Paulo
Teixeira - publicado em 15/10/25
A Amazônia no centro dos debates
Em novembro de 2025, o Brasil fará história ao sediar
a COP30 (30ª Conferência das Partes) em Belém, no Pará, colocando o
coração da Amazônia no centro do debate climático global. O documento, criado
pela Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM-Brasil)
, serve como um guia para democratizar as informações sobre o evento,
especialmente para as comunidades amazônicas (indígenas, ribeirinhos,
quilombolas e extrativistas), garantindo que suas vozes e a proteção de seus
territórios sejam incluídas nas decisões cruciais.
O principal objetivo da COP30, considerada a "COP das
COPs", é garantir que os países-membros apresentem, até fevereiro de 2025,
contribuições suficientemente ambiciosas para manter o aquecimento global
abaixo do limite de 1,5°C.
Entenda a estrutura da COP30
A COP é um encontro de grande importância, reunindo
líderes e representantes de mais de 196 países que fazem parte da UNFCCC
(Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas). É nela que são
tomadas as resoluções mais importantes, como foi o Acordo de Paris
(COP21), que estabeleceu as metas para limitar o aquecimento global.
O evento, que dura duas semanas, é dividido em zonas
principais:
Zona Azul: Gerida pela ONU, é o núcleo das
negociações oficiais entre os países, onde ocorrem as sessões plenárias e as
decisões importantes sobre políticas climáticas. O Pavilhão Brasil se localiza
aqui.
Zona Verde: Aberta ao público, é o espaço para a
sociedade civil, ONGs e empresas, com foco em exposições, eventos paralelos e
sensibilização ambiental.
Além disso, os Pavilhões Temáticos (como o Pavilhão dos
Povos Indígenas e o Pavilhão de Mulheres e Gênero) enriquecem o diálogo ao
destacar soluções focadas em mitigação e adaptação às mudanças
climáticas.
Temas centrais
Os debates na COP abordam temas cruciais, como a
redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE) , estratégias de adaptação
e, fundamentalmente, a Transição Justa. A COP30, em particular, é um
chamado para reconhecer e fortalecer a conexão entre a Amazônia, seus povos e o
mundo.
O sucesso da conferência dependerá de ações concretas para
proteger a Floresta Amazônica, que armazena uma quantidade massiva de
carbono. Por isso, a Mobilização dos Povos pela Terra e pelo Clima, articulada
pela REPAM, busca fortalecer a incidência dos movimentos sociais e
territoriais, garantindo que os direitos humanos na Amazônia e os
direitos da natureza sejam centrais nas discussões.
Principais verbetes para entender a COP30
COP (Conferência das Partes): Fórum anual global
para debater e negociar as mudanças climáticas.
UNFCCC: Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre
Mudanças Climáticas.
Acordo de Paris: Pacto climático adotado na
COP21 para limitar o aquecimento global a 1,5∘C.
NDCs (Contribuições Nacionalmente Determinadas):
Metas de redução de GEE que cada país se compromete a cumprir após assinar o
Acordo de Paris.
1,5°C: O limite seguro de aumento da temperatura
global que deve ser atingido até o final do século para evitar as piores
consequências da crise climática.
Mitigação: Ações para reduzir as emissões de
Gases de Efeito Estufa.
Adaptação: Ações para preparar e ajustar a
sociedade e os ecossistemas aos impactos inevitáveis das mudanças
climáticas.
Transição Justa: Abordagem para garantir que a
mudança para uma economia de baixo carbono seja equitativa e inclusiva para
todos.
Zona Azul / Zona Verde: As duas áreas principais
da COP, para negociações oficiais e para o público e a sociedade civil,
respectivamente.
Povos Amazônicos: Os protagonistas na COP30,
cujas vozes e saberes tradicionais são essenciais para a proteção do
bioma.
O evento em Belém é uma oportunidade para que o conhecimento
e o poder de decisão saiam dos gabinetes e cheguem aos territórios,
fortalecendo a participação dos povos que historicamente cuidam da
floresta.
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