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sexta-feira, 24 de outubro de 2025

Por que você não deve imitar tudo o que fez um santo

Shutterstock | KONSTANTIN_SHISHKIN

Philip Kosloski - publicado em 24/10/25

Os santos viveram vidas santas e alcançaram profunda união com Deus nesta terra, mas isso não significa que devamos imitar todos os aspectos de suas vidas.

Quando lemos um bom livro espiritual — especialmente um que descreve a vida e as práticas de um santo — às vezes podemos pensar que tudo deve ser imitado. Isso pode facilmente nos sobrecarregar, levando-nos a acreditar que esse é o único caminho para a santidade.

Podemos chegar a pensar que precisamos vender todos os nossos bensrezar 12 rosários por dia ou ficar sentados dentro de uma igreja por longas horas para sermos santos.

venerável Agostinho Baker, um monge beneditino do século XVII, deu orientações detalhadas sobre o que evitarao dedicar-se a esse tipo de leitura espiritual. Suas sugestões podem nos ajudar a enxergar livros e artigos espirituais sob outra perspectiva, reconhecendo que cada pessoa segue um caminho único rumo a Deus, e que o que funciona para uma pessoa não necessariamente funcionará para nós.


Os santos não foram feitos para serem imitados por completo

Shutterstock | PUWADON SANG

Baker adverte em seu livro Santa Sabedoria (Holy Wisdom, em inglês):

“Que [o leitor] não se apresse em aplicar [os conselhos da leitura espiritual] a si mesmo pela prática, baseando-se em seu próprio julgamento natural ou em suas inclinações, mas que observe seu próprio espírito, seu caminho e a orientação interior de Deus, e os utilize em conformidade; do contrário, em vez de obter benefícios, podem surgir inconvenientes tais que teria sido melhor nunca ter lido.”

Por exemplo, um santo pode ter praticado grandes mortificações que o ajudaram a se aproximar de Deus; mas se nós as imitarmos, podemos causar mais dano do que bem à nossa alma.

Baker reforça esse conselho ao escrever:

“De todos os erros, o maior e mais perigoso é imitar indiscriminadamente os exemplos e práticas dos santos — em particular as mortificações corporais extraordinárias, assumidas voluntariamente (ainda que por indicação especial de Deus), como trabalhos, jejuns, vigílias, disciplinas, etc.”


Todos somos diferentes

Sem dúvida, podemos nos inspirar nas vidas dos santos, mas precisamos “traduzir” suas experiências para a nossa realidade — com a ajuda de Deus e de um diretor espiritual de confiança. Deus pode querer que vivamos de modo semelhante, mas não exatamente igual.

Baker continua:

“O benefício que devemos — e podemos facilmente — obter da leitura das práticas extraordinárias dos outros é admirar os caminhos de Deus na condução de seus santos e aproveitar a ocasião para nos humilhar e desprezar a nós mesmos, ao vermos o quanto estamos distantes deles na prática das virtudes; mas sem imitá-los nessas coisas, a não ser quando estivermos certos de que Deus nos guia com uma luz sobrenatural e nos concede uma graça extraordinária — e ainda assim, somente depois de termos obtido a permissão e a aprovação de um diretor prudente.”

Cada um de nós é único e irrepetível, o que significa que nosso caminho para Deus será diferente do de qualquer outra pessoa.

Fonte: https://pt.aleteia.org/2025/10/24/por-que-voce-nao-deve-imitar-tudo-o-que-fez-um-santo/

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Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF