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segunda-feira, 18 de agosto de 2025

Igreja Católica é a instituição com maior confiança entre os brasileiros segundo Datafolha

Templos católicos (CNBB)

IGREJA CATÓLICA É A INSTITUIÇÃO COM MAIOR CONFIANÇA ENTRE OS BRASILEIROS SEGUNDO DATAFOLHA

13/08/2025

Por Luiz Lopes Jr.

Pesquisa do Datafolha apontou que a Igreja Católica tem a confiança de 85% dos brasileiros, figurando como a primeira entre as instituições indicadas. O levantamento foi encomendado pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e divulgado na última segunda-feira.

Segundo os dados, 40% da população confia muito na Igreja Católica, e 45% confia um pouco. Os dados da segunda instituição com maior confiança, a OAB, somam 24% dos entrevistados que confiam muito e 59% que confiam um pouco. As igrejas evangélicas figuraram como uma única instituição, somando a segunda maior porcentagem de pessoas que confiam muito, com 31%.

pesquisa, encomendada pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), foi realizada entre os dias 7 e 14 de julho de 2025, com 2.005 entrevistas presenciais em 130 municípios de todas as regiões do país. A margem de erro é de dois pontos percentuais.

Além da confiança nas instituições, a pesquisa buscou saber sobre a preferência da população entre democracia e ditadura, com o regime democrático ficando à frente. Segundo os resultados, 74% dos entrevistados consideram que “a democracia é sempre melhor que qualquer forma de governo”.

Uma outra pergunta apresentada aos entrevistados referia sobre a polarização. Para 72% dos brasileiros, o Brasil vive uma polarização política, com uma sociedade “dividida em dois grupos com visões políticas opostas que não aceitam conviver com o outro lado”. Para 16% dos entrevistados, “o país atualmente vive em harmonia política, com uma sociedade onde pessoas de ideias diferentes conseguem conversar e se respeitar”.

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

A Esperança na boca dos salmistas

A Esperança na boca dos salmistas (Vatican News)

"A sinfonia dos 150 salmos da Sagrada Escritura é sempre fonte de inspiração para rezar e aprofundar nossa fé e esperança, que brota da rica tradição oral judaica, transcrita em poemas para nossa fé"

Jackson Erpen - Cidade do Vaticano

Nos Salmos, a esperança aparece como um fio que sustenta o coração humano em meio às aflições. Mesmo em meio a combates, perseguições e angústias, os salmistas expressam uma confiança inabalável em Deus, reconhecendo nele refúgio, socorro e fidelidade eterna. A esperança não é apresentada como uma expectativa vaga, mas como certeza enraizada na bondade e no caráter divino, que transforma o lamento em louvor e a escuridão em luz. Assim, os Salmos ensinam que a verdadeira esperança floresce da confiança em Deus, que nunca abandona os que nele esperam.

"A Esperança na boca dos salmistas", é o tema da reflexão do Pe. Gerson Schmidt*:

"A sinfonia dos 150 salmos da Sagrada Escritura é sempre fonte de inspiração para rezar e aprofundar nossa fé e esperança, que brota da rica tradição oral judaica, transcrita em poemas para nossa fé. O salmista no salmo 145 é categórico: “É feliz todo homem que busca seu auxílio no Deus de Jacó, e que põe no Senhor a esperança” (Sl 145,5). O salmista aqui se expressa não para uma realidade futura, que faz-nos esperar e crer na realidade que virá, mas aponta a espera no Senhor já no momento presente, colocando em Deus a esperança de nossa vida, de nossos projetos, de nossas aspirações mais profundas. O concílio Vaticano II, sobretudo na Constituição Gaudium et Spes – a Igreja inserida no mundo – aponta que a esperança e a alegria cristã não se orientam simplesmente para um estado futuro, mas é prêmio e graça de Deus, aqui e agora, virtude vivida na compreensão dos acontecimentos, destinos e tarefas da vida atual. Não se trata de ficar aguardando o destino dos homens, nem simplesmente construir um paraíso terrestre. Crer na obra salvífica, o Reino definitivo, é se colocar na dinâmica de transformar nossa vida presente pela esperança que nos anima. E esta Esperança tem nome nos salmos: Iahweh, sujeito e objeto da Esperança.

Um outro salmo de esperança é o Salmo 33, que diz: "A nossa esperança está no Senhor; ele é o nosso auxílio e o nosso escudo. Nele se alegra o nosso coração, pois confiamos no seu santo nome. Esteja sobre nós o teu amor leal, Senhor, como em ti está a nossa esperança" (Sl 33,20-22). A Esperança cristã do homem não está em si mesmo, mas no Senhor, que tudo realiza. “Em ti está nossa esperança”, reza o verso, não em nós.

Igualmente já refletimos anteriormente a comparação do salmista, no salmo 42, da sua sede como a da corsa pelas águas da torrente: “Por que estás abatida, ó minha alma, e por que te perturbas em mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei pela salvação da sua face” (Salmo 42,5). A expressão utilizada "Como a corça suspira pelas correntes das águas, assim suspira a minha alma por ti, ó Deus" (Salmos 42,1) descreve um anseio profundo e ardente pela presença de Deus, utilizando a imagem de uma corça buscando água. A corça, em seu habitat natural, precisa da água para sobreviver e se proteger de predadores. Quando está sedenta, seu corpo começa a exalar um odor forte que atrai os predadores. Portanto, não é somente a sede para obter a água, mas instinto de sobrevivência dos perseguidores. A corça, então, busca desesperadamente as correntes das águas, onde se refresca e se esconde, livrando-se do odor que a denuncia. Na tentativa de fuga, a corça se submerge em águas correntes deixando apenas o focinho para fora d’água. Enquanto isso, seus predadores permanecem na margem por horas e horas até se cansarem e, sentindo o fracasso, acabam desistindo e vão embora.

Assim como a corça procura as águas de um rio para se proteger dos predadores a sua volta, nossa alma deve ansiar pela presença de Deus. “Espera em Deus – reza o Salmista – espera em Deus”. Essa imagem serve como metáfora para a sede espiritual que o salmista sente por Deus. Assim como a corça busca a água para sobreviver, o salmista anseia pela presença de Deus para saciar sua alma e encontrar refúgio em momentos de angústia e solidão e, sobretudo, perseguição. A busca pela água, nesse contexto, representa a busca pela presença de Deus, pela Sua graça e salvação. Nossa esperança está no Senhor.

Santo Agostinho comenta esse desejo do salmista, nesse salmo 42, e interpreta a água desejada e buscada como a corça pela torrente com a água batismal. Aponta assim: “Não se encontra tal desejo em todos que entram na Igreja; contudo todos os que experimentaram a suavidade do Senhor, e que reconhecem no cântico aquilo que a saboreiam, não pensem que estão sozinhos, mas acreditem que tais sementes foram espalhadas no campo do Senhor por todo o orbe da terra, e constitui a voz de certa unidade cristã o que segue: “Como o cervo anseia pelas fontes das águas, assim aspira a minha alma por ti, meu Deus”. De fato, não seria errado entender que se trata da voz dos que, ainda catecúmenos, se apressam a aceder – ou seja se elevar - à graça do santo batismo. Daí provém que solenemente se canta este salmo, para que desejem a fonte da remissão dos pecados, “como o cervo anseia pelas fontes das águas”. Assim seja, e na Igreja tenha aceitação verdadeira e solene tal interpretação. Contudo, irmãos, parece-me que mesmo com o batismo não se sacia este desejo dos fiéis. Talvez, se sabem onde estão como peregrinos, e para onde devem passar, inflamem-se, com anelos mais ardentes”.

"Tal como a corça suspira pelas águas da torrente para livrar-se do seu predador, também nós eternos catecúmenos que somos, buscamos renovar as águas batismais que nos livram do inimigo e nos tornam sedentos das águas eternas."

*Padre Gerson Schmidt foi ordenado em 2 de janeiro de 1993, em Estrela (RS). Além da Filosofia e Teologia, também é graduado em Jornalismo e é Mestre em Comunicação pela FAMECOS/PUCRS.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Oração da segunda-feira

Yuganov Konstantin | Shutterstock

Philip Kosloski - publicado em 01/05/22 - atualizado em 30/01/25

Quando, na segunda-feira, depois de um fim de semana gostoso, você gostaria que já fosse sexta... reze esta oração para te ajudar a confiar tudo a Deus!

Segunda-feira: o dia mais difícil da semana. Depois de um fim de semana cheio de atividade, quem quer voltar à rotina?

Ainda mais quando você olha para a próxima semana e vê todos os prazos que você tem que cumprir, atividades após a escola e eventos sociais, é fácil ficar sobrecarregado e desejar que a semana já tivesse acabado. Sim, já queremos que segunda fosse a sexta-feira!

Uma boa maneira de começar a semana é rezando. Aqui está uma curta mas poderosa oração de Santa Teresa Benedicta da Cruz (Edith Stein), que pode ajudá-lo a relaxar e colocar o resto da semana nas mãos de Deus.

Podemos não ser capazes de ver muito à frente e podemos sentir que ainda falta muito tempo para sexta-feira, mas a boa notícia é que Deus está no controle. Oferecendo a semana a Deus, tiramos toda a pressão de nós mesmos e o deixamos tomar a direção. Nós nunca sabemos que planos ele tem para nós.

Oração:

Eu me entrego inteiramente à Tua vontade divina, ó Senhor. Faça meu coração crescer mais e mais na Vida Divina. Ó meu Deus, enche minha alma de santa alegria, coragem e força para Te servir. Acenda Seu amor em mim e então caminhe comigo e antes de mim no longo trecho desta estrada. Não vejo muito adiante, mas quando eu chegar aonde o horizonte se fecha, uma nova perspectiva se abrirá diante de mim, e eu a encontrarei com paz. Amém.

Fonte: https://pt.aleteia.org/2022/05/01/oracao-da-segunda-feira/

domingo, 17 de agosto de 2025

O delito canônico de simonia

Crédito: Wikipedia.

O delito canônico de simonia

08/07/2025

O Dicionário da Real Academia Espanhola define a simonia como a “compra ou venda deliberada de coisas espirituais, como os sacramentos e sacramentais, ou temporais inseparavelmente ligadas às espirituais, como prebendas e benefícios eclesiásticos”.

Desde os tempos apostólicos, a Igreja busca evitar o comércio com os bens espirituais. Como demonstra a história, essa foi uma das batalhas jurídicas na qual mais se empenharam as autoridades eclesiásticas. São Tomás de Aquino dedica uma Questão da Suma Teológica à valoração moral da simonia (Summa Theologica, II-IIae, q. 100). Essa constante luta deve-se ao fato de que essa conduta atenta contra o mandamento do Senhor (“De graça recebestes, de graça dai”: Mt 10, 8). O simoníaco pretende se tornar dono dos bens espirituais. Além disso, quem pede dinheiro por um sacramento defrauda os fiéis que legitimamente pedem bens espirituais aos pastores e que necessitam da graça.

O nome dessa falta provém de Simão, o Mago. Segundo narra São Lucas nos Atos dos Apóstolos, quando a fé se enraizou na cidade de Samaria, um dos primeiros a se batizar foi Simão, o Mago. Pouco depois, São Pedro e São João foram confirmar na fé os novos cristãos.

“Então lhes impunham as mãos e recebiam o Espírito Santo.
Ao ver Simão que, pela imposição das mãos dos apóstolos, se conferia o Espírito, ofereceu-lhes dinheiro, dizendo: ‘Dai-me também esse poder, para que receba o Espírito Santo aquele a quem eu impuser as mãos’. Mas Pedro lhe disse: ‘Que o teu dinheiro pereça contigo, porque julgaste poder comprar com dinheiro o dom de Deus. Tu não tens parte nem herança neste ministério, pois o teu coração não é reto diante de Deus. Arrepende-te, pois, dessa tua maldade e roga ao Senhor, para ver se te será perdoado esse pensamento do teu coração, pois vejo que estás cheio de fel amargo e preso na maldade’” (At 8, 17-23).

Atualmente, o delito de simonia nos sacramentos está tipificado expressamente no cânon 1380:

Cânon 1380: Quem celebra ou recebe um sacramento com simonia deve ser punido com interdição ou suspensão.

Devemos recordar que não é simonia o pagamento de um pequeno valor como esmola ao sacerdote que celebra o sacramento (como ocorre muitas vezes no batismo ou no matrimônio), ou para que o sacerdote acrescente uma intenção na Missa. O que caracterizaria essas ofertas como ato de simonia seria: Fazer o sacramento depender disso ou que o ministro peça um valor exagerado ou, pior ainda, que houvesse uma espécie de “leilão” entre doadores para que o sacerdote escolhesse uma intenção ou outra para a Missa.

Também deve ser considerada simonia o delito tipificado no cânon 1381:

Cânon 1381: Aquele que dá ou promete coisas, para que alguém que exerce uma função na Igreja faça ou omita algo de forma ilegítima deve ser punido com pena justa, assim como quem aceita tais presentes ou promessas.

Também é delito de simonia o lucro ilegítimo nas ofertas de Missa, os chamados estipêndios:

Cânon 1385: Quem obtém de forma ilegítima lucro com a oferta da Missa, deve ser punido com censura ou com outra pena justa.

Em 1991, a Congregação para o Clero promulgou o Decreto Mos iugiter sobre os estipêndios na Missa, estabelecendo regras precisas para a aceitação das ofertas para a celebração da Eucaristia. Os abusos nessa matéria devem ser considerados graves, e, portanto, incluídos nessa situação de fato. Assim afirma o Diretório para o ministério e a vida dos presbíteros, publicado pela mesma Congregação para o Clero em 11 de fevereiro de 2013, que citando este cânon, recorda que a Igreja “pune com pena justa quem obtém lucro ilegítimo com a oferta da Missa” (n. 69).

Situação de fato

O tipo penal apenas pune com pena determinada e facultativa a administração dos sacramentos, mas isso não significa, evidentemente, que se aprovem outras formas de simonia. O próprio Código de Direito Canônico trata em outros cânones fora do Livro do Direito Penal da simonia.

Cânon 149 §3: É inválida, por força do próprio direito, a provisão de um ofício feita com simonia.

Cânon 188: É nula, por força do próprio direito, a renúncia feita por medo grave injustamente provocado, dolo, erro substancial ou simonia.

Nestes cânones se observa que, sem castigar como delito aos autores destas condutas, aplica a sanção jurídica máxima (a nulidade ipso iure) aos atos que se produzem com simonia.

De forma segura, o motivo de que exista esta diferença de tratamento (que a simonia com sacramentos implique penas determinadas e obrigatórias, enquanto a simonia com outros bens espirituais ou com ofícios eclesiásticos tenha penas indeterminadas e facultativas) se deva à especial importância de proteger a gratuidade e a retidão dos meios da graça de Deus instituídos por Jesus Cristo. Contudo, pode acontecer que, em alguns casos, seja necessário aplicar penas canônicas mais severas do que as previstas, em casos de simonia mais amplos que os tipificados pelo direito universal. Essa será uma oportunidade para aplicar os instrumentos que o direito canônico outorga ao legislador particular, resolvendo o problema mediante um preceito penal ou o estabelecimento de um delito de direito particular.

Pena Prevista

O delito de simonia na administração dos sacramentos tem prevista uma pena determinada, que é a suspensão ou interdito (cf. cân. 1380); enquanto se se refere ao lucro ilegítimo com a oferta da Missa, a pena é facultativa e indeterminada (uma censura ou outra pena justa).

Entendemos que a pena apropriada, no primeiro caso, seja a suspensão se o réu for clérigo, enquanto será o interdito se for leigo. O caso do leigo que comete este delito seria do fiel que paga para receber um sacramento.

Como não se trata de pena latae sententiae (automática), a pena cessa conforme o procedimento previsto nos cânones 1354 e 1355. Também deve-se considerar a prescrição da pena, conforme o cânon 1362.

Escrito por Pedro María Reyes Vizcaíno.

Publicado originalmente em Vida Sacerdotal

Tradução: Arthur Santana (Seminário Arquidiocesano de São José – RJ)

Fonte: https://presbiteros.org.br/o-delito-canonico-de-simonia/

Por que subir escadas pode ser bom para o seu corpo e cérebro

Alamy | BBC

Por que subir escadas pode ser bom para o seu corpo e cérebro

30 de maio de 2025

Por Annabel Bourne

Embora seja tentador pegar o elevador ou a escada rolante em vez de usar as escadas, subir apenas alguns lances de escada por dia pode melhorar sua saúde e sua mente.

Para uma expedição, foi exaustiva. Em pouco menos de 23 horas, em 3 de setembro de 2021, Sean Greasley subiu e desceu 8.849 m (29.032 pés) – uma distância que o levaria ao topo da montanha mais alta da Terra. No final, ele estava pingando de suor e mal conseguia andar . E fez tudo isso no relativo conforto de sua própria casa.

Greasley detém o recorde mundial de tempo mais rápido para subir e descer a mesma altura do Monte Everest em escadas, alcançando-o em 22 horas, 57 minutos e dois segundos.

Embora Greasley tenha conseguido isso na escadaria de sua casa em Las Vegas, há outros que levam a subida de escadas a outros extremos. A corrida em torres, por exemplo, envolve subir enormes lances de escada dentro de prédios e arranha-céus icônicos. Existe até uma Associação de Corrida em Torres e um ranking global oficial de corrida em torres para os atletas de elite dedicados a esse esporte incomum.

É improvável que a maioria de nós alcance alturas tão vertiginosas, mas subir alguns lances de escada no dia a dia pode ser algo a se almejar. De acordo com pesquisas, subir escadas pode trazer benefícios surpreendentes tanto para a saúde física quanto para o cérebro, sem a necessidade de subir dois degraus de cada vez ou quebrar recordes.

Descobriu-se que subir escadas melhora o equilíbrio e reduz o risco de quedas em idosos, além de aumentar a força da parte inferior do corpo . Outros estudos também constataram que subir alguns lances de escada pode afetar positivamente nossas habilidades cognitivas, como resolução de problemas , memória e, potencialmente, pensamento criativo .

Como uma forma de exercício de "baixo impacto", até mesmo pequenas subidas de escadas podem ajudar a melhorar a aptidão cardiorrespiratória e reduzir o risco de doenças cardiovasculares . As melhorias na aptidão aeróbica obtidas ao subir escadas em casa podem até ser equivalentes às obtidas com o uso de máquinas de escadas na academia.

É essa simplicidade cotidiana que constitui o maior trunfo de subir escadas. Escadas estão por toda parte – nós as encontramos em casa, no trabalho e em público. Optar por subir escadas em vez de subir em uma escada rolante ou andar de elevador nos proporciona uma forma incidental de exercício que pode ter um impacto enorme em nossa saúde.

"É um exercício que quase todo mundo pode fazer porque tem acesso e o faz diariamente", diz Alexis Marcotte-Chenard, pesquisadora de pós-doutorado em saúde cardíaca, pulmonar e vascular na Universidade da Colúmbia Britânica, em Kelowna, Canadá.

Marcotte-Chenard tem pesquisado como usar exercícios e nutrição para reduzir o risco de doenças cardiovasculares, incluindo os efeitos dos " lanches de exercícios " – períodos breves e espaçados de atividade vigorosa, com duração de um minuto ou menos, realizados ao longo do dia. Subir escadas, afirma ele, é um lanche promissor para exercícios, pois pode ser facilmente ajustado em dificuldade, variando o ritmo, e não requer equipamentos complexos nem custos.

"Quando você faz lanches para se exercitar, não precisa de nenhum equipamento sofisticado, pode simplesmente usar o próprio corpo, pode usar escadas", diz Marcotte-Chenard. "E se você faz atividade física ao longo do dia, não precisa dedicar uma hora ao treino."

Pesquisas sobre lanches para exercícios, também chamados de " snacktivity " ou " VILPA " (atividade física intermitente e vigorosa), estão aumentando à medida que pesquisadores buscam a melhor solução de exercícios para combater hábitos sedentários e inatividade física, que atualmente colocam aproximadamente 1,8 bilhão de adultos em todo o mundo em risco de doenças .

Mas o que torna as escadas um exercício físico tão eficaz?

A Torre Eiffel em Paris tem 1.665 degraus do chão ao topo, embora apenas 674 deles sejam abertos ao público (Crédito: Getty Images)

Primeiro, subir escadas é uma maneira fácil de elevar sua frequência cardíaca – uma parte importante para obter benefícios fisiológicos. Mas subir escadas tem benefícios únicos em comparação com outras formas de exercício.

"Aumenta sua frequência cardíaca e seu consumo de oxigênio mais do que se você caminhar rápido, simplesmente porque é mais difícil ir contra a gravidade", diz Marcotte-Chenard. "E então, se você falar sobre os músculos, eles são principalmente da parte inferior do corpo, e sabemos que a força da parte inferior do corpo é um bom indicador de saúde geral e longevidade ."

Subir escadas pode aumentar o tamanho e a força dos músculos da coxa e também requer o uso dos músculos abdominais para estabilização ao subir.

Talvez você nem precise subir a escada correndo para obter os benefícios. Embora subir dois degraus de cada vez possa ser mais difícil, exigindo mais trabalho dos músculos ao redor do tornozelo e do joelho, as pesquisas divergem sobre se você realmente queima mais calorias subindo um degrau de cada vez.

E há outro motivo para escolher a escada em vez da máquina de escadas na academia: descer escadas.

Os músculos da parte frontal das coxas se contraem de duas maneiras diferentes : ao subir escadas, eles encurtam, o que é conhecido como contração concêntrica, e ao descer escadas, eles se alongam, o que é conhecido como contração excêntrica. Embora as contrações concêntricas exijam mais oxigênio, queimem mais calorias durante o exercício em si e sejam consideradas mais difíceis, a repetição de contrações excêntricas tem maior probabilidade de resultar em um crescimento muscular maior e mais forte . Isso ocorre porque as contrações excêntricas causam maior dano muscular durante o exercício e, portanto, mais calorias são queimadas a longo prazo durante o reparo e a recuperação.

Os benefícios não se limitam às coxas musculosas. Pesquisadores descobriram que subir escadas resulta em melhorias surpreendentes na capacidade cognitiva .

Andreas Stenling é professor associado de psicologia na Universidade de Umeå, na Suécia, e pesquisa principalmente as relações de longo prazo entre atividade física e saúde. Ele e seus colegas estudaram os efeitos imediatos de subir escadas em diferentes habilidades cognitivas em jovens adultos.

"Inibição e alternância foram as duas principais funções cognitivas em que nos concentramos aqui", diz Stenling. "A alternância cognitiva, às vezes chamada de flexibilidade mental, é a facilidade com que conseguimos alternar entre tarefas cognitivas", diz ele. "Então, passar de uma tarefa para outra sem precisar redefinir sua cognição, por assim dizer. Inibição significa bloquear informações irrelevantes enquanto você está envolvido na tarefa." Stenling explica que sabemos que essas funções cognitivas são importantes para a aprendizagem, tarefas cognitivas com palavras, pensamento abstrato e para manter os pensamentos em uma única coisa.

"Subir mais de cinco lances de escada diariamente está associado a um menor risco de doença cardiovascular aterosclerótica

Stenling e colegas descobriram que o exercício de subir escadas melhorou significativamente a capacidade de "troca" dos participantes, considerada a mais difícil das tarefas cognitivas testadas. Eles também testaram mudanças de humor, constatando que os participantes se sentiam mais felizes e com mais energia após subir escadas.

Outro estudo publicado por pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade Yamaguchi, no Japão, também descobriu que pessoas que subiram dois lances de escada demonstraram maior foco na resolução de problemas do que aquelas que pegaram o elevador. Curiosamente, não houve melhora na resolução de problemas quando subiram cinco ou oito lances de escada, sugerindo que o efeito não depende do número de degraus. Outro estudo do mesmo grupo também descobriu que descer escadas levou a um aumento no pensamento criativo , gerando 61% mais ideias originais do que aqueles que usaram o elevador. Portanto, se você está procurando uma explosão de inspiração para um problema que está tentando resolver, uma rápida subida até o próximo andar e volta pode ser tudo o que você precisa.

Há muito interesse nos mecanismos que ligam o exercício a benefícios cognitivos, mas pouca pesquisa conclusiva. Stenling sugere, no entanto, que as melhorias podem estar ligadas ao sistema cardiovascular e ao aumento do fluxo sanguíneo para o cérebro, bem como aos hormônios do crescimento, como o Fator Neurotrófico Derivado do Cérebro (BDNF), que parecem ser rapidamente impactados pelo exercício em geral.

Pesquisadores, incluindo Stenling, também estão interessados em explorar se subir escadas pode ter efeitos retardados. A maioria dos estudos se concentra nos efeitos cognitivos imediatamente após subir escadas. Um estudo recente descobriu, no entanto, que subir escadas proporcionou algumas melhorias na memória que se estendem ao dia seguinte quando combinadas com uma boa qualidade de sono.

Mas, embora o conceito de dar 10.000 passos por dia esteja arraigado na mente do público como referência para exercícios diários, existe uma meta semelhante que devemos almejar quando se trata de escadas?

Muitos de nós subimos escadas como parte incidental do nosso dia, então pode ser uma maneira fácil de obter benefícios para a saúde (Crédito: Getty Images)

Antes de respondermos, talvez valha a pena notar que a contagem de 10.000 passos não tem uma base muito sólida em pesquisas científicas, e alguns estudos sugerem que os benefícios tendem a se estabilizar após cerca de 7.500 passos . O número mais conhecido, na verdade, se origina de uma campanha publicitária que coincidiu com as Olimpíadas de Tóquio de 1964 , que decolou porque o número 10.000 em japonês () se assemelha a uma pessoa caminhando.

As pesquisas são igualmente escassas quando se trata de estabelecer uma meta para subir escadas. Mas os estudos existentes sugerem que subir mais de cinco lances de escada por dia (equivalente a 50 degraus) está associado a um menor risco de doença cardiovascular aterosclerótica (DCVA), que é o acúmulo de placas nas artérias.

Marcotte-Chenard e seus colegas estão otimistas de que lanches para exercícios, especialmente subir escadas, podem ser uma boa solução para quebrar hábitos sedimentares no trabalho. Em um estudo que avaliou as respostas psicológicas de funcionários de escritório que subiam escadas no local de trabalho, Marcotte-Chenard e colegas descobriram que 71% dos funcionários preferiam vários lanches leves para exercícios, subindo 60 degraus em três sessões diferentes, a uma sessão intensa de HIIT (treinamento intervalado de alta intensidade) subindo 60 degraus três vezes na mesma sessão.

"Para eles [os participantes], é mais fácil subir e descer as escadas uma vez e voltar a sentar", diz Marcotte-Chenard. "E, como você distribui o exercício ao longo do dia, parece que as pessoas gostam um pouco mais do que se fizessem tudo em uma única sessão." O estudo dos pesquisadores é único por ter sido conduzido fora do laboratório, o que pode sugerir que a pesquisa é mais aplicável ao mundo real.

Nem todas as pesquisas concordam que subir escadas em casa seja a resposta, com algumas sugerindo que a atividade física é insuficiente para reduzir o risco de mortalidade por DCV e morte prematura. Além disso, pessoas com osteoartrite de joelho podem achar as escadas uma provação dolorosa . E estudos observacionais até mesmo constatam que alguns grupos demográficos, como mulheres e indivíduos com sobrepeso, são menos propensos a subir escadas quando há uma alternativa.

Mas para aqueles que conseguem subir escadas, optar por elas em vez de um elevador pode ser uma ótima maneira de fazer algum exercício casual que beneficiará tanto o corpo quanto a mente. Nos vemos no topo.

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Fonte: https://www.bbc.com/future/article/20250529-why-climbing-the-stairs-can-be-good-for-your-body-and-brain

O que John Henry Newman me ensinou sobre desenvolvimento pessoal

Jenny Hill/Unsplash | CC0

Michael Rennier - publicado em 14/10/19

O santo recém-canonizado disse que precisamos correr riscos para estarmos plenamente vivos.

Posso dizer que compartilho pelo menos uma coisa com um santo recém-canonizado, John Henry Newman.

Newman estava trabalhando em um livro sobre uma controvérsia teológica obscura quando percebeu que precisava mudar sua vida.

Eu também estava lendo um livro no momento em que percebi que precisava mudar minha vida. De fato, era um livro de Newman.

Quando jovem, prestes a me tornar clérigo anglicano, comecei a ler seu livro Apologia Pro Vita Sua, que é uma explicação biográfica de sua vida controversa.

Escrevendo já no auge da maturidade, ele foi sincero sobre as escolhas que fez e porque as fez. Quando peguei o livro para ler, esperava uma história histórica interessante; em vez disso, encontrei um desafio pessoal.

Eu cresci em uma igreja pentecostal e não denominacional – o tipo de lugar com um pastor que oferece incríveis meditações espirituais de auto-ajuda e uma banda de louvor de arrepiar.

A energia em lugares como esse é contagiante, mas eu sentia a necessidade de mais estrutura e silêncio em minha vida espiritual.

Na faculdade, fui a uma igreja anglicana local e depois nunca perdi um culto de domingo. A cerimônia era íntima, reflexiva e muito mais adequada à minha personalidade. Esta foi minha primeira grande conversão religiosa. Parecia bastante fácil.

Alguns anos depois, eu estava na Yale Divinity School me preparando para ser ordenado sacerdote anglicano. Era o término do meu tempo lá quando tive o fatídico encontro com Newman.

O interesse era natural, porque Newman era um famoso teólogo anglicano que havia deixado um impacto profundo e duradouro na Igreja da Inglaterra.

Ele era, no entanto, um touro metafórico em uma loja de porcelana. Ele escreveu algumas das explicações mais brilhantes que existem da espiritualidade anglicana, mas sua eloquência, em retrospecto, foi obra de um homem no limite. Ele havia perdido a fé em seu sacerdócio, perdido a convicção de suas opiniões anteriores e começou a perceber a necessidade de uma mudança drástica.

Ele levou seis anos para finalmente fazer a mudança, mas finalmente, em 9 de outubro de 1845, Newman se tornou católico. Ele tinha 43 anos. Ainda no auge de sua vida, pronto para abraçar o futuro.

Eu li sua Apologia em 2006 e levei cinco anos para fazer a mudança. Mas em 2011 fui recebido, juntamente com minha esposa e filhos, na Igreja Católica. Esta foi a minha segunda grande conversão religiosa. Foi incrivelmente difícil.

Como parte da mudança, vendemos nossa casa em Cape Cod e voltamos para nossa casa de infância em St. Louis. Larguei o emprego e não tinha certeza de que voltaria a ser padre. Enchemos o caminhão e nos despedimos do lugar onde três de nossos filhos nasceram. Dirigindo o caminhão em movimento sozinho sobre o canal que separa o Cabo do continente, eu chorei.

Quando Newman se tornou católico, ele foi forçado a deixar sua casa em Oxford. Na sua época, os católicos não eram bem-vindos por lá. Não ficaria surpreso ao saber que ele chorou enquanto se afastava pela última vez. Para piorar, ele estava caminhando para uma situação difícil, uma Igreja Católica que não o apreciava nem o acolheu particularmente. Ele estava, no entanto, convencido de que era uma mudança que precisava ser feita e nunca se arrependeu.

Newman insiste que, assim como uma árvore que não cresce está morta, o mesmo ocorre com uma pessoa que não muda e se desenvolve.

“O crescimento é a única evidência de vida”, disse ele. Quando ele estudou a Igreja Católica, viu um Corpo de Cristo vivo, respirando e em desenvolvimento, capaz de se adaptar e mudar. Em sua própria vida, ele também se comprometeu com o crescimento pessoal, independentemente das dificuldades e desafios.

“Viver é mudar”, insistia ele, “e ser perfeito é ter mudado com frequência”. Em outras palavras, se queremos descobrir a melhor versão de nós mesmos, precisamos correr alguns riscos.

Em poucas palavras, eis o que aprendi com John Henry Newman: tenha confiança em quem você é. A partir desse local de autoconfiança, corra um risco. Não tenha medo de novos desafios. A mudança é exigente e pode parecer deixar uma parte inteira de você para trás. É desconfortável e pode parecer que você vai se exilar deliberadamente. Mas Newman entendeu que, se uma pessoa está realmente viva, ela está sempre se desenvolvendo.

Fonte: https://pt.aleteia.org/2019/10/14/o-que-john-henry-newman-me-ensinou-sobre-desenvolvimento-pessoal/

PAULO VI: O Papa, sua piedade, o carinho dos romanos (Parte 2/2)

O retorno da Palestina a Roma no final da noite gerou uma recepção inesperada: quase todos os cidadãos saíram às ruas do aeroporto de Ciampino até a Praça de São Pedro | 30Giorni.

Arquivo 30Dias nº 07 - 2003

O Papa, sua piedade, o carinho dos romanos

"Um testemunho sobre Paulo VI é uma necessidade profunda para mim", explica Monsenhor Macchi no livro "Paolo VI nella sua parola", que continua sendo um dos melhores volumes sobre Montini. Estamos dando destaque a ele no 25º aniversário da morte do Papa. A introdução é do Cardeal Carlo Maria Martini.

por Pina Baglioni

Paulo VI e Roma 

"Em Milão, eu esperava dedicar os dias da minha vida até o fim. Em Milão, tentei oferecer o que pude, sempre com a tristeza no coração. No entanto, posso dizer francamente, com toda a força do meu coração: queridos milaneses, eu os amei." Assim, o novo Papa se dirigiu ao povo milanês que viera a Roma para sua coroação. No Vaticano, Paulo VI imediatamente revelou seu estilo de vida: "Sua decisão de não usar a grande cama do Papa João XXIII, que antes pertencera a Pio XII, foi emblemática, considerando-a uma relíquia", lembra Macchi em seu livro. Em sua primeira noite como papa, ele dormiu em um pequeno quarto próximo, que havia sido usado pela enfermeira religiosa que auxiliou o Papa João em seus últimos dias; ele também passou as noites seguintes lá até que sua simples e pequena cama de metal chegasse de Milão, substituindo a de seu antecessor, o Beato Cardeal Schuster. Naqueles primeiros dias de seu pontificado, ele teve um belo e afetuoso pensamento para sua mãe, Giuditta Alghisi: "17 de julho, esta data comemora o aniversário de minha mãe, nascida em 1874, falecida em 1943... quanta delicadeza de sentimento, de palavras, de maneiras...

Querida Mãe! Você quis que a casula da minha primeira Missa fosse cortada do seu vestido de noiva... Agora penso em você, humilde e feliz ao lado de Nossa Senhora, e confio que não sou órfão em minha grande e árdua peregrinação rumo ao destino final, Cristo Senhor."

Em 29 de setembro de 1963, Paulo VI abriu a segunda sessão do Concílio Ecumênico Vaticano II. "Durante os três anos do Concílio, houve alguns eventos particularmente significativos para o pontificado de Paulo VI", escreveu Macchi. "Lembro-me da viagem à Terra Santa, das encíclicas Ecclesiam Suam e Mysterium fidei , do presente da tiara, da viagem à Índia e de sua participação na Assembleia Geral da ONU."

A viagem à Terra Santa abriu caminho para suas viagens apostólicas e as de seus sucessores: ele comunicou essa decisão inesperada e surpreendente na manhã de 4 de dezembro aos Padres Conciliares, que, após alguns momentos de silêncio perplexo, expressaram seu entusiasmo com uma longa salva de palmas afetuosas.

Ele partiu de Roma na manhã de 4 de janeiro de 1964, do Aeroporto de Fiumicino em um Alitalia DC-8. Foi a primeira vez que um papa viajou de avião.

Monsenhor Macchi, em sua reconstrução da viagem à Palestina, registra meticulosamente cada momento, os encontros, as dificuldades e o entusiasmo inesperado do povo. Há um momento que o secretário de Paulo VI relata com particular impacto: o retorno a Roma da Terra Santa. Foi esse momento que revelou a Montini o quanto Roma o amava.

O Papa chegou ao Aeroporto de Ciampino na noite de 6 de janeiro, às 18h30, recebido pelo Presidente da República, Antonio Segni. A procissão partiu para Roma às 19h.

A acolhida foi extraordinária, para nunca mais se repetir: quase toda a cidade saiu às ruas, de Ciampino ao Coliseu, onde parou para cumprimentar o prefeito. E do Coliseu à Praça de São Pedro, lotada de romanos, o entusiasmo obrigou o carro do Papa a prosseguir a passo de caminhada. O Papa, emocionado, dirigiu-se aos romanos com palavras inesquecíveis: "Saudações, Roma Católica, e obrigado pela acolhida que esta noite ofereceis ao vosso bispo e ao sucessor de Pedro, uma acolhida que não poderia ser mais cordial, mais filial, mais promissora para tantas novas fortunas espirituais da Roma cristã". Ao chegar aos seus aposentos, dirigiu-se mais uma vez para expressar o seu agradecimento pela acolhida, que "constitui em si um acontecimento memorável e incomparável".

Era como se Montini simplesmente não conseguisse compreender a afeição inesperada dos romanos, um povo proverbialmente resistente ao entusiasmo fácil. Tanto que, alguns dias depois, quase em tom de desculpa, voltou a falar daquele "evento extraordinário" ao Sacro Colégio: "Não esperava ver Roma em tão grande exaltação espiritual, que, sinceramente, não posso dizer que seja comparável a qualquer outro momento da vida romana". E acrescentou: "Roma demonstrou, creio eu, uma devoção sem precedentes ao Papa, que não parece justificada pela simplicidade do acontecimento, como passar pela cidade ao chegar de viagem. Em vez disso, os documentos, as testemunhas, testemunharão..." 

Em 8 de janeiro, na audiência geral, o Papa expressou mais uma vez sua gratidão: "Verdadeiramente, nosso retorno foi em si uma audiência geral com o povo de Roma... por si só constitui um acontecimento de excepcional importância... Nunca a relação entre Jerusalém e Roma pareceu mais direta e tão intimamente ligada ao destino espiritual da Igreja Católica e à sua missão entre os homens".

O pacto de amor entre Roma e seu Bispo estava definitivamente selado.
Assim, em 9 de abril de 1967, na Basílica de Latrão, ele disse no início de sua visita pastoral à sua diocese: "É hora de dar à Igreja de Roma um rosto de frescor e beleza; é hora de estender a todas as novas periferias o fluxo inspirador e enobrecedor da genuína vida religiosa; é hora de reviver as memórias sagradas e incomparáveis da Roma cristã."

Fonte: https://www.30giorni.it/

Semana Nacional da Família

Foto de capa: Pixabay

SEMANA NACIONAL DA FAMÍLIA CELEBRA A VOCAÇÃO MATRIMONIAL E FORTALECE OS LAÇOS DOMÉSTICOS 

15/08/2025

 Por Larissa Carvalho

A segunda semana do Mês Vocacional, celebrado em agosto pela Igreja Católica no Brasil, é dedicada à vocação para a vida em família. Em todo o país, dioceses, paróquias e comunidades estão mobilizadas para viver intensamente a Semana Nacional da Família, que teve início no último domingo, 10 de agosto. 

Neste ano, a semana ocorre em sintonia com o Ano Jubilar, sob o tema “É tempo de júbilo em nossa vida” e o lema bíblico “Ora, a esperança não decepciona, porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado” (Rm 5,5). 

Para a Igreja, a família é o núcleo sagrado da sociedade. Desde os seus primórdios, ela é considerada uma instituição divina, um projeto de Deus

“É no seio familiar que o amor de Deus se manifesta de maneira singular, criando um espaço propício para a vivência das virtudes cristãs e para o florescimento da santidade”, afirma dom Jailton Oliveira Lino, bispo de Teixeira de Freitas-Caravelas (BA). 

Matrimônio: dom e vocação 

A família de Amanda Basto da Silva Lang e Pedro Henrique de Sousa Dourado (CNBB)

A celebração também é uma oportunidade para refletir sobre o sacramento do matrimônio. Na Exortação Apostólica Amoris Laetitia, o Papa Francisco destaca que o matrimônio é um caminho de santificação: “O Sacramento do Matrimônio é um dom para a santificação e a salvação dos esposos, porque sua pertença recíproca é a representação real da mesma relação de Cristo com a Igreja”. 

Essa vocação, como ensina a Igreja, exige discernimento, entrega e fidelidade. “O matrimônio é como o seio de Maria: que seja feita a vontade de Deus em nossas vidas”, testemunha Amanda Basto da Silva Lang, casada com Pedro Henrique de Sousa Dourado há dois anos, ambos da arquidiocese de Brasília. Pais de Bernardo e Bento, o casal destaca a importância do amor sacrificial na vida familiar. “A gente celebra a vida da família morrendo um pouco a cada dia um pelo outro, e levando o matrimônio com seriedade”, reforça Pedro. 

Testemunhos que inspiram 

Hora da Família (CNBB)

O Hora da Família, subsídio preparado pela Comissão Episcopal para a Vida e a Família da CNBB, apresenta o testemunho de Eliane e José Carlos, casados há 37 anos. Eles partilham a experiência de colocar Jesus no centro da vida conjugal, com a intercessão da Virgem Maria. “A verdadeira alegria na família não é passageira, mas sustentada pela fé em Deus, que fortalece os laços familiares, tornando o lar um reflexo da graça divina”, afirmam. 

Durante a semana, as famílias são convidadas a realizar gestos concretos: rezar juntas, visitar famílias necessitadas, doar alimentos, dedicar tempo aos membros da casa, e promover momentos de espiritualidade como a reza do terço com doentes e idosos. 

Secren promove momento de oração e fraternidade 

Na última segunda-feira, 11 de agosto, colaboradores da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) participaram de uma visita à Secretaria Nacional da Pastoral Familiar (Secren), em Brasília, onde vivenciaram um momento de oração e convivência. 

Fotos: Giany Costa | Ascom CNBB

Dom Ricardo Hoepers, bispo auxiliar de Brasília e secretário-geral da CNBB, destacou a importância do encontro. “Desejamos que a Semana Nacional da Família seja um momento frutífero, para que as famílias sintam a presença de Deus e se tornem protagonistas da vida comunitária e da Igreja doméstica”, afirmou. 

Fotos: Giany Costa | Ascom CNBB

Já o padre Rodolfo Chagas Pinho, assessor da Comissão Episcopal para a Vida e a Família, reforçou o caráter simbólico da visita. “Queremos reafirmar nossa identidade como família, unindo a Secren, a Casa Dom Luciano e as demais entidades. Acreditamos na importância de orar uns pelos outros e reconhecer que todas as famílias enfrentam desafios e precisam de esperança”, disse. 

O encontro terminou com um lanche fraterno, promovendo o fortalecimento dos laços entre os colaboradores e expressando, na prática, o espírito de comunhão e fraternidade proposto para esta semana. 

Fotos: Giany Costa | Ascom CNBB

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Papa: agir segundo a verdade tem um custo, mas Cristo convida-nos à fidelidade

Angelus, 17/08/2025 - Papa Leão XIV (Vatican Media)

Em sua reflexão, antes da oração do Angelus em Castel Gandolfo, Leão XIV lembrou que “agir na verdade custa, porque no mundo há quem escolha a mentira” e convidou os fiéis “a não responder à prepotência com vingança”.

https://youtu.be/wzpqTe8DkLU

 Thulio Fonseca - Vatican News

Após presidir a Santa Missa em Albano Laziale na manhã deste domingo, 17 de agosto, o Papa Leão XIV dirigiu-se à Piazza della Libertà, em Castel Gandolfo, onde cumpre o seu período de descanso estivo, para encontrar milhares de fiéis e peregrinos e rezar com eles a oração mariana do Angelus.

Na sua meditação, o Santo Padre comentou o Evangelho do XX Domingo do Tempo Comum (cf. Lc 12, 49-53), sublinhando que a missão de Cristo e a dos seus discípulos não está livre de contradições: “Hoje, o Evangelho apresenta-nos um texto exigente, no qual, com imagens fortes e grande franqueza, Jesus diz aos discípulos que a sua missão, e também a dos que o seguem, não é só ‘um mar de rosas’, mas é ‘sinal de contradição’ (cf. Lc 2, 34).”

Em seguida, o Papa recordou que a própria vida de Jesus é marcada pela rejeição e perseguição, apesar da mensagem de amor e justiça que anunciava. Assim também viveram as primeiras comunidades cristãs descritas nos Atos dos Apóstolos, pacíficas mas alvo de hostilidade.

Perseverança na verdade

O Pontífice destacou que o bem nem sempre encontra acolhimento, mas pode gerar resistência e perseguição. Por isso, exortou à perseverança:

“Agir segundo a verdade tem um custo, porque no mundo há quem opte pela mentira e porque o diabo, aproveitando-se disso, muitas vezes procura impedir a ação dos bons. Jesus, porém, convida-nos, com a sua ajuda, a não desistir e a não nos conformarmos com esta mentalidade, mas a continuar a agir em prol do nosso bem e do bem de todos, mesmo de quem nos faz sofrer. Ele convida-nos a não responder à prepotência com a vingança, mas a permanecer fiéis à verdade na caridade. Os mártires dão testemunho disso derramando o seu sangue pela fé, mas também nós, em circunstâncias diferentes e de outro modo, os podemos imitar.”

Papa saúda os peregrinos em Castel Gandolfo   (@Vatican Media)

O testemunho quotidiano

Leão XIV recordou que seguir a verdade exige sacrifícios também na vida cotidiana. Pais que educam os filhos, professores que formam seus alunos, profissionais e políticos que agem com honestidade: todos são chamados a pagar o preço da coerência evangélica, e evocou as palavras de Santo Inácio de Antioquia, que a caminho do martírio em Roma escreveu:

"Não quero que sejais estimados pelos homens, mas por Deus; Prefiro morrer em Cristo Jesus a reinar sobre todos os confins da terra."

Por fim, o Santo Padre confiou todos à proteção de Nossa Senhora: “Peçamos a Maria, Rainha dos Mártires, que nos ajude a ser, em todas as circunstâncias, testemunhas fiéis e corajosas do seu Filho, e sustenha os nossos irmãos e irmãs que hoje sofrem pela fé,” concluiu.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

sexta-feira, 15 de agosto de 2025

Kuwait, Nossa Senhora da Arábia elevada a Basílica Menor

A Basílica Menor de Nossa Senhora da Arábia no Kuwait (Vatican News)

Vigário apostólico da Arábia do Norte: "É a primeira do gênero na Península. Um reconhecimento significativo de sua presença histórica, religiosa e pastoral na região."

Roberto Paglialonga – Vatican News

"Estamos felizes e gratos." Em entrevista à imprensa vaticana, por telefone, o vigário apostólico da Arábia do Norte, dom Aldo Berardi, O.S.T., expressou sua emoção ao falar sobre a elevação da Igreja de Nossa Senhora da Arábia, localizada em Ahmadi, Kuwait, à categoria de Basílica Menor, com um decreto promulgado em 28 de junho pelo Dicastério para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos. Essa emoção vem do reconhecimento da importância histórica, religiosa e pastoral agora oficialmente reconhecida à primeira igreja do país localizada às margens do Golfo Pérsico. "Trata-se de uma paróquia antiga, agora sob a jurisdição do Vicariato Apostólico, mas fundada por iniciativa dos Carmelitas em 1948 e posteriormente construída (pela Kuwait Oil Company, ndr.) para aqueles que iam trabalhar na indústria petrolífera: há dois anos, celebramos seu 75º aniversário."

Uma igreja de grande significado espiritual e pastoral

Mas esta é também uma igreja de grande significado espiritual, porque "aqui, todos os migrantes e aqueles que vieram viver e trabalhar no país puderam e podem praticar a sua fé, colocando-a sob a proteção da Virgem Maria", explica. O edifício abriga a estátua de Nossa Senhora da Arábia — originalmente dedicada a Nossa Senhora do Carmo — que recebeu a bênção do Papa Pio XII em Roma em 1949 e a coroação em 2011 pelo cardeal Antonio Cañizares Llovera, em nome do Papa Bento XVI. É, portanto, um santuário de grande devoção, enraizado na história, explica o vigário apostólico. Além disso, não é de pouca importância "a aceitação de que aqui, numa região predominantemente muçulmana onde tais representações são proibidas, existe uma estátua mariana. Considero isso profundamente significativo".

Dom Aldo Berardi (Vatican News)

A primeira "Basílica Menor" do Golfo

Nossa Senhora da Arábia é, portanto, a primeira Basílica Menor do Golfo Pérsico: "Gostaríamos de agradecer", enfatiza Berardi, "a todos aqueles que contribuíram para alcançar este reconhecimento, desde as autoridades locais até aqueles que trabalharam durante a construção do edifício e da comunidade muitos anos atrás, às ordens religiosas que aqui trabalham há muito tempo, mantendo esta devoção, aos vigários apostólicos do Kuwait e da Arábia do Norte e, claro, à Santa Sé. Esta igreja é uma 'flor' na região: mesmo durante a guerra entre o Iraque e o Kuwait, a estátua da Virgem permaneceu como guardiã daquela pequena igreja e protetora de todos aqueles que não puderam fugir naquela época." Hoje, ela é a padroeira do Golfo e, portanto, dos vicariatos do Norte e do Sul; sua solenidade ocorre no segundo Domingo do Tempo Comum.

A fé "jovem e viva" de dois milhões de católicos

O Vicariato do Norte, que estende sua jurisdição à Arábia Saudita, Bahrein, Catar e Kuwait, há uma comunidade de pessoas provenientes de todo o mundo, especialmente das Filipinas e da Índia, mas também de muitos países africanos e europeus. Esses migrantes, em sua maioria, vêm para trabalhar. "Há cristãos de todos os ritos; podemos dizer com certeza que somos uma expressão da Igreja universal. Todas as comunidades são profundamente ligadas às suas línguas, nas quais celebram as funções religiosas, e aos seus ritos", diz Berardi. "Somos um bom número: dois milhões de católicos em todo o Vicariato do Norte (aos quais se somam um milhão do Vicariato do Sul). Quase todos são estrangeiros, mas também há vários moradores locais: há até mesmo alguns kuwaitianos que obtiveram a cidadania. Em suma, a nossa é uma comunidade viva, jovem e devota."

Participação nas celebrações do Jubileu dos Jovens

Há um toque da saudável inquietação evocada pelo Papa Leão XIV ao ver os muitos jovens, homens e mulheres, que participaram dos eventos do Jubileu dos Jovens entre o final de julho e o início de agosto. Muitos também partiram do Golfo: "Para eles, foi uma oportunidade para viver em primeira pessoa a devoção de toda a Igreja reunida. Um momento de graça e partilha, ao qual talvez nem sempre estejam acostumados, porque — embora tenhamos liberdade de culto em nossas igrejas — aqui devemos respeitar certos limites na expressão externa da fé." Por isso, ele enfatiza, "estar e caminhar ao lado de jovens de todo o mundo foi muito importante para eles. Puderam fortalecer sua fé, fazer uma pausa em oração nos locais dos mártires, participar da celebração eucarística na histórica Basílica de São Crisógono e viver a vigília e a missa com o Papa na esplanada de Tor Vergata." Depois, eles voltaram para casa e agora estão trabalhando nos preparativos para a próxima JMJ na Coreia do Sul, em 2027.

A Basílica Menor de Nossa Senhora da Arábia no Kuwait (Vatican News)

Devoção mariana e catequese para crianças

Não só isso. "Dentro e no respeito dos limites, também conseguimos organizar pequenas atividades de assistência e apoio, especialmente para os trabalhadores que passam por dificuldades. Há também movimentos, como os carismáticos, que têm uma presença muito forte, comunidades marianas e membros de ordens religiosas. Tudo gira em torno de três pilares, missa, adoração eucarística e devoção a Maria, que acompanham a catequese infantil e a formação de ministros leigos."

Decreto que aprova o título

O decreto relativo à elevação (n.º 18/25), explica um comunicado do vicariato apostólico, segue um pedido formal apresentado por dom Berardi, que reconheceu desde o início o papel único e proeminente da Igreja na vida espiritual dos fiéis católicos no Kuwait e em toda a Península Arábica. É também fruto do trabalho pastoral do clero e do conselho paroquial de Nossa Senhora da Arábia Ahmadiyya. A preparação da documentação necessária feita pelo padre capuchinho Roswin Redento Agnelo Pires e sua equipe foi crucial para o resultado. O título de Basílica Menor, prossegue o comunicado, é conferido pelo Santo Padre a igrejas de particular importância na vida litúrgica e pastoral, que se distinguem por seu valor histórico, espiritual e arquitetônico. Ela goza de um vínculo especial com a Sé de Roma e o Papa. Entre seus privilégios estão o direito de expor o símbolo papal das chaves cruzadas em seus equipamentos e estandartes, e de carregar o guarda-sol (vermelho e dourado usado antigamente para proteger o Papa do sol) e o tintinnabulum (um sino montado num mastro, que sinaliza a chegada do Papa). "O reconhecimento pela Santa Sé", conclui dom Berardi, "não é apenas uma grande honra para o nosso vicariato, mas também uma profunda afirmação da fé viva do nosso povo na Península Arábica". A data da solene celebração da proclamação da Basílica Menor será anunciada em breve.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF