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terça-feira, 28 de outubro de 2025

Mais católicos no mundo, menos padres: estatísticas da Igreja

fot. Biuro Prasowe Kapucynów - Prowincja Krakowska

I. Media - publicado em 28/10/25

O relatório anual da agência de notícias Fides sobre as estatísticas da Igreja (que neste ano compara 2023 com 2022) revela tendências preocupantes, mas também sinais de esperança em nível global.

Em 2023, a Igreja Católica contava com 1.405.454.000 fiéis, ou 17,8% da população mundial, segundo dados publicados em 17 de outubro de 2025 pela Fides, uma agência de notícias vinculada ao Vaticano.

Enquanto o número de padres diminui em quase todas as regiões, com exceção da África e da Ásia, o número de católicos na Europa aumenta, revertendo a queda registrada no ano anterior. A Igreja Católica também tem menos seminaristas, e o declínio está se acelerando nos seminários asiáticos.

Como faz todos os anos, a agência vaticana Fides, órgão informativo das Obras Missionárias Pontifícias, publicou estatísticas que oferecem um panorama da evolução da Igreja, especialmente quanto ao número de fiéis, sacerdotes, seminaristas e religiosos — referentes ao ano de 2023.

A seguir, um resumo dos principais pontos dessas estatísticas, que abrangem 1.405.454.000 católicos registrados. É importante observar que os dados da Fides não distinguem entre América do Norte e América do Sul, agrupando ambas sob o termo genérico “América”. Essa metodologia não permite identificar tendências específicas para essas regiões, cujas realidades eclesiais e desafios são muito diferentes.

Há mais católicos no mundo — inclusive na Europa

população mundial continua crescendo, assim como o número de católicos, com quase 16 milhões a mais de fiéis em 2023 em relação ao ano anterior. Esse é o primeiro dado relevante do relatório da Fides. Esse aumento na proporção de católicos na população mundial (+0,1% em um ano) foi observado em todos os continentesinclusive na Europa.

Isso representa uma inversão da tendência registrada no ano anterior, que havia mostrado queda em 2022 em comparação com 2021.

Europa tem agora 286 milhões de católicos, um aumento de 740 mil em um ano, o que eleva a proporção de católicos para quase 40% da população do continente.

África apresentou o maior crescimento no número de católicos (+8.309.000, totalizando cerca de 281 milhões, quase 20% da população continental de 1,4 bilhão).

Em seguida vem a América (Norte e Sul juntas), com +5.668.000, alcançando 671.877.000 católicos, ou cerca de 64% da população total das Américas, que ultrapassa 1 bilhão.

Na Ásia, o número de católicos cresceu em quase 1 milhão, mas a proporção em relação à população total do continente (155 milhões de fiéis em 4,7 bilhões de habitantespermanece estável, em 3,3%.

Na Oceania, apesar de um pequeno aumento no número absoluto de católicos, a proporção caiu 1%, com pouco mais de 11 milhões de fiéis em uma população total de quase 44 milhões.

A Igreja perde padres, apesar da contribuição africana

O número de habitantes por padre no mundo aumentou ligeiramente em 236 pessoas, alcançando um total de 15.918 habitantes por sacerdote.

Nos últimos cinco anos, as pesquisas indicam uma redução contínua no número total de padres, que caiu para 406.996 em 2023, uma diminuição de 734 em relação ao ano anterior.

queda continua na Europa, com 2.486 padres a menos (incluindo religiosos e diocesanos). Apenas a África (+1.451) e a Ásia (+1.145) registraram aumento.

Apesar disso, a Europa ainda tem uma proporção muito favorável de sacerdotes em comparação com outras regiões: um padre europeu atende em média 1.846 fiéis, enquanto um padre africano atende 5.094 católicos.

Oração por mais sacerdotes

Salvador divino, Jesus Cristo, que confiaste toda a obra da redenção, o bem-estar e a salvação do mundo aos sacerdotes como teus representantes,

ofereço-te, pelas mãos de tua santíssima Mãe Maria, este dia inteiro — com todas as suas orações, trabalhos e sacrifícios, suas alegrias e dores —

pela santificação dos teus sacerdotes e por todos os que se preparam para o sacerdócio.

Dá-nos sacerdotes verdadeiramente santos, inflamados pelo fogo do teu amor divino, que não busquem outra coisa senão a tua maior glória e a salvação das almas.

E tu, Maria, boa Mãe dos sacerdotes, protege todos eles dos perigos que ameaçam sua santa vocação e, com tua mão materna, reconduz ao Bom Pastor

os infelizes sacerdotes que, infiéis à sua sublime vocação, se desviaram do caminho. Amém.

(Fonte: Fides)

Preocupação com os seminaristas — especialmente na Ásia

Em detalhe, o panorama quanto ao número de padres é negativo. A África é o único continente onde o número de seminaristas aumentou (+383), embora de forma menos acentuada do que no ano anterior (+726). Os africanos representam quase um em cada três seminaristas no mundo.

Os números da Ásia são mais preocupantes para a Igreja: o número de seminaristas caiu em 1.331, chegando a 30.436. No ano anterior, a redução havia sido de apenas 375.

Na Europa, os seminários continuam esvaziando — menos 661 seminaristas em um ano. O número total é agora de 12.800.

No total mundial, a Igreja conta com 106.495 seminaristas, ou seja, 1.986 candidatos a menos à ordenação em comparação com 2022.

Religiosas e diáconos permanentes

O número de mulheres religiosas em todo o mundo continua diminuindo: agora são 589.423, ou 9.805 a menos.

Os únicos aumentos se registram novamente na África (+1.804) e na Ásia (+46), enquanto os números continuam caindo na Europa (-7.338)nas Américas (-4.066) e na Oceania (-251).

É interessante observar que o número de diáconos permanentes — homens (possivelmente casados) ordenados para um serviço específico na Igreja — continua crescendo em todo o mundo, chegando a 51.433 (+1.234).

Embora o número tenha estagnado na Europa (15.678), ele cresceu nas Américas, onde há agora 34.322 diáconos permanentes, um aumento de 1.257.

Por fim, os dados publicados pela Fides também apresentam um panorama das instituições educacionais administradas pela Igreja no mundo:

quase 75 mil jardins de infância102 mil escolas primárias52 mil escolas de ensino médio e superior, além de milhares (não especificados) de universidades e centros de ensino superior.

Assim, a Igreja contribui para a educação e formação de cerca de 72 milhões de pessoas em todo o mundo.

Fonte: https://pt.aleteia.org/2025/10/28/mais-catolicos-no-mundo-menos-padres-estatisticas-da-igreja/

Jubileu do Mundo Educativo para mais de 7 mil estudantes: “a escola é vida”

Jubileu do Mundo Educativo, 27/10/2025 (Vatican News)

No Auditório da Conciliação, em Roma, estudantes e professores de todo o mundo se reuniram para a abertura do Jubileu do Mundo Educativo nesta segunda-feira (27/10). O cardeal Tolentino De Mendonça lembrou que “ao lado dos jovens não se envelhece”. O ministro italiano Valditara convidou a renovar os compromissos do Pacto Educativo Global. Na abertura, o testemunho da astronauta Cristoforetti alertou estudantes sobre riscos da “sociedade da distração em massa”.

https://youtu.be/7eQjlPApBQ4

Fabio Colagrande - Vatican News

“Ao lado dos jovens não se envelhece: é como manter o motor sempre ligado e olhar o mundo com novos olhos”. Foi o que lembrou o cardeal José Tolentino De Mendonça, prefeito do Dicastério para a Cultura e a Educação, nesta segunda-feira, 27 de outubro, a centenas de estudantes e professores de todo o mundo que lotavam o Auditório da Conciliação, no coração de Roma. A ocasião foi a cerimônia de abertura do Jubileu do Mundo Educativo, o grande evento do Ano Santo dedicado às escolas e universidades de todos os continentes.

O Jubileu temático, promovido pelo próprio Dicastério em colaboração com o Ministério da Educação e do Mérito da Itália, será realizado até 1º de novembro e reúne, sob o lema “A escola é vida”, mais de 7 mil estudantes, provenientes de mais de 300 instituições dos 5 continentes, que participarão de oficinas temáticas, encontros e momentos de oração, para reafirmar que a educação é um ato de esperança. Os momentos culminantes serão a passagem pela Porta Santa e a Missa conclusiva com o Papa Leão XIV, que irá proclamar São John Henry Newman “doutor da Igreja”.

Uma manhã de vozes, música e esperança

Uma significativa apresentação do coro de estudantes internacionais Choeur des Colibris, uma iniciativa que supera as barreiras da deficiência unindo crianças surdas e ouvintes, deu a introdução da manhã que contou com as intervenções do prefeito de Roma, Roberto Gualtieri; do cardeal de Mendonça e do ministro italiano Giuseppe Valditara, que enfatizaram o valor educacional como fundamento da fraternidade e da paz. Em seguida, após uma apresentação de dança e video-mapping de forte impacto, o testemunho da astronauta Samantha Cristoforetti, da Agência Espacial Europeia, deu início aos trabalhos.

“Sejam estrelas de verdade, bondade e beleza”

“Falar de educação e escola é fundamental em um jubileu dedicado à Esperança”, observou Gualtieri, ressaltando que a escola constrói a comunidade e serve a um pacto territorial e global ao mesmo tempo, porque a educação é uma tarefa de todos.

A receber os convidados, em representação da Santa Sé, esteve o prefeito do Dicastério para a Cultura e a Educação, o cardeal Tolentino De Mendonça, que saudou os jovens presentes na sala como “os prefeitos e ministros do futuro”. “Quando for celebrado o próximo Ano Santo, vocês serão adultos”, acrescentou o cardeal, “é bonito começar este jubileu temático com vocês, que são a razão pela qual a escola existe”. O cardeal lançou um apelo às meninas e aos meninos:  “Olhem sempre para cima, para as estrelas... não se deixem aprisionar pelo cinza das telas”. E acrescentou:

“Cada geração tem suas estrelas, mas lembrem-se de que vocês também são estrelas e sua luz permanecerá acesa para sempre se permanecerem conectados à verdade, à bondade e à beleza.”

“Educar é caminhar juntos em direção ao bem”

ministro Giuseppe Valditara, em sua intervenção, convidou a redescobrir a esperança jubilar como uma peregrinação em direção ao bem, que se acompanha – numa visão agostiniana – à coragem e à fraternidade, entendida como unidade na caridade. Valditara destacou que o objetivo deste Jubileu é relançar os sete compromissos do Pacto Educativo Global promovido pelo Papa Francisco. O ministro quis lembrar, em particular, a centralidade da pessoa, um princípio presente na Constituição italiana também graças ao católico Giorgio La Pira, a escuta das novas gerações e a valorização da mulher, para derrubar toda discriminação.

Família, acolhimento e solidariedade global

Investir na família, renovando o pacto educativo que une famílias e escolas, envolvendo as famílias vulneráveis no percurso educacional dos filhos, foi um dos pontos-chave da intervenção do ministro. Outro tema importante: a educação para o acolhimento. Sobre isso, Valditara - que participou recentemente do G20 da Educação na África do Sul - lançou a proposta de arrecadar doações na Europa para garantir o direito ao estudo na África, onde - disse ele - “faltam 17 milhões de professores”.

A participação da astronauta Samantha Cristoforetti (Vatican Media)

“Não deixem que roubem a atenção e a felicidade”

A engenheira Samantha Cristoforetti, primeira mulher italiana a voar no espaço e primeira europeia a comandar a Estação Espacial Internacional, abriu os olhos dos jovens na plateia para um risco educacional: “vocês estão crescendo em uma sociedade de distração em massa, celulares e aplicativos que roubam a atenção e a felicidade”. “Saiam, caminhem por muito tempo, observem a realidade que os rodeia”, exortou, convidando os jovens a assumirem riscos e a redescobrirem o valor do esforço. Citando Jonathan Swift, acrescentou: “pensar com a própria cabeça é difícil se não houver coisas suficientes na cabeça para pensar”.

Testemunhos de arte, esporte e fé

Durante a manhã, o Frei Sidival Fila compartilhou sua trajetória como artista e religioso, convidando os jovens a transformar a beleza em serviço, enquanto a Irmã Zeph e Nhial Deng, premiados com os reconhecimentos internacionais Global Teacher e Global Student Prize, testemunharam a força da educação como redenção pessoal e comunitária. O encontro com o atleta Andy Diaz e a apresentação da cantora Annalisa Minetti uniram música e esporte em uma mensagem comum de confiança no futuro.

Oficinas, encontros e missa com o Papa

Até 30 de outubro serão realizados os laboratórios temáticos, uma iniciativa que envolve 800 estudantes e 200 professores, representando 200 instituições escolares de todas as regiões italianas, juntamente com delegações de instituições escolares internacionais de todo o mundo. Uma experiência imersiva para responder de forma concreta e criativa aos desafios educacionais contemporâneos.

O projeto, articulado em quatro grandes áreas de trabalho jubilares – Caminhos, Diálogos, Horizontes, Elementos – é sediado entre a LUMSA, o Augustinianum e o Palazzo Cesi e desenvolve-se a partir de uma reflexão sobre os compromissos delineados pelo já citado Pacto Educativo Global. Cada atividade será orientada para a produção de um “resultado final” do projeto que representará a síntese do trabalho realizado pelos alunos: um atlas dos caminhos educacionais, uma carta coletiva ao Santo Padre, um glossário da esperança e uma performance artística original. Os resultados serão apresentados publicamente durante o último dia dos laboratórios, em 30 de outubro, por ocasião do encontro oficial com o Papa Leão, dedicado aos alunos de todo o mundo.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

É melhor cozinhar com azeite, manteiga ou margarina? Como escolher o melhor para você

Crédito: Getty Images

É melhor cozinhar com azeite, manteiga ou margarina? Como escolher o melhor para você

Autor: Yasmin Rufo

De BBC News

12 outubro 2025

As prateleiras dos supermercados estão repletas de diversos tipos de óleo de cozinha. Eles variam das garrafas mais baratas de óleo de soja, canola e girassol até os mais caros, de oliva, abacate e coco, que afirmam trazer benefícios à saúde.

Os óleos e gorduras fazem parte de um debate nutricional há anos. Para tentar entender sua importância, é preciso observar os diferentes tipos de gordura que cada um deles contém.

Nem todas as gorduras se comportam da mesma forma no corpo. Algumas aumentam o colesterol e outras ajudam a reduzi-lo.

colesterol é uma substância graxa natural produzida no fígado. Ele também pode ser encontrado em alguns dos alimentos que ingerimos.

Níveis muito altos de colesterol podem gerar acúmulo de gordura depositada nas paredes internas dos vasos sanguíneos, causando seu estreitamento ou bloqueio.

Com tantas mensagens conflitantes, saber qual produto devemos escolher, muitas vezes, pode parecer assustador.

A professora de Nutrição e Saúde Populacional Nita Forouhi, da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, conta ao programa de rádio Sliced Bread, da BBC, que nenhum óleo isoladamente detém a solução mágica para a boa saúde. Ela comenta três mitos comuns sobre os óleos de cozinha.

1. Não elimine os óleos mais baratos

Óleo de canola ou girassol, por exemplo, são boas opções a baixo custo (Crédito: Getty Images)

Os tipos de óleo mais baratos, como o de canola e de girassol, costumam ter má fama. Há quem afirme que eles são ultraprocessados e podem causar inflamações, com consequentes prejuízos à saúde cardiovascular.

Mas não há evidências que confirmem esta afirmação.

Na verdade, estes óleos contêm baixo teor (5-10%) de gorduras saturadas prejudiciais à saúde e alto teor de gorduras mono e póli-insaturadas mais saudáveis. E as gorduras póli-insaturadas (incluindo ômega-3 e ômega-6) são essenciais para a saúde do cérebro e do coração.

Forouhi destaca que estes óleos são "absolutamente bons para nós. Não é uma mera opinião, existem muitas pesquisas a respeito."

A professora explica que é possível reduzir o risco de doenças "quando gorduras saturadas [que podem aumentar o colesterol ruim], como manteiga, banha ou ghee, são substituídas por esses óleos".

Óleo de canola ou girassol costuma ser mais barato, representando uma opção econômica para frituras em casa.

2. Margarina pode ajudar a reduzir o colesterol ruim

As margarinas modernas contêm teor de gorduras trans próximo de zero (Crédito: Getty Images)

margarina possui má reputação há anos.

Muitos de nós acreditamos que deveríamos evitá-la porque ela costumava conter gorduras trans prejudiciais, fortemente relacionadas a doenças cardiovasculares.

Mas as margarinas atuais "contêm teor de gorduras trans próximo de zero", segundo Forouhi. "Por isso, de fato, ela pode fazer parte de uma alimentação saudável e reduzir o colesterol ruim."

A manteiga também não deve ser totalmente eliminada do cardápio. "Se você adora manteiga na sua torrada, por exemplo, certamente pode comê-la", orienta Forouhi.

Você pode usar manteiga e margarina para cozinhar, mas a professora recomenda substituí-las, às vezes, por óleo, que contém menos gordura saturada.

As orientações de saúde britânicas aconselham a manter a ingestão de gordura saturada abaixo de 10% das calorias. E é mais fácil atingir este nível usando óleo para cozinhar, em vez de manteiga.

3. Não use azeite de oliva para fritura de imersão

O azeite de oliva é inadequado para uso em frituras de imersão (Crédito: Getty Images)

Diferentes tipos de óleo apresentam comportamento diferente quando aquecidos, o que faz com que alguns deles sejam inadequados para uso em frituras.

O azeite de oliva extravirgem, por exemplo, contém antioxidantes e compostos benéficos, mas seu baixo ponto de fumaça faz com que ele seja mais adequado para uso em saladas ou para regar pratos prontos, não para fritura de imersão.

O ponto de fumaça é a temperatura em que as gorduras do óleo começam a se decompor, liberando compostos indesejáveis que podem fazer com que o sabor do óleo fique amargo, queimado ou desagradável.

O dono de restaurante Tim Hayward conta que usa azeite de oliva comum para frituras rasas. Mas, para fritura de imersão, como batatas fritas ou peixe empanado, é melhor usar óleo de canola ou girassol, que suportam altas temperaturas sem se decomporem.

Estudos também demonstraram que os óleos aquecidos acima do seu ponto de fumaça liberam subprodutos químicos tóxicos.

Mas Forouhi afirma que este tipo de cozimento não é muito comum em casa e que estudos de saúde a longo prazo ainda demonstram que os óleos vegetais "sem exceção estão relacionados a melhores resultados para doenças crônicas".

Quais óleos devo usar?

Se você estiver procurando uma estratégia simples de cozinha, aqui estão algumas indicações:

  • Para a cozinha do dia a dia: óleo de girassol ou canola é barato, saudável e versátil. Você também pode usar azeite de oliva comum.
  • Para saladas e acabamento de pratos: azeite de oliva extravirgem agrega sabor e benefícios à saúde
  • Para fritura de imersão: adote um óleo com alto ponto de fumaça, como óleo de canola ou girassol.
  • Para variar o sabor: use óleo de gergelim, abacate ou coco para pratos frios, se você gostar do sabor.

De forma geral, Nita Forouhi afirma que é melhor observar a dieta como um todo, sem se obcecar com qual óleo deve ser usado.

"Eu recomendaria considerar o sabor e o custo, experimentando diferentes tipos de óleo que tragam benefícios à saúde", conclui a professora.

Ouça neste link o episódio do programa Sliced Bread (em inglês), da BBC Rádio 4, que deu origem a esta reportagem.

Fonte: https://www.bbc.com/portuguese/articles/c1ed543w281o

Dez salmos que podem animar em tempos difíceis

Imagem ilustrativa | Josh Applegate (Unsplash)

Por Redação central*

26 de out de 2025 às 06:00

Na sociedade de hoje, é cada vez mais comum sentir-se sobrecarregado pelos problemas e, por isso, temeroso e desanimado. Permanecer com esse sentimento de angústia por muito tempo pode fazer com que a preocupação tome conta de nós e nos deixe adormecidos e impotentes, a ponto de fazer com que nossa vida de oração decline. Embora possa ser difícil, é nestes momentos que devemos rezar mais e os salmos podem nos ajudar nesta tarefa, diz Marge Fenelon, jornalista católica e autora de vários livros sobre a devoção mariana e a vida familiar.

Em artigo publicado no jornal National Catholic Register, Fenelon disse que são Francisco de Sales encorajou os católicos a confiar em Deus, como resposta ao medo e à preocupação humanos.

“Não se preocupe com o que pode acontecer amanhã; o mesmo Pai eterno que cuida de você hoje, se encarrega de você amanhã e todos os dias. Ou Ele protegerá você do sofrimento, ou lhe dará a força infalível para suportá-lo. Esteja em paz, pois, e afaste todos os pensamentos de angústia”, disse o santo.

Como as palavras dos santos, que geralmente se baseiam em mensagens bíblicas, "os salmos são um tesouro espiritual e literário de poesia, louvor a Deus, conselho, conforto e, às vezes, arrependimento", disse Fenelon. Hoje, continuam sendo proclamados na missa e também são úteis para os fiéis que recorrem a eles em sua oração.

"O salmista clama a Deus com sinceridade, e podemos nos ver refletidos em suas expressões muito humanas de petição e amor", disse. Quando a preocupação torna nossa oração difícil, "rezar por meio dos salmos pode nos ajudar a sair de nós mesmos e alcançar Deus". Sempre que lutamos para encontrar nossas próprias palavras, os salmos "têm as palavras certas", disse Fenelon.

A escritora recomendou que, embora se possa rezar através da leitura de todos os salmos em um único momento de oração, você também pode rezar apenas um ou dois salmos por dia.

“Você os achará especialmente úteis quando se sentir angustiado. Rezo para que sejam uma fonte de ânimo para vocês, enquanto meditam no Pai amoroso que os protegerá do sofrimento ou dará a força inesgotável para suportá-lo”, concluiu.

A seguir, 10 salmos que podem ajudar a aliviar as preocupações destes tempos:

1. Não temerá notícias funestas, porque seu coração está firme e confiante no Senhor (Salmo 111, 7).

2. Confia ao Senhor a tua sorte, espera nele, e ele agirá (Salmo 36, 5).

3. Fazei-me sentir, logo, vossa bondade, porque ponho em vós a minha confiança. Mostrai-me o caminho que devo seguir, porque é para vós que se eleva a minha alma (Salmo 142, 8).

4. Meus inimigos continuamente me espezinham, são numerosos os que me fazem guerra. Ó Altíssimo, quando o terror me assalta, é em vós que eu ponho a minha confiança (Salmo 55, 3-4).

5. Ele não permitirá que teus pés resvalem; não dormirá aquele que te guarda (Salmo 120, 3).

6. Os que confiam no Senhor são como o monte Sião, eternamente firme (Salmo 124, 1).

7. O Senhor se aproxima dos que o invocam, daqueles que o invocam com sinceridade (Salmo 144, 18).

8. São muitos os sofrimentos do ímpio. Mas quem espera no Senhor, sua misericórdia o envolve (Salmo 31, 10).

9. Só em Deus repousa a minha alma, é dele que me vem o que eu espero. Só ele é meu rochedo e minha salvação; minha fortaleza: jamais vacilarei (Salmo 61, 6-7).

10. O Senhor torna-se refúgio para o oprimido, uma defesa oportuna para os tempos de perigo (Salmo 9, 10).

*A Agência Católica de Informação - ACI Digital, faz parte das agências de notícias do Grupo ACI, um dos maiores geradores de conteúdo noticioso católico em cinco idiomas e que, desde junho de 2014, pertence à família EWTN Global Catholic Network, a maior rede de televisão católica do mundo, fundada em 1981 por Madre Angélica em Irondale, Alabama (EUA), e que atinge mais de 85 milhões de lares em 110 países e 16 territórios.

Fonte: https://www.acidigital.com/noticia/50119/dez-salmos-que-podem-animar-em-tempos-dificeis

São Judas Tadeu

São Judas Tadeu (A12)
28 de outubro
São Judas Tadeu

Judas, apóstolo que celebramos hoje, era natural de Caná da Galiléia, na Palestina. O seu pai, Alfeu, era irmão de São José; a mãe, Maria Cléofas, prima irmã de Maria Santíssima. Portanto, Judas era primo irmão de Jesus e irmão de Tiago, chamado o Menor, também discípulo de Jesus.

No evangelho de Mateus, vemos que Judas Tadeu foi escolhido por Jesus. Na ceia, Judas Tadeu perguntou a Jesus: "Mestre, por que razão deves manifestar-te a nós e não ao mundo?" Jesus lhe respondeu que a verdadeira manifestação de Deus está reservada para aqueles que o amam e guardam a sua palavra. Também faz parte do Novo Testamento a pequena Carta de São Judas, a qual traz os fundamentos para perseverar no amor de Jesus e adverte contra os falsos mestres.

Após ter recebido o dom do Espírito Santo, Judas Tadeu iniciou sua pregação na Galiléia. Depois foi para a Samaria e próximo do ano 50, tomou parte no primeiro Concílio, em Jerusalém. Em seguida, continuou a evangelizar na Mesopotâmia, Síria, Armênia e Pérsia, onde encontrou Simão, e passaram a viajar juntos.

O apóstolo Judas Tadeu se tornou um mártir da fé. Os sacerdotes pagãos furiosos mandaram assassinar o apóstolo, a golpes de bastões, lanças e machados. Tudo teria acontecido no dia 28 de outubro de 70. Sua imagem traz até hoje a palavra de Deus e um machadinho, símbolo de seu martírio.

Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR

Reflexão:

São Bernardo de Claraval assegura que “entre os devotos de S. Judas, poucos há que não tenham recebido provas especiais da sua assistência nas doenças, nos assuntos mais difíceis e mesmo no desespero, nos temores, nos desgostos, nas calúnias, na pobreza, na miséria, e nas ocasiões em que toda a esperança humana parecia perdida”. É invocado como o santo dos desesperados e aflitos, das causas sem solução ou perdidas.

Oração:

Senhor Jesus, Tu escolheste S. Judas entre os teus Apóstolos e fizeste dele, para o nosso tempo, o Apóstolo das causas desesperadas. Agradeço-Te por todos os benefícios que me concedeste por sua intercessão e peço-Te que me concedas a Tua graça nesta vida para que possa participar um dia, na Tua glória, na alegria eterna. Amém.

Fonte: https://www.a12.com/

segunda-feira, 27 de outubro de 2025

Santos Luciano e Marciano, que se converteram da magia e bruxaria

Imagem ilustrativa dos Santos Luciano e Marciano | Domínio Público - AICA.

Por Abel Camasca*

26 de out de 2025 às 01:00

A Igreja Católica celebra no dia 26 de outubro os santos Luciano e Marciano, que antes de sua conversão eram magos e praticavam bruxaria e feitiçaria. Mas tudo mudou quando conheceram uma cristã.

No livro Vidas dos Santos, do padre Alban Butler, narra-se que ambos “tinham estudado magia negra”, mas que “suas superstições não tinham poder algum sobre uma donzela cristã”.

Nas lendas antigas narra-se que Luciano e Marciano, que viveram aproximadamente no século III, superaram os seus mestres das artes obscuras e ficaram sob a influência do maligno. No entanto, apareceu em suas vidas uma jovem virtuosa que havia se oferecido ao Senhor.

Eles se sentiram atraídos por ela e procuraram cortejá-la. Mas, a jovem os rejeitou. Então eles usaram seus feitiços, conjuros e encantamentos para prendê-la, mas não adiantou.

Isso os levou a questionar seus falsos poderes e a se perguntar como Cristo era tão poderoso. Desta forma atearam fogo a todos os seus objetos de magia negra e decidiram seguir o caminho da fé.

O padre Butler conta que, depois de receberem o batismo, partilharam os seus bens com os pobres, retiraram-se para rezar e mortificar-se, e depois tornaram-se grandes pregadores de Cristo.

Eles foram presos devido à perseguição contra os cristãos e foram condenados a morrer queimados. No final, foram para a tortura cantando com alegria e gratidão a Deus.

*Abel Camasca é comunicador social. Foi produtor do telejornal EWTN Noticias por muitos anos e do programa “Más que Notícias” na Radio Católica Mundial.

Fonte: https://www.acidigital.com/noticia/56560/hoje-e-dia-dos-santos-luciano-e-marciano-que-se-converteram-da-magia-e-bruxaria

O alerta da Terra do Meio

Terra do Meio, no Pará, expõe o contraste entre compromissos oficiais e realidade ambiental: desmatamento, invasões e desafios para comunidades indígenas e ribeirinhas a 15 dias da COP30 - (crédito: Cristina Avila Esp.CB/DA Press)

Visão do Correio

O alerta da Terra do Meio

Enquanto o Brasil oficial promove reuniões de cúpula como a Rio+20 e a COP30, o Brasil real avança sobre reservas indígenas e dificulta a subsistência da população ribeirinha.

Em dezembro de 1861, o imortal Machado de Assis formulou um dos pensamentos mais conhecidos sobre o Brasil. Em crônica publicada na imprensa carioca, o Bruxo do Cosme Velho distinguia: "O país real, esse é bom, revela os melhores instintos; mas o país oficial, esse é caricato e burlesco". Era a constatação do contraste reinante em uma nação onde os poderosos decidem os rumos do país em um debate medíocre, enquanto a massa de brasileiros busca tão somente uma sobrevivência digna.   

Série de reportagens sobre a Terra do Meio, publicada em quatro edições do Correio durante a semana, mostra como as políticas de preservação ambiental e respeito aos povos indígenas são uma luta inglória. Enquanto o Brasil oficial promove reuniões de cúpula, como a Rio 20 e a COP30, o Brasil real avança sobre reservas indígenas, aniquila a subsistência de etnias, dificulta a subsistência da população ribeirinha e põe em xeque o papel do Ministério dos Povos Indígenas e da Funai.

O brilhante trabalho assinado por Cristina Ávila, repórter com mais de 45 anos de serviços prestados ao jornalismo, registra de forma crua como as melhores intenções firmadas por meio de acordos em gabinetes se reduzem a pó quando falta a execução de políticas públicas. O caso da Terra do Meio é cristalino. Localizada no sudoeste do Pará, a região se tornaria um projeto sustentável que preservaria 11 unidades de conservação e 15 Terras Indígenas (TI), em uma área maior do que o estado do Paraná. Atualmente é administrada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Mas enfrenta uma infinidade de problemas.  

O acordo entre Brasil e União Europeia foi formalizado em 2012, com a liberação de 10,7 milhões de euros. Mas a iniciativa jamais saiu do papel. Testemunha da assinatura dos termos que serviriam de lastro para o projeto ambiental da Terra do Meio, Cristina Ávila retornou à imensidão amazônica paraense em cinco ocasiões, entre 2022 e 2025. Em duas dessas viagens, de forma totalmente independente, dirigiu seu Fiat Uno, batizado de "Niño". Na bagagem, alguns mantimentos e equipamentos básicos. No espírito, a determinação de retratar a urgência de impedir a destruição em curso na Amazônia. 

Prevista para se tornar um projeto ambiental bem-sucedido, a Terra do Meio tornou-se uma mostra das mazelas acumuladas na Amazônia. Os textos de Cristina Ávila relatam o avanço de invasores em Terras Indígenas, as constantes violências sofridas pelo povo Arara, o aumento do desmatamento na reserva Cachoeira Seca, as condições extremas enfrentadas pelos ribeirinhos. "A gente pisa em terra rica e está na extrema pobreza. Aqui ninguém tem a dignidade de um banheiro nem água potável pra beber", relata Chiquinha Lima, 43 anos, nascida e criada na Estação Ecológica da Terra do Meio.

Esse Brasil real, violento e destrutivo precisa ser contido pelas autoridades que têm compromisso com uma Amazônia próspera e sustentável. A 15 dias da COP30, o Brasil oficial precisa convencer o mundo da urgência de se tomarem medidas para interromper o câncer que avança na Amazônia por meio do crime organizado, do garimpo ilegal, da perpetuação da pobreza e da violência contra os povos indígenas. A Cúpula de Belém é uma oportunidade excepcional de dar mais visibilidade internacional às ações emergenciais que precisam ser tomadas na maior floresta tropical do mundo. Mas, como mostra a série de reportagens sobre a Terra do Meio, o Brasil também precisa implementar políticas públicas que atendam, principalmente, aqueles que não têm força política em Brasília e estão sob o jugo de lobby de poderosos ou da ação bruta do crime.

Opinião +

Fonte: https://www.correiobraziliense.com.br/opiniao/2025/10/7278905-o-alerta-da-terra-do-meio.html

CARDEAIS: «O ar que ele respira é o do Concílio Vaticano II»

José Saraiva Martins com João Paulo II durante uma cerimônia de canonização. O prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, aliás, costuma ir cumprimentar o Papa após a cerimônia de canonização | 30Giorni.

CARDEAIS

Arquivo 30Dias nº 12 - 2003

«O ar que ele respira é o do Concílio Vaticano II»

Discurso do Presidente Emérito do Pontifício Conselho Justiça e Paz na apresentação da miscelânea dedicada ao Cardeal José Saraiva Martins por ocasião do seu septuagésimo aniversário.

pelo Cardeal Roger Etchegaray

Compor um volume de "miscelânea" ou "mestiçagem" em homenagem a uma personalidade é prerrogativa de um gênero literário muito particular que exige discernimento e manuseio delicado.

Por um lado, envolve inspirar e reunir estudos que, de perto ou de longe, entram no campo magnético do pensamento e da obra da pessoa a quem se deseja homenagear. Por isso, cada editor se esforça para extrair seu próprio "vinho verde " ou para tirar de sua garrafeira um pouco de "vinho do Porto" envelhecido de sua reserva pessoal. Infelizmente, as melhores miscelâneas, justamente por sua natureza, não são contadas entre as obras disponíveis para venda e, consequentemente, são muito pouco conhecidas: não conseguem transcender o círculo de especialistas, que as saboreiam, como uma bela garrafa, para revigorar seu trabalho.

Quanto à pessoa agraciada com tal produto, é certamente a primeira a apreciar seu sabor, mas creio que também deveria encontrar nele o sabor de um elogio antecipado, ou pelo menos reconhecê-lo como o ápice de uma vida inteira de estudos.

Mas voltemos ao precioso volume que temos em mãos.
O mérito desta miscelânea, que ilustra o lema do Cardeal José Saraiva Martins, "Veritas in caritate", é oferecer a este tipo de volume a oportunidade de dar os maiores frutos possíveis.

Na biografia que Monsenhor Claudio Jovine dedica ao cardeal, ele afirma: "Desde muito jovem, cultivou um amor particular, quase 'inato', pela teologia, e com apenas 26 anos iniciou uma brilhante e estimada carreira docente" (p. 17). Trinta anos de docência universitária... mas muito mais, porque, querida Eminência, mesmo em meio às suas responsabilidades em dois dicastérios, consultando sua bibliografia, o senhor nunca parou de escrever, escrevendo em todos os lugares, escrevendo sobre tudo, desfrutando hoje de uma espécie de ubiquidade literária que não ouso chamar de milagrosa para o Prefeito da Congregação para as Causas dos Santos... Não sei como o senhor consegue estar aberto a todos os tipos de temas, apesar da pressão de tantos candidatos à beatificação e à canonização que devem bater à sua porta todos os dias!

Os 29 signatários da miscelânea dividiram suas contribuições em três partes, mas noto que a primeira seção, mais especificamente teológica, é mais concisa do que as outras duas. Verdade seja dita, toda a obra, como um todo, traz a marca da reflexão eclesiológica, sacramental e escatológica.

Em sua "Laudatio", seu compatriota e colega professor universitário, o Patriarca de Lisboa José da Cruz Policarpo, nos diz que "o ar que ela respira é o espírito do Concílio Vaticano II" (p. 16). Arte maravilhosa, como a das torres de sua diocese natal, as torres da Catedral da Guarda, a mais alta de Portugal. É o que lhe permite enfrentar os desafios do mundo contemporâneo com a serena segurança de Cristo, que colocou para sempre a história sob o signo absoluto de sua gloriosa ressurreição.

Estudantes claretianos em Roma na década de 1950. O futuro cardeal Saraiva Martins é o segundo da esquerda na última fila | 30Giorni.

É por isso que, para inaugurar uma "nova era" de missão, aqui mesmo na Universidade Urbaniana, que continua sendo sua casa, o senhor organiza, desde 1977, um congresso internacional sobre "Evangelização e Cultura". Como poderia a sua alma não ser missionária, sendo filho de Portugal, desta pequena terra com grandes ambições de um Evangelho universal, sendo religioso daquela Congregação cujo fundador espanhol, Santo Antônio Maria Claret, tornou-se Arcebispo de Cuba?

A terceira parte da obra intitula-se "Santidade e Formação Sacerdotal na Igreja Hoje", unindo assim, através dos dois sucessivos cargos de dicastério do cardeal, a necessidade de santidade que tão particularmente interessa àqueles chamados ao ministério sacerdotal.

O Papa João Paulo II fez da Causa dos Santos a mais bela das causas da Igreja. Seu prefeito sabe disso muito bem, graças ao enorme trabalho confiado a este dicastério, que permitiu ao Papa beatificar 1.327 fiéis e canonizar 477, mais do que qualquer outro papa anterior, já que o Papa reservou tais proclamações para si. Não se trata de destacar um dos muitos registros de João Paulo II, mas, mais profundamente, de evocar o que o Concílio Vaticano II chamou de "o chamado universal à santidade".

Concluiria citando Georges Bernanos: "Para ser santo", diz ele, "qual bispo não daria seu anel, sua mitra, seu báculo; um cardeal, sua púrpura; um pontífice, sua batina branca, seus criados, seus santíssimos e todos os seus bens temporais? Quem não gostaria de ter a força para arriscar esta maravilhosa aventura? Porque a santidade é uma aventura, aliás, é a única aventura. Quem compreendeu isso uma vez, entrou no coração da fé católica." E, às vezes, desiludido, Bernanos acrescentava: "Mas quem se importa com os santos?"

Quem se importa com os santos? Obrigado, caro Cardeal, por nos lembrar disso esta noite com esta miscelânea, à qual também desejo boa sorte!

Fonte: https://www.30giorni.it/

A messe é grande e as pessoas trabalhadoras são poucas em Santo Agostinho

Santo Agostinho (Wikipedia)

A MESSE É GRANDE E AS PESSOAS TRABALHADORAS SÃO POUCAS EM SANTO AGOSTINHO

24/10/2025

Dom Vital Corbellini
Bispo de Marabá  (PA)

Santo Agostinho, bispo de Hipona, séculos IV e V fez a interpretação da Palavra de Deus do evangelista São Lucas na qual Jesus disse aos seus discípulos que é preciso pedir ao dono da messe para que envie mais pessoas para a messe, pois a messe é grande e as pessoas trabalhadoras são poucas (cfr. Lc 10, 2). Vejamos como foi a análise do Bispo de Hipona, Santo Agostinho em vista da atuação e oração pelas vocações.  

Os setenta e dois discípulos

O evangelista São Lucas acrescentou aos doze discípulos, outros setenta e dois discípulos onde Jesus os enviou dois a dois na messe já pronta, e, necessitada de pessoas na evangelização. A messe na qual é falada pelo Senhor, segundo Santo Agostinho seria o povo dos judeus1. O Senhor da messe enviou para ele os ceifeiros, enquanto para as gentes, para outros povos, Ele enviou os semeadores2. Como é que foi justificada a diferença? O fato era que a messe cresceu no povo dos judeus, dos quais dentre estes o Senhor escolheu os apóstolos. Nestes locais e terras já era madura a colheita na qual fora semeada, porque também os profetas haviam semeado e no tempo de Jesus pediu que se rezasse para o aumento de pessoas na messe.

O cultivo de Deus

Santo Agostinho afirmou que é bom contemplar o cultivo de Deus, alegrar-se pelos seus dons e trabalhar no seu campo4. Ele disse ainda que neste cultivo trabalhou o Apóstolo São Paulo que afirmou que ele tinha doado mais que todos os outros apóstolos, das quais as forças vinham do Dono da messe: o Senhor Jesus. Desta forma o apóstolo disse que não era ele, mas a graça de Deus que atuava nele (cfr. 1 Cor 15,10)5. O Bispo dizia que a diferença de Paulo e de Pedro era que o apóstolo Paulo fora enviado para os pagãos, sendo semeador, enquanto para o apóstolo Pedro seria enviado entre os judeus, circuncisos (cfr. At 15,7), sendo ceifador. 

A messe entre dois povos

A messe, o cultivo de Deus deu-se em dois momentos: uma já passada, e a outra futura. Se a passada foi com o povo dos judeus, a futura será dada entre os povos pagãos7. Na atualidade é preciso anunciar e viver a dimensão do Reino de Deus com pessoas disponíveis, vocacionadas, de modo que é preciso pedir mais pessoas à messe.  

Jesus enviou os seus discípulos afirmando a eles que não estariam isentos de perseguições ao afirmar que eles iriam como ovelhas em meio aos lobos (cfr. Lc 10,3). Santo Agostinho afirmou também o encontro de Jesus com a mulher samaritana, quando Ele disse para ela ser o Messias esperado por todas as pessoas. Ela disse que o Messias, o Cristo deveria chegar pois foi anunciado por Moisés e pelos profetas (cfr. Jo 4, 25-26). A messe estava bem presente em Moisés e os profetas como semeadores enquanto os apóstolos seriam os ceifadores8. A mulher acreditou nas palavras do Senhor de que Ele era o Messias e por isso ela deixou o balde perto do poço e foi anunciar ao seu povo que encontrou o Senhor. Se ela tinha a idéia da vinda de Cristo, no entanto ela acreditou na sua vinda porque ela o viu de modo que acreditou porque outras pessoas semearam antes pela vinda de Jesus Cristo9. Na verdade, trabalharam Abraão, Isaac, Jacó e os profetas semeando palavras e ações à vinda do Senhor, de modo que quando chegou o Senhor, a messe já estava madura, sendo necessitados de ceifeiros. 

O semeador é o Senhor

Jesus é o semeador, porque sem ele não é possível fazer nada (cfr. Jo 15,5). As sementes caíram em diversos terrenos como aquele ao longo do caminho, em meio às pedras, entre os espinhos e por fim na terra boa, de modo que é preciso acolher a Palavra de Deus para produzir ações boas que enalteçam o Senhor e o Reino de Deus (cfr. Mt 13,23)11. Todo o povo de Deus é chamado a semear, plantar, acolhendo docilmente a presença do Senhor para que de fato a messe tenha as pessoas operárias que trabalhem e fazem frutificar a vida pelo Reino de Deus. 

O desprendimento das coisas

Jesus recomendou aos discípulos o desprendimento de muitos bens para não levar sacola e outras coisas (cfr. Lc 10,4-6). A pessoa que anuncia o Senhor para outras pessoas é chamada a ser uma pessoa de paz para aquela casa, seus moradores (cfr. Lc 10,5). Se Jesus pede de seus discípulos o desprendimento é porque Ele quer que eles não caíam no orgulho, na soberba, na vaidade de que façam as coisas por atitudes individuais, mas sim por vida comunitária13. As pessoas missionárias eram chamadas à abertura do espírito, para que todos amem a missão e tenham vez e voz na vida comunitária, familiar e no Reino. Se o Senhor pediu fidelidade também no desprendimento para não saudar nenhuma pessoa ao longo do caminho, era porque a saudação comprometia um tempo precioso que deveria ser dado ao Evangelho, a boa nova da salvação, ao anuncio do Reino de Deus, da pessoa de Jesus Cristo (cfr. Lc 10,4). 

Os pregadores do Senhor

O Senhor desejou que os seus discípulos fossem os seus pregadores, anunciando a boa nova do Reino, a salvação. Eles eram chamados a pregar a paz e possuí-la pela presença do Senhor, não ficando apenas no discurso, mas porque a possuía em si, deveriam transmiti-la pelo contato com Jesus15. A paz na terra é amor, caridade entre as pessoas e os povos através da ação evangelizadora que cada pessoa cristã é chamada a fazer com alegria e com amor porque Jesus está com os seus discípulos, que os enviou, envia hoje em missão porque a messe é grande e os operários são poucos. Para isso o Senhor pede de toda a pessoa seguidora dele, a oração para que mais pessoas trabalhem na missão, no anúncio da paz, do Reino de Deus aqui e agora e um dia na eternidade. 

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Papa: a regra suprema na Igreja é o amor; todos somos chamados a servir

Santa Missa, 26/10/2025 - Papa Leão XIV (Vatican Media)

O tema da sinodalidade esteve no centro da homilia do Papa Leão XIV na missa presidida na Basílica Vaticana: "A regra suprema na Igreja é o amor: ninguém é chamado a comandar, todos são chamados a servir; ninguém deve impor as próprias ideias, todos devemos ouvir-nos reciprocamente; ninguém é excluído, todos somos chamados a participar; ninguém possui toda a verdade, todos devemos procurá-la juntos e humildemente".

https://youtu.be/HStUctrQN-I

Bianca Fraccalvieri - Vatican News

O Papa Leão presidiu à Santa Missa na Basílica de São Pedro na manhã deste domingo, 26 de outubro, por ocasião do Jubileu das equipes sinodais e dos órgãos de participação.

Ao celebrar este evento, afirmou o Pontífice, "somos convidados a contemplar e redescobrir o mistério da Igreja, que não é uma simples instituição religiosa nem se identifica com as hierarquias e as suas estruturas. Pelo contrário, a Igreja, como nos recordou o Concílio Vaticano II, é o sinal visível da união entre Deus e a humanidade".

Missa na Basílica Vaticana para os participantes das equipes sinodais   (@Vatican Media)

 A regra suprema na Igreja é o amor

Observando o mistério da comunhão eclesial, acrescentou, é possível compreender também o significado das equipes sinodais e dos órgãos de participação, pois expressam o que acontece na Igreja, onde as relações não respondem à lógica do poder, mas à do amor. A primeira é lógica “mundana” – para recordar uma advertência constante do Papa Francisco –, enquanto na Comunidade cristã, o primado diz respeito à vida espiritual.

“A regra suprema na Igreja é o amor: ninguém é chamado a comandar, todos são chamados a servir; ninguém deve impor as próprias ideias, todos devemos ouvir-nos reciprocamente; ninguém é excluído, todos somos chamados a participar; ninguém possui toda a verdade, todos devemos procurá-la juntos e humildemente.”

Citando a expressão "caminhar juntos", muitas vezes usada pelo Papa Francisco, o Santo Padre comentou o Evangelho do dia, em que um fariseu e um publicano sobem ao Templo para rezar. "Ambos percorrem o mesmo caminho, mas não caminham juntos; ambos se encontram no Templo, mas um ocupa o primeiro lugar e o outro fica em último; ambos rezam ao Pai, mas sem serem irmãos e nada partilhando."

Isso acontece sobretudo por causa da atitude do fariseu. A sua oração, aparentemente dirigida a Deus, é somente um espelho no qual ele se olha, se justifica e se elogia. Ele está obcecado pelo seu próprio eu e, dessa forma, acaba por andar em torno de si mesmo, sem ter uma relação nem com Deus nem com os outros.

O momento do ofertório   (@VATICAN MEDIA)

Combater as oposições ideológicas e polarizações prejudiciais

O mesmo também pode ocorrer na comunidade cristã, advertiu o Papa. Acontece quando o “eu” prevalece sobre o “nós”, gerando personalismos que impedem relações autênticas e fraternas; quando a pretensão de ser melhor do que os outros, como faz o fariseu com o publicano, cria divisão e transforma a Comunidade num lugar de julgamento e exclusão; quando se aproveita da própria função para exercer poder e ocupar espaços.

Ao contrário, é para o publicano que devemos olhar. Com a sua mesma humildade, também na Igreja todos devemos reconhecer-nos necessitados de Deus e uns dos outros, exercitando-nos no amor mútuo, na escuta recíproca, na alegria de caminhar juntos.

“As equipes sinodais e os órgãos de participação são imagem desta Igreja que vive na comunhão. E hoje gostaria de exortar: na escuta do Espírito, no diálogo, na fraternidade e na parrésia, ajudem-nos a compreender que, na Igreja, antes de qualquer diferença, somos chamados a caminhar juntos em busca de Deus, para nos revestirmos dos sentimentos de Cristo; ajudem-nos a ampliar o espaço eclesial para que se torne colegial e acolhedor.”

Essa atitude ajudar-nos-á a viver com confiança e com um novo ânimo as tensões que atravessam a vida da Igreja – entre unidade e diversidade, tradição e novidade, autoridade e participação –, deixando que o Espírito as transforme, para que não se tornem oposições ideológicas e polarizações prejudiciais. Não se trata de resolvê-las reduzindo uma à outra, mas de deixar que o Espírito as fecunde, para que sejam harmonizadas e orientadas para um discernimento comum.

A bênção final   (@VATICAN MEDIA)

Juntos procuremos a verdade

"Ser Igreja sinodal significa reconhecer que não se possui a verdade, mas que juntos a procuramos, deixando-nos guiar por um coração inquieto e enamorado do Amor", disse ainda o Santo Padre, que prosseguiu:

"Caríssimos, devemos sonhar e construir uma Igreja humilde. Uma Igreja que não se mantém de pé como o fariseu, triunfante e cheia de si mesma, mas que se abaixa para lavar os pés da humanidade. (...) Comprometamo-nos a construir uma Igreja totalmente sinodal, totalmente ministerial, totalmente atraída por Cristo e, portanto, voltada para o serviço ao mundo."

O Papa Leão concluiu invocando a intercessão da Virgem Maria sobre a Igreja espalhada pelo mundo e pedindo ao Senhor que nos conceda a graça de estar enraizados no amor de Deus "para vivermos em comunhão uns com os outros. E sermos, como Igreja, testemunhas de unidade e amor".

A oração do Papa diante de Nossa Senhora   (@VATICAN MEDIA)

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF