Em sua reflexão, antes da oração do Angelus em Castel
Gandolfo, Leão XIV lembrou que “agir na verdade custa, porque no mundo há quem
escolha a mentira” e convidou os fiéis “a não responder à prepotência com
vingança”.
Thulio Fonseca - Vatican News
Após presidir a Santa Missa em Albano Laziale na manhã
deste domingo, 17 de agosto, o Papa Leão XIV dirigiu-se à Piazza della Libertà,
em Castel Gandolfo, onde cumpre o seu período de descanso estivo, para
encontrar milhares de fiéis e peregrinos e rezar com eles a oração mariana do
Angelus.
Na sua meditação, o Santo Padre comentou o Evangelho do XX
Domingo do Tempo Comum (cf. Lc 12, 49-53), sublinhando que a missão de Cristo e
a dos seus discípulos não está livre de contradições: “Hoje, o Evangelho
apresenta-nos um texto exigente, no qual, com imagens fortes e grande
franqueza, Jesus diz aos discípulos que a sua missão, e também a dos que o
seguem, não é só ‘um mar de rosas’, mas é ‘sinal de contradição’ (cf. Lc 2,
34).”
Em seguida, o Papa recordou que a própria vida de Jesus é
marcada pela rejeição e perseguição, apesar da mensagem de amor e justiça que
anunciava. Assim também viveram as primeiras comunidades cristãs descritas nos
Atos dos Apóstolos, pacíficas mas alvo de hostilidade.
Perseverança na verdade
O Pontífice destacou que o bem nem sempre encontra
acolhimento, mas pode gerar resistência e perseguição. Por isso, exortou à
perseverança:
“Agir segundo a verdade tem um
custo, porque no mundo há quem opte pela mentira e porque o diabo,
aproveitando-se disso, muitas vezes procura impedir a ação dos bons. Jesus,
porém, convida-nos, com a sua ajuda, a não desistir e a não nos conformarmos
com esta mentalidade, mas a continuar a agir em prol do nosso bem e do bem de
todos, mesmo de quem nos faz sofrer. Ele convida-nos a não responder à
prepotência com a vingança, mas a permanecer fiéis à verdade na caridade. Os
mártires dão testemunho disso derramando o seu sangue pela fé, mas também nós,
em circunstâncias diferentes e de outro modo, os podemos imitar.”
O testemunho quotidiano
Leão XIV recordou que seguir a verdade exige sacrifícios
também na vida cotidiana. Pais que educam os filhos, professores que formam
seus alunos, profissionais e políticos que agem com honestidade: todos são
chamados a pagar o preço da coerência evangélica, e evocou as palavras de
Santo Inácio de Antioquia, que a caminho do martírio em Roma escreveu:
"Não quero que sejais estimados pelos homens, mas
por Deus; Prefiro morrer em Cristo Jesus a reinar sobre todos os confins da
terra."
Por fim, o Santo Padre confiou todos à proteção de Nossa
Senhora: “Peçamos a Maria, Rainha dos Mártires, que nos ajude a ser, em todas
as circunstâncias, testemunhas fiéis e corajosas do seu Filho, e sustenha os
nossos irmãos e irmãs que hoje sofrem pela fé,” concluiu.
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