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terça-feira, 28 de janeiro de 2025

São Tomás de Aquino nos adverte a não cometer este erro na vida espiritual

São Tomás de Aquino (Public Domain)

Nicholas Senz - publicado em 25/10/19 - atualizado em 24/01/25

São Tomás nos ensina a seguir o chamado de Deus, evitando cair em tentações espirituais. Se nos apaixonamos pelo mapa, nunca chegaremos ao nosso destino.

Sempre que pecamos, fazemos isso porque nos convencemos de que nossa escolha é realmente boa - que é uma circunstância especial, que o fim justifica os meios, que merecemos o que buscamos, que esse sentimento vale a pena. Aquilo que buscamos, o fazemos porque achamos bom.

Outro aspecto dessa verdade é que, às vezes, escolhemos bens menores em vez de bens maiores. Aqui não estamos escolhendo algo que é totalmente maligno, mas preferindo algo inferior, ou tratando-o como algo superior. Caímos nesse erro quando valorizamos a criação sobre o Criador, deixando que nossos desejos se instalem nos bens deste mundo, e não no bom Deus que os deu para nós.

Podemos até cometer esse erro em questões de fé. Pegamos partes de nossa religião ou tradição e nos concentramos nelas, erguendo-as diante de nossos olhos e obscurecendo Deus, que deveria ser o nosso tudo.

A sugestão de Santo Tomás de Aquino para conhecer Deus

Santo Tomás de Aquino destaca isso quando fala sobre a relação entre nosso conhecimento de Deus e nosso amor a Deus. O conhecimento leva ao amor. Os dois devem alimentar um ao outro em uma espiral de crescimento em santidade: o conhecimento de Deus aumenta nosso amor por Ele, e nosso amor estimula nosso desejo de conhecê-Lo mais.

Mas, diz o santo erudito, é muito fácil acabarmos decidindo por nosso conhecimento de Deus, e não ao próprio Deus. Como chegamos a conhecer a Deus, não diretamente, mas através da mediação de nossos sentidos e intelecto, podemos acabar sendo atraídos "às vezes pelo amor à coisa vista, às vezes pelo amor do próprio conhecimento que se adquire pela observação". (ST II-II, q. 180, a.1, c.)

Atraídos pelo desejo de união com o divino e buscando maior conhecimento como um meio para esse fim, paramos antes do próprio Deus. Em vez disso, desenvolvemos um amor pelo estudo de Deus, ou por coisas piedosas, em vez de um amor de Deus em si e por si mesmo.

Em nossa própria época, marcada em grande parte mais pela imagem do que pela busca acadêmica, podemos dizer que isso se traduz em um amor pelos símbolos de Deus - memes e citações nas mídias sociais, ou até estátuas espirituais para adornar nossos lares, ou joias para adornar nossos corpos - do que amor a Deus e uma verdadeira vida espiritual.

Devemos seguir o chamado de Deus

Essa tendência é exemplificada por uma piada antiga. Um teólogo morre e se vê diante de São Pedro. São Pedro dá ao teólogo uma escolha: à sua direita estão os portões do Céu, e dentro o teólogo experimentará a Visão Beatífica, vendo Deus face a face. À esquerda, há uma sala de palestras e, dentro do teólogo, haverá uma conferência acadêmica sobre a Visão Beatífica, completada com discurso, duas refutações e um painel de discussão para encerrar.

Sem um momento de hesitação, o teólogo escolhe a sala de palestras.

Encontramos essa tendência em muitas ocasiões de nossas vidas. Preferimos assistir a um jogo de futebol na TV do que sair para jogar ou ir ao estádio. Preferimos assistir a programas de culinária a arriscar nossas próprias receitas. Preferimos ler uma citação inspiradora de um santo sobre o rosário do que pegar nossas próprias contas e orar.

Devemos seguir o chamado de Deus para entrar em comunhão com Ele por todo o caminho até encontrarmos o próprio Senhor. Se ficarmos tão apaixonados pelo mapa que usamos, nunca chegaremos ao nosso destino, nem seremos de grande ajuda para ajudar os outros. Por todos os meios, leia, estude e cresça no conhecimento e na sabedoria das coisas sagradas. Compre livros dos santos e leia comentários das Escrituras. Mas não pare por aí. Complete o caminho.

Fonte: https://pt.aleteia.org/2019/10/25/sao-tomas-de-aquino-nos-adverte-a-nao-cometer-este-erro-na-vida-espiritual

A urgência da promoção da Esperança

A urgência da promoção da Esperança (Rede Nazaré de Comunicação)

A URGÊNCIA DA PROMOÇÃO DA ESPERANÇA

Dom Antonio de Assis Ribeiro, SDB
Bispo e eleito para Macapá (AP)

A proclamação do Ano Santo 2025 nos estimula à reflexão sobre muitos e gravíssimos fenômenos humanos fortemente presentes na era contemporânea e que estão em profundo contraste com a dignidade e a vocação humana e cristã. Um desses fenômenos é a crise de Esperança. Essa realidade foi acusada pelo Papa Francisco na carta “Spes non confundit”, a bula de proclamação do Ano Jubilar. No mundo de hoje, “muitas vezes encontramos pessoas desanimadas que olham com ceticismo e pessimismo para o futuro como se nada lhes pudesse proporcionar felicidade.

Que o Jubileu seja, para todos, ocasião de reanimar a esperança!” (N. 1). Também o Papa Bento XVI, na Encíclica “Spe Salve” (2007), refletiu sobre a crise da Esperança no cristianismo observando, como causas, diversos fenômenos: o progresso tecnicista, o racionalismo, a crise da fé, o ateísmo filosófico (cf. SS, 16-28, 42).

Em seu livro “Esperança sem otimismo”, o filósofo britânico Terry Eagleton, também se coloca nessa mesma perspectiva de Bento XVI ressaltando que uma esperança fundada nas previsões profissionais não gera alegria, nem otimismo. Essa esperança não é virtude, é expectativa! A autêntica esperança cristã não é previsão!

Certa vez conversando com um grupo de moradores de rua; ouvi muitas histórias, dramas, desgostos, frustrações; apesar de verbalizarem o desejo de sair da rua, não viam perspectivas de mudança e por isso, se acomodavam. Questionados sobre a família, emprego e possibilidade de serem acolhidos por alguma instituição filantrópica, as respostas foram semelhantes: a família está perdida, emprego não vale a pena e nas instituições há muitas exigências sendo melhor a liberdade da rua. Essa situação de desesperança, ausência de tensão para o futuro, também já encontrei em muitos ex-presidiários, dependentes químicos, desempregados. O ser humano é capaz de perder o exercício de sua subjetividade e, com ela, perde a capacidade de esperançar!

Estou citando situações extremas, todavia, esses sentimentos de fracasso, derrota, aniquilamento, ausência de perspectiva de futuro está presente também em muitas categorias de pessoas que vivem em outras situações e condições de vida completamente diferentes. A falta de Esperança nos leva ao “cinismo existencial”, ou seja, descrédito em tudo, levando-nos a experimentar o sentimento de ausência de inquietude que neutraliza a nossa capacidade de lutar.

O cinismo foi uma corrente filosófica grega da antiguidade (a.C). que pregava o total desprendimento dos bens terrenos, até dos prazeres. Os cínicos tinham como ideal de vida, viver como os cães, sem preocupações sendo capazes de se adaptar a qualquer realidade. De fato, a palavra cinismo vem do grego kynismós, que significa “como um cão”. Esse animal se adapta em qualquer situação e sempre feliz ao lado do seu dono!

Quem perdeu a esperança está em estado de autoabandono, sem preocupações para com o presente e nem sonhos para o futuro. Essa situação de quietude é consequência, em geral, de graves males como a fragilidade psicológica, o pessimismo, derrotismo, o niilismo como descrença no sentido da vida (pensamento negativo). Todo esse conjunto de males, frutos da crise da fé e da Esperança, tem contribuído para o aumento do índice de suicídio nas últimas décadas.

O Ano Jubilar é oportunidade para educar para a Esperança que gera nas pessoas senso de responsabilidade, luta, visão positiva da vida, transcendência, pensamento positivo, enfrentamento das adversidades com firmeza de ânimo; somos peregrinos e, por isso, a nossa Esperança é proativa, dinâmica, criativa. O cultivo da virtude da Esperança nos estimula a preservar a nossa mente de toda forma de bloqueio. O homem é, por sua natureza, um ser voltado para o futuro onde está a sua plenitude.

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

S. Tomás de Aquino, presbítero dominicano, doutor de Igreja, padroeiro das escolas católicas

S. Tomás de Aquino  (© Biblioteca Apostolica Vaticana)

28 janeiro

“Vocês o chamam de boi mudo! Ao invés, eu lhes digo que este boi vai berrar tão alto, que seu berro vai ecoar no mundo inteiro". É o que afirmava Santo Alberto Magno, seu professor, e não se enganava ao defendê-lo perante seus colegas, que, por causa do seu caráter taciturno e, aparentemente, opaco, lhe haviam dado o apelido de “boi mudo”.

Seus familiares o prenderam por ter-se tornado frade Pregador

Tomás nasceu em uma família de Condes, Aquino, no castelo de Roccasecca, no sul do Lácio, unidos, por vínculos de parentela ao imperador Federico II. Seu pai, Landolfo, queria que ele fosse abade do mosteiro de Montecassino, pensando ser compatível com a natureza tímida e gentil do filho e com seus desígnios políticos. Mas, em Nápoles, Tomás quis tornar-se frade Dominicano, rejeitando toda e qualquer ambição e escolhendo apenas uma Ordem mendicante.
Esta sua escolha chocou toda a família, tanto que, dois de seus irmãos, o mandaram prender. Foi colocado em uma cela, proverbial pela sua disposição pacífica. No entanto, ele ficou muito irritado quando mandaram uma prostituta entrar na sua cela, para que desistisse da sua vocação. Mas, ele a afugentou com uma brasa ardente. Em suma, parece que ele tenha conseguido escapar da cadeia, com a ajuda de duas irmãs, que o fizeram descer da janela com uma grande cesta.

Um intelectual apaixonado por Deus

Tomás foi mandado para Colônia, onde aprofundou a tese sobre o aristotelismo, com Santo Alberto Magno; depois, em Paris, lecionou na Universidade, apesar da incompatibilidade com o clero secular.
Ao regressar para a Itália, intensificou seus estudos sobre Aristóteles, graças à tradução de um confrade, e compôs o famoso Hino "Pange lingua", para a festa de Corpus Christi.
Começou a escrever sua "obra-prima", “Summa theologiae”, dividida em cinco partes, para demonstrar a existência de Deus. O centro da sua obra é a confiança na razão e nos sentidos; a filosofia é a serva da teologia, mas a fé não anula a razão. Ele gostava muito de estudar e não é difícil imaginar que a sua vasta produção filosófico-teológica tenha causado estupor entre os teólogos contemporâneos.
Certo dia, em 6 de dezembro de 1273, Tomás disse ao coirmão Reginaldo que não ia escrever mais nada: "Não posso, porque tudo o que escrevi é como palha para mim, em comparação ao que me foi revelado". Segundo alguns biógrafos, esta decisão foi precedida por uma conversa mística com Jesus.
Por fim, Tomás adoeceu. Em 1274, durante uma viagem a Lyon, para participar do Concílio, a pedido do Papa Gregório X, faleceu na abadia de Fossanova, com apenas 49 anos.

Santo Tomás, segundo Chesterton: reconciliação-fé-razão

O famoso escritor inglês, G. K. Chesterton, dedicou-lhe, com acuidade, um ensaio famoso? “Tomás reconciliou a religião com a razão, estendendo-a ao campo da ciência experimental, na qual afirmava que os sentidos eram as janelas da alma e o intelecto tinha o direito de se nutrir de fatos concretos".
Para Chesterton, Santo Tomás e São Francisco foram os iniciadores de uma grande renovação do cristianismo, a partir de dentro, e a Encarnação era central: "Eles se tornaram mais ortodoxos quando começaram a ser mais racionalistas ou mais próximos da natureza".

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

segunda-feira, 27 de janeiro de 2025

IGREJA: A fé, de fato, ilumina tudo com uma luz nova (I)

Fé e a Verdade: A Compreensão que Transforma (Catequizar)

Arquivo 30Giorni nº. 01 - 1998

«A fé, de fato, ilumina tudo com uma luz nova... e, portanto, orienta a inteligência para soluções plenamente humanas»

Um diálogo com o cardeal Pio Laghi, prefeito da Congregação para a Educação Católica.

Editado por Giovanni Cubeddu Um diálogo com o Cardeal Pio Laghi

Os Padres do último Concílio Ecuménico na constituição pastoral Gaudium et spes declararam: « A fé , de facto, ilumina tudo com uma luz nova... e, portanto, orienta a inteligência para soluções plenamente humanas». Quando desaparece a simplicidade e a gratuidade da fé, acontece que desaparece também a criatividade da inteligência de quem ainda professa ser crente. Assim acabamos falando muito e genericamente sobre cultura, de uma forma no mínimo chata. Mas é difícil encontrar evidências de intuição, pensamento e julgamento verdadeiramente criativos e inteligentes. Em suma, é como se Giacomo Leopardi, em vez de escrever poemas, tivesse apenas concebido obras poéticas...

Sobre estes temas convidamos o cardeal Pio Laghi, prefeito da Congregação para a Educação Católica, para um diálogo franco e cordial com 30Giorni . 

Teologia: muitos mestres, poucas testemunhas 

30GIORNI : Depois de décadas de contestação aberta de dogmas e fatores fundamentais da instituição eclesial, parece agora que uma teologia e uma cultura formalmente ortodoxas são hegemônicas na Igreja (nos seminários, faculdades teológicas e universidades católicas). No entanto, parece-nos que entre muitos professores e teólogos formalmente ortodoxos (e aqueles com carreiras eclesiásticas) é muito difícil - para não dizer impossível - encontrar pessoas que também testemunhem no seu trabalho teológico e cultural a simplicidade do amor por Jesus Cristo. . Todos, evidentemente, falam de Cristo, mas, para usar as palavras de Charles Péguy, “o que é sério é o facto de ser uma tese”. Não uma presença real à qual se possa dizer antes de tudo “Jesus” de joelhos, mas apenas uma tese teológica correta. Para nós, este parece ser o ponto de julgamento mais radical da situação actual. Você não acha que esse perigo mortal é generalizado? Numa entrevista anterior a 30Giorni nos encontramos discutindo o documento Presença da Igreja na universidade e na cultura universitária . Aquele documento falava da preocupação de que – em comparação com a ciência e a cultura – a Igreja se torne uma academia, enquanto a presença da Igreja, precisamente, “deve oferecer a possibilidade efetiva de um encontro com Cristo”...

PIO LAGHI: A perspectiva indicada pela pergunta capta evidentemente um ponto essencial de verificação da autenticidade e adequação de qualquer iniciativa no âmbito eclesial e também, consequentemente, de toda a atividade desenvolvida pelos seminários, faculdades teológicas e universidades católicas. Cada obra, cada gesto, cada palavra de cada crente, bem como da Igreja, deve de facto encontrar a sua justificação última, o seu significado, unicamente na sua capacidade de "dizer" a presença de Jesus, de deixar transparecer a sua oferta de salvação. . Nada na Igreja deve ir além do testemunho, além da voz da Noiva respondendo ao amor do seu Noivo. Contudo, se este continua a ser um critério essencial de discernimento para estabelecer a validade daquilo que os cristãos fazem, não é fácil fazer com que se torne o argumento para um julgamento sobre a capacidade real dos homens e das instituições para expressar a simplicidade da fé. Não conhecemos as características do valor global, para podermos fazer afirmações seguras sobre características individuais. Dito isto, podemos certamente detectar uma tendência a esconder-se atrás de uma teologia e cultura cristã formalmente ortodoxa, mas não sem detectar simultaneamente numerosos e encorajadores sinais que vão na direção oposta. Não se passaram muitos anos desde que Hans Urs von Balthasar denunciou a lacuna antinatural que surgiu no Ocidente entre a teologia e a santidade. Hoje pode-se dizer que a necessidade de superar o contraste entre “teologia sobre a mesa” e “teologia de joelhos” – segundo as conhecidas expressões do teólogo suíço – é percebida por muitos, especialmente pela geração mais jovem de seminaristas, professores, estudantes. É necessário levar isto em conta e promover o desenvolvimento destes germes positivos. Não se pode tirar conclusões demasiado precipitadas. Corre-se o risco de fomentar uma espécie de suspeita em relação ao mundo dos estudos, da investigação rigorosa e paciente, da inteligência, como se este já não fosse capaz de ser permeado pelo anúncio evangélico. Pelo contrário, é necessário continuar a trabalhar para que a universidade, permanecendo verdadeiramente uma universidade, ofereça a possibilidade efetiva de um encontro com Cristo. 

Homologação cultural 

30GIORNI : Outro perigo que parecemos ver na atual situação eclesial é a tentativa de impor uma cultura única, a tentativa de hegemonia cultural a todo custo e, portanto, o perigo da homologação cultural. Em vez de estarmos unidos nas coisas necessárias, nos dogmas ( in necessitas unitas...), e livre nas tentativas culturais (nas hipóteses e escolhas culturais), parece-nos que se procura uma uniformidade cultural. O que, portanto, não é uma cultura autêntica. A cultura, sendo uma consciência crítica e sistemática de uma experiência, é pela sua natureza fruto da criatividade pessoal. Enquanto hoje, que escritor inteligente e atípico, Gianni Baget Bozzo, em seu livro O Futuro do Catolicismo, parece hegemônico. A Igreja depois do Papa Wojtyla (Casale Monferrato, Piemme, 1997), chama de “ideologia conciliar” em sua versão moderada. Uma ideologia que é exatamente o oposto da letra e do espírito, por exemplo, das duas constituições dogmáticas do Concílio Ecuménico Vaticano II, a Lumen Gentium a Dei Verbum . Com uma frase paradoxal, poderíamos dizer que hoje também podemos colocar certos dogmas (como o pecado original) entre parênteses, desde que sejamos culturalmente moderados.
Você não acha que esta falta de liberdade na cultura, esta tentativa de um projeto cultural uniforme, poderia ser um perigo? (Estamos falando de falta de liberdade, não teorizada, mas prática).

Não lhe parece que esta falta de liberdade (de legítimo pluralismo teológico e cultural) nas hipóteses e escolhas culturais é um perigo para a própria fé, por que há uma tendência a confundir a unidade necessária no essencial com o que é eminentemente livre e contingente?

LAGHI: Numa cultura onde domina o “politicamente correto”, é perfeitamente compreensível que haja, mesmo no âmbito eclesial, tentativas de impor um modelo cultural uniforme. Tentamos fazer com que todos concordem; se para ele está tudo bem, que sentido ainda pode ter o ir em direção ao outro, buscando a comunicação, o diálogo? Neste sentido, podemos falar de uma espécie de “hegemonia cultural” para o nosso tempo. Em resposta, acredito que devemos fomentar a crença de que uma visão tão “moderada”, aparentemente favorável ao surgimento da liberdade, é na realidade sufocante. Para criar uma sinfonia, onde as vozes individuais sejam simultaneamente autónomas e afinadas, é necessário o reconhecimento de um Centro dinamizador de vida, de um Coração palpitante. É este Centro que é indicado pelos dogmas da Igreja e é a este Centro que devemos nos referir se quisermos tornar-nos culturalmente fecundos, crescer na liberdade e desenvolver um saudável pluralismo teológico. É um horizonte sempre aberto, um apelo constante. O perigo real talvez seria o de não reconhecer mais que existe o risco que você relatou. 

Fonte: https://www.30giorni.it/

Das Conferências de Santo Tomás de Aquino, presbítero

Cruz: exemplo de virtude (Canção Mova)

Das Conferências de Santo Tomás de Aquino, presbítero

(Colatio 6 super Credo in Deum)              (Séc. XIII)

Na cruz não falta nenhum exemplo de virtude

Que necessidade havia para que o Filho de Deus sofresse por nós? Uma necessidade grande e, por assim dizer, dupla: para ser remédio contra o pecado e para exemplo do que devemos praticar.

Foi em primeiro lugar um remédio, porque na paixão de Cristo encontramos remédio contra todos os males que nos sobrevêm por causa dos nossos pecados.

Mas não é menor a utilidade em relação ao exemplo. Na verdade, a paixão de Cristo é suficiente para orientar nossa vida inteira. Quem quiser viver na perfeição, nada mais tem a fazer do que desprezar aquilo que Cristo desprezou na cruz e desejar o que ele desejou. Na cruz, pois, não falta nenhum exemplo de virtude.

Se procuras um exemplo de caridade: Ninguém tem amor maior do que aquele que dá sua vida pelos amigos (Jo 15,13). Assim fez Cristo na cruz. E se ele deu sua vida por nós, não devemos considerar penoso qualquer mal que tenhamos de sofrer por causa dele.

Se procuras um exemplo de paciência, encontras na cruz o mais excelente! Podemos reconhecer uma grande paciência em duas circunstâncias: quando alguém suporta com serenidade grandes sofrimentos, ou quando pode evitar os sofrimentos e não os evita. Ora, Cristo suportou na cruz grandes sofrimentos, e com grande serenidade, porque atormentado, não ameaçava (1Pd 2,23); foi levado como ovelha ao matadouro e não abriu a boca (cf. Is 53,7; At 8,32).

É grande, portanto, a paciência de Cristo na cruz. Corramos com paciência ao combate que nos é proposto, com os olhos fixos em Jesus, que em nós começa e completa a obra da fé. Em vista da alegria que lhe foi proposta, suportou a cruz, não se importando com a infâmia (cf. Hb 12,1-2).

Se procuras um exemplo de humildade, contempla o crucificado: Deus quis ser julgado sob Pôncio Pilatos e morrer.

Se procuras um exemplo de obediência, segue aquele que se fez obediente ao Pai até à morte: Como pela desobediência de um só homem, isto é, de Adão, a humanidade toda foi estabelecida numa condição de pecado, assim também pela obediência de um só, toda a humanidade passará para uma situação de justiça (Rm 5,19).

Se procuras um exemplo de desprezo pelas coisas da terra, segue aquele que é Rei dos reis e Senhor dos senhores, no qual estão encerrados todos os tesouros da sabedoria e da ciência (Cl 2,3), e que na cruz está despojado de suas vestes, escarnecido, cuspido, espancado, coroado de espinhos e, por fim, tendo vinagre e fel como bebida para matar a sede.

Não te preocupes com as vestes e riquezas, porque repartiram entre si as minhas vestes (Jo 19,24); nem com honras, porque fui ultrajado e flagelado; nem com a dignidade, porque tecendo uma coroa de espinhos, puseram-na em minha cabeça (cf. Mc 15,17); nem com os prazeres, porque em minha sede ofereceram-me vinagre (Sl 68,22).

Fonte: https://liturgiadashoras.online/

Você sabe lidar com a tristeza?

Tristeza ou Depressão | Pedes Psicologia

VOCÊ SABE LIDAR COM A TRISTEZA?

Dom Leomar Brustolin
Arcebispo de Santa Maria (RS)

Jesus é Deus que se fez humano para revelar nossa verdadeira identidade.  Aos contemplarmos a humanidade de Jesus, vemos a “transparência” do rosto de Deus. Seus traços humanos – sua história concreta, suas escolhas, seus comportamentos e seus sentimentos – nos permitem acessar quem é o homem Jesus, seu lado humano. Ao mesmo tempo, revelam o projeto de ser humano que Ele nos ofereceu.  Os primeiros cristãos sempre refletiram sobre Jesus como “o rosto divino do humano e rosto humano de Deus”.

Refletir sobre os sentimentos de Jesus pode iluminar nossas próprias experiências, frequentemente marcadas por incertezas e cansaços. Não temos como imitar Jesus em tudo, porque os contextos são diversos, mas podemos nos inspirar em sua vida ele para lidarmos com os revezes do nosso cotidiano. Como bem diz o Pe. Zezinho em sua canção: “O que é preciso para ser feliz? Amar como Jesus amou, viver como Jesus viveu, sonhar como Jesus sonhou, sentir o que Jesus sentia”.

Meditemos sobre a tristeza, esse sentimento que marca nossa existência e que foi santificado pela vivência de Jesus. Muitas vezes, ela pode nos paralisar ou lavar à depressão, tirando nossa vontade de viver. Porém, nem toda a tristeza é ruim.  Ficar triste, por exemplo, por estar longe de Deus, por ter feito algo errado ou por ter ofendido alguém e se arrepender, tem grande valor. São Paulo escreveu: “A tristeza, segundo Deus, produz um arrependimento irrevogável que leva à salvação, enquanto a tristeza mundana traz a morte” (2 Cor 7, 10).

A tristeza saudável pode conter valiosas lições: reconhecer o que já não temos, mas que nos fazia felizes; tomar consciência dos nossos defeitos, aprendendo a discernir o bem do mal; a sermos humildes, percebendo o que nos falta na vida e, ao mesmo tempo, abrir-nos para encontros inesperados, chamando-nos a sair da autossuficiência.

Jesus experimentou sentiu tristeza ao longo de sua vida. Ele se entristeceu diante do pecado da “dureza de coração” dos seus interlocutores, especialmente dos líderes religiosos que o rejeitavam. Experimentou a tristeza profunda no Jardim das Oliveiras antes ser preso, julgado e condenado (Mc 14,33). Ele superou esse momento entregando-se totalmente à vontade do Pai (Mc 14,36), encontrando na paixão iminente uma lógica de amor a Deus e ao próximo.

Com Jesus, aprendemos que, quando o amor se torna a razão de viver e de morrer, a tristeza dá lugar à felicidade e à alegria profunda, que são dons do Espírito Santo. Ele nos ensina a lidar com a tristeza sem nos perdermos em meio às trevas.

Jesus também manifestou sua vulnerabilidade com lágrimas. Ele chorou pela morte de seu amigo Lázaro: “Jesus começou a chorar”, e os presentes comentaram: “Vejam como ele o amava!” (Jo 11,35-36).  Chorou também ao avistar Jerusalém, após sua entrada triunfal messiânica, lamentando que a Cidade Santa não reconheceu o momento da sua visita. Ele veio trazer a paz, mas foi rejeitado e crucificado como um malfeitor (Lc 19,41-44).

Jesus disse “Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados” (Mt 5,4) e “Bem-aventurados vocês que agora choram, porque vocês se alegrarão” (Lucas 6,21).  Choramos de tristeza, pelo sofrimento injusto, pelos nossos pecados. Não são lágrimas inúteis. Elas são recolhidas por Deus, que no Reino, porá fim à morte e a tudo o que contradiz a vida em plenitude, com um gesto muito simples e cheio de amor: Ele mesmo enxugará as lágrimas de todos os rostos (cf. Ap 21,4).

É preciso aprender a sofrer sem perder a esperança. Afinal até a dor e a tristeza passam, mas Deus permanece conosco. Em Cristo, Deus experimentou a tristeza e nos indicou o caminho da superação pela fé. Deus é fonte da alegria e está sempre conosco.

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Jesus é um Peregrino de Esperança

"Passar pela Porta Santa não é um ato mágico, é um símbolo cristão, um sinal que expressa o desejo de recomeçar, de se renovar, de se deixar encontrar por Deus" (Papa Francisco) | Vatican News.

"Para proclamar o Evangelho, não podemos ficar parados num só lugar. Temos que ser peregrinos e peregrinos de esperança que não esmorece, que não decepciona. Jesus sempre está a caminho e caminha até em cima do perigo das águas volumosas, caminha sobre o mar, símbolo nas Sagradas Escrituras da morte. Caminhar sobre as águas é vencer o dilúvio e o mar vermelho que produziram a morte de muitos."

Jackson Erpen - Cidade do Vaticano

Estamos vivendo o Ano Jubilar, no qual somos convidados a ser “Peregrinos de Esperança”. E o peregrino – como recentemente recordou o Papa - não é apenas aquele que caminha, mas aquele que tem uma meta, e essa meta é Jesus Cristo, que nos permite entrar na vida nova, livres da escravidão do pecado”.

Sim, Jesus é a meta, e neste caminho, “não estamos sozinhos”, pois é o próprio Jesus que “caminha ao nosso lado”, que nos acompanha, “porque quer encontrar-nos”. “É por isso que dizemos que o núcleo do cristianismo é um encontro: o encontro com Jesus”, disse Francisco em uma homilia na Casa Santa Marta, recordando que “há uma antiga regra de peregrinação, que diz que o verdadeiro peregrino deve ir ao ritmo da pessoa mais lenta. E Jesus é capaz disto, faz isto, não acelera, espera que demos o primeiro passo.”

Na reflexão “Jesus é um Peregrino de Esperança”, Pe. Gerson Schmidt* nos traz a dimensão do peregrinar de Jesus:

"O Ano Jubilar tem como tema “Peregrinos de Esperança”. Somos todos peregrinos e a esperança nos anima a continuar no caminho, rumo à eternidade. Maria mesma “é caminho, caminho que conduz a Cristo, caminho que conduz «ao Caminho»”87. Jesus mesmo disse no Evangelho joanino: “Eu sou O CAMINHO, A VERDADE E A VIDA” (Jo 14,6). Ele sempre se põe a caminho e se declara ser Ele mesmo o caminho.

No Catecismo da Igreja Católica, no número 583, diz que Jesus subia ao templo todos os anos, ao menos pela Páscoa, durante a vida oculta. O seu próprio ministério público foi ritmado pelas peregrinações a Jerusalém nas grandes festas judaicas (Cf. Jo 2,13-14;5,1.14;7,1.10.14;8,2;10,22-23). Encontramos isso em diversos textos do Evangelho de São João.

Na narrativa dos evangelhos uma das caraterísticas de Jesus nitidamente perceptíveis é o seu estar «a caminho». Ele nasce na viagem, como recém-nascido tem de viajar para se refugiar num país estrangeiro, durante a sua vida pública desloca-se a um ritmo permanente, de aldeia em aldeia, de cidade em cidade, dos lugares desertos para as praças, de casa para a sinagoga, da estrada para o campo, da beira-mar para a montanha: quando se aproxima «a hora de passar deste mundo para o Pai» (Jo 13,1), toma a firme decisão de se pôr a caminho de Jerusalém» (Lc 9,51). Jesus sempre está a caminho e precisa pregar o Evangelho em toda a parte, como pediu depois aos discípulos que o fizessem. “Ide por todo o mundo, pregai o Evangelho a toda a criatura” (Mc 16,15). Para proclamar o Evangelho, não podemos ficar parados num só lugar. Temos que ser peregrinos e peregrinos de esperança que não esmorece, que não decepciona. Jesus sempre está a caminho e caminha até em cima do perigo das águas volumosas, caminha sobre o mar, símbolo nas Sagradas Escrituras da morte. Caminhar sobre as águas é vencer o dilúvio e o mar vermelho que produziram a morte de muitos.

Uma enchente avassaladora, como a que aconteceu em maio de 2024 no sul do Brasil, é sinônimo de tragédia e devastação. Diante de tantas mortes e descaminhos, da guerra e da perseguição, a Igreja nos convida no Ano Jubilar da encarnação do Verbo Divino a sermos “peregrinos de Esperança”. Como Jesus peregrino, também nós devemos peregrinar. Não somente peregrinar para um lugar sagrado para lucrar a Indulgência Plenária oferecida nesse ano, mas a peregrinar no anúncio da Boa Nova e de promoção social. o Jubileu busca reacender a fé em um mundo desafiado por conflitos e desigualdades. A celebração do Ano Jubilar inclui peregrinações, momentos de oração e ações concretas de solidariedade, como apoio a presos, doentes, jovens e marginalizados. Além disso, o Papa convoca a Igreja a ser sinal de esperança, promovendo a paz, a unidade entre cristãos, especialmente na celebração comum da Páscoa e a justiça social.

Jesus foi peregrino até a morte, peregrinando rumo ao calvário. Jesus morre fora de casa, a terminar uma via-crúcis. Ele mesmo é «o caminho» (Jo 14,6). Com um «segue-Me» envolve muitos a pôr-se a caminho juntamente com Ele: mesmo depois da sua morte, os seus discípulos são conhecidos como «os da via», de um grupo que chamavam “O Caminho” (At 9,2). Pedro captou bem a identidade do Mestre quando o anuncia com esta frase sintética: «Deus ungiu com o Espírito Santo e com o poder a Jesus de Nazaré, o qual andou de lugar em lugar, fazendo o bem e curando todos» (At 10,38). A imagem que fascinou os primeiros convertidos ao Cristianismo é a de Jesus que caminha conduzido pelo Espírito e fazendo bem por onde passa.

A Bíblia é um livro cheio de caminhos e de viagens, a história entre Deus e a humanidade é um entrelaçado dinâmico entre sair e chegar, ir e vir, partir e voltar, entre êxodo e advento. O Salmo 121 diz que “Deus abençoe tua partida e tua chegada” (Sl 121,8). O caminhar de Maria insere-se neste movimento, neste sistema de encontro divino-humano, sempre aberto ao imprevisto, à surpresa e à novidade, mas sempre guiado pelo sopro do Espírito. A sua mãe assemelha-se a Cristo nisto. A imagem de Maria a caminho emerge com nitidez nos evangelhos. Da Galileia à Judeia faz o mesmo percurso que mais tarde Jesus fará. Caminhando apressadamente pelos montes, ela evoca o célebre texto profético: «Como são belos sobre os montes os pés do mensageiro que apregoa a boa-nova…» (Is 52,7).

Que a peregrinação a um templo possa ser uma grande motivação para o Ano Jubilar, mobilizando nossas caravanas, nossas comunidades para um tempo novo de Igreja, um “caminhar juntos”, na sinodalidade e, como Jesus e Maria, um peregrinar constante na fé."

*Padre Gerson Schmidt foi ordenado em 2 de janeiro de 1993, em Estrela (RS). Além da Filosofia e Teologia, também é graduado em Jornalismo e é Mestre em Comunicação pela FAMECOS/PUCRS.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Santa Ângela de Mérici

Santa Ângela de Mérici
27 de janeiro
Localização: Itália (Desenzano)
Santa Ângela de Mérici

Ângela nasceu em 1474 na cidade de Desenzano, Itália, numa família pobre de bens e riquíssima de espiritualidade. Desde a infância desejava a vida religiosa, gostando de ler sobre a vida dos padres do deserto e imitar, como podia, as suas duras penitências. Cedo ficou órfã de pai e mãe, e foi morar, junto com sua irmã menor, na casa de um tio. Porém estes dois faleceram também. Dedicou-se então, já na plena juventude, a desenvolver o projeto de educar as meninas e as jovens, particularmente às mais expostas aos perigos morais. Acompanhada de outras jovens, visitava as prisões e hospitais, e cuidava dos pobres e abandonados.

Impressionada com a decadência dos costumes familiares, uma trágica consequência do espírito pagão da Renascença, focou seus esforços na educação das moças, das quais dependia largamente a saúde moral das famílias. Para isso criou a comunidade das Servas de Santa Úrsula – em homenagem a esta mártir que com suas companheiras morreu por defender sua religião e castidade. Queria assim formar as futuras mães de acordo com a doutrina da Igreja. A característica da instituição, inovadora para a época, era a forma maleável, adaptável às circunstâncias de tempo e lugar, com apenas um mínimo de vida comum.

Para fortificar-se espiritualmente nesta missão, Ângela, no inicio da sua obra, peregrinou à Terra Santa. Na viagem, adoeceu e perdeu a vista, de modo que nada pôde enxergar do lugar, a não ser pela fé. Na volta, o navio, providencialmente, perdeu o rumo e atracou na ilha de Cândia – Creta – onde havia próximo ao porto um santuário, e nele um crucifixo milagroso. Ângela foi até lá e rezou pedindo a Deus a cura, e foi imediatamente atendida. Em agradecimento, ela fez uma outra peregrinação, a Roma, no jubileu de 1525, onde o Papa Clemente VII a recebeu e abençoou sua obra.

Em 27 de janeiro de 1540, aos 75 anos, Ângela faleceu, e no seu túmulo foram constatados muitos milagres. Sua obra continuou e, em 1903, as várias comunidades se reuniram numa federação, mantendo a proposta inicial de educar a juventude feminina, especialmente as futuras mães de família, conservar os bons costumes, e dar assistência aos pobres e enfermos.

Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:

Quão atual é a necessidade da obra de Santa Ângela! Sem dúvida um dos pilares da sociedade bem estruturada é a família, e nesta a posição e função da mulher como mãe é fundamental e indispensável. A cultura atual contudo só promove a ideia de que a mulher não tem mais nenhuma responsabilidade como mãe, ao contrário deve viver de forma independente do marido e da família, ou nem sequer deve ter uma família organizada, além de priorizar um pretenso direito à “liberdade sexual” – em termos simples, mera e baixa promiscuidade – que inclui aberrações sexuais e a “opção” de matar o próprio filho através do aborto. Nestas condições, não é preciso grande esforço para perceber que nenhum projeto social pode ser bem sucedido; uma casa construída sobre a areia será facilmente derrubada (Mt 7,26-27), e seus moradores perecerão. As graças evidentes que Deus proporcionou à obra de Santa Ângela são um claro aviso de qual caminho é o certo.

Oração:

Ó Deus, que desde o princípio dispusestes para o ser humano a felicidade na vida familiar, baseada no amor fiel e na geração e cuidado aos filhos; e que quisestes Se encarnar numa família e ter, também Vós, uma Mãe, dai-nos na Vossa infinita misericórdia e por intercessão de Santa Ângela de Mérici a conversão das mentalidades, para que os povos responsavelmente sigam Vossa vontade quanto ao Sacramento do matrimônio, os governos defendam as famílias no molde católico, e as sociedades, principalmente as mulheres, zelem pelos bons costumes e pelo amparo à maternidade. Pela Sagrada Família, Jesus, Maria e José. Amém.

Fonte: https://www.a12.com/

domingo, 26 de janeiro de 2025

10 boas piadas do Papa Francisco

Antoine Mekary | ALETEIA

Camille Dalmas - publicado em 26/01/25

O Papa Francisco é conhecido por fazer piadas e pelo seu senso de humor. Confira esta lista com alguns de seus comentários mais engraçados!

Os católicos podem ter notado que o Papa Francisco adora fazer piadas e frequentemente diz que ter um bom senso de humor é essencial para viver uma vida feliz. Em sua última autobiografia, Esperança, o Papa Francisco afirma que “Deus sorri” e que um cristão triste “é sempre um cristão triste”.

A seguir, uma lista das melhores piadas ou brincadeiras que o Papa Francisco contou ou fez desde sua eleição em 2013. 

1 - O REMÉDIO DA TEQUILA

Em 2022, durante uma audiência geral na Praça de São Pedro, o Papa Francisco estava circulando em seu papamóvel quando um padre mexicano, acompanhado de seus confrades, perguntou-lhe como estava o seu joelho. “Muito caprichoso”, respondeu o Papa, e acrescentou: “Você sabe do que eu preciso para o meu joelho? Um pouco de tequila!”

2 - UMA SUGESTÃO PARA OS JOVENS QUE DESEJAM SE TORNAR JESUÍTAS

Em agosto de 2024, o Papa Francisco recebeu um responsável da Província chinesa dos Jesuítas e respondeu a várias perguntas. Em um determinado momento, o interlocutor perguntou ao Pontífice qual conselho ele daria a um jovem que quisesse ingressar na Companhia de Jesus. A resposta imediata do Papa: 'Torne-se dominicano!'

3O - PAPA BRINCA LOGO APÓS UMA OPERAÇÃO

Com uma hérnia intestinal com risco de obstrução, o Papa passou por uma cirurgia complexa em 7 de junho de 2023. Durante uma coletiva de imprensa, o cirurgião Sergio Alfieri falou sobre as circunstâncias da operação. O Papa “reagiu bem”, afirmou o médico. “Ele já fez a primeira piada dez minutos após acordar”, continuou Alfieri, que já havia operado o Papa dois anos antes. “Quando virá a terceira?”, teria perguntado o Papa ao acordar.

4O - PAPA E UM BISPO ALEMÃO

Em setembro de 2024, o Papa visitou a catedral de Luxemburgo, e vários bispos avançaram para saudá-lo. Apresentou-se Dom Jörg Michael Peters, bispo auxiliar de Tréveris, na Alemanha. Nos últimos anos, tensões marcaram as relações entre o episcopado alemão e a Santa Sé. Dom Peters explicou ao Papa que ele e seus confrades traziam as calorosas saudações da Conferência Episcopal Alemã, ao que o Papa respondeu brincando: “Isso é católico?”

5A - "PISTA DE POUSO" DE UM JORNALISTA

No avião que o levava à Eslováquia em 2021, o Papa Francisco foi saudar os jornalistas que o acompanhavam e percebeu que uma das correspondentes mais antigas, a mexicana Valentina Alazraki, não estava lá. No entanto, ele se alegrou ao saber que outro jornalista experiente, Philip Pullella, correspondente histórico da agência internacional Reuters, estava presente. Ele então começou a procurar o jornalista com o olhar, pelos assentos do avião. "Ah, lá está ele! Posso ver a pista de pouso!" exclamou, apontando para a careca do jornalista americano.

6O - HÚNGARO, LÍNGUA DO PARAÍSO

O embaixador húngaro Eduard Habsburg contou que, no aeroporto de Budapeste, o Papa Francisco, que conhece a fama de a língua húngara ser difícil de aprender, fez questão de contar sua piada húngara favorita: "Sabem por que se fala húngaro no paraíso? Porque leva uma eternidade para aprender!"

7 - "REZEM POR MIM!"

Ao final de cada catequese ou discurso, o Papa Francisco nunca se esquece de concluir com este pedido: "Não se esqueçam de rezar por mim." Mas, muitas vezes, para finalizar com um toque de humor, o Papa — que sabe que tem seus detratores — olha para seus anfitriões e diz: "Rezem por mim! Não contra mim!"

8O - LITURGISTA E O TERRORISTA

Em sua última autobiografia, Esperança, o Papa conta uma piada que lhe teria sido contada pelo antigo arcebispo de Cantuária, Justin Welby: "Você conhece a diferença entre um liturgista e um terrorista? Com o terrorista, você pode negociar..."

9 - A HISTÓRIA DO JESUÍTA "UM POUCO VAIDOSO"

Na autobiografia, Francisco narra a história de um jesuíta um pouco vaidoso que tem um problema cardíaco e precisa ser internado no hospital. "Antes de entrar na sala de operação, ele pede a Deus: 'Senhor, a minha hora chegou?' 'Não, você viverá ainda pelo menos quarenta anos', responde Deus. Assim que ele se recupera, aproveita para fazer um implante capilar, um lifting, uma lipoaspiração, corrigir as pálpebras, os dentes… Enfim, é um homem novo. Mas assim que saí do hospital, é atropelado por um carro e morre. Quando chega diante de Deus, ele protesta: 'Senhor, você me disse que eu viveria mais quarenta anos!' E Deus: 'Ops, desculpe, eu não te reconheci...'"

10 - UMA PIADA DO PAPA FRANCISCO NOS ESTADOS UNIDOS

O Papa conta outra piada no livro Esperança, uma história em que imagina chegar a Nova York para uma viagem. Ao descer do avião, encontra uma enorme limusine esperando por ele. "Ele fica um pouco constrangido com o luxo, mas pensa que faz uma eternidade que não dirige um carro, além disso, uma limousine como aquela, quando mais teria a oportunidade? Ele olha para a limusine e pergunta ao motorista: 'Você me deixaria dirigir?' E o motorista responde: 'Olha, desculpe, Sua Santidade, mas não posso, por causa do protocolo…' Mas você sabe o que dizem, quando o Papa põe uma ideia na cabeça... Bem, ele insiste, insiste até que o motorista cede. O Papa se senta ao volante e segue por uma daquelas enormes avenidas, vai se empolgando, acelera: cinquenta quilômetros por hora, oitenta, cento e vinte… Até que ouve uma sirene e um carro de polícia o para. Um jovem policial se aproxima da janela. Um pouco intimidado, o Papa a abaixa, e o outro fica pálido. 'Desculpe um momento', diz ele, e vai até o seu carro para ligar para a central. 'Chefe… acho que tenho um problema.' 'Que problema?' pergunta o chefe. 'Eu acabei de parar um carro por excesso de velocidade... mas é alguém realmente importante.' 'Importante como?' 'O prefeito?' 'Não, mais importante que o prefeito.' 'Mais importante que o prefeito? Quem é?' 'O governador?' 'Não, ainda mais...' 'Não será o presidente, né?' 'Ainda mais, eu acho...' 'Quem pode ser mais importante que o presidente?' 'Olha chefe, eu não sei quem é, mas o motorista é o Papa!'".

Fonte: https://pt.aleteia.org/2025/01/26/10-boas-piadas-do-papa-francisco

Reflexão para o III Domingo do Tempo Comum (C)

Evangelho do domingo (Vatican News)

Para mostrar a todos a excelência de Jesus dentro da tradição dos profetas, Lucas recorda o dia em que o Mestre, com trinta anos de idade, foi à sinagoga e o presidente dela convidou-o a fazer a segunda leitura do dia.

Padre Cesar Augusto, SJ - Vatican News

O Livro de Neemias nos dá um relato do que poderíamos chamar a “primeira celebração da Palavra”. Ela foi realizada quando se percebeu a desordem que havia no meio do povo, onde cada um fazia o que desejava. Por ignorância, não se praticava a Lei e o caos imperava.

Esdras, doutor da Lei mosaica, foi enviado por Artaxerxes, rei persa, a Jerusalém, para colocar ordem na cidade.

Ele preparou o povo e esperou o primeiro dia do novo ano para fazer uma solene celebração litúrgica, com todas as pessoas capazes de compreender.

Os convocados compareceram, com absoluta boa vontade e sabiam que a solenidade duraria muitas horas, e na verdade era o Senhor quem os convocava.

Esdras, consciente de que o momento era emblemático, usou de sua sensibilidade para demonstrar ao povo a grandeza do momento: mandou erguer um estrado de madeira, em um lugar visível a todos, e nele criou  um ponto elevado para ser o local da  tribuna, onde seria proclamada a Lei do Senhor. Era necessário que todos o vissem e ouvissem quando fosse abrir o livro e fazer sua leitura.

Quando isso aconteceu, o povo todo ficou de pé e o ouvia com atenção. Esdras explicava seu sentido para que o povo pudesse compreender a leitura. Ao final da proclamação o povo disse “Amém! Amém! e se prostrou por terra. Era o Senhor que falava através de Esdras e a prostração foi o sinal de que todos estavam conscientes disso. 

O povo, conhecedor de suas próprias falhas, chorava, contudo Esdras chamava-lhes a atenção para o aspecto da amizade de Deus; ela é mais importante que tudo, daí não chorar, mas festejar. Mais ainda, a alegria do Senhor é e será a força do povo. Por outro lado, sentir-se pecador, deve ser celebrado com alegria, pois ter essa consciência é um dom de Deus!

São Lucas, logo no início de seu Evangelho, escreveu: “...história dos acontecimentos que se realizaram entre nós, como nos foram transmitidos por aqueles ministros da palavra”. O evangelista nos diz que o que vai narrar não é uma fábula, mas aconteceu realmente e nos foi transmitido pelos servidores de Jesus Cristo, o personagem central de seus relatos.

Para mostrar a todos a excelência de Jesus dentro da tradição dos profetas, Lucas recorda o dia em que o Mestre, com trinta anos de idade, foi à sinagoga e o presidente dela convidou-o a fazer a segunda leitura do dia. Jesus abriu o rolo que continha os escritos que falavam sobre sua vinda, mas indecifráveis até então. Escolheu o texto do profeta Isaías que diz: “O Espírito do Senhor está sobre mim e...enviou-me a anunciar a boa nova aos pobres”. Ao enrolar o volume e entregá-lo ao assistente, Jesus diz, com esse gesto, que todos os escritos do Antigo Testamento acabaram, naquele instante, de cumprir sua missão: conduzir as pessoas até ele. Por isso podem ser enrolados e guardados.

Nesse exato momento, todos os olhos estão voltados para ele. Todos desejam ouvir o que o Mestre irá dizer. Começaram os novos tempos!

Se hoje continuamos a ler textos do Antigo Testamento, os lemos antes dos do Novo, pois eles são indispensáveis para nossa preparação à acolhida de Jesus Cristo.

A partir da homilia de Jesus, após as leituras bíblicas, sabemos que ela deverá estar dentro da realidade das pessoas  e sempre ser mensagem de alegria, de esperança em Deus.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF