Paulo
Teixeira - publicado em 14/07/25
“Como uma criança amamentada no colo da mãe.”
“Senhor, meu coração não é orgulhoso, nem se eleva
arrogante o meu olhar; não ando à procura de grandezas nem tenho
pretensões ambiciosas!
Fiz calar e sossegar a minha alma; ela está em grande
paz dentro de mim, como a criança bem tranquila, amamentada no
regaço acolhedor de sua mãe.
Confia no Senhor, ó Israel, desde agora e por toda a
eternidade!”
Este salmo faz parte de uma série de 15 que são chamados de
cantos da subida e vão do salmo 120 até o 135. A subida era para Jerusalém em
peregrinação. Então, digamos assim, fazia parte de um livrinho de cânticos do
romeiro.
Imaginemos, primeiramente, que no longo trajeto até
Jerusalém, vendo já o templo à distância, os fiéis fizessem uma pausa na
caminhada para recitar este salmo. A primeira palavra já define a quem se
dirigem as palavras. Senhor abre o poema falando da identidade de Deus e também
está presente na última frase, como se fosse uma moldura para o que é
retratado.
Se o peregrino está na fase final de seu trajeto em direção
a Jerusalém, os versos mostram que ele também realizou uma peregrinação
interior. O salmista usa por três vezes uma negação para mostrar que está
distante de condutas que não agradam a Deus. Diz que o coração não é orgulhoso,
não tem olhar arrogante e não procura grandezas, inclusive que deixou
pretensões ambiciosas, certamente para estar nesta peregrinação.
É curiosa a parte que fala da criança no colo da mãe. Para
quem caminhou longos dias, chegar à Cidade Santa parece ser um lugar de
aconchego. A imagem da criança alimentada perfaz a ideia de satisfação e paz. A
criança que teve suas necessidades satisfeitas pode descansar na proteção da
mãe. Assim, o peregrino sente que ao cumprir sua meta satisfez uma necessidade
interior importante e, por isso, alcança a paz.
A criança amamentada representa a alma da pessoa que reza e
tem suas necessidades básicas satisfeitas. Nesse sentido, este verso se conecta
com o primeiro, no qual deixou por meio de um tríplice não os desejos e
ambições, para se deixar satisfazer pelo que há de mais básico e
interior.
As palavras finais do salmo são um convite à esperança que é
dirigido para todos. As expectativas dos desejos e ambições nem sempre são
satisfeitas, mas aquelas da alma Deus vai satisfazer, certamente, Esse é o
testemunho e convite que o salmista peregrino dirige a todos.
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