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terça-feira, 7 de dezembro de 2021

O significado das cores na Liturgia Católica

Guadium Press
As cores litúrgicas basicamente são quatro: o branco, o vermelho, o verde e o roxo. Além destas, há quatro outras que são opcionais, podendo ser utilizadas em circunstâncias especiais.

Redação (06/12/2021 16:42, Gaudium Press) A Liturgia da Igreja Católica é cheia de histórias e simbolismos. Cada detalhe tem uma razão de ser. Nada está ali por acaso. É o que se pode notar nas cores dos paramentos sagrados, que variam de acordo com o tempo litúrgico e as comemorações diárias dos Santos de cada dia.

De acordo com a Introdução Geral do Missal Romano (IGMR), no número 345, a diversidade de cores das vestes sagradas tem por finalidade exprimir externamente, de modo mais eficaz, por um lado, o caráter peculiar dos mistérios da fé que se celebram; por outro, o sentido progressivo da vida cristã ao longo do Ano Litúrgico.

As cores da liturgia católica

As cores litúrgicas basicamente são quatro: o branco, o vermelho, o verde e o roxo. Além destas, há quatro outras que são opcionais, podendo ser utilizadas em circunstâncias especiais. São elas: o dourado, o rosa, o azul e o preto.

Guadium Press

Significado da cor branca

A cor branca simboliza a pureza. Ela é utilizada nos tempos litúrgicos do Natal e da Páscoa, assim como nas comemorações de Nosso Senhor Jesus Cristo (exceto as da Paixão), de Nossa Senhora, dos Anjos e dos Santos não-mártires.

Significado do vermelho

A cor vermelha simboliza o sangue e o fogo da caridade. Ela é utilizada no Domingo de Ramos, nas celebrações da Paixão do Senhor, na Sexta-Feira Santa, no Domingo de Pentecostes, nas festas dos Apóstolos e Evangelistas, e nas celebrações dos Santos Mártires.

Significado da cor verde

A cor verde simboliza a esperança. Ela é utilizada na maior parte do ano, em um período litúrgico denominado Tempo Comum.

Significado do roxo

O roxo simboliza a penitência. Geralmente é utilizado nos tempos do Advento e da Quaresma. Também pode ser usado nos Ofícios e Missas pelos mortos.

Guadium Press

Significado da cor rosa

O rosa simboliza a alegria. Ele é utilizado em duas ocasiões, correspondendo a dois interstícios de alegria em épocas de contrição: no 3º domingo do Advento e no 4º domingo da Quaresma.

Significado do dourado

O dourado é considerado a cor das solenidades e grandes festas litúrgicas, tais como a Páscoa, o Natal e as ordenações. Nessas ocasiões, o sacerdote pode usar essa cor no lugar do branco, do vermelho ou do verde.

Significado do azul

A cor azul pode ser usada na liturgia durante as Festas e Solenidades da Santíssima Virgem Maria.

Significado do preto

A cor preta simboliza a morte. Normalmente ela é utilizada nas Missas pelos fiéis defuntos, entretanto, nessas ocasiões o celebrante também pode utilizar o roxo. (EPC)

Fonte: https://gaudiumpress.org/

Os 100 mais belos presépios do mundo em exposição no Vaticano

Antoine Mekary | Aleteia
Por Ricardo Sanches

Em miniatura ou tamanho real, de madeira ou papel: criatividade e inovação marcam as obras que representam o maior mistério da Igreja.

Foi aberta neste domingo, 5 de de dezembro, a Exposição Internacional 100 Presépios no Vaticano.

A mostra é realizada pelo Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização e reúne obras de vários artesãos. O evento acontece debaixo da Colunata de Bernini, na Praça São Pedro. A entrada é aberta ao público, e é preciso seguir as regras de prevenção à Covid-19.

Os 100 presépios

Este ano, a mostra conta com 126 presépios oriundos de vários países da Europa, como Alemanha, Hungria, Eslovênia, Eslováquia e Croácia. Há também obras de artistas de outras partes do mundo, como, por exemplo, Estados Unidos, Uruguai, Colômbia, Peru, Indonésia e Cazaquistão.

Os presépios são os resultados da inspiração e da imaginação dos artistas ao representarem o maior mistério da Igreja: o nascimento de Jesus. As cenas são de diversos materiais, entre eles, papel, madeira, tecido e até crochê.

A mostra dos 100 presépios no Vaticano vai até o dia 9 de janeiro de 2022. O fotógrafo da Aleteia Antoine Mekary visitou a exposição e nos brinda com lindas imagens dos trabalhos em exposição. Confira alguns!

Fotos:Antoine Mekary | Aleteia

ESPIRITUALIDADE: Amor sem limites (Parte 15/19)

Capa: Fragmentos de um ícone de meados de
século XVII atribuída a Emanuel Lombardos.

Um Monge da Igreja do Oriente

AMOR SEM LIMITES

Tradução para o português:
Pe. André Sperandio

Ecclesia

30. A estrela do mar

Meu filho, tudo é graça, e essa geração não está enganada quando se levanta contra uma concepção jurídica de salvação.

A simples consideração da situação atual leva, no entanto, a um impasse. Pretende-se falar de um amor libertador e se lhe aprisiona neste mesmo instante. Pretende-se ignorar o que vai além do caso concreto e, longe de alcançar o amor sem limites, novos limites são impostos.

É verdade que, no mundo da alma, as mesmas circunstâncias nunca se repetem. Cada situação é única. Nada pode ser reduzido a um quadro rígido.

Mas, quem reconhece apenas a necessidade do momento corre o risco de não ser mais do que o instrumento de seu próprio desejo.

É necessário superar ao mesmo tempo a situação isolada e a fórmula sem variação. Acima da lei, que não é mais do que uma lei, acima da situação, que não é mais do que uma situação, é preciso encontrar uma "inspiração", o olhar para uma realidade transcendente que seja ao mesmo tempo suficientemente flexível para que possa adaptar-se às circunstâncias particulares e, no entanto, universal, que possa "esclarecer" todos os casos.

O amor sem limites responde a essas duas exigências.

Não remete secamente a um texto. Oferece "inspiração" e a "orientação". A todas as perguntas práticas que se pode colocar, o amor dá a mesma resposta: "Amarás, amarás de todo o coração". Não especifica as técnicas, mas indica o "espírito". É, em cada caso, o critério supremo. A melhor opção é sempre aquela que implica mais amor.

Eu Falo, filho meu, de um amor autêntico, do amor que vem de Deus e que vai para Deus, passando pelos homens. Trata-se do amor verdadeiro e gratuito, completamente diferente da vibração emocional do momento.

Aprenda, filho meu, a discernir onde está o amor. Considere e aprecie as situações em plena luz. Uma situação pode parecer "regular" aos olhos dos homens e não ser de modo algum regular aos meus. Uma situação pode ser válida em relação a todas as leis e, no entanto, inválida perante mim. Pelo contrário, tal situação que os homens podem julgar irregular ou culpável, pode não sê-lo diante de Deus. Nenhuma autoridade humana é juiz do amor. Sou eu, o Senhor-amor, o único juiz infalível dos corações.

Recorda-te sempre disto. Veja como meus pobres filhos se debatem na confusão quando lidam com os problemas mais pessoais, mais íntimos. Não discernem entre a verdade interior e uma situação. Não reconhecem onde está o amor autêntico.

Considere, por exemplo, no que se refere ao matrimônio, ao divórcio, ao adultério... Onde está a verdade, onde está a intenção, onde está o consentimento real? Além disso, acima das formas exteriores mais corretas, quantas vezes tudo se baseia em mentiras. Onde está a letra? Onde está o espírito? Onde está o que mata? Onde está o que vivifica? Meu filho, caminha na verdade. Anda na luz.

Qualquer decisão pode levar a um grande sofrimento. Na maioria das vezes, este sofrimento, se acolhido, sinaliza a solução do problema.

Na maioria dos casos, a melhor solução é aquela que exige um verdadeiro sacrifício. Ainda precisas aprender os "valores do perder". O sacrifício, invertendo os limites mais admitidos, os aparentemente mais seguros, é a expressão máxima do amor.

Filho meu, um navegante pode conduzir seu barco de várias maneiras. Pode navegar "à esmo" tendo em conta apenas o aspecto imediato do mar e sua experiência acumulada, içando a vela como bem lhe pareça.

Este método pode levar ao porto ou ao naufrágio.

O navegante também pode tomar a altura, ajustar-se aos mapas e aos instrumentos, mas se não se decide, em certos casos, modificar o itinerário, desviar-se da rota traçada no início da viagem, também poderá ir à catástrofe. O método primitivo de conduzir um barco unicamente pela observação das estrelas dava um ponto de referência certo, mas, ao mesmo tempo, deixava ao navio a liberdade de escolher os meios de ser fiel às direções dos astros.

Assim, o amor evita as condutas de abandono e também as mecânicas. É a estrela do mar. É luz para nós, guiando-nos sem se impor. A estrela também possui uma trajetória fixa. Ardente e constante, vai em direção a o seu objetivo sem se desviar. Mas, generosa e sem limites, difunde seus raios por todos os lugares. É assim que marcha o meu amor.

31. No mar imenso

O rio deságua no mar. Quando isto ocorre, esse rio deixa de existir. Deixa de existir como tal, isto é, como um rio e, no entanto, cada gota do rio subsiste no mar onde desaguou.

As gotas de água do rio se unem intimamente às gotas de água do mar. Perderam sua forma, sua estrutura própria. Foram profundamente transformadas.

No entanto, o que eram, não deixaram de ser.

A essência de cada gota de água do rio subsiste. Não pode perecer. Mas essas gotas são agora parte da água do mar. Seus limites anteriores desapareceram. Quem poderia definir seus atuais contornos? Foram "sublimados" em uma realidade maior, cujas propriedades são completamente novas.

O amor sem limites faz cessar as ordenanças enquanto tais. Ao mesmo tempo, leva a plenitude do cumprimento do que é o propósito profundo da ordenança.

Assim é com a lei e a graça, com a letra e o espírito, com a fórmula e o evento, com a imagem estilizada e o chamado vivo do Deus feito homem.

Para aqueles que necessitavam dos mandamentos escritos em tábuas de pedra, necessitariam mesmo de tais pedras se tivessem se lançado à chama da sarça ardente?

O amor sem limites é o mar imenso onde, aperfeiçoando-se, a lei se acaba, isto é, chega ao seu perfeito e pleno cumprimento.

® NARCEA, S.A. EDIÇÕES
Dr. Federico Rubio e Galí, 9. 28039 - Madrid
® EDITIONS ET LIBRAIRIE DE CHEVETOGNE Bélgica
Título original: Amour sans limite
Tradução (para o espanhol): CARLOS CASTRO CUBELLS
Tradução para o português: Pe. André Sperandio
Capa: Fragmento de um ícone de meados de século XVII atribuída a Emanuel lombardos
ISBN: 84-277-0758-4
Depósito Legal: M-26455-1987
Impressão: Notigraf, S. A. San Dalmácio, 8. 28021 - Madrid

Igreja ordena 38 novos padres para ser missionários como são Francisco Xavier

Novos padres da arquidiocese de Hanói /
Crédito: Arquidiocese de Hanói

HANOI, 07 dez. 21 / 10:53 am (ACI).- A Igreja Católica no Vietnã ordenou 38 novos sacerdotes no dia 3 de dezembro, festa de são Francisco Xavier, padroeiro das Missões.

Na diocese de Ba Ria, no sul do país, o bispo da diocese, dom Emmanuel Nguyen Hong Son, presidiu a missa de ordenação de seis padres jesuítas na capela da Academia de são José.

“Não estamos dando a esses candidatos um título de poder. Seguimos o rito litúrgico transmitido desde os tempos dos apóstolos à Igreja de hoje e para sempre. O sacerdócio é uma graça e uma missão para eles, para cumprir o ministério sacerdotal de Jesus”, disse o bispo na homilia.

Segundo a agência Fides, da Santa Sé, dom Nguyen Hong Son encorajou os fiéis a rezar "para que os novos padres vivam a missão profética, pregando a Palavra de Deus" a todo o mundo.

Na arquidiocese de Hanói, a Igreja ordenou 15 novos padres.

O arcebispo de Hanói, dom Joseph Vu Van Thien, disse que “inspirados na vida, no exemplo de compromisso missionário e no sacrifício de são Francisco Xavier e confiando na sua intercessão”, os 15 novos padres “pensaram, rezaram, meditaram e resolveram seguir Jesus no ministério sacerdotal”.

“Que os novos padres se convertam em semeadores habilidosos, desejosos de sair ao campo para levar as almas a Deus”, acrescentou.

Dom Vu Van Thien disse que quem recebe o ministério sacerdotal participa "do sacerdócio de Jesus, que é único e é como um rio que corre na história da Igreja", um fluxo que comunicou a fé e o sacerdócio de Jesus através dos apóstolos até os bispos e padres atuais.

“O carácter missionário é muito importante: os padres são chamados a ser missionários, enviados à corrente da vida para difundir a Palavra de Deus, dando testemunho de Jesus Cristo com a sua vida e reunindo as ovelhas perdidas”, destacou.

O bispo da diocese de Lang Son, dom Joseph Chau Ngoc Tri, presidiu a missa de consagração de outros nove sacerdotes. O bispo destacou que a missão das pessoas consagradas é pregar “Jesus Cristo, o amor de Deus e a sua salvação para toda a humanidade".

“Para ser padre e missionário como são Francisco Xavier, é preciso ter o coração inflamado pela paixão da missão evangelizadora”, acrescentou.

Dom Chau Ngoc Tri disse que o sacerdócio "não é um poder para governar, nem uma posição para beneficiar a si ou à sua família" e destacou que os novos consagrados "ouviram o chamado de Deus para virem a esta remota região montanhosa, longe de amigos e familiares, para servir o povo de Deus aqui”.

“Lang Son é uma área pobre onde a maioria dos grupos étnicos fala línguas diferentes e segue antigas práticas culturais ou religiosas. Apesar dessas dificuldades, os novos padres, inspirados por missionários como são Francisco Xavier, estão plantando as sementes da fé sem medo nem desânimo”, acrescentou.

Fides disse que Lang Son é uma das dioceses do Vietnã com a menor percentagem de católicos, com 7 mil fiéis distribuídos em 24 paróquias, 0,35% da população que contrasta com 8% da população católica nacional.

No dia 3 de dezembro, a diocese de KonTum, no planalto central do Vietnã, recebeu também oito sacerdotes e nove diáconos.

Na homilia, o bispo de KonTum, dom Aloisio Nguyen Hung Vi, destacou que “todos os padres e diáconos precisam de quatro coisas: da proximidade de Deus; proximidade com o bispo; proximidade com os membros do clero; proximidade com o povo de Deus”.

“A particularidade da diocese de KonTum é que as pessoas de diferentes etnias e línguas representam mais de dois terços do total dos fiéis. Por isso, diáconos e padres devem estar preparados para ir às paróquias habitadas por indígenas com dialetos locais e aprender pelo menos uma de suas línguas para se comunicarem e se fazerem entender”, acrescentou.

O bispo encorajou os novos padres a pregar o Evangelho, "orientar os fiéis na vivência da Palavra de Deus, cuidar da comunidade paroquial" e lembrou que, como consagrados, "são vistos como líderes da comunidade".

“Mas um líder ao estilo de Jesus deve ser completamente diferente. Servo do povo, que vive a caridade pastoral a exemplo de Jesus”, acrescentou.

Fonte: https://www.acidigital.com/

O Papa: "O documento da UE sobre o Natal é um anacronismo"

Coletiva de Imprensa do Papa Francisco durante o voo de Atenas à Roma | 
Vatican News

Em um diálogo com jornalistas em seu voo de regresso da Grécia, Francisco falou sobre a viagem, os migrantes, a fraternidade com os ortodoxos e o caso da renúncia do arcebispo de Paris Aupetit, vítima de "fofocas".

VATICAN NEWS

"O documento da União Europeia (EU) sobre o Natal é um anacronismo" da "laicidade liquefata". Isto foi dito pelo Papa Francisco ao responder às perguntas dos jornalistas durante o voo de volta a Roma no final de sua viagem a Chipre e Grécia.

Costandinos Tsindas (CYBC):

Santidade, suas importantes observações sobre o diálogo inter-religioso tanto em Chipre quanto na Grécia suscitaram expectativas desafiadoras internacionalmente. Dizem que pedir perdão é a coisa mais difícil de se fazer. O senhor o fez de forma espetacular. Mas o que o Vaticano pretende fazer para unir o cristianismo católico e ortodoxo? Está previsto um Sínodo? Junto com o Patriarca Ecumênico Bartolomeu, o senhor pediu a todos os cristãos que celebrassem em 2025 os 17 séculos do primeiro Sínodo Ecumênico de Niceia. Quais são os passos em frente neste processo? Por fim, a questão do documento da UE sobre o Natal" ...

Sim, obrigado. Pedi perdão, pedi perdão na frente de Ieronymos, meu irmão Ieronymos, pedi perdão por todas as divisões que existem entre os cristãos, mas sobretudo (por) aquelas que provocamos: os católicos. Também quis pedir perdão, pensando na guerra pela independência - Ieronymos me apontou isso - alguns católicos se colocaram do lado dos governos europeus para impedir a independência grega. Por outro lado, nas ilhas, os católicos das ilhas apoiaram a independência, foram até para a guerra, alguns deles deram suas vidas pela pátria. Mas o centro - digamos - naquele momento estava do lado da Europa. Eu não sei qual governo de lá, e também o pedido de perdão pelo escândalo da divisão, pelo menos por aquilo que somos culpados. 

O espírito de autossuficiência – nos cala a boca quando ouvimos que devemos pedir desculpas - sempre me faz pensar que Deus nunca se cansa de perdoar, nunca, nunca... Somos nós que nos cansamos de pedir perdão, e quando não pedimos perdão a Deus, dificilmente pediremos perdão aos nossos irmãos. É mais difícil pedir perdão a um irmão do que a Deus, porque sabemos que ele diz: "Sim, vá, vá, você está perdoado". Ao invés com os irmãos... há vergonha e humilhação... Mas no mundo de hoje precisamos da atitude de humilhação e de pedir perdão. Tantas coisas estão acontecendo no mundo, tantas vidas perdidas, tantas guerras... Por que não pedimos perdão?

Voltando a isto, que eu queria pedir perdão pelas divisões, pelo menos por aquelas que causamos. As outras (são) os responsáveis que peçam por isso, mas (pelas) nossas peço perdão, e também por aquele episódio da guerra em que parte dos católicos se colocou do lado do governo europeu, e os das ilhas foram para a guerra para defender... não sei se é suficiente...

E também um último pedido de perdão - este veio do meu coração - um pedido de perdão pelo escândalo do drama dos migrantes, pelo escândalo de tantas vidas afogadas no mar, e assim por diante.

Sim, nós somos um só rebanho, é verdade. E fazer esta divisão - clero e leigos - é uma divisão funcional, sim, de qualificações, mas há uma unidade, um único rebanho. E a dinâmica entre as diferenças dentro da Igreja é a sinodalidade: isto é, escutar uns aos outros, e caminhar juntos. Syn odòs: seguir em frente juntos. Este é o significado de sinodalidade: que suas Igrejas Ortodoxas, mesmo as Igrejas Católicas Orientais, preservaram isso. Por outro lado, a Igreja Latina havia esquecido o Sínodo, e foi São Paulo VI quem restabeleceu o caminho sinodal 54, 56 anos atrás. E estamos fazendo um caminho para entrar no hábito da sinodalidade, de caminhar juntos.

O senhor se refere ao documento da União Europeia sobre o Natal... isto é um anacronismo. Na história, muitas, muitas ditaduras tentaram fazer isso. Pense em Napoleão: a partir daí... Pense na ditadura nazista, a comunista... é uma moda de laicidade liquefata, água destilada... Mas isto é algo que não funcionou durante a história. Mas isto me faz pensar em algo, falando sobre a União Europeia, que acredito ser necessário: a União Europeia deve tomar em mãos os ideais dos Pais fundadores, que eram ideais de unidade, de grandeza, e ter cuidado para não dar lugar à colonizações ideológicas. Isto poderia levar à divisão dos países e ao fracasso da União Europeia. A União Europeia deve respeitar cada país como ele está estruturado dentro. A variedade de países, e não querer padronizar. Acredito que não o fará, não era sua intenção, mas ter cuidado, porque às vezes eles vêm e propõem projetos como este e não sabem o que fazer, não sei, me faz lembrar... Não, cada país tem sua peculiaridade, mas cada país está aberto aos outros. União Europeia: sua soberania, soberania dos irmãos em uma unidade que respeita a singularidade de cada país. E tomar cuidado para não ser veículos de colonizações ideológicas. É por isso que o documento do Natal é um anacronismo.

Iliana Magra (Kathimerini):

Santo Padre, obrigada por sua visita à Grécia. O senhor falou no palácio presidencial de Atenas sobre o fato de que a democracia está regredindo, particularmente na Europa. A qual nação se referia?  Que diria àqueles líderes que se professam devotos cristãos, mas, ao mesmo tempo, promovem valores e políticas não democráticas?

A democracia é um tesouro, um tesouro de civilidade e deve ser protegido, protegido. E não somente protegido por uma entidade superior, mas protegido entre os próprios países, proteger a democracia dos outros. 

Eu hoje talvez veja dois perigos contra a democracia: um é o dos populismos, que estão um pouco aqui, um pouco ali, e começam a mostrar as garras. Eu penso num grande populismo do século passado, o nazismo, que foi um populismo que, defendendo os valores nacionais, assim dizia, conseguiu acabar com a vida democrática, ou melhor, com a própria vida através da morte das pessoas e se tornou uma ditadura cruel. Hoje, direi, porque você me perguntou sobre os governos de direita, estejamos atentos que os governos, não digo direita ou esquerda, digo outra coisa, atentos que os governos não caiam nesta estrada dos populismos, dos chamados politicamente “populismos”, que não tem a ver com os popularismos, que são a expressão livre dos povos, que se mostram com a sua identidade, o seu folclore, os seus valores, a arte...  Populismo é uma coisa [o popularismo é outra]. 

De outro lado, se enfraquece a democracia, [esta] entra num caminho em que lentamente [se enfraquece] quando se sacrificam os valores nacionais, caem, digamos uma palavra feia, mas não encontro outra, num “império”, numa espécie de governo supranacional e isto é algo que deve nos fazer refletir. 

Nem cair nos populismos em que o povo, se diz o povo, mas não é o povo, mas uma ditadura do “nós e não os outros”, pense no nazismo, nem cair numa diluição das próprias identidades num governo internacional. A propósito, há um romance escrito em 1903 (você dirá “que antiquado é este Papa na literatura”!) escrito por Benson, um escritor inglês, O dono do mundo, que sonha um futuro em que um governo internacional, com as medidas econômicas e políticas, governa todos os outros países e quando se têm esses tipos de governo, ele explica, se perde a liberdade e se tenta fazer uma igualdade entre todos; isto acontece quando há uma superpotência que impõe os comportamentos econômicos, culturais, sociais aos outros países. 

O enfraquecimento da democracia se dá pelo perigo dos populismos, que não são popularismos, e pelo perigo dessas referências a potências internacionais econômicas, culturais. Isto é o que me vem em mente, mas eu não sou um cientista político, eu falo dizendo o que me parece.

Manuel Schwarz (DPA)

A migração não é uma questão central somente no Mediterrâneo. Também diz respeito a outras partes da Europa. Diz respeito à Europa Oriental. Pensamos nos arames farpados. O que espera, por exemplo, da Polônia, da Rússia?  E de outros países, como a Alemanha, o que espera de seu novo governo...

Sobre as pessoas que impedem a migração ou fecham as fronteiras, direi o seguinte. Atualmente está na moda levantar muros ou arame farpado ou até mesmo o arame com concertinas (os espanhóis sabem o que isso significa). Costuma-se fazer estas coisas para impedir o acesso. A primeira coisa que direi é: pense no tempo em que você era um migrante e não o deixavam entrar. Era você quem queria fugir de sua terra e agora é você quem quer construir muros. Faz bem (pensar nisso). Porque aqueles que constroem muros perdem o sentido da história, de sua própria história. De quando se era escravo de outro país. Aqueles que constroem muros têm esta experiência, pelo menos uma grande parte: a de ter sido escravo. O senhor poderia me dizer: mas os governos têm o dever de governar. E se uma tal onda de migrantes chega, não se pode governar. Direi o seguinte: todo governo deve dizer claramente "eu posso receber determinada quantidade...". Porque os governantes sabem quantos migrantes podem receber. Este é o direito deles. Isto é verdade. Mas os migrantes devem ser acolhidos, acompanhados, promovidos e integrados. Se um governo não pode receber mais do que um certo número, deve entrar em diálogo com outros países, que cuidem dos outros, cada um. A União Europeia é importante para isso. Porque pode fazer a harmonia entre todos os governos para a distribuição de migrantes. Pensemos em Chipre, ou na Grécia. Ou mesmo Lampedusa, a Sicília. Os migrantes chegam e não há harmonia entre todos os países para enviá-los aqui, ali ou acolá. Esta harmonia geral está faltando. Repito a última palavra que eu disse: integrados. Integrados. Porque se você não integrar o migrante, este migrante terá uma cidadania de gueto. Não sei se disse isso uma vez no avião. O exemplo que mais me impressionou foi a tragédia de Zaventen. Os jovens que fizeram aquela catástrofe no aeroporto eram belgas, mas filhos de imigrantes guetizados, não integrados. Se você não integra um migrante com educação, com trabalho, com assistência, você corre o risco de ter um guerrilheiro, alguém que depois faz essas coisas. Não é fácil acolher os migrantes, resolver o problema dos migrantes, mas se não resolvermos o problema dos migrantes corremos o risco de afundar a civilização, hoje, na Europa, pelo modo como as coisas estão, por como está a nossa civilização. Não somente naufragar no Mediterrâneo. Não, a nossa civilização. Que os representantes dos Governos europeus cheguem a um acordo. Para mim, um modelo no passado de integração, de acolhimento, foi a Suécia, que acolheu os migrantes latino-americanos que fugiam das ditaduras (chilenos, argentinos, brasileiros, uruguaios) e os integrou. Hoje, em Atenas, estive num colégio. Eu olhei. E disse ao tradutor, mas aqui há uma macedônia de culturas. Todos estão misturados. Usei uma expressão doméstica. Ele me respondeu: Este é o futuro da Grécia. A integração. Crescer na integração. Isso é importante. Mas há outro drama que quero sublinhar.  É quando os migrantes, antes de chegarem, caem nas mãos de traficantes que pegam todo o dinheiro que eles têm e os transportam em barcos. Quando eles são mandados de volta, estes traficantes os tomam de volta. E há no Dicastério para os migrantes filmes mostrando o que acontece nos lugares para onde eles vão quando são mandados de volta. Assim como não podemos simplesmente recebê-los e deixá-los, mas temos que acompanhá-los, promovê-los, integrá-los; assim, se mando um imigrante de volta, tenho que acompanhá-lo e promovê-lo e integrá-lo em seu país; não deixá-lo na costa líbia. Isto é uma crueldade. Se quiserem saber mais, peçam ao Dicastério para os migrantes, que têm estes filmes.  Há também um filme de "Open arms" que mostra esta realidade. É doloroso. A civilização é colocada em risco. Está em risco a civilização.

Cecile Chambraud (Le Monde):

Quando chegamos na quinta-feira, soubemos que o senhor aceitou a renúncia do arcebispo de Aueptit de Paris. Por que tanta pressa? E a propósito do relatório Sauvé sobre os abusos: a Igreja tinha uma responsabilidade institucional e o fenômeno tinha uma dimensão sistêmica. Qual a sua opinião sobre esta declaração e o que ela significa para a Igreja universal?

“Começo com a segunda pergunta. Quando esses estudos são feitos devemos estar atentos nas interpretações que são feitas por setores de tempo. Quando se faz um estudo sobre isso em um tempo tão longo, existe o risco de confundir a maneira de sentir o problema de uma época 70 anos antes da outra. Eu gostaria apenas de dizer isso como um princípio: uma situação histórica deve ser interpretada com a hermenêutica da época, não com a nossa. Por exemplo, escravidão. Dizemos: é brutalidade. Os abusos de 70 ou 100 anos atrás são brutalidade. Mas o modo como a viviam, não é o mesmo de hoje. Por exemplo, no caso dos abusos na Igreja, o comportamento era de encobrir. Uma atitude que infelizmente é usada também em grande número de famílias, nos bairros. Nós dizemos, não, não está certo encobrir. Mas é preciso sempre interpretar com a hermenêutica da época, não com a nossa. Por exemplo, o famoso estudo de Indianápolis caiu por falta de uma interpretação correta: algumas coisas eram verdadeiras, outras não. Elas se misturavam. Setorizar ajuda. A propósito do relatório: não o li, não ouvi o comentário dos bispos franceses. Os bispos virão encontrar-me este mês e pedirei que me expliquem.

Quanto ao caso Aupetit: eu me pergunto, mas o que ele fez de tão grave que teve que renunciar? Alguém me responda, o que ele fez?

Não o sabemos ... problema do governo ou algo assim

E se não conhecemos a acusação não podemos condenar ... Antes de responder eu diria: investiguem, hein, porque existe o perigo de dizer: foi condenado. Quem o condenou? A opinião pública, o mexerico... não sabemos ... se vocês sabem o porquê digam, do contrário não posso responder. E não sabem porque foi uma falta dele, uma falta contra o sexto mandamento, mas não total, de pequenos carinhos e massagens que fazia na secretária, essa é a acusação. Isso é um pecado, mas não é dos pecados mais graves, porque os pecados da carne não são os mais graves. Os mais graves são aqueles que têm mais angelicalidade: a soberba, o ódio. Assim, Aupetit é um pecador, assim como eu - não sei se você se sente ... talvez - como foi Pedro, o bispo sobre quem Jesus Cristo fundou a Igreja. Porque a comunidade daquele tempo havia aceitado um bispo pecador, e aquele era com pecados com tanta angelicalidade, como era negar Cristo! Porque era uma Igreja normal, era acostumada a sempre se sentir pecadora, todos, era uma igreja humilde. Vemos que a nossa Igreja não está habituada a ter bispo pecador, fingimos dizer: o meu bispo é um santo ... Não, este chapéu vermelho ... somos todos pecadores. Mas quando o mexerico cresce, cresce, cresce tira a fama de uma pessoa, não, não poderá governar porque perdeu a fama, não pelo seu pecado, que é pecado - como o de Pedro, como o meu, como o teu - mas pelo mexerico das pessoas. Por isso aceitei a renúncia, não sobre o altar da verdade, mas sobre o altar da hipocrisia.

Vera Scherbakova (Itar-Tass)

O senhor encontrou os líderes das Igrejas Ortodoxas e disse belas palavras sobre a comunhão e a reunificação: quando o senhor irá encontrar Kirill, quais projetos comuns vocês têm e quais dificuldades são encontradas neste caminho?

Um encontro com o Patriarca Kyrill está em um horizonte não distante, acredito que na próxima semana Hilarion virá até mim para organizar um possível encontro. O patriarca deve viajar, talvez para a Finlândia, e de qualquer forma estou sempre disposto a ir a Moscou, para dialogar com um irmão. Para dialogar com um irmão não existem protocolos, um irmão ortodoxo que se chama Kyrill, Chrysostomos, Ieronymos, e quando nos encontramos não dançamos o minueto, dizemos as coisas cara a cara, mas como irmãos. E é bom ver irmãos brigar porque pertencem à mesma mãe, a Mãe Igreja, mas alguns estão um pouco divididos pela herança, outros pela história que os dividiu. Mas devemos procurar caminhar juntos, trabalhar e caminhar em unidade e para a unidade. Agradeço a Ieronymos, a Chrysostomos e a todos os patriarcas que têm este desejo de caminhar juntos. O grande teólogo ortodoxo Ziziulas está estudando a escatologia e, em tom de brincadeira, disse uma vez: encontraremos a unidade no Escaton! Ali haverá unidade. Mas é uma forma de dizer: não devemos ficar parados esperando que os teólogos cheguem a um acordo. Aquilo que dizem que Atenágoras disse a Paulo VI: coloquemos todos os teólogos em uma ilha para discutir e nós vamos juntos para outro lugar. Mas isso é uma brincadeira. Que os teólogos continuem a estudar, porque isso é bom para nós e nos leva a compreender bem o encontrar a unidade. Mas ao mesmo tempo, seguimos em frente juntos, rezando juntos, fazendo caridade juntos. Eu conheço por exemplo a Suécia, que acho que a caritas luterana e católica trabalham juntas. Trabalhar juntos e rezar juntos, isso nós podemos fazer, o resto que o façam os teólogos, que não entendemos como se faz.

Fonte: https://www.vaticannews.va/

Santo Ambrósio

S. Ambrósio | Canção Nova
07 de dezembro

SANTO AMBRÓSIO

Origens

Aurélio Ambrósio nasceu na cidade de Trèves, que fica na atual Alemanha, perto do ano 339. Sua família era católica, embora a liberdade da Igreja era, ainda, muito recente no império romano. Seu pai era um nobre e exercia a função de governador de uma província que ficava no norte da Itália. Quando seu pai faleceu, a família de Ambrósio mudou-se para Roma. Lá, Ambrósio formou-se em Direito e retórica. Lá também deu início à sua carreira jurídica.

Surpresa de Deus

Estando Ambrósio na cidade de Milão, aconteceu que o bispo desta grande diocese faleceu. Ambrósio era, então, catecúmeno, ou seja, estava se preparando para ser batizado. Por causa disso, e por ser um bom advogado e funcionário do império, fez um papel de mediador, procurando evitar conflitos na eleição do novo bispo. Por isso, fez um discurso forte, firme e, ao mesmo tempo, bastante sensato. Sua serenidade e equilíbrio foram tais que, ao terminar de falar, o povo, emocionado, o aclamou como o novo bispo da diocese de Milão.

Não teve como escapar

Bastante surpreso com a reação dos cristãos de Milão, Ambrósio recusou, afirmando que essa não tinha sido sua intenção. Reconheceu-se pecador, muito indigno de assumir tal missão e alegou o fato de ainda não ser nem batizado. Porém, não teve como escapar. Tão logo foi batizado, recebeu a ordenação sacerdotal e, logo depois, foi sagrado bispo. Por aí, vemos quão séria e profunda era a formação dos candidatos ao batismo.

Especialista na Doutrina

A partir de sua sagração episcopal, Santo Ambrósio dedicou-se com grande afinco a estudar as Sagradas Escrituras, base de toda sua fé. Por isso, escreveu bastante. Suas obras sobre liturgia, seus comentários escritos sobre as Sagradas Escrituras e seus tratados sobre a moral e a espiritualidade fizeram dele um grande especialista na doutrina cristã. Santo Ambrósio também se destacou como administrador da comunidade cristã que foi confiada a seus cuidados.

Doutor da Igreja

Santo Ambrósio recebeu o título de Doutor da Igreja por causa de sua obra e seu legado para a gerações futuras. Valorizou grandemente a virgindade de Nossa Senhora e a coragem extraordinária dos mártires que deram suas vidas por Cristo. Ele passou a ser chamado de o criador da liturgia ambrosiana, que transformou vidas.

Conselheiro de imperadores

Santo Ambrósio atuou também como conselheiro espiritual e orientador de três imperadores romanos. São eles Graciano, Valentiniano II e Teodósio I. Santo Ambrósio passou a ser também o símbolo da Igreja renascente, depois dos terríveis anos de perseguições e vida na clandestinidade. Foi graças à atuação de Santo Ambrósio que a Igreja começou a tratar com o Estado romano e o poder público sem o servilismo de antes. E isso aconteceu de tal maneira que Santo Ambrósio chegou a fazer uma repreensão severa ao imperador Teodósio I, por ele ter ordenado um massacre contra o povo da Tessalônica para conter uma revolta. Na ocasião, o santo obrigou o imperador a fazer um ato de penitência pública. E foi obedecido.

Sermões que converteram Santo Agostinho

Santo Ambrósio é o grande responsável, humanamente falando, pela conversão de Santo Agostinho. Este santo, com efeito, se converteu ouvindo os sermões e o canto litúrgico criado por Santo Ambrósio. Os livros que Santo Ambrósio deixou, que estão preservados, são, na sua maioria, transcrições literais de seus sermões. Santo Agostinho conta que a fama dos sermões de Santo Ambrósio era enorme. Dizia que seu tom de voz era marcante e sua eloquência tocava os corações. Por isso, Santo Ambrósio foi apelidado de "o apóstolo da amizade".

Morte

A volta de Santo Ambrósio à pátria celestial aconteceu em Milão. Foi no dia 4 de abril de 397. Caiu numa Sexta-Feira Santa. Contudo, ele passou a ser venerado em 7 de dezembro, dia em que ele foi aclamado bispo pelos cristãos de Milão, no ano 374.

Oração composta por Santo Ambrósio

Senhor Jesus Cristo, eu pecador, não presumindo de meus méritos, mas confiando em Vossa bondade e misericórdia, temo entretanto e hesito em aproximar-me da mesa de Vosso doce convívio. Pois meu corpo e meu coração estão manchados por muitas faltas, e não guardei com cuidado meu espírito e minha língua. Por isso, ó bondade divina e temível majestade, em minha miséria recorro a Vós, fonte de misericórdia; corro para junto de Vós a fim de ser curado, refugio-me em Vossa proteção e anseio ter como salvador Aquele que não posso suportar como juiz.

Senhor, eu Vos mostro minhas chagas, e vos revelo minha vergonha.

Sei que meus pecados são muito grandes e temo por causa deles, mas espero em Vossa infinita misericórdia. Olhai-me pois com vossos olhos misericordiosos, Senhor Jesus Cristo, Rei eterno, Deus e homem, crucificado por causa de nós homens. Escutai-me pois espero em Vós; tende piedade de mim cheio de miséria e pecados, Vós que jamais deixareis de ser para nós a fonte da compaixão.

Salve, vítima salvadora, oferecido no patíbulo da cruz por mim e por todos os homens. Salve, Nobre e Precioso Sangue, que brota das chagas de meu Senhor Jesus Cristo crucificado e lavas os pecados do mundo inteiro. Lembrai-vos, Senhor, da vossa criatura resgatada por vosso sangue.

Arrependo-me de ter pecado, desejo reparar o que fiz. Livrai-me, ó Pai clementíssimo, de todas as minha iniquidades e pecados para que inteiramente purificado mereça participar dos Santos méritos. E concedei que vosso corpo e sangue, que eu embora indigno me preparo para receber, sejam perdão para os meus pecados e completa purificação de minhas faltas . Que eles afastem de mim os pensamentos maus e despertem eficazes obras que vos agradam, e protejam meu corpo e minha alma contra as ciladas de meus inimigos. Amém.”

Fonte: https://cruzterrasanta.com.br/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF