Borgo Laudato si', um projeto de inclusão e acolhimento.
Marco Bellizzi – Vatican News
Um projeto que nasceu grande: assim se poderia definir o
“Borgo Laudato si’” de Castel Gandolfo, que será inaugurado na sexta-feira pelo
Papa Leão XIV. Uma realidade que nasceu ambiciosa em seus princípios
inspiradores e objetivos, entre os quais o de constituir um exemplo virtuoso de
economia circular, um modelo para os Estados, as dioceses e as grandes
empresas. Porque é possível construir uma comunidade, e fazê-lo bem, combinando
pesquisa, formação, trabalho e vida cotidiana.
Entre o lago e o mar
O Borgo ‘Laudato si' conta hoje com 55 hectares de
território, anteriormente pertencentes à propriedade das “Ville Pontificie”.
Desses, cerca de 30 são destinados à agricultura, num contexto, o da antiga
vila romana de Domiciano, de incomparável beleza e vestígios de grande valor
histórico-arqueológico (entre os quais, além dos magníficos jardins italianos,
um exemplar de criptopórtico da época romana único pela sua extensão, de cerca
de 150 metros). Nesta realidade que surge suspensa como num sonho entre o lago
e o mar que brilha sereno no vale, surgiu precisamente um sistema integrado
constituído, por um lado, pelo Centro de alta formação Laudato si', o pilar
educativo do projeto, e, por outro, pelo sistema de produção agrícola, onde os
princípios da ecologia integral são aplicados de forma eficaz. No Borgo serão
formados, em regime regular, 2-3 mil estudantes por ano, enviados de todo o
mundo com a ajuda das diferentes dioceses. Parte dos estudantes, entre os quais
alguns com deficiência, serão empregados no restaurante, também em fase de
realização graças à parceria com uma importante cadeia norte-americana, outros
regressarão aos seus países de origem para aproveitar lá a bagagem de
competências adquiridas.
Palavra-chave: sustentabilidade
A parte prática da formação decorrerá nos terrenos do Borgo
(em grande parte dedicados a vinhas biodinâmicas, com o apoio científico da
Universidade de Udine) e, em parte, na grande e moderna estufa alimentada por
energia fotovoltaica, enquanto se aguarda a implementação de um sistema
“agrivoltáico”, que combina no mesmo terreno a cultura e a produção de energia.
O sistema de irrigação das culturas também responde naturalmente aos mais
recentes requisitos de sustentabilidade, para causar o menor impacto possível
no lago Albano, nas proximidades, e chegará a produzir 1.200 metros cúbicos de
água dos 1.500 que constituem a necessidade da estrutura. Todas as estruturas,
e o Borgo, poderão ser visitadas: espera-se a chegada de 250 mil pessoas por
ano. Será necessário pagar um ingresso, mas quem estiver em dificuldades
financeiras poderá entrar gratuitamente.
Prontos para receber o Papa
O Centro de Alta Formação receberá estudantes de todas as
idades, desde o ensino fundamental até universitários e graduados. Mas não só
isso: os CEOs de grandes empresas também serão recebidos para sessões de
formação. Não é por acaso que, na sexta-feira, por ocasião da visita do Papa,
está prevista uma pequena delegação de altos executivos, liderada por Paul
Palmon, ex-CEO da Unilever e hoje um dos maiores exemplos de líderes
empresariais comprometidos com o setor da economia sustentável. Mas para receber
o Santo Padre estarão também, e acima de tudo, as famílias dos funcionários do
Borgo, 39 no momento, muitos dos quais jardineiros, e os muitos animais que
alegram aqui e ali os campos. A partir de sexta-feira, também retornarão os
cavalos andaluzes, doados em homenagem ao Papa Leão, que, como é sabido, usava
no Peru para seus deslocamentos uma pequena montaria, tão simples quanto a vida
pode ser quando se consegue reencontrar sua autenticidade.
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