Talita
Rodrigues - publicado em 11/11/25
Há amores que chegam como primavera — iluminam,
florescem, perfumam a alma. Mas há também os que, um dia, chegam ao fim. E o
término de um relacionamento, ainda que seja necessário, costuma trazer um
vazio difícil de nomear.
Amente tenta entender, o coração resiste em aceitar, e o
corpo sente — porque o amor não vai embora de repente, ele vai se despedindo
aos poucos.
A psicologia nos ensina que o fim de uma relação é também um
processo de luto. Mesmo que ninguém tenha partido fisicamente, há uma perda
simbólica: de sonhos, de planos, de uma versão de nós que existia junto do
outro. Vivemos a negação, a raiva, a tristeza, até começarmos a aceitar o que
aconteceu. E nesse caminho, é natural sentir dor, medo e até culpa.
Mas o amor — o verdadeiro — nunca é em vão. Mesmo quando uma
relação termina, o amor deixa aprendizados, desperta amadurecimentos e convida
à reconstrução interior. Ele nos mostra onde precisamos crescer, o que
precisamos curar e o que não devemos mais aceitar.
É nesse ponto que entra a fé.
Porque, quando tudo parece desabar, Deus não se ausenta —
Ele recolhe os pedaços.
Quando o amor humano se desfaz, o amor divino se revela. Ele
não impede as perdas, mas as transforma. E mesmo que a dor pareça um silêncio
sem sentido, Deus trabalha nesse silêncio, preparando o novo — um novo tempo,
um novo coração, uma nova compreensão do amor.
Recomeçar é um ato de coragem, mas também de confiança.
Confiar que o que terminou não foi castigo, mas cuidado. Que aquilo que parecia
perda talvez seja, no tempo certo, proteção.
A psicologia fala de resiliência emocional — a capacidade de
se refazer depois das quedas. A fé fala de esperança — a confiança de que o
amor verdadeiro não se perde, apenas muda de forma. E quando as duas se
encontram, nasce uma força bonita: a de seguir em frente sem amargura, de abrir
espaço para o novo sem pressa, de cuidar de si sem perder a doçura.
No fim, o amor nunca é o fim. O amor é sempre um recomeço.
E quando a gente entrega o coração a Deus, Ele o devolve
restaurado — mais inteiro, mais sábio e mais pronto para amar de novo.
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