Pedro Claver nasceu em Barcelona, na Espanha, em 1580. Filho
de um casal de gente do campo, o jovem espanhol manifestou desde cedo sua
vocação religiosa. Tornou-se jesuíta, logo viajando para uma missão em
Cartagena, atual país da Colômbia.
Começou então o apostolado que iria marcar sua vida: o
trabalho como os negros que vinham escravizados da África. Apesar das
dificuldades da língua, a linguagem do amor e da caridade falava ao coração dos
escravos e aproximava-os de Pedro Claver.
O missionário além de lhes dar alimento, vinho e tabaco,
oferecia palavras de fé para aquecer seus corações e lhes dar esperança. Por
esse motivo os escravos negros o veneravam e respeitavam como um justo e
bondoso pai.
Em sua missão, lutava ao lado dos negros e sofria com eles.
O que podia fazer por eles era mitigar seus sofrimentos e oferecer-lhes a
salvação eterna. Com essa proposta, Pedro Claver batizou cerca de
quatrocentos mil negros durante os quarenta anos de missão apostólica.
Durante a peste não abandonou os escravos, mas acabou
contaminado. Depois de quatro anos de sofrimento, Pedro Claver morreu
aos setenta e três anos de idade, em 08 de setembro de 1654, no dia na
festa da Natividade da Virgem Maria.
Colaboração: José Duarte de Barros Filho
Reflexão:
Novamente constatamos, com São Pedro Claver, que a devoção à
Sagrada Eucaristia e à Nossa Senhora são um denominador comum aos grandes
santos de Deus. É só destas fontes que a alma recebe a condição de caridade
superior que lhe permite ser “escravo dos escravos”, ou, como é próprio dos
Papas, “servo dos servos de Deus”, no seguimento autêntico do ensinamento maior
do Cristo: “Compreendeis o que vos fiz? Vós me chamais de Mestre e Senhor, e
dizeis bem, porque realmente Eu o sou. Se Eu, o Senhor e Mestre, vos lavei os
pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros. Eu vos dei o exemplo, para
que vós também façais como eu fiz. Eu vos afirmo e esta é a verdade: não é o
servidor maior do que o seu mestre, nem o enviado maior do que aquele que o
envia” (Jo 13,13-16). É preciso termos sede de almas para Cristo, conquistando
para Ele muitos outros filhos, irmãos nossos que se salvem, particularmente os
mais necessitados – não apenas ou principalmente os pobres materiais, mas
sobretudo os que, independentemente da situação financeira e social, vivem no
pecado, longe de Deus, correndo objetivo risco de condenação infinita; como o
Cristo, Deus mesmo, nos serviu nas nossas misérias, igualmente nos devemos
fazer escravos dos irmãos, começando pela oração e santificação pessoal, de
modo a bem servir às almas, por amor ao Pai. São Pedro Claver não obteve a
melhoria de vida social dos escravos, mas os libertou do paganismo e do pecado,
e muitos deles, segundo os relatos históricos, consideravam-se mais felizes
depois da conversão, mesmo como cativos na América, do que como idólatras na
sua terra natal. Talvez não vivamos sequer os 70 anos que São Pedro Claver
atingiu; aproveitemos o tempo para rezar e trabalhar na caridade para com o
próximo, inciando pelos mais próximos, família, o Clero, os fiéis, sem esquecer
dos mais precisados espiritualmente, como os dirigentes das nações e outras
autoridades, enormemente responsáveis pelas decisões que afetam espiritual e
materialmente todas as pessoas. Faz parte deste carinho e caridade o zelo pelas
coisas de Deus, como a Liturgia, à qual São Pedro Claver dedicava tanto
cuidado, na preparação e no tempo íntimo com Jesus, depois da Comunhão. Não
podemos reclamar se, não tendo estas atenções para com Jesus, que dizemos amar,
viermos a sofrer sem grandes méritos, ao contrário deste santo que tanto
padeceu no assemelhar-se a Cristo – não é o servidor maior do que o seu mestre
– e que ainda assim era ciente de que “Mais merecem minhas culpas”; por isso,
por esse amor, é que mereceu falecer na Natividade… estava preso, pelas contas
do Rosário, às mãos de Maria, que o levou para o Céu.
Oração:
Senhor Deus, que nos libertais da escravidão do pecado,
concedei-nos pela intercessão de São Pedro Claver a cura da paralisia
espiritual, com ao menos um pouco da sua ardente caridade em livremente
obedecermos primeiro a Vós e assim ao cuidado dos irmãos, e com o auxílio e
compromisso da Eucaristia e do Rosário diário, podermos servir como devemos já
nesta Terra e mais ainda do Céu. Por Nosso Senhor Jesus Cristo e Nossa Senhora.
Amém.
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