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terça-feira, 27 de fevereiro de 2024

«Só com a tua força não te consegues levantar: aperta a mão d’Aquele que desce até ti»

Jesus salva Pedro das águas, mosaico na Catedral de Monreale, Palermo [© Enzo Lo Verso]  | 30Giorni

Revista 30Dias - 07/08 - 2011

«Só com a tua força não te consegues levantar: aperta a mão d’Aquele que desce até ti»

Santo Agostinho, imaginando dirigir-se ao apóstolo, comenta: o Senhor «se abaixou e tomou-te pela mão. Com sua própria força você não consegue se levantar. Aperta a mão daquele que desce até ti" ( Enarrationes no Salmos 95, 7) e ele diz isso não só a Pedro, mas também a nós.

Bento XVI

Palácio Apostólico de Castel Gandolfo


Domingo , 7 de agosto de 2011

Queridos irmãos e irmãs, no Evangelho deste domingo encontramos Jesus que, retirando-se para o monte, reza a noite toda. O Senhor, separado do povo e dos discípulos, manifesta a sua intimidade com o Pai e a necessidade de rezar na solidão, ao abrigo das turbulências do mundo. Este distanciamento, porém, não deve ser entendido como um desinteresse pelas pessoas ou como um abandono dos apóstolos. Com efeito – narra São Mateus – fez com que os discípulos entrassem no barco para “precedê-lo até à outra margem” ( Mt 14, 22), para os encontrar novamente. Entretanto, o barco «já estava a muitos quilómetros da terra e era agitado pelas ondas: o vento era contrário» (v. 24), e eis que «ao fim da noite [Jesus] foi ao encontro deles, caminhando em frente. o mar” (v. 25); os discípulos ficaram chocados e, confundindo-o com um fantasma, “gritaram de medo” (v. 26), não o reconheceram, não compreenderam que era o Senhor. Mas Jesus tranquiliza-os: «Coragem, sou eu, não tenham medo!» (v. 27). É um episódio do qual os Padres da Igreja captaram uma grande riqueza de significado. O mar simboliza a vida presente e a instabilidade do mundo visível; a tempestade indica todo tipo de tribulação, de dificuldade, que oprime o homem. O barco, porém, representa a Igreja construída por Cristo e liderada pelos apóstolos. Jesus quer educar os seus discípulos para suportarem com coragem as adversidades da vida, confiando em Deus, Naquele que se revelou ao profeta Elias no Horeb, no "sussurro de uma leve brisa" ( 1 Reis 19, 12). A passagem continua então com o gesto do apóstolo Pedro, que, tomado por uma explosão de amor para com o Mestre, pediu para ir ao seu encontro, caminhando sobre as águas. «Mas, vendo que o vento estava forte, teve medo e, começando a afundar, gritou: “Senhor, salva-me!”» ( Mt 14, 30). Santo Agostinho, imaginando dirigir-se ao apóstolo, comenta: o Senhor «se abaixou e tomou-te pela mão. Com sua própria força você não consegue se levantar. Aperte a mão daquele que desce até você" ( Enarrationes in Psalmos95, 7) e diz isto não só a Pedro, mas diz-nos também a nós. Pedro caminha sobre as águas não pelas suas próprias forças, mas pela graça divina, na qual acredita, e quando é dominado pela dúvida, quando já não fixa o olhar em Jesus, mas tem medo do vento, quando não o faz. confiar plenamente na palavra do Mestre, significa que você está se afastando interiormente Dele e é então que você corre o risco de afundar no mar da vida, e assim também para nós: se olharmos apenas para nós mesmos, nos tornamos dependentes nos ventos e não pode mais passar pelas tempestades, pelas águas da vida. O grande pensador Romano Guardini escreve que o Senhor «está sempre próximo, estando na raiz do nosso ser. Contudo, devemos vivenciar nosso relacionamento com Deus entre os polos da distância e da proximidade. Somos fortalecidos pela proximidade, postos à prova pela distância” ( Aceitando-se , Brescia 1992, p. 71).

Queridos amigos, a experiência do profeta Elias, que ouviu a passagem de Deus, e o trabalho de fé do apóstolo Pedro, nos fazem compreender que o Senhor, antes mesmo de buscá-lo ou invocá-lo, é Ele mesmo quem vem para nos encontrar, baixar o céu para nos alcançar e nos levar à sua altura; Ele apenas espera que confiemos totalmente Nele, para realmente segurarmos Sua mão. Invocamos a Virgem Maria, modelo de plena entrega a Deus, para que, no meio de tantas preocupações, problemas e dificuldades que agitam o mar da nossa vida, a palavra tranquilizadora de Jesus ressoe nos nossos corações, dizendo para nós também: Coragem, sou eu, não tenha medo! , e que nossa fé Nele cresça.

Fonte: https://www.30giorni.it/

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Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF