerusalém.

Vivamos o Natal do Senhor contemplando o caminho do imenso amor de Deus que nos elevou a Si através do mistério da Encarnação, Paixão, Morte e Ressurreição do seu Filho, pois - como afirma Santo Agostinho - «em Cristo a divindade do Unigênito, ela participou de nossa mortalidade, para que pudéssemos participar de sua imortalidade" ( Epístola 187, 6, 20: PL 33, 839-840).

Fonte: https://www.30giorni.it/

Na fragilidade do “Menino” está a força do amor de Deus

Um Menino é a resposta de Deus...(Colégio Antônio Vieira)

NA FRAGILIDADE DO “MENINO” ESTÁ A FORÇA DO AMOR DE DEUS

Dom José Gislon
Bispo de Caxias do Sul (RS)

Estimados irmãos e irmãs em Cristo Jesus! Faltam poucos dias para celebrarmos o Santo Natal, e gostaria imensamente de poder apresentar Jesus a vocês, para que vocês pudessem conhecê-lo, acolhê-lo no coração, na vida, na caminhada de fé, na família e na comunidade. Gostaria de apresentar a vocês o príncipe da paz, que traz consigo o poder, a força e o mistério de Deus; mas também o amor, a ternura, a compaixão e a misericórdia do Pai. Alguém dotado dos poderes divinos, porque Filho de Deus, mas que por amor a nós assumiu a condição humana, com toda a sua fragilidade. 

Na fragilidade humana, Jesus experimentou a exclusão, precisou nascer numa gruta porque não tinha lugar para seus pais na hospedaria. Foi colocado numa manjedoura, recém-nascido, porque não tinha um berço para acolhê-lo. E vivendo a experiência da fragilidade humana, pode sentir e valorizar o amor, o carinho e a ternura de uma família. Uma família em condições muito limitadas, do ponto de vista econômico, mas enriquecida pela graça de Deus, porque na simplicidade não deixou faltar o amor, soube acolher e proteger a vida, mesmo em condições difíceis.   

O tempo que antecede o Natal é marcado por uma espera, que acaba contagiando as crianças e também aqueles que já foram crianças um dia. Mas quem não se comove, diante da fragilidade e do olhar de uma criança? Talvez por isso, Deus na sua infinita sabedoria escolheu manifestar-se ao mundo de um jeito tão frágil, para poder tocar os corações endurecidos pela indiferença, a violência e a carência do amor solidário, que é capaz de olhar para um horizonte muito mais amplo, que vai além dos próprios pés.   

O que pode nos manter vigilantes, a não ser a espera e o desejo de ver algo que julgamos importante para a nossa vida? Talvez na imaginação de uma criança não exista nada de mais bonito ou mais difícil, e ao mesmo tempo mais excitante e angustiante que esperar. Quantos pequeninos fazem neste tempo a pergunta aos seus pais e avós: Quando é o Natal? 

Nós, adultos, temos ainda a capacidade de alimentar o sonho da espera e da esperança das nossas crianças? Ou nos esvaziamos completamente do mistério e daquela “magia” contagiosa do Natal? E quem sabe tenhamos deixado morrer dentro de nós a capacidade de nos encantar, de sonhar e nos alegrar com a mensagem do Natal. Corremos o risco de negar às crianças o direito de conhecerem a beleza e a força do amor, presente na mensagem da Festa do Natal. Nos contentamos em dar alguns brinquedos aos pequeninos, como costumamos fazer quase que rotineiramente, mas esquecemos que o Natal é uma mensagem de amor, de esperança e de compromisso com a vida, através do gesto de amor do Pai. 

Desejo a você e a sua família, um feliz e abençoado Natal. 

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Padre Edvino Sicuro: A luz do Natal é você, quando sua vida ilumina

Natal - presépio (Vatican News)

“A fraternidade em vez de egoísmo, a simplicidade em vez de orgulho, a paz em vez de violência, o acolhimento em vez da exclusão, amor que vence o ódio, o poder que sabe servir, a ternura de um Deus apaixonado, que deseja refazer em nós a sua imagem e semelhança, para renovar a face da terra”.

Padre Edvino Sicuro

Celebraremos novamente o Natal e, mais uma vez, sentimos que a mensagem dos anjos, na Noite, aos pastores não foi compreendia ainda pela humanidade. A paz ainda não reina entre os homens de boa vontade, pois a cada dia uma nova guerra eclode em nosso planeta. Todavia, nós cristãos somos “gente da esperança” e acreditamos que um dia a paz reinará.

Para isso continuaremos a rezar e começar a espalhar o amor onde estivermos porque o Natal nos convida a celebrar: “A fraternidade em vez de egoísmo, a simplicidade em vez de orgulho, a paz em vez de violência, o acolhimento em vez da exclusão, amor que vence o ódio, o poder que sabe servir, a ternura de um Deus apaixonado, que deseja refazer em nós a sua imagem e semelhança, para renovar a face da terra”.

Talvez estejamos cansados das ideologias e teorias que não constroem o mundo novo como propagam. Chegou o momento de passarmos à prática, como nos diz a Carta de Tiago: “Sejam praticantes da Palavranão apenas ouvintes” (Tg 1, 22).

Viver no dia-a-dia o Evangelho do Amor, semear a paz e ver Jesus sobretudo nos mais necessitados, partilhando com eles o que somos e temos. E como bem disse a mensagem distribuída no Colégio Sagrada Família:  o Natal será você quando decide nascer de novo, deixando Deus penetrar sua vida; Os enfeites de Natal são você quando embeleza o mundo com seus gestos de amor! A luz do Natal é você, quando sua vida ilumina e dissipa as trevas da violência, maldade e agressividade humanas! Os anjos do Natal são você, quando se propõe a cantar a grandeza e a beleza de Deus! A estrela de Natal é você, quando a bondade estiver escrita em seu coração! A noite de Natal é você, quando humilde e consciente recebe o Salvador, no silêncio! O presépio de Natal é você, quando perdoa, acolhe e devolve a paz, quando sacia a fome dos empobrecidos. Quando estende a mão para acolher e proteger!”

Repasso essa mensagem porque ela marcou muito minha vida e tenho procurado viver seguindo essas sugestões. Espero que seja útil também para todos.

Que Deus nos abençoe e façamos de cada dia do Ano Novo um eterno Natal.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

sexta-feira, 20 de dezembro de 2024

Das Homilias em louvor da Virgem Mãe, de São Bernardo, abade

Anunciação (Portal Divina Misericórdia)

Das Homilias em louvor da Virgem Mãe, de São Bernardo, abade

(Hom. 4,8-9: Opera omnia, Edit. Cisterc. 4, [1966], 53-54)

(Séc. XII)

O mundo inteiro espera a resposta de Maria

Ouviste, ó Virgem, que vais conceber e dar à luz um filho, não por obra de homem – tu ouviste – mas do Espírito Santo. O Anjo espera tua resposta: já é tempo de voltar para Deus que o enviou. Também nós, Senhora, miseravelmente esmagados por uma sentença de condenação, esperamos tua palavra de misericórdia.

Eis que te é oferecido o preço de nossa salvação; se consentes, seremos livres. Todos fomos criados pelo Verbo eterno, mas caímos na morte; com uma breve resposta tua seremos recriados e novamente chamados à vida.

Ó Virgem cheia de bondade, o pobre Adão, expulso do paraíso com a sua mísera descendência, implora a tua resposta; Abraão a implora, Davi a implora. Os outros patriarcas, teus antepassados, que também habitam a região da sombra da morte, suplicam esta resposta. O mundo inteiro a espera, prostrado a teus pés.

E não é sem razão, pois de tua palavra depende o alívio dos infelizes, a redenção dos cativos, a liberdade dos condenados, enfim, a salvação de todos os filhos de Adão, de toda a tua raça.

Apressa-te, ó Virgem, em dar a tua resposta; responde sem demora ao Anjo, ou melhor, responde ao Senhor por meio do Anjo. Pronuncia uma palavra e recebe a Palavra; profere a tua palavra e concebe a Palavra de Deus; dize uma palavra passageira e abraça a Palavra eterna.

Por que demoras? Por que hesitas? Crê, consente, recebe. Que tua humildade se encha de coragem, tua modéstia de confiança. De modo algum convém que tua simplicidade virginal esqueça a prudência. Neste encontro único, porém, Virgem prudente, não temas a presunção. Pois, se tua modéstia no silêncio foi agradável a Deus, mais necessário é agora mostrar tua piedade pela palavra.

Abre, ó Virgem santa, teu coração à fé, teus lábios ao consentimento, teu seio ao Criador. Eis que o Desejado de todas as nações bate à tua porta. Ah! se tardas e ele passa, começarás novamente a procurar com lágrimas aquele que teu coração ama! Levanta-te, corre, abre. Levanta-te pela fé, corre pela entrega a Deus, abre pelo consentimento. Eis aqui, diz a Virgem, a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra (Lc 1,38).

Fonte: https://liturgiadashoras.online/

Presidência da CNBB divulga mensagem de Natal: “Tempo de Renovar a Esperança”

O Presépio (CNBB)

Presidência da CNBB divulga mensagem de Natal: “Tempo de Renovar a Esperança”

A Presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou sua Mensagem de Natal com o convite a “renovar a esperança”. Olhando o contexto atual, “marcado por conflito, injustiça e morte”, os bispos veem o Natal como inspiração para reafirmar valores evangélicos fundamentais: a conversão, a paz, a justiça e a solidariedade.

Com o Natal, afirmam os bispos, Deus ensina “que, mesmo em meio às dores e desafios, há sempre uma luz que aponta o caminho: “Nasceu-nos um menino, um filho nos foi dado” (Is 9,5). Ele é nosso Salvador e Redentor; é a Paz oferecida aos homens e mulheres de boa vontade (Lc 2,14)”.

No texto, são recordados alguns temas importantes na atuação da Conferência Episcopal, como o respeito à vida e a dignidade da pessoa humana desde a concepção até seu fim natural; os clamores dos povos indígenas e tradicionais; e a proteção da vida de lideranças comunitárias e de mulheres, jovens e pessoas em situação de vulnerabilidade. Os bispos também lançam o olhar para os desafios climáticos, para a necessidade de reafirmar o valor da democracia e do Estado Democrático de Direito e para o mundo do trabalho.

Na mensagem, há o convite é à solidariedade:

“O Natal expressa a solidariedade de Deus para com a humanidade. Esta solidariedade nos inspira a olhar com amor para os idosos, doentes, encarcerados, crianças sem lar, migrantes e pobres. Cada gesto de amor e cuidado é uma semente de esperança e uma oportunidade para construir um Brasil mais justo e fraterno, completamente livre da fome”, afirmam os bispos.

Às vésperas da abertura do Jubileu Ordinário de 2025, os bispos ressaltam a esperança, escolhida pelo Papa Francisco como tema do Ano Santo:

“A estrela do Natal e o Papa Francisco nos convidam a “esperançar” nosso povo, de forma dinâmica e não passiva, promovendo a vida em todas as suas formas e dimensões. A simplicidade do presépio nos recorda nossa vocação e missão: cuidar uns dos outros, como guardiães, e colaborar na construção de um mundo onde a paz seja o fundamento das relações e o diálogo amoroso ilumine as escolhas e decisões”.

Os bispos motivam iniciar o Jubileu de 2025, “como cultivadores diligentes das sementes do Evangelho, para que fermente na humanidade a espera confiante de novos céus e nova terra”.

Confira a mensagem na íntegra [baixe em PDF]:

É Natal! Tempo de renovar a esperança!

Deus assumiu rosto humano, deixando-se envolver pelos panos da fragilidade e nos convidando a contemplar a grandeza do amor na simplicidade da manjedoura. Ele nos ensina que, mesmo em meio às dores e desafios, há sempre uma luz que aponta o caminho: “Nasceu-nos um menino, um filho nos foi dado” (Is 9,5). Ele é nosso Salvador e Redentor; é a Paz oferecida aos homens e mulheres de boa vontade (Lc 2,14).

Neste tempo marcado por conflito, injustiça e morte, o Natal nos inspira a reafirmar valores evangélicos fundamentais: a conversão, a paz, a justiça e a solidariedade. Natal é festa da vida e da família. Por isso, é tempo de trabalhar por um mundo em que cada pessoa tenha sua vida e dignidade respeitadas, e suas necessidades atendidas, desde sua concepção até seu fim natural.

No Brasil, os clamores de muitos povos chegam aos céus. Os povos indígenas e tradicionais nos lembram da importância de cuidar da terra e de honrar nossa dívida histórica. Precisamos construir um futuro sustentável, solidário e que garanta o bem viver a todos. A convivência no campo deve ser pautada pela fraternidade, e não por conflitos. Proteger a vida de lideranças comunitárias, mulheres, jovens e pessoas em situação de vulnerabilidade é essencial para construir um país que valorize e promova a dignidade humana.

Os desafios climáticos e sociais nos chamam à ação. A Casa Comum, nosso lar, pede cuidado urgente. Cada gesto de proteção ao meio ambiente e aos nossos irmãos e irmãs mais necessitados é um testemunho concreto do amor de Deus que habita em nosso meio.

É fundamental reafirmar o valor da democracia e do Estado de Direito. Os episódios recentes, que tentaram desestabilizar nossas instituições, são inaceitáveis. Eles nos alertam para o compromisso com a justiça, o diálogo e a paz social. Defender a democracia é defender o amor ao Brasil e aos valores que sustentam uma convivência harmoniosa e plural, mas sempre pautada na Constituição Federal. O verdadeiro patriotismo está em proteger os direitos de todos, especialmente dos mais vulneráveis, construindo juntos um futuro de esperança.

O mundo do trabalho, base para a dignidade humana, precisa de atenção especial. Que possamos buscar um modelo de economia que valorize e inclua, onde cada pessoa tenha oportunidades dignas de sustento e realização.

O Natal expressa a solidariedade de Deus para com a humanidade. Esta solidariedade nos inspira a olhar com amor para os idosos, doentes, encarcerados, crianças sem lar, migrantes e pobres. Cada gesto de amor e cuidado é uma semente de esperança e uma oportunidade para construir um Brasil mais justo e fraterno, completamente livre da fome.

A estrela do Natal e o Papa Francisco nos convidam a “esperançar” nosso povo, de forma dinâmica e não passiva, promovendo a vida em todas as suas formas e dimensões. A simplicidade do presépio nos recorda nossa vocação e missão: cuidar uns dos outros, como guardiães, e colaborar na construção de um mundo onde a paz seja o fundamento das relações e o diálogo amoroso ilumine as escolhas e decisões.

Como “Peregrinos de Esperança”, iniciemos o Jubileu da Encarnação de Nosso Senhor, como cultivadores diligentes das sementes do Evangelho, para que fermente na humanidade a espera confiante de novos céus e nova terra.

Que Nossa Senhora Aparecida reavive em nós a chama da caridade e prepare o nosso coração para acolher seu Filho, Jesus Cristo, Luz das nações e Príncipe da paz!

Feliz Natal e um Ano Novo pleno de esperança, paz e fraternidade!

Cardeal Jaime Spengler
Arcebispo da Arquidiocese de Porto Alegre – RS
Presidente da CNBB

Dom João Justino de Medeiros Silva
Arcebispo da Arquidiocese de Goiânia – GO
1º Vice-Presidente da CNBB

Dom Paulo Jackson Nóbrega de Sousa
Arcebispo da Arquidiocese de Olinda e Recife – PE
2º Vice-Presidente da CNBB

Dom Ricardo Hoepers
Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Brasília – DF
Secretário-Geral da CNBB

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Números da verdade: este é o bem que a Igreja Católica faz na Espanha

Relatório Anual De Atividades Da Igreja Católica Na Espanha Correspondente Ao Ano De 2023 Foto: Conferência Episcopal Espanhola

Números da verdade: este é o bem que a Igreja Católica faz na Espanha (missas, educação, caridade e poupança para o governo)

A Igreja Católica poupa ao Estado 4,6 mil milhões de euros e cria quase 90 mil empregos. Quase 4 milhões de pessoas são atendidas nos centros sociais e assistenciais da Igreja Católica.

17 DE DEZEMBRO DE 2024 22:43 ZENIT IGREJA LOCAL EDITORIAL

(ZENIT News / Madrid, 17/12/2024).- A Conferência Episcopal Espanhola (CEE) apresentou o Relatório Anual das atividades da Igreja Católica na Espanha correspondente ao ano de 2023. Documento elaborado pelo Escritório de Transparência para dar conta do destino dos 382.437.998 euros que os contribuintes atribuíram à Igreja Católica ao assinalarem o 2023).

Fiéis ao seu compromisso com estes colaboradores e com toda a sociedade, estas páginas mostram também o verdadeiro rosto da Igreja, dando a conhecer a sua estrutura e a atividade que desenvolve no âmbito dos seus próprios propósitos: anunciar, celebrar e viver a fé. .

O avanço na recolha de dados – 330 indicadores – é agora viável graças aos avanços ocorridos nos últimos anos nos sistemas de contabilidade e prestação de contas das entidades eclesiais, no desenvolvimento de códigos de boa governação ou na aplicação de novas tecnologias na gestão diocesana.

Como habitualmente, o Relatório é publicado com o aval de um processo de revisão externa assinado pela PWC.

A estrutura

O Relatório de Atividades da Igreja está dividido em cinco partes: Introdução; A Igreja Católica na Espanha; Alocação e distribuição de impostos; A economia diocesana; e Anexos (está detalhado todo o processo de elaboração da informação contida neste Relatório).

Os dados

Que pessoas constituem a Igreja Católica? O capítulo dedicado à Igreja Católica abre respondendo a esta pergunta. Esta secção recolhe também dados quantitativos sobre a atividade da Igreja dividida em três blocos: anunciar a fé, celebrar a fé e viver a fé.

Em relação a esses dados, pode-se dizer que são todos os que existem, mas não são todos os que existem. Porque, como deixa claro o documento, “apresentar numa publicação a contribuição total da Igreja em favor da sociedade é uma tarefa praticamente impossível”. Com estas páginas “a atividade da Igreja e a sua contribuição social não se esgotam”.

Este Relatório apresenta informações sobre as quais existem dados certos e verificáveis. 330 indicadores que nos permitem fazer uma radiografia da Igreja em Espanha, articulada e presente em 69 dioceses territoriais e na diocese militar.

Quem constitui a Igreja na Espanha?

–  Milhões de leigos. 80 associações e movimentos leigos estão registrados com 407.563 associados leigos; 81.080 catequistas; 36.686 professores de religião.

–  Na vida religiosa existem 32.531 religiosos. Além disso, 7.664 monges e freiras de clausura estão enclausurados;

–  9.932 missionários;

–  957 seminaristas;

–  587 diáconos permanentes;

–  15.285 sacerdotes e 119 bispos.

Relatório Anual De Atividades Da Igreja Católica Na Espanha Correspondente Ao Ano De 2023 Foto: Conferência Episcopal Espanhola

Anuncie a fé:

– Os padres dedicaram mais de 26.962.740 horas ao seu trabalho nas paróquias. Através da atividade pastoral, são responsáveis ​​por acompanhar os fiéis nos momentos essenciais da sua vida. Um trabalho que se intensifica nas zonas rurais, onde se situa a maioria das freguesias do nosso país (11.437 freguesias rurais).

– Trabalho educativo: 

1.498.182 alunos estudam nos 2.536 centros educativos católicos, que contam com 135.311 trabalhadores. Estes centros representam uma poupança de 4.604 milhões de euros para o Estado.

2.940.793 alunos estão matriculados na disciplina de Religião. No ano letivo 2023-2024, houve um aumento de 8.503 alunos de graduação em relação ao ano anterior (122.701 no total) nas 17 universidades de orientação católica, onde estudam 58% dos alunos de graduação de universidades privadas presenciais. .

–  Missões :

9.932 missionários e 537 famílias em missão anunciam a fé nos 1.123 territórios em missão nos cinco continentes. Destaca-se que 56% são mulheres e 57% são consagrados e consagradas. Em 2023, o Fundo “Nova Evangelização” aumentou o número de projetos financiados, 258 no valor de 2.521.856 euros.

–  Património cultural :

Além da sua finalidade litúrgica, evangelizadora e pastoral, a atividade que gera tem um impacto total no PIB espanhol de 22,62 mil milhões de euros. 3.161 Bens de Interesse Cultural (BIC) pertencem à Igreja e existem 283 museus diocesanos. Em 2023, as dioceses espanholas destinaram 66.773.094 euros a 573 projetos de construção, conservação e reabilitação.

Celebre a fé:

–   Em 2023,  8,2 milhões assistiram regularmente à missa  e 9,5 milhões de eucaristias foram celebradas   nas  22.921 paróquias ,  87 catedrais  ou  639 santuários .

– Sacerdotes, consagrados e leigos dedicaram  45.555.429 horas à atividade celebrativa da Igreja .

–  Os sacramentos :  o número de batismos  com 152.426;  confirmações , 107.153;  casamentos , 33.500; e  unções dos enfermos , 26.120

418  Celebrações e festas religiosas em Espanha:  (Semana Santa, peregrinações, Corpus Christi, etc.) foram declaradas de interesse turístico nacional e internacional

97 Festas religiosas de interesse turístico nacional:  (Semana Santa em Ponferrada, Granada, Almería...).

46 Festas religiosas de interesse turístico internacional:  (Semana Santa em Cieza, Valladolid, Zamora, Romería del Rocío...)

167  festividades da Semana Santa  declaradas de interesse turístico  

Outros dados:  14.576 entidades religiosas católicas  e  5.332 irmandades com mais de um milhão de irmãos .

Relatório Anual De Atividades Da Igreja Católica Na Espanha Correspondente Ao Ano De 2023 Foto: Conferência Episcopal Espanhola

Viva a fé:

A Igreja lidera iniciativas em áreas fundamentais como a promoção do emprego, a defesa da vida e da família e o apoio às mulheres em situação de exclusão.

Em 2023, a Igreja Católica geriu 162 centros de promoção da mulher e de apoio às vítimas de violência, prestando assistência a mais de 38 mil beneficiários.

Com 874 capelães e 18.581 voluntários ativos, o ministério da saúde acompanhou 98.447 pacientes em hospitais e 65.516 em domicílios todos os meses. Na esfera penitenciária, a Igreja geriu 1.069 programas dentro e fora da prisão, promovendo a reintegração social e económica dos beneficiários. Neste sentido, a rede de 230 centros dedicados à defesa da vida e da família serviu cerca de 85 mil beneficiários, oferecendo apoio integral a mães em situação de vulnerabilidade, famílias em crise e menores em risco.

Em termos de imigração, a Igreja Católica em Espanha continua a ser um apoio essencial para pessoas em situação de vulnerabilidade. Durante 2023, mais de 120 mil pessoas foram atendidas em 132 centros dedicados à recepção e acompanhamento de migrantes e refugiados. Estes espaços prestavam serviços essenciais como orientação social, acesso ao mercado de trabalho e habitação, assistência jurídica e apoio em centros de detenção para estrangeiros.

O compromisso

O Relatório de Atividades nasceu após a assinatura, em 2006, do atual sistema de repartição de impostos entre a nunciatura apostólica e o Ministério dos Negócios Estrangeiros e Cooperação. A partir desse momento, a Igreja recebe para seu sustento apenas o que os contribuintes decidirem destinar anualmente na sua Declaração de Imposto de Renda, através de 0,7% da sua cota integral.

Desde então, a CEE cumpre o compromisso que adquiriu com o Estado de melhorar o relatório de suporte que já era realizado com o anterior sistema de financiamento. Mas, além disso, quer que este compromisso se estenda a cada um dos contribuintes que todos os anos depositam a sua confiança na Igreja, colocando o X na sua Declaração.

Por esta razão, desde a apresentação do primeiro Relatório em 2009 (correspondente ao exercício de 2007), a informação contida nestas páginas aumentou de 77 indicadores ou dados para mais de 300.

A Igreja Católica ajuda cerca de 4 milhões de pessoas por ano com as suas atividades sociais e assistenciais.

– Este trabalho inclui a atividade da Cáritas e das Mãos Unidas através de cozinhas comunitárias, lares de idosos, centros para vítimas de violência, assistência a imigrantes ou, mais recentemente, a ajuda prestada por ocasião da DANA em Valência .

– Cada euro investido através da dotação fiscal é multiplicado por quatro em valor social, atingindo 1.428 milhões de euros anuais . A Igreja Católica é um dos principais pilares do tecido social espanhol. Isto reflete-se no Relatório Anual de Atividades apresentado pela Conferência Episcopal Espanhola (CEE), que destaca que, em 2023 (últimos dados publicados), mais de 8.800 centros sociais e assistenciais, geridos por dioceses, paróquias e organizações como Cáritas e Manos Unidas, ofereceram apoio a mais de  3,8 milhões de pessoas  (90 mil em relação ao ano anterior).

Este trabalho inclui a atividade da Cáritas e das Mãos Unidas através de cozinhas comunitárias, lares de idosos, centros para vítimas de violência, assistência aos imigrantes ou, mais recentemente, a ajuda prestada por ocasião da DANA em Valência, onde a Igreja mobilizou cerca de 600 voluntários acompanhar e atender às necessidades imediatas de alimentação, higiene e limpeza, além de canalizar a ajuda que chegava de diversos lugares e meios; no total 42.809.752 milhões de euros com os quais espera servir mais de 20.000 pessoas.

CADA EURO DA ALOCAÇÃO DE IMPOSTO É MULTIPLICADO POR QUATRO

No documento, elaborado pelo Gabinete de Transparência da CEE, a Igreja dá conta do destino, entre outras rubricas, dos 382 milhões de euros que os mais de 8,5 milhões de contribuintes destinaram à Igreja Católica ao assinalar o Rendimento de 2024 Declaração Fiscal (ano fiscal de 2023) que estima que, por cada euro investido através da  dotação fiscal, é multiplicado por quatro em valor social , atingindo 1.428 milhões euros anualmente.

A Igreja lidera iniciativas em áreas fundamentais como a promoção do emprego, a defesa da vida e da família e o apoio às mulheres em situação de exclusão. Em 2023, a Igreja Católica geriu 646 centros de  promoção da mulher e de apoio às vítimas de violência , prestando assistência a mais de 38 mil beneficiários. Além disso, mais de 2.800 programas ajudaram pessoas em risco de exclusão, incluindo acompanhamento espiritual e humano através de 96 abrigos.

Relatório Anual De Atividades Da Igreja Católica Na Espanha Correspondente Ao Ano De 2023 Foto: Conferência Episcopal Espanhola

Com 874 capelães e 18.581 voluntários ativos, o ministério da saúde atendeu  98.447 pacientes em hospitais  e 65.516 em domicílios todos os meses. No âmbito penitenciário, a Igreja geriu 1.064 programas que beneficiaram mais de 10.000 pessoas, promovendo a sua reinserção social e económica.  Neste sentido, a rede de 230 centros dedicados à defesa da vida e da família serviu cerca de 85 mil beneficiários, oferecendo apoio integral a mães em situação de vulnerabilidade, famílias em crise e menores em risco.

Em termos de imigração, a Igreja Católica em Espanha continua a ser um apoio essencial para pessoas em situação de vulnerabilidade. Durante 2023, mais de 120 mil pessoas foram atendidas em 132 centros dedicados à recepção e acompanhamento de migrantes e refugiados. Estes espaços prestavam serviços essenciais como orientação social, acesso ao mercado de trabalho e habitação, assistência jurídica e apoio em centros de detenção para estrangeiros.

No âmbito pastoral, os sacerdotes dedicaram mais de 27 milhões de horas ao acompanhamento espiritual dos fiéis, especialmente nas 11.437 paróquias rurais, “onde se encontra a maioria das paróquias do nosso país e onde o acompanhamento de sacerdotes e agentes de pastoral se torna ainda mais necessário”. .”

UMA ECONOMIA PARA O ESTADO DE 4.604 MILHÕES DE EUROS

O documento destaca também o impacto económico gerado pela Igreja em Espanha e estima que  impacta diretamente a geração de 2.375 milhões de euros de PIB  e que, por cada euro de despesa da Igreja, para cumprir a sua missão pastoral, social e cultural , 1,65 euros são gerados na economia espanhola.

A avaliação do impacto socioeconómico da Igreja em Espanha elaborada pela Deloitte e apresentada no documento, destaca ao mesmo tempo o seu papel como motor de criação de emprego, contribuindo diretamente para a criação de mais de  52.000 empregos e mais de 34.000 empregos indiretos. aqueles . Uma figura que vai desde pessoal educativo e de saúde até trabalhadores de iniciativas sociais e culturais.

A atividade desenvolvida pela Igreja no campo educativo também impacta a economia do nosso país. O documento calcula que o sistema católico, com mais de 1,4 milhões de estudantes e 2.536 centros, gera uma  poupança estimada de 4.604 milhões de euros ao Estado  (mais 9% face ao mesmo período do ano anterior) devido à eficiência na gestão de despesas nos centros e a baixa dotação dos concertos em comparação com a educação pública.

Igreja Católica poupa ao Estado 4,6 mil milhões de euros e cria quase 90 mil empregos

– Os dados do Relatório Anual de Atividades confirmam o papel da Igreja Católica como criadora de riqueza

– Por cada euro gasto nas suas atividades, são gerados 1,65€ na economia espanhola .

– O gasto da atividade da igreja diocesana é de 1.428 milhões de euros, 4 vezes mais em relação ao que é contribuído pela dotação fiscal .

A  atividade da Igreja Católica em Espanha vai muito além do espiritual. Isto reflete-se no último Relatório Anual de Atividades, publicado hoje pela Conferência Episcopal Espanhola (CEE), que estima, segundo os dados mais recentes, que  impacta diretamente a geração de 2.375 milhões de euros de PIB  e que, por cada euro de despesa pela Igreja, para cumprir a sua missão pastoral, social e cultural, são gerados 1,65€ na economia espanhola.

Além do impacto económico da Igreja em Espanha, a avaliação do impacto socioeconómico da Igreja em Espanha elaborada pela Deloitte incluída no documento, destaca o seu papel como motor de geração de emprego, contribuindo diretamente para a criação de mais de  52.000 empregos e mais 34 mil indiretos . Uma figura que vai desde pessoal educativo e de saúde até trabalhadores de iniciativas sociais e culturais.

UMA ECONOMIA PARA O ESTADO DE 4.604 MILHÕES DE EUROS

A atividade desenvolvida pela Igreja no campo educativo também impacta a economia do nosso país. O documento calcula que o sistema católico, com mais de 1,4 milhões de estudantes e 2.536 centros, gera uma  poupança estimada de 4.604 milhões de euros ao Estado  (mais 9% face ao mesmo período do ano anterior) devido à eficiência na gestão de despesas nos centros e a baixa dotação dos concertos em comparação com a educação pública.

Fonte: https://es.zenit.org/2024/12/17/numeros-de-la-verdad-este-es-el-bien-que-hace-la-iglesia-catolica-en-espana-misas-educacion-caridad-y-ahorro-al-gobierno/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF