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quinta-feira, 23 de dezembro de 2021

Cada vez mais crianças afegãs passam fome

 

Uma mulher afegã com duas crianças em Kabul  (AFP or licensors)

Aumenta cada vez mais o número de crianças no Afeganistão que não têm o suficiente para comer. Segundo o Save the Children teve um aumento de 3, 3 milhões de crianças que passam fome.

Andrea De Angelis – Vatican News

O sistema de saúde no Afeganistão, que depende da ajuda humanitária, está à beira do colapso e muitas crianças gravemente subnutridas não têm acesso aos cuidados especializados que necessitam para sobreviver. A denúncia vem mais uma vez da organização Save the Children, que aponta que até mesmo o tratamento de alguns casos críticos foi interrompido por causa da crise.

Segundo dados do Programa Alimentar Mundial (PAM), no final de novembro, 98% da população não tinha o suficiente para comer, um aumento alarmante em comparação com os 81% registrados antes de 15 de agosto, dia em que o Talibã tomou o poder. O Afeganistão está enfrentando sua pior crise alimentar de todos os tempos. Neste inverno, é previsto que 14 milhões de crianças afegãs enfrentem níveis de fome que ameaçam a vida, com as taxas de desnutrição aumentando exponencialmente como resultado.

A história de Hunoon

Com base na pesquisa realizada pela Save the Children, várias agências relataram a história de Hunoon, uma mulher afegã e mãe de seis filhos, todos nascidos nos últimos dez anos. A família não tem renda há meses e não pode nem mesmo pagar alimentos básicos. O marido de Hunoon tentou duas vezes cruzar a fronteira para o Irã para encontrar trabalho, mas foi rejeitado. Sem alimentos suficientes, Sara, a filha mais nova, foi afetada por uma grave desnutrição aguda. O medo é que sua condição piore e seus irmãos também possam ter dificuldades para sobreviver. “Estamos testemunhando uma das piores crises humanitárias de todos os tempos. Pais desesperados estão chegando em nossas clínicas com crianças severamente desnutridas e magras. Um de nossos médicos tratou uma mulher que estava grávida de nove meses e que corria o risco de ter que desistir de seu bebê porque não tinha condições de alimentá-lo", declarou Nora Hassanien, diretora da Save the Children no Afeganistão.

Entrega de ajuda

"Sanções e políticas antiterrorismo interrompem e atrasam a entrega de ajuda para salvar vidas. As organizações humanitárias devem ser capazes de agir mesmo sob tais restrições para poder ajudar as crianças antes que o inverno se torne ainda mais rigoroso", denuncia Hassanien. Save the Children também conta outra história terrível, a de uma mãe de gêmeos que teve que abandonar um deles para alimentar o outro. Save the Children está fornecendo às famílias afegãs alimentos, consultas nutricionais e de lactação, kits de higiene, cobertores e roupas quentes para ajudá-las a passar o inverno rigoroso.

Fonte: https://www.vaticannews.va/

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Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF