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segunda-feira, 11 de maio de 2020

Identificando a Igreja que é “coluna e fundamento da Verdade” (Parte 2/5): ponto 2


Apologética

2. A VERDADE E O ERRO SÃO INCOMPATÍVEIS
Encontramos na Escritura como a Verdade e o erro são completamente opostos e se excluem mutuamente, isto é, não se pode sustentar a verdade sobre uma coluna de erro. Uma instituição cheia de erros não pode guiar firmemente e estabelecer a Verdade, sob pena de contradizer as Escrituras:
  • “O que diz a verdade manifesta a justiça, mas a falsa testemunha diz o engano” (Provérbios 12,17).
  • “‘E encurvam a língua como se fosse o seu arco, para a mentira; fortalecem-se na terra, mas não para a verdade; porque avançam de malícia em malícia, e a mim não me conhecem’, diz o Senhor” (Jeremias 9,3).
  • “‘Vós tendes por pai ao diabo, e quereis satisfazer os desejos de vosso pai. Ele foi homicida desde o princípio, e não se firmou na verdade, porque não há verdade nele. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso, e pai da mentira'” (João 8,44).
  • “E vos revistais do novo homem, que segundo Deus é criado em verdadeira justiça e santidade. Por isso deixai a mentira, e falai a verdade cada um com o seu próximo; porque somos membros uns dos outros” (Efésios 4,24-25).
  • “Não vos escrevi porque não soubésseis a verdade, mas porque a sabeis, e porque nenhuma mentira vem da verdade” (1João 2,21).
  • “E a unção que vós recebestes dele, fica em vós, e não tendes necessidade de que alguém vos ensine; mas, como a sua unção vos ensina todas as coisas, e é verdadeira, e não é mentira, como ela vos ensinou, assim nele permanecereis” (1João 2,27).
Conforme estas citações, a verdade e o erro ou a mentira são coisas totalmente opostas e jamais uma mentira pode provir de uma verdade, de modo que é biblicamente impossível falar que Paulo irá ensinar que uma Igreja falsa, mentirosa, cheia de erros doutrinários, poderá guiar e manter o povo na Verdade.
Assim entendido, deduzimos que a instituição escolhida por Cristo para guiar o seu Povo e manifestá-Lo deve ser uma instituição infalível, livre de todo erro doutrinário, embora composta por seres humanos, como São Paulo nos indica alguns versículos antes:
  • “Esta é uma palavra fiel: se alguém deseja o episcopado, excelente obra deseja. Convém, pois, que o bispo seja irrepreensível, marido de uma mulher, vigilante, sóbrio, honesto, hospitaleiro, apto para ensinar; não dado ao vinho, não espancador, não cobiçoso de torpe ganância, mas moderado, não contencioso, não avarento; que governe bem a sua própria casa, tendo seus filhos em sujeição, com toda a modéstia (porque, se alguém não sabe governar a sua própria casa, terá cuidado da igreja de Deus?); não neófito, para que, ensoberbecendo-se, não caia na condenação do diabo. Convém também que tenha bom testemunho dos que estão de fora, para que não caia em afronta e no laço do diabo. Da mesma sorte os diáconos sejam honestos, não de língua dobre, não dados a muito vinho, não cobiçosos de torpe ganância; guardando o mistério da fé numa consciência pura. E também estes sejam primeiro provados, depois sirvam, se forem irrepreensíveis. Da mesma sorte as esposas sejam honestas, não maldizentes, sóbrias e fiéis em tudo. Os diáconos sejam maridos de uma só mulher, e governem bem a seus filhos e suas próprias casas” (1Timóteo 3,1-12).
Esta instituição, denominada “Casa de Deus”, é formada por homens, os quais devem se comportar de maneira correta e cumprir uma série de regras disciplinares que a própria Casa estabeleceu. Estas pautas são dadas por São Paulo, como a que consta no versículo 13:
  • “Porque os que servirem bem como diáconos, adquirirão para si uma boa posição e muita confiança na fé que há em Cristo Jesus” (1Timóteo 3,13).
Isso nos ensina que a Casa é regida, governada, possui uma hierarquia que se encarrega de orientar, guiar, manter o povo, assim como no lugar onde Deus se manifesta, e é por isso que tudo deve ser realizado em ordem e com normas específicas.
Enxergamos então o contraste que este terceiro capítulo da 1ª Carta a Timóteo faz entre a infalibilidade da Igreja e como é formada por seres humanos que possuem uma natureza pecadora, que podem cair no pecado; porém, não significa que esse pecado pessoal destrói os fundamentos, as fundações da Igreja de Cristo. Por isso, é necessário agora abordarmos um terceiro ponto, em que se verão outros textos que ajudarão a compreender muito melhor este, de forma que restará demonstrado onde se encontra a autoridade infalível do cristão, assim como que a referida autoridade não se corrompe pelo pecado (já que suas fundações estão cheias de pecadores, mas infalíveis).
Veritatis Splendor

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Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF