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terça-feira, 14 de janeiro de 2025

Quais são os 12 frutos do Espírito Santo?

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Francisco Vêneto - publicado em 19/12/23 - atualizado em 10/01/25

Além dos 7 dons, também recebemos os 12 frutos do Espírito Santo: são como resultados que florescem na vida dos cristãos dispostos a acolhê-Lo.

São conhecidos pelos católicos os 7 dons do Espírito Santo: sabedoria, entendimento, conselho, fortaleza, ciência, piedade e temor de Deus. Acontece que, além de derramar os 7 dons, o Espírito Santo também nos proporciona 12 frutos, que são como resultados que florescem na vida dos cristãos dispostos a acolhê-Lo.

Eis os 12 frutos do Espírito Santo:

1 - Caridade

Consiste em amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos, por causa de Deus. Segundo São Paulo (1 Cor 13,8), é a maior das dádivas, porque nunca terminará: "a fé e a esperança desaparecerão, mas o amor jamais desaparecerá".

2 - Alegria

É a satisfação espiritual profunda, o regozijo interior promovido pelo Espírito Santo na alma do fiel.

3 - Paz

É a serenidade de espírito que Jesus prometeu aos Seus: "Deixo-vos a paz, dou-vos a minha paz; não como o mundo a dá, mas como Eu a dou" (Jo 14, 27).

4 - Paciência

É a capacidade de suportar as adversidades sem perturbar-se, perseverando na fé e na confiança em Deus.

5 - Bondade

É a disposição de querer o bem do próximo, por amor fraterno, e de agir em coerência com essa disposição.

6 - Benignidade

Ligada à bondade, é a execução concreta do bem ao próximo, indo além da mera obrigação.

7 - Longanimidade

É a grandeza de alma e a perseverança no caminho de Deus, apesar das adversidades.

8 - Mansidão

É o contrário da ira e do ódio, consistindo na postura de paciência e acolhimento a exemplo de Jesus, que disse: "Vinde a Mim, que Sou manso e humilde de coração, que Eu vos aliviarei" (cf. Mt 11, 28-30).

9 - Fé

Virtude teologal, a fé também é o fruto do Espírito Santo que nos concede crer em Deus e na Sua fidelidade mesmo quando pareceriam existir mais razões para a incredulidade ou o desespero.

10 - Modéstia

É o pudor que reveste o comportamento do cristão consciente de que Deus habita nele, promovendo o respeito pelo próprio corpo e a sua preservação discreta, sóbria e elegante.

11 - Continência

É o domínio sereno dos próprios instintos, em particular os sexuais, com a consequente recompensa de uma vida equilibrada e madura.

12 - Castidade

É o fruto do Espírito Santo que preserva a pureza de corpo e alma, guardando-nos do pecado contra o sexto e o nono mandamentos da Lei de Deus.

Fonte: https://pt.aleteia.org/2023/12/19/quais-sao-os-12-frutos-do-espirito-santo

A dimensão socio-pastoral do Ano Jubilar

Jubileu da Esperança 2025 (CNBB)

A DIMENSÃO SOCIO-PASTORAL DO ANO JUBILAR

Dom Antonio de Assis
Bispo de Macapá (AP)

A DIMENSÃO SOCIO-PASTORAL DO ANO JUBILAR (4) 

No capítulo 25 do Levítico, o toque da trombeta alertava o país inteiro para o início do ano jubilar que era para todos um compromisso de promoção da justiça, da fraternidade, do bem comum. Era um tempo de partilha, libertação, recuperação das perdas (cf. Lv 25,8-12). Tratava-se da restauração das relações de fraternidade, eliminando da sociedade muitas formas acumuladas de injustiças: em relação aos bens (propriedades), na família, no tratamento dos escravos, estrangeiros e na relação com a natureza. 

Essa busca da harmonia integral era por vontade de Deus que, ao criar o mundo, viu que tudo era bom, e assim, a paz voltaria por causa da promoção da justiça (cf. Lv 25,18-19). De fato, o Papa Paulo VI, na encíclica Populorum Progressio nos recordou essa íntima relação entre Justiça e Paz. A Paz no mundo depende da promoção da justiça que, por sua vez, pressupõe a promoção do desenvolvimento integral dos povos; dessa forma, não há Paz onde reinam injustiças (cf. PP, 76-77,83); “o desenvolvimento (integral) é o novo nome da paz” (PP, 87). É por isso que na vivência do ano jubilar, não bastava dimensão econômica, mas a meta era a promoção da justiça fraterna.   

No texto sobre o ano Jubilar no livro do Levítico há a acusação de muitos males que havia naquela sociedade: a perda da terra por causa de dívidas (cf. Lv 25,13), a injustiça nas relações de compra e venda, exploração (cf. Lv 25,14-16). Por isso se recorda profeticamente a sentença divina: “Ninguém de vocês explore o irmão, mas tema o Deus de vocês, porque eu sou Javé, o Deus de vocês” (Lv 25,17).   

A promoção da justiça humana, tem um fundamento divino; isso significa que o homem não basta a si mesmo, não é suficiente a justiça legal (pois ela pode ser moralmente injusta!), não basta a decisão das autoridades civis e a obediência dos cidadãos, é preciso que se respeite a vocação do ser humano, a sua dignidade que ultrapassa as convenções humanas e os parâmetros culturais.  

Em relação a essa questão, também a Encíclica Populorum Progressio afirma: “O homem pode organizar a terra sem Deus, mas sem Deus só a pode organizar contra o homem. Humanismo exclusivo é humanismo desumano. Não há, portanto, verdadeiro humanismo, senão o aberto ao Absoluto, reconhecendo uma vocação que exprime a ideia exata do que é a vida humana. O homem, longe de ser a norma última dos valores, só se pode realizar a si mesmo, ultrapassando-se” (PP, 42). A promoção da justiça tem um fundamento antropológico e vocacional, ou seja, é uma exigência que brota da natureza humana e é a condição para a felicidade. A alegria de Deus Pai está na prática do amor entre seus filhos (cf. Jo 15,11). Por isso, a vida cristã é compromisso permanente de vivência do ano jubilar: a promoção do Amor a Deus e ao próximo.  

As consequências socio-pastorais do ano jubilar comprometem as comunidades e instituições católicas a um relançamento da sua sensibilidade social. E a forma mais concreta de realizar isso é através da restauração da consciência de responsabilidade social das pastorais para que o ano jubilar não se reduza às práticas espirituais e litúrgicas.  

Temos muitas realidades dramáticas que são trombetas que soam e devem nos incomodar mais: o aumento dos moradores de rua, as violências, a indiferença, a solidão, o crescimento das dependências, a cultura da corrupção, a desordem climática, a fragmentação familiar, as relações polarizadas, o enfraquecimento da paixão pelo Bem comum, o envelhecimento das lideranças etc.  

Portanto, o Ano Santo é uma maravilhosa oportunidade para a revitalização das pastorais e relançamento da animação missionária de todas as forças vivas da Igreja. Não há autêntico Ano Santo sem dimensão socio-missionária e nem santidade sem a justiça que brota do amor fraterno. O Ano Jubilar reforça o compromisso da conversão pastoral. 

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Papa: o Jubileu é uma oportunidade para superar o confronto e construir um futuro de paz

Papa Francisco com uma pomba, símbolo da paz (Vatican Media)

Na sua conta X @Pontifex Francisco convida, numa mensagem publicada nesta terça-feira, a “repensar as relações” entre indivíduos e povos, abraçando “a lógica do encontro”.

Edoardo Giribaldi – Vatican News

Que o #Jubileu2025 possa representar para todos, cristãos e não cristãos, uma oportunidade para repensar as relações que nos unem enquanto seres humanos e comunidades políticas; para superar a lógica do confronto, abraçar a lógica do encontro e construir um futuro de paz.

É o que escreve o Papa Francisco, nesta terça-feira (14/01), em sua conta X @Pontifex, com a qual alcança milhões de fiéis em nove idiomas.

Jubileu, uma oportunidade para “cristãos e não cristãos”

A Bula de Proclamação do Ano Santo, Spes non Confundit, tornou explícito o “forte desejo” do Papa de que houvesse uma “celebração ecumênica” durante o Jubileu. O Papa insiste neste “abraço”, abrindo os braços e as portas a “todos, cristãos e não cristãos”. Auspícios que, no decorrer de 2024, foram concretizados nas inúmeras audiências concedidas por Francisco a luteranos, metodistas, delegados de diferentes denominações cristãs e também ao patriarca assírio Mar Awa, trinta anos após a assinatura da “Declaração Cristológica Comum” por João Paulo II e Mar Dinkha IV, que pôs fim a mais de um milênio de controvérsias doutrinárias entre as Igrejas Católica e Oriental.

Relações interpessoais e entre comunidades políticas

O Jubileu torna-se, portanto, uma oportunidade para ver as relações “que nos unem como seres humanos e comunidades políticas” de uma perspectiva diferente, "olhando nos olhos uns dos outros", e não "através de telefone celulares". A este respeito, Francisco contou recentemente, durante a audiência aos religiosos e religiosas da Família Calasanziana, a anedota de um bispo "repreendido" por uma família sentada à mesa para um almoço, para qual ele disse que teria sido "mais agradável" vê-los conversando entre si do que encontrar todos os quatro olhando para seus celulares.

Ampliando o espectro, o Papa insiste em repensar os relacionamentos dentro das comunidades políticas. Um “habitar o social, o trabalho” e, de fato, a “política”, sobre a qual Francisco insiste ao falar às novas gerações, futuras defensoras das relações entre povos e culturas diferentes. Falando aos jovens do “Progetto Policoro” da Conferência Episcopal Italiana (CEI), recebidos por ocasião do 25º aniversário de sua fundação, o Papa os convidou a interagir, nestes contextos, sem medo de “sujar as mãos”, chegando a "habitar" até mesmo os conflitos.

"Abraçar a lógica do encontro"

A paz, dado o contexto internacional atual, esteve no centro de vários apelos do Papa. Uma "loucura", uma "derrota", capaz de se insinuar "em todos os lugares". Essas são apenas algumas das conotações que Francisco deu aos conflitos, contrastando a "lógica do conflito" com a do "encontro". Em seu último discurso ao Corpo Diplomático credenciado junto da Santa Sé, o Papa falou sobre a “ameaça concreta de uma guerra mundial”, fazendo um paralelo do Jubileu com a ideia de uma “diplomacia da esperança", tema que orienta o atual Ano Santo "do qual todos somos chamados a nos tornar arautos".

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

domingo, 12 de janeiro de 2025

O desafio de ser cristãos

O desafio de ser cristão (Tânia Manhães) | YouTube.

O DESAFIO DE SER CRISTÃOS

 Dom Alberto Taveira Corrêa 
Arcebispo de Belém do Pará (PA)

09/01/2025

Jesus foi visitado pelos pobres pastores dos arredores de Belém, e nós contemplamos este mistério com serenidade e alegria. Surpreendeu a todos, a seu tempo, a misteriosa visita daqueles Magos, Sábios chegados do Oriente, que estudavam a posição das estrelas, trazendo presentes muito significativos àquele que é Deus, Rei e plenamente homem, tanto que passaria pelo sofrimento e pela morte. Passam os anos e Jesus é proclamado publicamente pelo Pai Eterno como o Filho amado, sobre o qual repousa o Espírito Santo. E no início de seu ministério, a água transformada em vinho, nas Bodas de Caná, conduz à fé discípulos titubeantes, noivos e humanidade. Depois de tais manifestações, resta a todos nós a coragem da decisão diante dele, em quem se cumprem promessas antigas e novas, assim como os sonhos de realização e felicidade de toda a humanidade. 

Temos a clareza de que Deus nos constituiu como um corpo o Povo de Deus, que age e testemunha a própria fé. De fato, se “Deus aceita quem o teme e pratica a justiça, qualquer que seja a nação a que pertença” (cf. At 10,35), aprouve a Deus salvar e santificar os homens, não individualmente, excluída qualquer ligação entre eles, mas constituindo-os em povo que o conhecesse na verdade e o servisse santamente. Escolheu, por isso, a nação israelita para seu povo. Com ele estabeleceu uma aliança; a ele instruiu gradualmente, manifestando-se a si mesmo e ao desígnio da própria vontade na sua história, e santificando-o para si. Todas estas coisas aconteceram como preparação e figura da nova e perfeita Aliança que em Cristo havia de ser estabelecida e da revelação mais completa que seria transmitida pelo próprio Verbo de Deus feito carne. Esta nova aliança instituiu-a Cristo, o novo testamento no seu sangue (cf. 1 Cor 11,25), chamando o seu povo de entre os judeus e os gentios, para formar um todo, não segundo a carne mas no Espírito, e tornar-se o Povo de Deus. Com efeito, os que creem em Cristo, regenerados não pela força de germe corruptível mas incorruptível por meio da Palavra de Deus vivo (cf. 1 Pd 1,23), não pela virtude da carne, mas pela água e pelo Espírito Santo (cf. Jo 3, 5-6), são finalmente constituídos em raça escolhida, sacerdócio real, nação santa, povo conquistado, que outrora não era povo, mas agora é povo de Deus» (1 Pd 2, 9-10)” (Cf. Lumen gentium 9).  

E agora, passados os séculos, está em nossas mãos a responsabilidade de, como povo escolhido, dar testemunho de Jesus, sendo sal, luz e fermento nos tempos que correm, sem discriminar as outras pessoas, mas atraí-las com amor ao amor de Cristo. Em nosso coração e em nossas mãos estão os instrumentos oferecidos pela Igreja: a Palavra de Deus, a Vida em Comunidade, a Fé, a Esperança e a Caridade, e os Sacramentos, que nos mergulharam na vida da Santíssima Trindade. 

Ser cristão hoje equivale a ser testemunhas em todos os ambientes de nossa fé em Jesus Cristo Ressuscitado, Salvador do mundo. Como testemunhas, haveremos de mostrar em nossa vida de batizados, redimidos, que Jesus venceu o pecado em nossa própria vida, porque nos fez filhos de Deus e adotamos seus sentimentos e as atitudes evangélicas expressas nas bem-aventuranças: pobreza de espírito, mansidão, fome e sede de justiça, misericórdia, pureza de coração, solidariedade, reconciliação e fraternidade. Se queremos demonstrar de verdade que nós encontramos o Messias, aquele que dá sentido à história humana e dá esperança a toda a humanidade e à vida de cada um de nós, devemos proclamar, com a palavra e as obras, que Jesus, na plenitude do Espírito Santo, é luz para todas as áreas escuras da história humana e de cada pessoa, e que ele, com sua Ressurreição, torna possível a esperança num futuro melhor, a confiança nas pessoas e a transformação do mundo, através da única revolução eficaz, a conversão pessoal ao amor e à justiça, que vêm de Deus (cf. La Parola per ogni giorno, Basilio Caballero, Pauline, 1991). Há alguns anos houve pessoas que pensavam estar diante de um cristianismo anônimo, perdido no meio da massa, e sabemos como cresceu esta massa! Não se trata disso! Hoje, devemos nos perguntar como responder com identidade própria e clareza aos desafios que se apresentam, sem fanatismos, opções ideológicas de qualquer lado, cujo desenrolar se revela estéril, ou tentativas anacrônicas, igualmente estéreis, de volta a um clima de cristandade! Abertura ao Espírito Santo, intensa vida de oração, processos claros de discernimento, criatividade, espírito apostólico e missionário, esta é a estrada para viver como cristãos em nosso tempo. 

Respostas? Eis algumas propostas, destinadas a provocar continuidade na reflexão e o inadiável compromisso pessoal. A primeira delas é olhar ao nosso redor, identificando pessoas e situações, estabelecendo conexões com quem tem as mesmas inquietações e o desejo de superar uma prática religiosa de fachada ou um tentador indiferentismo. Quem está rezando seriamente? Que pessoas estão comprometidas diretamente com a caridade? Já descobriu em seu ambiente de trabalho gente que não suja as mãos com o egoísmo, a corrupção e a imoralidade? Será que não chama a sua atenção aquelas pessoas que sempre se dispõem a algum serviço na Comunidade? 

Justamente aqui surge uma outra ideia! Tomar iniciativa! Se muitos não frequentam a Missa, sua presença mostrará o quanto constrói o Corpo de Cristo, que é a Igreja, sua participação Eucarística, a busca do Sacramento da Reconciliação! E se muitos não praticam a justiça, comece por você mesmo! 

E se queremos ampliar nosso horizonte, a pessoas que tomam decisões semelhantes, caberá também a disposição para o diálogo com quem pensa diferente, na diversidade de nosso mundo. Tal atitude contribuirá para que o senso do bem comum, suscitado pelo Espírito Santo além de todas as fronteiras, seja redescoberto e promova gestos e programas de ação no conjunto da sociedade. 

À nossa capacidade de reflexão, à inteligência da fé concedida nos Sacramentos da Iniciação Cristã e, mais ainda, à ação do Espírito Santo que nos conduz, lançamos o desafio de continuar esta lista de propostas para sermos, diante do mundo que clama por sentido, os peregrinos da Esperança, a fim de que o Jubileu que vivemos seja tempo de graça, perdão, reconciliação e acolhida para muitos! 

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Festa do Batismo do Senhor

Batismo do Senhor (Vatican News)

Ao celebrarmos a festa do Batismo do Senhor, ocasião propícia para renovarmos nossos compromissos batismais, voltemo-nos para nós mesmos e façamos um exame sobre nossa conduta, sobre nossa presença no meio da sociedade.

Padre Cesar Augusto, SJ – Vatican News

Jesus vai a João para ser batizado. Quando se encontra em meio a tantas pessoas que buscam o Batista, Jesus passa a ser mais um que deseja reiniciar a vida através de um banho que simbolizava a mudança de vida. O Mestre quis ser sempre igual a nós e também nesse momento ele se iguala a qualquer pessoa de boa vontade que aceita o discurso regenerador de João, o Batista.

Acontece que quando o vê, João  - re conhece -  nele o Messias, o verdadeiro Batista!

Ele já o havia conhecido e nele detectado o Deus Conosco, quando da visita de Maria de Nazaré à sua mãe. Ali, ele João Batista, estremeceu no seio de Isabel e ela pode entender o que acontecia. Agora, a mesma luz interior que o iluminou durante a visita, 30 anos atrás, voltou e fez com que reconhecesse naquele homem, não apenas o seu primo, mas o Redentor da Humanidade.

Nesse momento, segundo São Lucas, o céu se abriu, ou seja, o Pai voltou a falar não mais através dos profetas, mas por seu Filho unigênito. Deus voltou a se  - re velar – em Jesus de Nazaré.

A pomba que aparece é sinal da morada de Deus, de sua presença. É o Espírito de Deus que desceu sobre Jesus. Ele é a morada do Pai, é a nova e eterna aliança, é a tenda armada de Deus em nosso meio, é o próprio Deus!

As palavras, que se fazem escutar, vindas do céu, dizem: “Tu és o meu Filho bem-amado; em ti ponho minha afeição.” Aí passamos a  entender melhor a primeira leitura onde Isaías diz: “Eis o meu servo, o meu eleito, ele trará o julgamento às nações. Eu te constituí como o centro de aliança do povo, luz das nações, para abrires os olhos dos cegos, tirar os cativos da prisão, livrar do cárcere os que vivem nas trevas”.  A missão de Jesus será a de mostrar a proximidade do amor do Pai, e recuperar o projeto de Deus para o homem. Por isso, suas mensagens serão chamadas Boa Nova, Evangelho, o que em português pode ser traduzido como alvíssaras.

Ao celebrarmos a festa do Batismo do Senhor, ocasião propícia para renovarmos nossos compromissos batismais, voltemo-nos para nós mesmos e façamos um exame sobre nossa conduta, sobre nossa presença no meio da sociedade. Até que ponto somos pessoas libertadoras, pessoas que podem ser reconhecidas como abertas à ação de Deus, fautoras do bem, portadoras de vida, moradas de Deus em meio aos homens?

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

«Ó Timóteo, guarda o depósito» (III)

O abraço entre Pedro e Paulo | 30Giorni

Arquivo 30Giorni nº. 01/02 - 2009

«Ó Timóteo, guarda o depósito»

As Cartas Pastorais de São Paulo mostram que a custódia do depositum fidei é garantida pela ação do Espírito Santo, através da graça da imposição das mãos e da graça que resplandece nas boas obras. Mas estas mesmas Cartas, que constituem o fundamento da instituição-Igreja, «já não isolam a Igreja do mundo profano, pelo contrário, implantam-na ali com um otimismo e uma segurança notáveis». Propomos algumas páginas do comentário de Ceslas Spicq às Cartas Pastorais.

por Lorenzo Cappelletti

Bonito, ou seja, bom, funciona

O adjetivo “bonito” é a palavra que mais caracteriza as Pastorais. Das 44 ocorrências dela no corpus paolinum , 24 (mais da metade) pertencem às Pastorais. Tanto é assim que Spicq se surpreende ao ver como precisamente na sua idade avançada «esta beleza parece ter se tornado aos olhos de São Paulo uma nota distintiva da vida cristã, uma expressão da nova fé; todas as idades, todas as condições, todos os sexos estão como que revestidos de beleza” (p. 290). Isto é ainda mais notável porque «Aristóteles acredita que os idosos já não vivem para a beleza (ver Retórica II, 13, 1389b, 36); é sinal do poder de renovação e rejuvenescimento da graça na alma do Apóstolo” (p. 290 nota 1). É “a prova estética da esperança”, escreveu Massimo Borghesi no último número de 30Giorni (n. 12, dezembro de 1997, p. 84). Que se revela, como vimos acima, na oração, como primeira obra de caridade, e na caridade em sentido estrito, isto é, naquelas boas obras às quais "as Cartas Pastorais deram o sentido técnico que a tradição cristã preservou [.. .], identificando-os justamente com as obras de misericórdia" (pp. 294 e 282), escreve Spicq comentando a Carta a Tito 3, 3-8: " 3 Também nós já fomos insensatos, desobedientes, apóstatas , escravos de todo tipo de paixões e prazeres, vivendo na maldade e na inveja, dignos de ódio e ódio uns aos outros. Contudo, quando se manifestaram a bondade de Deus, nosso salvador, e o seu amor pelos homens, ele nos salvou não em virtude de obras de justiça realizadas por nós, mas pela sua misericórdia através de um lavagem de regeneração e renovação no Espírito Santo , por ele derramado abundantemente sobre nós, por meio de Jesus Cristo, nosso salvador, para que, justificados pela sua graça, nos tornemos herdeiros, segundo a esperança, da vida eterna. Esta palavra é digna de confiança e, por isso, quero que vocês insistam nessas coisas, para que aqueles que creem em Deus se esforcem para ser os primeiros nas boas obras. Isso é lindo e útil para os homens ." Tito, que era de origem pagã, sabia por experiência própria o valor destas palavras. «Como é possível», pergunta Spicq no comentário a esta passagem, «transformar um pagão em cristão? É obra somente da graça, grátis e gratiose . O versículo Tt 3, 4 é paralelo ao Tt 2, 11. Como os deveres recíprocos dos cristãos se fundamentavam na iniciativa e na força educativa [Spicq falará mais tarde, em contraste com a afirmação pelagiana, de uma « paideia da graça" (p. 282)] da graça de Deus em Cristo, assim os deveres dos cristãos para com o mundo se baseiam na bondade e no amor de Deus pelos homens [...]. É o amor de Deus pelos homens a causa da conversão dos pagãos cegos e pecadores a uma vida santa. Este amor manifestou-se concretamente num momento histórico e numa forma dual que contrasta com o ódio e o ciúme dos homens uns pelos outros; embora eles se odiassem, Deus os amou com ternura e os amou. Em primeiro lugar, gentileza. Segundo a etimologia, significa “aquilo que pode ser aproveitado” e é utilizado principalmente para alimentos de boa qualidade [...]. É, portanto, uma amabilidade delicada, mas implica também liberalidade” (p. 275). E aí, isso é «uma simpatia eficaz; equivalente ao latim humanitas , que significa respeito ao homem como homem [...]. Portanto sinônimo de mas acentuando a universalidade desse favor” (p. 276).

Oração, bondade, respeito pelo homem como homem: coisas belas, isto é, boas, agradáveis ​​aos olhos de Deus.

Fonte: https://www.30giorni.it/

Papa convida a festejarmos a data do Batismo como um novo aniversário

Angelus, 12 de janeiro de 2025 - Papa Francisco (Vatican News)

No Angelus na Festa do Batismo de Jesus, o Papa Francisco voltou a insistir a que que recordemos a data do nosso Batismo, pois é a data em que nascemos no Espírito de Deus.

https://youtu.be/c51Kdl9wzlY

Queridos irmãos e irmãs, bom domingo!

A festa do Batismo de Jesus, que hoje celebramos, nos faz pensar em tantas coisas, também no nosso Batismo. Jesus, que se une ao seu povo para receber o Batismo para o perdão dos pecados.

Gosto de recordar as palavras de um hino da liturgia de hoje: Jesus vai para ser batizado por João “com a alma nua e os pés descalços”. A alma nua e os pés descalços.

E quando Jesus recebe o batismo se revela o Espírito: «Tu és o meu Filho amado, em ti ponho o meu bem-querer». O rosto e a voz

Primeiro de tudo, o rosto. Ao revelar-se Pai por meio do Filho, Deus estabelece um lugar privilegiado para entrar em diálogo e comunhão com a humanidade. É  o rosto do Filho amado.

Em segundo lugar, a voz. Rosto e voz: «Tu és o meu Filho amado». Este é um outro sinal que acompanha a revelação de Jesus.

Queridos irmãos e irmãs, a festa de hoje nos faz contemplar o rosto e a voz de Deus, que se manifestam na humanidade de Jesus. E então, perguntemo-nos: nos sentimos amados? Eu me sinto amado e acompanhado por Deus ou penso que Ele esteja distante de mim? Somos capazes de reconhecer o seu rosto em Jesus e nos nossos irmãos? E somos habituados a ouvir a voz?

E eu vos faço uma pergunta: cada um de nós se lembra da data do seu Batismo? Isso é muito importante! Pense: em que dia fui batizado ou batizada? E se não me lembro, ao chegar em casa, perguntemos aos pais e padrinhos a data do Batismo. E festejar a data como um novo aniversário: a do nascimento precisamente no Espírito de Deus. Não se esqueçam! Esta é uma tarefa de casa: a data do meu Batismo.

Confiemo-nos à Virgem Maria, invocando a sua ajuda.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Santo Antonio Maria Pucci

Santo Antonio Maria Pucci (A12)
12 de janeiro
Localização: Itália (Vernio)
Santo Antonio Maria Pucci

Eustáquio nasceu em 16 de abril de 1819, em Vernio, Itália, numa fervorosa família de camponeses. Gostava de auxiliar o pai na igreja e participar da Missa. Aos 18 anos, entrou para o convento dos Servos de Maria (os Servitas), e mudou o nome para Antônio Maria. Sacerdote em 1843, atuou como Definidor Geral da sua comunidade. Em 1847 foi enviado para a paróquia de Santo André em Viareggio, ali ficando como pároco por 48 anos, até a sua morte.

Foi precursor do modo de atuação típico da Ação Católica, ao criar associações para diversas atividades dos leigos: Companhia de São Luís e a Congregação da Doutrina Cristã para os jovens, Companhia Mariana de Nossa Senhora das Dores para os homens, Congregação das Mães Cristãs para as mulheres, além de fundar a Congregação (religiosa) das Irmãs Auxiliares Servas de Maria (as “Manteladas” de Viareggio), direcionadas para a educação dos adolescentes e assistência das crianças enfermas.

Não guardava nada para si próprio, nem mesmo roupas. Apesar da intensa atividade caritativa, rezava sem descuido, e de tal modo, que muitas vezes os paroquianos o viam em êxtase, ficando suspenso ou caminhando sem pôr os pés no chão

Em duas epidemias de cólera, nos anos de 1854 e 1892, Padre Antônio cuidava pessoalmente dos doentes. Na última, contraiu uma pneumonia fulminante ao sair da casa de um deles numa noite fria e tempestuosa, falecendo em 12 de janeiro.

Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:

O pastor, o bom pastor, deve conhecer e dar a vida pelas suas ovelhas. Direcionar convenientemente as atividades dos leigos é um dos aspectos deste pastoreio, e Santo Antônio Maria soube fazê-lo através da iniciativa de criar associações adequadas. Mas, sobretudo, soube fazê-lo da santidade de vida, na caridade aos doentes e necessitados, e ainda mais na oração, pura e efetiva: sem esta, nenhuma atividade dá frutos para a Vida. Grande apreço e amor demos ter aos párocos, e muitas orações devem ser a eles dedicadas.

Oração:

Deus Providente, concedei-nos a graça dos bons pastores na Vossa Igreja, e por intercessão de Santo Antônio Maria Pucci, purificai nossos corações, de modo que possamos como ele sermos elevados da Terra para o Céu através do caminho da oração e da caridade. Por Nosso Senhor Jesus Cristo e Nossa Senhora. Amém.

Fonte: https://www.a12.com/

sábado, 11 de janeiro de 2025

«Ó Timóteo, guarda o depósito» (II)

Paulo entrega as cartas a Timóteo | 30Giorni

Arquivo 30Giorni nº. 01/02 - 2009

«Ó Timóteo, guarda o depósito»

As Cartas Pastorais de São Paulo mostram que a custódia do depositum fidei é garantida pela ação do Espírito Santo, através da graça da imposição das mãos e da graça que resplandece nas boas obras. Mas estas mesmas Cartas, que constituem o fundamento da instituição-Igreja, «já não isolam a Igreja do mundo profano, pelo contrário, implantam-na ali com um otimismo e uma segurança notáveis». Propomos algumas páginas do comentário de Ceslas Spicq às Cartas Pastorais.

por Lorenzo Cappelletti

A imposição de mãos

Mas será que a exortação de Paulo será suficiente para que Timóteo, jovem e tímido por natureza, consiga ficar com o depósito?

«Com a ordem de preservar o depósito, Paulo indica os meios de ser fiel a ele. A tarefa não é fácil. Muitos abandonaram a fé e o próprio Apóstolo está prestes a partir, mas o Espírito Santo habita na Igreja e iluminará e fortalecerá os seus ministros (cf. 2 Tim 1, 7). São Paulo não duvida disso (cf. 2 Tim 1, 12).

Estes dois últimos versículos estabelecem o ensino católico sobre a tradição. Os apóstolos receberam a verdade cristã do Senhor; eles próprios a transmitiram oralmente, especialmente aos seus colaboradores e sucessores no ministério; mas estes têm o dever de preservá-lo em toda a sua pureza e, por sua vez, comunicá-lo apenas a homens provados e capazes de assegurar uma nova transmissão (cf. 2 Tim 2, 2).

 Ora, esta conservação e transmissão não podem ser suficientemente garantidas pelas forças humanas. É o Espírito Santo quem os preserva de qualquer alteração e de qualquer desvio e, segundo o versículo 7, pode-se precisar que esta ação do Espírito Santo é exercida com particular eficácia nos membros da hierarquia eclesiástica” (p. 320) . Por outras palavras, Timóteo poderá e poderá apelar à graça da ordenação recebida do próprio Paulo, que lhe escreve: « 6 Por isso, lembro-te de reavivar o dom de Deus que há em ti pela imposição de minhas mãos. <="" span="" style="padding: 0px; margin: 0px;">11 dos quais fui constituído arauto, apóstolo e mestre.

12 Esta é a causa dos males que sofro, mas não me envergonho disso: na verdade sei em quem acreditei e estou convencido de que ele é capaz de preservar o meu depósito até aquele dia. 13 Toma como modelo as sãs palavras que de mim ouviste, com a fé e a caridade que há em Cristo Jesus. 14 Guarda o bom depósito com a ajuda do Espírito Santo que habita em nós ” ( 2 Tim 1, 6-. 14). Nesta como na outra passagem ( 1Tm 4,14) em que recorda a Timóteo a imposição das mãos, «São Paulo designa com a mesma palavra o dom divino assim comunicado. Esta palavra só é usada nas Cartas Pastorais nestes dois textos sobre ordenação. Como nas cartas anteriores, designa um tipo particular de graça, que realça um aspecto da sua gratuidade; é dado menos para o benefício do indivíduo do que para o bem da comunidade cristã, "o bem comum" ( 1 Cor 12, 7), para construir a Igreja (1 Cor 12, 7), para construir a Igreja ( 1 Cor 12 , 7).14, 12)” (pág. 325). Spicq cita numa nota, a este respeito, o Padre Lemonnyer, autor do verbete Carismas no Supplément au Dictionnaire de la Bible : «Este carisma, cuja recepção fez de Timóteo o personagem oficial que ele é, é o caráter sacramental do Ordem. O sacramento da Ordem, gerador da hierarquia eclesiástica, e o sacramento da Confirmação, com o qual se constituem os milites Christi , são sacramentos essencialmente carismáticos. A hierarquia sagrada é composta de autoridade e habilidades igualmente sobrenaturais. Esta capacidade sempre foi identificada antes de mais nada com o caráter impresso pela Ordem em todos aqueles que a recebem, em qualquer grau, e que, segundo São Tomás, é uma potentia , quase uma faculdade sobrenatural , um carisma de uma ordem superior. classificação que habilita os membros da hierarquia em todas as funções de seu cargo. A que se acrescenta possivelmente a concessão extra-sacramental de carismas complementares: apóstolos, doutores, pregadores, pastores, etc. Longe de se basear no desaparecimento dos carismas, a hierarquia sempre se fundamentou nos carismas” (p. 325 nota 1).

«É preciso sublinhar que o dom de Deus... em você...; Deus nos deu um Espírito... ( 2 Tm 1, 6. 7) não está isento de conexão com o depósito cuja preservação é feita através do Espírito Santo que habita em nós ( 2 Tm 1, 14). [...] Significa que a ordenação garante a perpetuidade da doutrina ortodoxa; este é um legado sagrado, um “depósito”. A sua integridade depende em parte, sem dúvida, da docilidade e fidelidade dos pregadores, não ensinando doutrinas diferentes ( 1Tm 1, 3); mas, em última análise, o Espírito Santo é o seu principal guardião e só pode preservar os ministros cristãos do erro. Temos, portanto, o direito de identificar de alguma forma a graça transmitida pela imposição das mãos com a ação imanente do Espírito Santo que garante o depósito da fé contra qualquer perigo de alteração. Os pastores e pregadores, tendo recebido o carisma da ordenação, gozam da assistência do Espírito Santo na difusão e preservação da verdade evangélica: «Igreja do Deus vivo, coluna e fundamento da verdade ( 1 Tim 3, 15). Este é o fundamento da doutrina católica sobre a tradição oral como norma de fé.

Tendo recebido a imposição das mãos, Timóteo tem a certeza de ter sempre a força e a aptidão sobrenaturais para desempenhar dignamente o seu ofício evangélico” (pp. 325-326). Spicq explica ainda: «Não se trata tanto de esforços ascéticos para adquirir uma energia humana, uma força de caráter, mas antes de fidelidade à graça da ordenação ( 2 Tim.1, 6.7.8.12). Timóteo deverá pôr em prática os poderes e as forças sobrenaturais que recebeu, exercê-los o melhor que puder, apesar dos sofrimentos e dos trabalhos penosos que o seu ministério implica; mas para o Apóstolo, com a graça tudo é possível!» (pág. 340). 

Ecumenismo 

As Cartas Pastorais mostram, portanto, que a custódia do depósito é garantida pelo caráter sacramental da instituição eclesiástica. Mas estas mesmas Cartas que constituem o fundamento da Igreja-instituição (parece um paradoxo) «já não isolam a Igreja do mundo profano, pelo contrário, implantam-na ali com um otimismo e uma segurança notáveis. A experiência provou que cada cristão é chamado a viver entre os seus antigos companheiros de erro e pecado. Longe de desprezá-los e combatê-los, ele se mostrará a eles como um homem transformado pela graça” (p. CXCVIII). Nas Cartas Pastorais o ecumenismo de Paulo é expresso ao mais alto grau. Como é demonstrado em particular em 1 Tim 2, 1-5: « 1 Recomendo-vos, portanto, antes de tudo, que se façam petições, súplicas, orações e ações de graças por todos os homens, pelos reis e por todos aqueles que estão em autoridade, para que possamos viver uma vida calma e pacífica com toda piedade e dignidade. Isto é algo belo e agradável aos olhos de Deus, nosso Salvador, que deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade. Porque só há um Deus, e só há um mediador entre Deus e os homens, o homem Cristo Jesus, que se entregou em resgate por todos .” Spicq comenta, citando São João Crisóstomo: «Devemos também dar graças a Deus pelos bens que ele concede aos outros, por exemplo, que faz brilhar o seu sol sobre os maus e os bons, que faz chover sobre os justos e os injusto. Veja como o Apóstolo nos une e nos une não só com súplicas, mas com ações de graças” (p. 53). E continua: «Todas estas orações não se limitam a interesses pessoais, nem a um círculo restrito de crentes; destinam-se aos outros e terão aplicação universal “para todos os homens”. Este universalismo é uma característica do culto “católico”. A oração tem a mesma extensão que a caridade; ambos o mesmo universalismo da salvação (ver 1Tm 1, 15; Tt 2, 11). Não há ninguém, de qualquer nação ou religião, por quem a Igreja não deva rezar, ninguém, nem mesmo um excomungado, cuja existência pelo menos não seja motivo para dar graças a Deus” (p. 53). Depois, comentando o versículo 3 (“Isto é algo belo e agradável aos olhos de Deus”), Spicq acrescenta: “Esta intercessão que o povo cristão realiza como sacerdócio real em favor de todos os homens é algo que é ao mesmo tempo moralmente bom , excelente em si mesmo, como eminente obra de caridade, e bela e agradável aos olhos de Deus – hapax no NT – pode ser considerada como explicativa do que é “lindo de se ver”), porque é a melhor cooperação que existe com o plano divino de salvar os homens” (p. 57).

Fonte: https://www.30giorni.it/

Ter muitos filhos pequenos é caótico, bagunçado e bonito

Davor Geber | Shutterstock

Cecilia Pigg - publicado em 27/12/24

Nosso número crescente de filhos tem testado meus limites, mas os momentos de exaustão física e mental são superados pelos momentos de beleza extraordinária.

Tenho uma filha de sete anos e um filho que acaba de completar quatro anos. Há quase quatro anos de diferença entre eles, e eles são bons amigos. Nos 20 meses em que esses dois filhos foram os únicos que eu tinha, e nos quatro anos anteriores, quando eu tinha apenas um filho, eu me via como uma pessoa paciente e uma mãe amorosa e atenciosa (o que, de fato, eu era).

Agora tenho também uma criança de dois anos, uma de quase um ano, e em seis semanas terei outro bebê. O caos é palpável. Felizmente, a alegria também é palpável.

Desafios físicos e mentais

Ainda me considero uma pessoa paciente e uma mãe amorosa e atenciosa? Eu me esforço para ser, mas minhas limitações são muito mais evidentes agora. Se você quer mergulhar em um intenso crescimento pessoal, então tenha mais filhos. E tenha-os próximos!

Crianças pequenas são muito carentes. Elas precisam de ajuda para quase tudo, desde comer e dormir até se vestir e entrar e sair de qualquer lugar. Parte de ajudá-las a crescer é ensiná-las a fazer essas coisas por si mesmas, o que exige tempo, paciência e intenção. Se você tem múltiplos pequenos que querem ajuda imediata, isso torna ainda mais desafiador dedicar tempo para permitir que as crianças aprendam e tentem fazer as coisas sozinhas.

Fisicamente, criar um grupo de crianças pequenas exige força e resistência. O lado positivo disso é que é impossível levar um estilo de vida sedentário — você pode praticamente fazer seu cárdio sem nunca pisar em uma academia. De maneira geral, a autodisciplina necessária nesta aventura é imensa. Ela exige tudo de mim, o tempo todo, e quando eu me sinto fraca ou fico preguiçosa, isso se vê quase imediatamente.

As alegrias das crianças pequenas

Além de serem muito carentes, as crianças pequenas também são encantadoras. Ver meu filho descobrir o mundo ao seu redor, com uma curiosidade e admiração intensas, transformou meu coração de muitas maneiras. Lembro-me da fase que todos os meus filhos passaram, quando eles se aproximam de qualquer pessoa que veem com um sorriso e um “Oi!” extasiado. A alegria óbvia deles ao ver outra pessoa geralmente desencadeia uma resposta igualmente alegre de quem os vê. Pergunto a mim mesma: Como posso encontrar os outros com esse nível de acolhimento e aceitação?

Além de ver meu filho interagir com o mundo, ver cada um aprender a crescer e amar com um irmão é ainda mais incrível. Minha filha de quatro anos e meu filho de dois brigam o tempo todo. Eles querem o mesmo brinquedo; gritam e se descontrolam. Mas espere só alguns minutos e logo estarão fazendo cabanas para dormir, fingindo acampar juntos sob as estrelas — melhores amigos que se defenderiam até a morte.

Meu marido não consegue deixar de se encantar com a alegria que as crianças têm pela vida. O entusiasmo delas por qualquer coisa e por tudo acende uma chama nele, e ele pode experimentar essa mesma alegria com elas. Eu também adoro ver as diferentes personalidades delas surgindo e descobrir quais ferramentas específicas podem ajudá-las a prosperar. Os momentos de pura alegria e prazer realmente superam os momentos de loucura — na maioria dos dias.

Uma vida bagunçada e bonita

Nos próximos anos, quando eu tiver vários adolescentes em casa, tenho certeza de que os desafios e as alegrias continuarão presentes, mas de uma maneira diferente. Quem sabe o que vou precisar para continuar crescendo e me adaptando? No entanto, eu sei que a beleza de ter irmãos do outro lado, como adulto, é real. Eu quero que meus filhos tenham essa experiência — de ter o amor e o apoio de pessoas que viveram ao seu lado, que os conhecem intimamente e querem vê-los bem-sucedidos.

A vida familiar é bagunçada. Eu falharei em ser a mãe que cada um dos meus filhos precisa muitas vezes. Eu certamente machucarei meus filhos, e eles também se machucarão mutuamente, às vezes de forma muito profunda. No entanto, o poder da graça e a beleza do perdão são reais. Jesus quer nossa cura e plenitude mais do que nós mesmos queremos. Então, Jesus, confio em Ti. Obrigada pelos presentes desses preciosos, encantadores, mas selvagens e carentes pequenos. Eu confio nossa família a Ti.

Fonte: https://pt.aleteia.org/2024/12/27/ter-muitos-filhos-pequenos-e-caotico-baguncado-e-bonito

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF