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sexta-feira, 1 de agosto de 2025

Frei George de Aleppo: no Jubileu, vivemos o sonho de tantos sírios

Os peregrinos sírios diante da sede da Rádio Vaticano (Vatican News)

Vindo a Roma acompanhando vários jovens que haviam fugido para a Europa com suas famílias devido ao conflito civil que eclodiu em 2011, o frade franciscano da Custódia da Terra Santa falou à mídia vaticana sobre as dificuldades da Paróquia de São Francisco de Assis após os recentes ataques. Ele também testemunhou o "milagre diário" de uma vibrante comunidade cristã, composta por mais de 1.200 fiéis, que continua a resistir com fé e esperança.

Edoardo Giribaldi – Cidade do Vaticano

"Espero levar tanta, tanta esperança." Estas são palavras simples, mas que resumem toda a força e fé do frei George Jallouf, frade franciscano da Custódia da Terra Santa, vigário paroquial da Igreja de São Francisco de Assis em Aleppo. Ele veio a Roma acompanhando um grupo de jovens — "filhos da diáspora", como ele os chama — para participar do Jubileu. É com eles, diz ele, que "estamos realizando um sonho que muitos na Síria ainda não conseguem viver".

Jovens retidos na Síria pedem para acender uma vela para eles

Os jovens, refugiados na Europa com suas famílias devido à guerra civil que eclodiu no país em 2011, agora vivem na Alemanha, França, Bélgica e Suécia. Na tarde quente de Roma, eles encontram abrigo à sombra do Palazzo Pio, sede da mídia do Vaticano, que ostenta orgulhosamente a bandeira de seu país.

"Os sírios, no momento, não podem vir facilmente devido a complicações com o visto", explica frei George. O franciscano, no entanto, assumiu pessoalmente as intenções de toda a comunidade cristã local: "Eles me pediram para acender uma vela para eles e levá-los comigo até a Porta Santa". Ele assim o fez. Tirou fotos, enviou mensagens, testemunhando que "eles também estavam lá, mesmo que de longe".

As dificuldades e os "milagres diários" em Aleppo

Mas a situação na Síria continua difícil. “A situação em Aleppo está relativamente calma - conta ele - mas depois dos últimos ataques em Damasco, o medo voltou aos corações dos fiéis. Tivemos que aumentar a segurança, inclusive durante a Missa: homens nas portas das igrejas para proteger quem entra para rezar.”

Apesar de tudo, a comunidade cristã continua resistindo. Uma minoria, que conta com mais de 1.200 jovens, mas que é uma presença vibrante e engajada. “Temos um catecismo que se estende do jardim de infância ao ensino médio. É uma graça, é um milagre diário.”

Quando retornar à Síria, frei George levará consigo os rostos, as palavras e a bênção de Roma. E uma certeza: “O Senhor está conosco. A esperança não desilude. E somos chamados a ser essa esperança, todos os dias, para aqueles que encontramos.”

Frei George Jallouf (Vatican News)

Da Síria para pedir paz em todo o Oriente Médio

"Só o fato de estar aqui e representar a Síria já é motivo de orgulho", diz um dos jovens sírios presentes em Roma para o Jubileu da Juventude: "É um sentimento indescritível. Estamos verdadeiramente felizes. E rezamos para que, um dia, haja paz em todos os países do mundo."

Um companheiro de peregrinação compartilha esse sentimento, explicando como sua presença é significativa não apenas para a Síria, mas para todo o Oriente Médio. "Há tantos jovens cristãos maravilhosos lá, com uma fé tremenda." Assim como no caso do frei George, os jovens também expressam suas orações e sonhos de seus colegas: "Rezamos aqui no lugar deles, em nome deles."

Acima de tudo, eles estão cientes do presente que representa estar em Roma e participar do Jubileu. "Rezamos acima de tudo para que o Senhor um dia lhes dê a oportunidade de vir e viver esta experiência."

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

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Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF