Translate

terça-feira, 9 de setembro de 2025

7 frutas que contêm mais vitamina C que laranjas (Parte 2/2)

Por motivos históricos, a laranja talvez seja a fruta que sempre vem à mente quando pensamos em vitamina C, uma das mais vitais para a saúde humana (Crédito: Getty Images)

7 frutas que contêm mais vitamina C que laranjas

Autor: Dalia Ventura

De BBC News Mundo

6 setembro 2025

De 1 a 7

Duas frutas disputam o título de maior teor de vitamina C conhecido em qualquer alimento. Uma delas é nativa da Austrália e a outra, da Amazônia.

A ameixa kakadu é um tesouro ancestral dos povos aborígenes australianos e a fruta com maior teor de vitamina C do mundo (Crédito: Getty Images)

1 - A ameixa kakadu (Terminalia ferdinandiana) contém teores extraordinários de vitamina C. Seus números variam entre 2.300 e 3.150 mg por 100 g, muito acima dos cerca de 53 mg da laranja.

Os povos aborígenes conhecem há milênios as virtudes desta fruta pequena, de coloração verde-oliva claro, que cresce espontaneamente nos bosques abertos do norte da Austrália.

Eles a comiam in natura, usavam para fazer uma bebida refrescante e também para fazer gelatina.

A ameixa kakadu era empregada na alimentação, mas também, como outras partes da árvore, tinha usos medicinais, para tratar de dores de cabeça, resfriados e gripes, além do seu uso como antisséptico.

Atualmente, a ameixa kakadu é utilizada na elaboração de pós empregados em suplementos, alimentos funcionais, cosméticos e produtos farmacêuticos.

Graças a pesquisas da Universidade de Queensland, na Austrália, a fruta também é usada como conservante natural, especialmente eficaz para manter o frescor, a aparência e a durabilidade de mariscos, camarões e crustáceos congelados.

Ácido, mas eficaz: o camu-camu é utilizado por comunidades indígenas como medicina natural, muito antes de ser reconhecido fora da Amazônia (Crédito: Getty Images)

2 - o camu-camu. Com concentração de vitamina C que varia normalmente entre 1.600 e 3.000mg por 100g de polpa e que, em exemplares ou tratamentos específicos, pode exceder 4.000 a 5.000 mg/100 g, o camu-camu (Myrciaria dubia) não tem muito por que invejar a ameixa kakadu.

Nativa da Amazônia, a planta cresce em zonas inundadas e ribeirinhas do Brasil, Peru, Colômbia, Equador e Venezuela. Ele é usado tradicionalmente como remédio, até para a malária.

Seu fruto é de uma acidez tão intensa que não costuma ser consumido in natura. Seu suco tem um chamativo tom de rosa, graças ao pigmento da sua casca.

Com ele, são preparados sorvetes, geleias, batidas, coquetéis, iogurtes e pratos como o ceviche de camu-camu peruano.

A fruta também é empregada no setor cosmético, na forma de extrato antioxidante em máscaras e tônicos.

A acerola é uma joia tropical, empregada na medicina popular há gerações (Crédito,Getty Images)

3 - A acerola. Quando se trata de vitamina C, outra fruta campeã é a acerola (Malpighia glabra ou Malpighia emarginata). Ela contém cerca de 1.700 mg da substância por 100 g de fruta.

Nativa das regiões tropicais do continente americano, especialmente do Caribe, América Central e do Sul, seu sabor é doce com um toque ácido, muito refrescante, similar a uma cereja azeda.

A acerola é consumida in natura, em sucos, geleias ou como suplemento em pó. Ela é popular na indústria alimentícia, devido ao seu teor nutricional.

A fruta é valorizada desde os tempos pré-colombianos, devido às suas propriedades medicinais. Seu uso se estendeu aos suplementos vitamínicos em todo o mundo.

O fruto da roseira silvestre faz parte do saber antigo da floresta há séculos (Crédito: Getty Images)

4 - O fruto da rosa silvestre, comum na Europa, Ásia e em partes da América do Norte, é tradicionalmente conhecido pelas suas propriedades de alívio de resfriados e para melhorar o sistema imunológico.

O fruto da Rosa canina L. contém 100 a 1.300 mg/100 g de fruto, conforme a espécie, origem, altitude e grau de maturação, segundo diversos estudos.

Seu sabor é agridoce, floral e ligeiramente terroso. Ele costuma ser consumido em infusões, geleias, xaropes ou suplementos.

O fruto da rosa silvestre tem longa história na medicina popular europeia. Ele foi usado durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) como fonte alternativa de vitamina C, quando os cítricos eram escassos.

Ele é popular até hoje na fitoterapia e na alimentação natural.

O sabor da groselha indiana é, digamos, intenso. Sua conservação em água salgada ajuda a suavizá-lo, tornando a fruta mais agradável ao paladar (Crédito: Getty Images)

5 - A groselha indiana ou sarandi. Phyllanthus emblica L. — a groselha indiana ou sarandi — é uma árvore sagrada para o hinduísmo, símbolo de longevidade e sabedoria.

Sua baga é uma das frutas mais valorizadas na medicina tradicional ayurvédica.

Seu sabor é complexo e muito singular: extremamente ácido (ao mesmo tempo, azedo e adstringente), ligeiramente amargo no início e adocicado no final. Quando ingerida fresca, produz uma sensação seca na boca.

Curiosamente, depois de mastigá-la e cuspi-la, muitas pessoas relatam que sua saliva fica doce por alguns segundos. Algumas tradições consideram esta experiência "higienizadora" ou "refrescante".

Devido à sua intensidade, é costume consumi-la seca, curtida, em pó ou cozida em vez de fresca, especialmente em misturas ayurvédicas ou chutneys (condimentos de origem indiana).

A groselha indiana é uma das fontes naturais mais ricas em vitamina C, com concentrações de até 720mg por 100g de fruta. E tem ainda outra vantagem: a substância não se degrada com facilidade durante a secagem ou armazenamento da fruta.

A presença de taninos e polifenóis protege a vitamina C contra a oxidação. É um fenômeno incomum em outras frutas.

Esta estabilidade permitiu o uso da groselha indiana por séculos em forma seca ou em conserva, sem perder sua eficácia medicinal.

O fruto do baobá, uma árvore considerada ponte entre a terra e o céu por algumas culturas (Crédito: Getty Images)

6 - O fruto do baobá. O baobá (Adansonia digitata) é conhecido em muitas culturas africanas como a "árvore da vida".

Na tradição oral, ele é mencionado como uma árvore que sustenta o céu ou que foi plantada de cabeça para baixo. Ele representa a sabedoria ancestral.

Seu fruto contém cerca de 494,94 mg/100 g de vitamina C na forma de polpa desidratada e foi usado por séculos como fonte de nutrição e medicina natural.

Diferentemente da maioria das frutas, ele é seco por dentro e não contém suco. Sua polpa farinhosa se desmancha facilmente, transformando-se em pó. Por isso, ele é ideal para uso em bebidas, molhos ou como suplemento nutricional.

Seu sabor é ácido, refrescante e ligeiramente cítrico, frequentemente descrito como uma mistura de toranja, pera e baunilha.

A fragrância da goiaba traz muitas recordações entre as pessoas na América Latina (Crédito: Getty Images)

7 - A goiaba. Voltemos ao continente americano, agora com a goiaba. Seu aroma transportava o escritor colombiano Gabriel García Márquez (1927-2014) para sua casa sempre que ele o percebia.

O fruto da Psidium guajava sempre tem sua fragrância característica, frequentemente doce, mas, às vezes, deliciosamente azedo. Afinal, existem inúmeras variedades com tamanhos e cores diferentes: branca, rosa, vermelha, amarela...

A goiaba contém mais vitamina C do que muitas frutas cítricas. Algumas variedades chegam a ter até cinco vezes mais que a laranja, o que faz com que ela seja um potente antioxidante natural.

Um estudo com goiabas frescas no Equador concluiu, por exemplo, que o teor de vitamina C nas frutas chega a cerca de 500 mg.

Dotada de diversas propriedades benéficas para a saúde, a goiaba também é uma fruta climatérica, ou seja, ela continua amadurecendo depois da colheita. Esta característica facilita seu consumo, transporte e exportação.

Ainda assim e apesar da sua popularidade na Ásia e na América Latina, a goiaba continua sendo uma fruta "exótica" e pouco conhecida em muitas partes do mundo. O mesmo ocorre com muitas das frutas indicadas nesta reportagem.

Mas não há problema, pois existem diversas outras fontes importantes de vitamina C:

  • a groselha-preta ou cassis, com cerca de 181 mg/100 g, muito rica em antioxidantes;
  • o kiwi, cuja variedade mais rica em vitamina C, chamada SunGold, contém cerca de 161 mg/100 g;
  • o mamão, com cerca de 60 mg/100 g, além de enzimas digestivas;
  • o morango, com cerca de 59 mg/100 g, uma boa fonte de vitamina C, especialmente cru...

Até chegarmos à tradicional laranja, que contém um pouquinho mais de vitamina C que o refrescante e digestivo abacaxi.

Fonte: https://www.bbc.com/portuguese/articles/cp8z87egz61o

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF