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sábado, 19 de dezembro de 2020

O que foi realmente a "Estrela de Belém"?

vovan | Shutterstock

O fenômeno celestial que guiou os Magos até Jesus é considerado extremamente raro e carregado de simbologia. Será que ele pode se repetir este ano?

O objeto luminoso no céu que guiou os Magos a Jesus e ficou conhecido como “Estrela de Belém” foi um acontecimento extremamente raro e cheio de símbolos.

Da mesma forma, o alinhamento de Saturno e Júpiter em 21 de dezembro de 2020 está sendo anunciada como uma “Estrela de Natal”. Como os dois planetas deverão ficar a apenas 0,1 grau de distância, eles aparecerão aos terráqueos como uma grande estrela brilhante, lembrando a Estrela de Belém que anunciou o nascimento de Jesus.

Estrela de Belem e astronomia

Grant Mathews, professor de astrofísica teórica e cosmologia e diretor do Centro de Astrofísica da Universidade de Notre Dame, normalmente desenvolve pesquisas nas áreas de origem e evolução da matéria no universo.

Mas, por diversão, ele tem refletido sobre o que era tão significativo nos céus por volta do ano 6 a.C. e que seria imortalizado no Evangelho.

De fato, Mathews diz que os magos eram sacerdotes zoroastrianos da Babilônia, e que eles entendiam que a constelação de Áries se referia à terra da Judeia. Diz ele:

“Há evidências nos escritos do famoso astrônomo Cláudio Ptolomeu e também na cunhagem de moedas romanas na época de que Áries era a constelação que se pensava estar associada à região da Judeia. Isso foi particularmente significativo porque Áries era também a constelação que continha o Equinócio Vernal  naquela época e um evento que ocorreu em Áries implicaria, portanto, a redenção e uma nova vida associada com a chegada da primavera.”

Portanto, um grande alinhamento planetário naquela parte específica do céu – onde Áries estava – chamaria a atenção deles.

“Curiosamente, eles tinham sua própria crença na vinda de um messias, mas suas crenças refletiam um senso de determinismo, que em sua visão estava conectado com os movimentos do Sol, da Lua e dos planetas no céu. Em seu sistema de crenças, cada constelação do Zodíaco foi atribuída a uma região geográfica diferente de influência. A localização do Sol, da Lua ou dos planetas em uma constelação indica o caráter de uma pessoa nascida naquele dia. Especialmente se eles nasceram na localização geográfica associada a essa constelação. ”

Alinhamento planetário

Em uma entrevista de 2016, Mathews observou que Michael Molnar, no livro The Star of Bethlehem (“A Estrela de Belém”, apresentou a hipótese de que o Sol, a Lua, Júpiter e Saturno apareceram em Áries, “com Vênus na constelação de Peixes ao lado, junto com Mercúrio e Marte do outro lado, na próxima constelação de Touro.”

Além disso, o que também é significativo é que Júpiter estava em posição regressiva, o que significa que da perspectiva da Terra, o planeta estava seguindo um curso contrário aos outros planetas, mas que então inverteu o curso, depois de parecer ter parado.

O Evangelho de Mateus observa: “A estrela veio descansar no lugar onde a criança estava”. Mathews explica que ela estaria “voltando ao repouso”em Áries – a constelação associada à Judeia, onde estava o Menino Jesus. O pesquisador, então, afirma:

“Neste caso, a estrela que descansou seria o planeta Júpiter (o símbolo de uma régua) que literalmente parou seu movimento retrógrado e ‘parou’ no céu durante seu movimento entre as estrelas. Os outros planetas e a presença do Sol e da Lua teriam fortalecido isso e teriam grande importância para os Magos. É por isso que eles teriam chegado ao tribunal de Herodes para perguntar: ‘onde está o governante recém-nascido da Judeia?'”

No sistema de crenças dos Magos, este foi um acontecimento muito incomum e especial. Naquela época, Áries era o local do “Equinócio Vernal”. O Sol localizado ali era um símbolo de primavera e redenção. A ocorrência da Lua e de Júpiter ali ao mesmo tempo era o símbolo de um destino especial do novo governante. Saturno era o símbolo da vida.

Acontecimento único

De fato, Mathews calculou que tal alinhamento não ocorreria novamente por mais de 16.000 anos, e mesmo assim não estaria na constelação do equinócio vernal. “Foi um acontecimento verdadeiramente único”, afirmou.

Ademais, outro fato intriga Mathews: foram os sacerdotes zoroastrianos os protagonistas da história.

“Esta era uma religião muito antiga que tinha sua própria crença em uma ‘trindade’ e um messias vindouro. Zoroastro significa literalmente ‘luz brilhante’. Eles acreditavam que as estrelas, planetas, Sol e Lua eram símbolos do divino. O olíbano para eles era um símbolo de ‘luz eterna’ usado em suas cerimônias”, afirmou.

Estrela de Belém: presente dos céus

Mathews ainda acrescentou:

“A coisa mais surpreendente para mim sobre essa história é que Deus teria programado Sua chegada para coincidir com o sistema de crenças de um grupo de astrólogos não hebreus. De fato, a astrologia era proibida no sistema de crenças judaico. Isso explica por que ninguém na corte de Herodes sabia da existência da ‘estrela no oriente’, de que falavam os Magos. O que Deus pretendia dizer com isso?”

Mathews acredita, portanto, que a resposta pode ser dupla.

“Uma é que isso simboliza o presente da redenção a todos os povos trazidos pelo Menino Jesus. A outra é algo como uma mensagem pessoal para a humanidade. Como alguém que estuda os céus, posso sentir empatia pelos Magos, pois mesmo na ciência moderna, como foi o caso daqueles astrônomos antigos, exploramos os céus em busca de evidências da criação e do criador. E então, como hoje, Deus é um galardoador daqueles que o buscam de todo o coração. Acredito que os Magos buscaram com todos os seus recursos e sendo a prova do criador de todas as coisas nos céus. E que Deus escolheu recompensar isso.”

Aleteia 

Patriarcado de Jerusalém: “no Natal, Deus está conosco e traz esperança, renovação, encorajamento”

Foto: Fides

O Natal nos afirma: a presença de Deus Conosco é fonte de encorajamento e refrigério nos tempos excepcionais que vivemos.

Jerusalém – Terra Santa (18/12/2020, 10:30, Gaudium Press) A Mensagem de Natal divulgada nesta sexta-feira, 18/12, pelo Patriarcado e autoridades religiosas de Jerusalém destaca que o nascimento de Jesus e a celebração de seu Natal “nos lembram constantemente que Deus está conosco e sempre estará”.

A presença de Deus conosco é fonte de encorajamento e refrigério nos momentos excepcionais em que vivemos

Para os autores da Mensagem, a iminente solenidade litúrgica do nascimento do Senhor nos chama a reconhecer que “a presença de Deus conosco é uma fonte de encorajamento e refrigério em todas as circunstâncias, especialmente nestes momentos excepcionais” em que vivemos.
E eles recordam características destes momentos excepcionais “marcados pela pandemia da covid-19, a crise econômica, as muitas injustiças e o aumento da violência contra os vulneráveis ​​e os fracos ”.

O mistério da Natividade do Senhor lança luz também sobre os acontecimentos atuais

A Mensagem de Natal do Patriarcado e autoridades religiosas de Jerusalém divulgada hoje, expressa solidariedade e proximidade para com “todas as pessoas do mundo afetadas pela pandemia e suas implicações para todos os níveis, especialmente a população de Belém e arredores ”.
A Mensagem traz reflexões espirituais sobre o mistério da Natividade do Senhor e sobre a luz que este acontecimento lança também sobre os acontecimentos atuais:
“Por meio da encarnação do Filho de Deus, o Verbo feito carne, o céu e a terra foram unidos, e o Criador de todas as coisas, visíveis e invisíveis, foi envolto em faixas e colocado em uma manjedoura”, lemos na Mensagem.

Na época do Nascimento do Senhor os tempos eram maus: Jesus nasceu em um tempo de angústia, violência, exclusão e pobreza

O Patriarcado e autoridades religiosas de Jerusalém recordam que também naquela época do Nascimento do Senhor os tempos eram maus e Jesus “nasceu em um tempo de angústia, violência, exclusão e pobreza. Ele compartilhou conosco a carne humana e suas limitações, exceto o pecado, porque por meio de Sua paixão, morte e ressurreição, todos podemos ter vida e tê-la em abundância. ”

Nosso presente de Natal: Deus está conosco e traz esperança, renovação, encorajamento

Ao encerrar, os signatários da Mensagem de Natal deste ano 2020 comentam que o “presente de Deus para nós nestes tempos difíceis traz esperança, renovação e encorajamento a toda a criação, porque se Deus está conosco, quem será contra nós? (JSG)

( Foto: FIDES)

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As diretrizes da formação cristã

"A conversão de cada fiel, itinerário de formação cristã." 
(AFP or licensors)

"Nesse rito de iniciação cristã para os adultos a formação é gradual, progressiva, através de passos que o catequizando vai tomando a cada etapa. A formação dos catecúmenos não deve ser apenas intelectual, mas vital, existencial e eclesial."

Jackson Erpen – Vatican News

No nosso espaço Memória Histórica – 50 anos do Concílio Vaticano II, vamos falar hoje sobre “as diretrizes da formação cristã”.

Damos continuidade neste nosso espaço às reflexões do padre Gerson Schmidt* sobre os documentos do Concílio Vaticano II, em particular, sobre a Constituição Sacrosanctum Concilium, da qual tem destacado nos últimos programas a participação dos leigos da liturgia e o catecumenato de adultos.

Como refere o Catecismo da Igreja Católica em seu número 1232, o Concílio Vaticano II “restaurou, para a Igreja latina, «o catecumenato dos adultos, distribuído em várias fases». O respectivo ritual encontra-se no Ordo initiationis christianae adultorum (1972). Aliás, o Concílio permitiu que, «para além dos elementos de iniciação próprios da tradição cristã», se admitam, em terras de missão, «os elementos de iniciação usados por cada um desses povos, na medida em que puderem integrar-se no rito cristão».

As diretrizes para a formação cristã, é o tema de nosso programa de hoje. Padre Gerson:

A Constituição Sacrosanctum Concilium falou sobre a restauração da iniciação cristã para adultos, ou seja, o catecumenato de adultos. Afirma assim o documento no número 64: “Restaure-se o catecumenato dos adultos, com vários graus, introduzindo-se seu uso segundo o parecer do Ordinário do lugar, de modo que o tempo do catecumenato, dedicado à conveniente instrução, possa ser santificado por meio de ritos sagrados que se hão de celebrar em ocasiões sucessivas” (SC, 64). Depois de diversos estudos e encaminhamentos se chegou ao texto final chamado Ordo initiationis christianae adultorum, conhecido como Rica – Rito de Iniciação Cristã de Adultos, aprovado pelo Papa Paulo VI, em 30 de novembro de 1971. O volume foi publicado com decreto da congregação para o Culto divino, de 06 de janeiro de 1972.

Nesse rito de iniciação cristã para os adultos a formação é gradual, progressiva, através de passos que o catequizando vai tomando a cada etapa. A formação dos catecúmenos não deve ser apenas intelectual, mas vital, existencial e eclesial. Ao mais profundo conhecimento de Deus e de Cristo deve corresponder um esforço contínuo de renovação da própria vida, esforço que a Igreja apoia santificando por meio de bênçãos, exorcismos, escrutínios, eleição... A grande finalidade do catecumenato é a conversão de cada fiel que percorre esse itinerário de formação cristã. Entende-se que a cada etapa de formação, o catecúmeno vá progredindo na busca de conversão contínua, gradual, progressiva, sempre mais profunda.

Há vários anos, todas as diretrizes da ação Pastoral da Igreja do Brasil falam da formação cristã de novos discípulos missionários. Em outra oportunidade já falamos sobre isso. Depois de vários anos, sempre propondo uma decisiva formação aos fiéis, os bispos do Brasil, reunidos em Assembleia Geral, trouxeram para todas as dioceses, uma proposta de um catecumenato diocesano, embasado no RICA – uma proposta catequética integrada, sistemática, litúrgica e progressiva para crianças, jovens e adultos. Em 2006, já havia sido aprovado o Diretório Nacional de Catequese que optou por motivar e afirmar a importância da Catequese inspirada no processo catecumenal[1].

Através do documento número 107, a CNBB lançou proposta a ser implantada sobre iniciação à vida cristã, aprovada na 55ª Assembleia Geral. O documento oferece novas disposições pastorais para a iniciação à vida cristã, presente nas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora desde 2011. Para os bispos, a dedicação em torno da temática revela o propósito de “buscar novos caminhos pastorais e reconhecer que a inspiração catecumenal é uma exigência atual”.

A inspiração catecumenal permitirá formar discípulos conscientes, atuantes e missionários. Sabemos que para acontecer esse precioso projeto em nossas paróquias, é necessário um requisito fundamental: a conversão de cada evangelizador e catequista. A pedido dos bispos e Igrejas particulares, em 2014, foi elaborado o Itinerário Catequético: Iniciação à vida cristã.

Na Assembleia Geral de 2017 foi aprovado o texto proposto.  Segundo a introdução desse documento 107 da CNBB, “esse caminho proposto permitirá formar discípulos conscientes, atuantes e missionários” (introdução, n. 07).

*Padre Gerson Schmidt foi ordenado em 2 de janeiro de 1993, em Estrela (RS). Além da Filosofia e Teologia, também é graduado em Jornalismo e é Mestre em Comunicação pela FAMECOS/PUCRS.

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[1] CNBB, Diretório Nacional de Catequese. Documentos da CNBB 84, Brasília, Edições CNBB, 2006.  

Vatican News

Santo Urbano V

S. Urbano V | ArqSP

O Papa Urbano V assumiu o cargo em 1362, numa época em que a Europa sofria agitações sociais muito intensas. Numa tentativa de manter o pontífice longe das intrigas e das lutas políticas e revolucionárias, que dominavam Roma, a sede da Igreja fôra transferida para Avignon, na França.

Urbano era monge beneditino e pertencia a uma nobre família francesa. Quando jovem estudou ciências jurídicas e depois lecionou direito em Montpellier e na própria Avignon. Um dia, trocou a laureada toga pelo humilde hábito de monge, chegando a ocupar altos cargos dentro da Ordem beneditina.

Sua biografia é cheia de adjetivos elogiosos: "professor emérito, estudioso de renome, abade de iluminada doutrina e espiritualidade". Por tudo isso foi escolhido pelo Papa Inocêncio IV para desempenhar missões diplomáticas delicadas. Pelo mesmo motivo, quando Inocêncio morreu, foi eleito seu sucessor, mesmo não sendo cardeal.

Seu pontificado durou somente oito anos, mas caracterizou-se, segundo os registros oficiais, pela sábia administração, pelo esforço de renovar os costumes e pela nobreza de intenções. Ele reformou a disciplina eclesiástica e reorganizou a corte pontifícia de maneira que fosse um exemplo de vida cristã, cortando pela raiz muitos abusos. Mas também se preocupava com a instrução do povo. Era o período do humanismo e o ex-professor de direito não mediu esforços para promover as ciências e criar novos centros de estudos. A pedido do rei da Polônia, ergueu e fundou a universidade da Cracóvia e, na universidade de Montpellier, fundou um colégio médico, ajudando pessoalmente estudantes pobres.

No terreno político e militar seu trabalho também foi reconhecido. Organizou uma cruzada contra os turcos muçulmanos que ameaçavam a Europa. No plano missionário, enviou numerosos grupos de religiosos às regiões européias ainda necessitadas de evangelizadores, como a Bulgária e a Romênia. Além de organizar uma expedição missionária para levar a palavra aos mongóis da longínqua Ásia.

O grande sonho do Papa Urbano V, porém, era levar de volta a sede da Igreja para Roma. Conseguiu isso, em outubro de 1367, sendo recebido com entusiasmada aclamação popular. Foi o primeiro a se estabelecer no palácio ao lado da Basílica de São Pedro, no Vaticano. E, desde então, se tornou a residência oficial dos pontífices. Mas a paz durou pouco. Alguns anos depois Urbano V foi novamente obrigado a deixar Roma, e voltar para Avignon, onde faleceu em 19 de dezembro de 1370.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.brArquidiocese

Arquidiocese de São Paulo

sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

Da Carta a Diogneto

Aleteia

(Cap. 8, 5–9, 5: Funk 1, 325-327)    (Séc. II)

Por seu Filho, Deus nos revelou seu amor

Nenhum homem viu a Deus nem o conheceu, mas ele mesmo se manifestou. Manifestou-se pela fé, pois só a ela é concedida a visão de Deus. O Senhor e Criador do universo, Deus, que fez todas as coisas e as dispôs em ordem, não só amou os homens, mas também foi paciente com eles. Deus sempre foi, é e será o mesmo: benigno e bom, isento de ira, veraz; só ele é bom. E quando concebeu seu grande e inefável desígnio, só o comunicou a seu Filho. Enquanto mantinha oculto e em reserva seu plano de sabedoria, parecia abandonar-nos e esquecer-se de nós. Mas, quando revelou por seu Filho amado e manifestou o que havia preparado desde o princípio, ofereceu-nos tudo ao mesmo tempo: participar de seus benefícios, ver e compreender. Quem de nós poderia jamais esperar tamanha generosidade?

Tendo Deus, portanto, tudo disposto em si mesmo com o seu Filho, deixou-nos, até estes últimos tempos, seguir nossos impulsos desordenados, desviados do caminho reto pelos maus prazeres e paixões. Não que ele tivesse algum gosto com nossos pecados; tolerando-os, não aprovava aquele tempo de iniqüidade, mas preparava este tempo de justiça. Assim, convencidos de termos sido, naquele período, indignos da vida em razão de nossas obras, tornemo-nos agora dignos dela pela bondade de Deus. E depois de mostrar nossa incapacidade de entrar pelas próprias forças no Reino de Deus, nos tornemos capazes disso pelo poder divino.

Quando, pois, a nossa iniquidade atingiu o auge e se tornou manifesto que a paga merecida do castigo e da morte estava iminente, chegou o tempo estabelecido por Deus para revelar sua bondade e poder. Ó imensa benignidade e amor de Deus! Ele não nos odiou, não nos rejeitou nem se vingou de nós, mas nos suportou com paciência. Cheio de compaixão, assumiu nossos pecados, entregou seu próprio Filho como preço de nossa redenção: o santo pelos pecadores, o inocente pelos maus, o justo pelos injustos, o incorruptível pelos corruptíveis, o imortal pelos mortais. O que poderia apagar nossos pecados a não ser sua justiça? Por quem poderíamos ser justificados, nós, ímpios e maus, senão pelo Filho de Deus?

Ó doce intercâmbio, ó misteriosa iniciativa, ó surpreendente benefício, ser a iniquidade de muitos vencida por um só justo e a justiça de um só justificar muitos ímpios!

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Papa Francisco: não há paz sem a cultura do cuidado

Papa Francisco, Dia Mundial da Paz 2021

Na mensagem para o Dia Mundial da Paz de 2021, o Papa Francisco lança um apelo para que todos se tornem "profetas e testemunhas da cultura do cuidado, a fim de preencher tantas desigualdades sociais.”

Bianca Fraccalvieri – Cidade do Vaticano

Todos remando juntos no mesmo barco, cujo leme é a dignidade da pessoa e a meta, uma globalização mais humana.

Em síntese, esta é a ideia que o Papa Francisco expressa na mensagem para o Dia Mundial da Paz de 2021, celebrado em 1° de janeiro.

O texto foi publicado esta quinta-feira pela Sala de Imprensa da Santa Sé, cujo título é “A cultura do cuidado como percurso de paz”.

Solidariedade às vítimas da pandemia

A mensagem não deixa de analisar a marca deste 2020: a pandemia. A crise provocada pelo novo coronavírus “se transformou num fenômeno plurissetorial e global, agravando fortemente outras crises inter-relacionadas como a climática, alimentar, econômica e migratória, e provocando grandes sofrimentos e incômodos”.

O pensamento do Pontífice foi às pessoas que perderam um familiar ou uma pessoa querida ou a quem ficou sem emprego. E um agradecimento especial a quem trabalha em hospitais e centros de saúde, com um renovado apelo às autoridades para que as vacinas sejam acessíveis a todos.

Sou o guardião do meu irmão? Com certeza!

No longo texto, o Papa faz uma “gênese” da cultura do cuidado desde os primórdios da criação, como narram vários episódios bíblicos. No Antigo Testamento, talvez o mais emblemático seja a relação entre Caim e Abel, e a famosa resposta depois do assassinato: Sou eu, porventura, o guardião do meu irmão? “Com certeza”, responde o Papa sem pestanejar.

Já no Novo Testamento, Jesus encarna o ápice da revelação do amor do Pai pela humanidade. “No ponto culminante da sua missão, Jesus sela o seu cuidado por nós, oferecendo-Se na cruz e libertando-nos assim da escravidão do pecado e da morte.”

Esta cultura do cuidado se aprimorou na Igreja nascente com as obras de misericórdia corporal e espiritual, que no decorrer dos séculos ficaram visíveis em hospitais, albergues para os pobres, orfanatos, lares para crianças e abrigos para forasteiros.

O Cristianismo, portanto, ajudou a amadurecer o conceito de pessoa, a ponto que hoje podemos dizer que “toda a pessoa humana é fim em si mesma, e nunca um mero instrumento a ser avaliado apenas pela sua utilidade: foi criada para viver em conjunto na família, na comunidade, na sociedade, onde todos os membros são iguais em dignidade. E desta dignidade derivam os direitos humanos.”

Bússola para um rumo comum

Se o ser humano tem direitos, tem também deveres, como o cuidado dos mais vulneráveis e também da criação.

Para Francisco, todos esses princípios elucidados na mensagem constituem uma bússola para dar um rumo comum ao processo de globalização, "um rumo verdadeiramente humano".

“Através desta bússola, encorajo todos a tornarem-se profetas e testemunhas da cultura do cuidado, a fim de preencher tantas desigualdades sociais.”

Aqui o Papa chama em causa um “forte e generalizado protagonismo das mulheres na família e em todas as esferas sociais, políticas e institucionais”.

Como converter nosso coração?

O Pontífice recorda que esta “bússola dos princípios sociais” vale também para as relações entre as nações. E pede o respeito pelo direito humanitário em conflitos e guerras. “Infelizmente, constata o Santo Padre, muitas regiões e comunidades já não se recordam dos tempos em que viviam em paz e segurança.”

“As causas de conflitos são muitas, mas o resultado é sempre o mesmo: destruição e crise humanitária. Temos de parar e interrogar-nos: O que foi que levou a sentir o conflito como algo normal no mundo? E, sobretudo, como converter o nosso coração e mudar a nossa mentalidade para procurar verdadeiramente a paz na solidariedade e na fraternidade?”

Mais uma vez o Santo Padre lamenta o desperdício de dinheiro com armamentos, quando poderia ser utilizado “para prioridades mais significativas”, relançando a ideia de São Paulo VI de criar um “Fundo mundial” com a utilização dos recursos da corrida armamentista para o desenvolvimento dos países mais pobres.

Outro elemento fundamental para a promoção da cultura do cuidado é a educação. Neste projeto, estão envolvidos famílias, escolas, universidades e os líderes religiosos. Francisco se dirige a quem trabalha neste campo “para que se possa chegar à meta duma educação «mais aberta e inclusiva”, fazendo votos de que neste contexto o Pacto Educativo Global “encontre ampla e variegada adesão”.

Não há paz sem a cultura do cuidado

Toda a mensagem do Pontífice, enfim, é estruturada para afirmar o princípio de que não há paz sem a cultura do cuidado.

“Neste tempo, em que a barca da humanidade, sacudida pela tempestade da crise, avança com dificuldade à procura dum horizonte mais calmo e sereno, o leme da dignidade da pessoa humana e a «bússola» dos princípios sociais fundamentais podem consentir-nos de navegar com um rumo seguro e comum. Como cristãos, mantemos o olhar fixo na Virgem Maria, Estrela do Mar e Mãe da Esperança.”

“Não cedamos à tentação de nos desinteressarmos dos outros, especialmente dos mais frágeis”, é o apelo final do Papa.

Vatican News

O Natal de Maria e José não foi "um mar de rosas", recordou o Papa

© Vatican Media
por Francisco Vêneto

As dificuldades da Sagrada Família devem nos inspirar a viver um Natal mais autêntico e menos consumista.

O Natal de Maria e José não foi “um mar de rosas”, recordou o Papa Francisco na Audiência Geral desta semana. Por isso, ele exortou os fiéis a se inspirarem na Sagrada Família para viver um Natal mais autêntico e menos consumista.

“Restrições e dificuldades nos aguardam neste ano, mas pensemos no Natal da Virgem Maria e de São José: não foi um mar de rosas”.

Convidando-nos a resgatar o sentido do Natal, o Papa também recordou a crise mundial decorrente da pandemia de covid-19 e afirmou que temos a oportunidade de purificar a nossa forma de viver o mistério do Nascimento de Jesus.

O Natal de Maria e José não foi “um mar de rosas”

Francisco declarou:

“Gostaria de exortar a todos a ‘apertar o passo’ rumo ao Natal, o Natal verdadeiro, isto é, o nascimento de Jesus Cristo. Restrições e dificuldades nos aguardam neste ano, mas pensemos no Natal da Virgem Maria e de São José: não foi um mar de rosas. Quantas dificuldades eles tiveram! Quantas preocupações! Apesar de tudo, a fé, a esperança e o amor os guiaram e os ampararam. Que seja assim também para nós! Que esta dificuldade também nos ajude a purificar um pouco o modo de viver o Natal, de festejar, saindo do consumismo: que seja mais religioso, mais autêntico, mais verdadeiro”.

Aleteia 

Natal passa a ser festa nacional no Iraque

Guadium Press

Redação (17/12/2020, 10:50 – Gaudium Press) A partir de agora o Natal torna-se uma festa oficial no Iraque.

A festa de Natal chega ao Iraque, “oficialmente e para sempre”, após votação unânime do Parlamento. A proposta aprovada foi formulada nos últimos meses tendo sido divulgada durante um encontro entre o presidente iraquiano Barham Salih e o patriarca caldeu, cardeal Louis Raphael Sako, que, logo que soube da aprovação, expressou sua alegria e gratidão por esta decisão tão esperada.

Festa de Natal já era reconhecida em algumas regiões do Iraque 

As autoridades políticas iraquianas já haviam assinalado para o reconhecimento da festa de Natal quando, em 2008, foi reconhecida em algumas regiões, porém, não em todo o território nacional. Em 2013 o governo iraquiano havia estabelecido que o dia 25 de dezembro seria um feriado nacional. Segundo o governo de Bagdá, um dia de descanso para que a minoria cristã pudesse viver as comemorações em família.

Há dois anos, 2018, o governo iraquiano havia aprovado uma emenda que modificava a lei sobre feriados nacionais. Foi nessa ocasião que o Natal passou a ter o status de celebração pública para todos os cidadãos, cristãos e muçulmanos.

No ano passado, o cardeal Louis Raphael Sako havia dado algumas instruções sobre como celebrar o Natal de forma sóbria, sem momentos de convívio público, como sinal de proximidade às famílias das centenas de mortos e feridos registrados durante os protestos e confrontos de rua que nos meses anteriores haviam abalado o país.

O Parlamento iraquiano decidiu por unanimidade que o Natal será uma “festividade nacional” comemorada em todo o país a partir deste ano.
Guadium Press

A partir deste ano de 2020, o Natal volta a ser reconhecido como festividade nacional em todo o Iraque

A partir deste ano, portanto, o Natal se torna uma festividade nacional no Iraque. O cardeal Louis Raphael Sako, imediatamente após ouvir a notícia da decisão unânime do Parlamento, divulgou uma mensagem na qual agradeceu ao presidente iraquiano Barham Salih, ao presidente do Parlamento Muhammad al Halbousi e a todos os parlamentares “pelo voto favorável de seus irmãos cristãos”, invocando a bênção e a recompensa de Deus para todos eles.

No dia 17 de outubro o próprio cardeal Sako havia exposto ao presidente Salih a proposta de apresentar um projeto de lei ao Parlamento voltado a reconhecer o Natal como feriado em todo o Iraque.

Na ocasião, o patriarca caldeu recebia em sua residência o presidente Salih que destacou o papel das comunidades cristãs na reconstrução do país, após os anos de ocupação jihadista de Mosul e grandes regiões do norte do Iraque. (JSG)

(Da Redação Gaudium Press, com informações Fides)

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Com o hebraico Vatican News dirige-se ao mundo em 36 línguas

Home Page Vatican News em hebraico 

O portal de informação da Santa Sé se enriquece. A partir desta quinta-feira (17) oferece conteúdo para os leitores de língua hebraica. Patriarca Pizzaballa: "Trata-se de uma língua simbolicamente importante para nós cristãos".

VATICAN NEWS

Vatican News agora "fala" também em hebraico. O portal de informação multimídia da Santa Sé, inaugurado há três anos, abre novas páginas web, elevando para 36 o número de línguas em que se expressa. Deste modo fortalece o compromisso de levar a palavra e o testemunho do Papa em todas as partes do mundo, ao mesmo tempo em que informa sobre a vida da Igreja universal nos diferentes países.

Mensagem

Por ocasião do lançamento das novas páginas, o Patriarca Latino de Jerusalém, Pierbattista Pizzaballa escreveu uma mensagem afirmando que não é, como se poderia pensar apenas “mais uma língua entre muitas”. O hebraico, afirma Pizzaballa, "é uma língua simbolicamente importante para nós cristãos, porque constitui uma das línguas que estão na raiz da história da Igreja: junto com o grego e o aramaico, é a língua das Escrituras". Naturalmente, ele acrescenta, "o site é em hebraico contemporâneo, uma língua que foi reavivada na era moderna, mas diretamente ligada à língua dos Patriarcas, dos Profetas e dos Reis dos tempos antigos e do povo judeu da época de Jesus".

O Patriarca Latino de Jerusalém traça os esforços feitos pela Igreja na história recente, desde o Concílio Vaticano II, para desenvolver relações amistosas com o povo judeu, para contribuir por um "mundo melhor". O prelado recorda momentos simbólicos, como as visitas dos últimos Papas às sinagogas em várias partes do mundo, encontros com representantes do povo judeu, visitas à Terra Santa, ao Muro das Lamentações e ao Yad Vashem, o memorial Shoah.

Papa Francisco

Papa Francisco dirigiu-se várias vezes aos povos da região e seus líderes, pedindo, não apenas em nome da Igreja, um compromisso renovado para encontrar soluções para os conflitos regionais que impedem a região de viver em justiça, paz e prosperidade. Também por esta razão", escreve Pizzaballa, "é importante que o convite à reconciliação e ao perdão ressoe também em hebraico, um convite que caracteriza o serviço das Igrejas locais da Terra Santa, um convite baseado na vida e na missão de Jesus".

Na realidade língua hebraica não é totalmente nova no mundo das comunicações da Santa Sé: já tinha, de fato, estreado no site da Rádio Vaticano em outubro de 2010, por ocasião da Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para o Oriente Médio, permanecendo até dezembro de 2017. Hoje se inaugura uma nova temporada graças ao compromisso e colaboração do Patriarcado Latino e do Vicariato de São Tiago de Jerusalém.

Vatican News

quinta-feira, 17 de dezembro de 2020

Amoris Laetitia e perseguição aos católicos na China, alguns dos temas do diário do Cardeal

Guadium Press

Redação (17/12/2020 11:03Gaudium Press) Já foi lançado o primeiro volume do tão esperado “Prison Journal” do Cardeal George Pell, escrito em seus dias de prisão, enquanto esteve confinado em um cárcere por falsas acusações de abuso sexual.

O primeiro volume de 350 páginas, publicado pela Ignatius Press, refere-se aos primeiros 5 meses passados em sua cela de isolamento na Prisão de Avaliação de Melbourne.

Nesse local, era permitido apanhar sol meia hora por dia, não podia celebrar missa, apenas assisti-la pela televisão aos domingos. Dividia a mesma zona com assassinos e terroristas, alguns deles muçulmanos, de quem ouvia tanto orações como gritos.

Eram permitidas visitas duas vezes por semana e, de vez em quando, uma religiosa levava-lhe a comunhão.

No entanto, a tristeza natural que poderia sentir não se reflete no diário, no qual trata dos mais variados temas.

Sandro Magister publicou alguns trechos deste trabalho em seu blog Settimo Cielo, do qual reproduzimos algumas passagens. Os subtítulos são nossos:

A história de Jude Chen

Meu enfoque [sobre o sofrimento] é mais semelhante ao do avô de Jude Chen, […] que invocava a Deus a partir de pequenos problemas, porque sem eles teria sido orgulhoso e, graças a eles, evitavam-se problemas maiores. […]

Meu tempo na prisão não é um piquenique, mas se converte em um período de férias, quando comparado com outras experiências na prisão. Meu bom amigo Jude Chen, natural de Xangai e agora residente no Canadá, escreveu-me sobre a prisão de sua família sob o regime comunista chinês.

Em 1958, o irmão de Jude, Paul, um seminarista, e a irmã Sophie, uma estudante do ensino médio, foram presos por serem católicos e passaram trinta anos em duas prisões diferentes; para Sophie, no frio da China setentrional. Foi concedida à família uma visita de quinze minutos por mês, quando estavam em uma prisão de Shangahi, e uma carta de cem palavras por mês ao longo de três décadas.

Confiscaram todos os bens do avô de Jude, Simon, que era rico e tinha construído uma igreja paroquial dedicada à Santíssima Trindade. Jude o amava e ambos viveram na mesma casa por nove anos até a morte do ancião. Jude conta que, quando perguntavam a ele sobre sua propriedade confiscada, ele respondia: “Tudo veio de Deus e será restituído a Deus.”

Os Guardas Vermelhos invadem a casa paterna

Após o início da Revolução Cultural na primavera de 1966, os Guardas Vermelhos invadiram sua casa e ficaram decepcionados ao descobrir que o avô Simon havia morrido. Consequentemente, destruíram seu túmulo, saquearam a casa, e forçaram a mãe de Jude a queimar todos os seus objetos religiosos. O pai de Jude foi demitido como professor e rebaixado a porteiro.

Aos onze anos e no ensino fundamental, Jude foi forçado a confessar aos seus quarenta colegas de classe que ele era um criminoso de uma família criminosa. Ele também se lembra de seu professor que dizia aos seus companheiros para ficarem longe dele.

Aos dezessete anos, Jude foi enviado por oito anos para um campo de trabalho em um subúrbio de Xangai. Quando ele estava prestes a sair, seus pais lhe deram esta instrução: “Jude, não conserve nenhum ódio em seu coração, mas somente amor.” Este é o combustível sagrado que dá força à Igreja.

Interpretações perigosas de Amoris Laetitia

A fidelidade a Cristo e a seu ensinamento permanece indispensável para algum catolicismo fecundo, para algum despertar religioso. Este é o motivo pelo qual as “aprovadas” interpretações argentina e maltesa de “Amoris laetitia” são tão perigosas: vão contra o ensinamento do Senhor sobre o adultério e o ensinamento de São Paulo sobre as disposições necessárias para receber devidamente a Sagrada Comunhão. […]

Nos dois Sínodos sobre a Família, algumas vozes proclamaram em voz alta que a Igreja era um hospital de campanha ou um porto de refúgio. Mas esta é apenas uma imagem da Igreja e está longe de ser a mais adequada ou relevante, porque, acima de tudo, a Igreja deve mostrar como não adoecer e como escapar dos naufrágios, e aqui os mandamentos são essenciais. O próprio Jesus ensinou: “Se observardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor” (Jo 15, 10).

(Uma nota editorial de rodapé, a respeito das interpretações de “Amoris laetitia”, explica que “as diretrizes pastorais” – que “permitiam, em certas circunstâncias, aos católicos divorciados que se casaram novamente” receber a comunhão – foram publicadas na Argentina e Malta, e “o Papa Francisco aprovou as diretrizes de Buenos Aires em uma carta aos bispos da região em setembro de 2016”, enquanto que “a publicação de diretrizes maltesas no ‘L’Osservatore Romano’, diário da Santa Sé, em janeiro de 2017 também foi vista por alguns como uma aprovação oficial dessas diretrizes”).

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Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF