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domingo, 3 de agosto de 2025

LEITURAS: O martírio dos cristãos em Roma

Primeiros mártires de Roma (conshalom)

LEITURAS

Arquivo 30Dias nº 02 - 1999

O martírio dos cristãos em Roma

Um trecho da Mensagem de Rádio do Papa Pio XII ao Mundo na Festa dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo, 29 de junho de 1941.

Um trecho da Mensagem de Rádio do Papa Pio XII ao Mundo na Festa dos Santos Pedro e Paulo

Nesta solenidade dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo, vossos pensamentos e afeição devotos, amados filhos da Igreja Católica universal, voltam-se para Roma com o verso triunfal: O Roma felix quae duorum Principum es consecrata glorioso sanguine! "Ó Roma feliz, que fostes consagrada pelo sangue glorioso destes dois Príncipes!" Mas a felicidade de Roma, que é uma felicidade de sangue e de fé, é também vossa; pois a fé de Roma, selada aqui nas margens direita e esquerda do Tibre com o sangue dos príncipes dos apóstolos, é a fé que vos foi proclamada, que é proclamada e será proclamada por todo o mundo. Alegrai-vos com o pensamento e a saudação de Roma, porque sentis em vós o salto da romanidade universal da vossa fé.
Durante dezenove séculos, no sangue glorioso do primeiro Vigário de Cristo e Doutor dos Gentios, a Roma dos Césares foi batizada de Roma de Cristo, como sinal eterno do principado indefectível da autoridade sagrada e do Magistério infalível da fé da Igreja; e nesse sangue foram escritas as primeiras páginas de uma nova e magnífica história das lutas e vitórias sagradas de Roma.

Já alguma vez se perguntou quais devem ter sido os sentimentos e os medos do pequeno grupo de cristãos espalhados pela grande cidade pagã quando, depois de enterrarem às pressas os corpos dos dois grandes mártires, um aos pés do Vaticano e o outro na Via Ostiense, a maioria deles se reuniu nos pequenos quartos de escravos ou artesãos pobres, alguns em suas casas ricas, e se sentiu sozinha e quase órfã com o desaparecimento dos dois grandes apóstolos? Foi a fúria da tempestade recentemente desencadeada sobre a Igreja nascente pela crueldade de Nero; Diante de seus olhos ainda pairava a horrível visão de tochas humanas fumegando à noite nos jardins de Cesareia e de corpos mutilados pulsando nos circos e nas ruas. Parecia então que a crueldade implacável havia triunfado, golpeando e derrubando as duas colunas, cuja mera presença sustentava a fé e a coragem do pequeno grupo de cristãos. Naquele pôr do sol sangrento, como seus corações devem ter sentido a pontada de dor ao se verem sem o conforto e a companhia daquelas duas vozes poderosas, abandonados à ferocidade de um Nero e ao braço formidável da grandeza imperial romana!

Mas contra a força férrea e material do tirano e seus ministros, eles receberam o espírito de força e amor, mais poderoso que o tormento e a morte. E parece-nos ver, no encontro subsequente, no meio da comunidade desolada, o velho Lino, o primeiro a ser chamado para substituir o falecido Pedro, tomar nas mãos, trêmulo de emoção, as páginas que preservavam preciosamente o texto da carta já enviada pelo Apóstolo aos fiéis da Ásia Menor e reler lentamente as frases de bênção, confiança e conforto: "Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua grande misericórdia, nos regenerou para uma viva esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo [...] Então, vós vos alegrareis, se por um pouco de tempo vos convier ser afligidos por várias tentações... Humilhai-vos, pois, sob a poderosa mão de Deus... lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós... O Deus de toda a graça, que nos chamou à sua eterna glória em Cristo Jesus, vos aperfeiçoará, fortificará e estabelecerá por um pouco de sofrimento. A ele seja a glória e o poder pelos séculos dos séculos!" (1 Pd 1, 3. 6; 5, 6-7. 10).

Fonte: https://www.30giorni.it/

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Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF