Philip
Kosloski - publicado em 13/08/25
Edith Stein, filósofa ateia, leu a autobiografia de Santa
Teresa de Ávila e iniciou sua jornada rumo à Igreja Católica.
Criada na fé judaica, Edith Stein se afastou de toda
religião na juventude. No entanto, partiu em busca da verdade, principalmente
por meio do estudo da filosofia moderna.
Essa jornada intelectual a levou a explorar escritos
cristãos, como o Novo Testamento e os Exercícios Espirituais de
Santo Inácio de Loyola.
Porém, o que realmente cativou sua mente e seu coração foi
a autobiografia de Santa Teresa de Ávila.
“Isto é a verdade”
A biografia oficial do Vaticano sobre Edith Stein explica
como ela se deparou com este livro.
No verão de 1921, ela passou várias semanas em Bergzabern
(no Palatinado), na propriedade rural de Hedwig Conrad-Martius, outra aluna de
Husserl. Hedwig havia se convertido ao protestantismo com o marido.
Numa noite, Edith pegou a autobiografia de Santa Teresa de
Ávila e leu o livro durante toda a madrugada.
“Quando terminei o livro, disse a mim mesma: Isto é
a verdade.”
Mais tarde, olhando para sua vida, ela escreveu: “Meu anseio
pela verdade era uma única oração.”
Seu coração foi sendo preparado pela vida inteira para
acolher a verdade e, ao ler a autobiografia, Edith encontrou aquilo que tanto
buscava.
Segundo o Institute of Carmelite Studies, o
livro de Santa Teresa de Ávila não é, tecnicamente, uma “autobiografia”, mas
sim uma obra que explora questões fundamentais da vida.
Embora geralmente seja chamada assim, a obra de Teresa não é
uma autobiografia nem um diário íntimo. O que ela aborda principalmente são as
realidades sobrenaturais (infusas ou místicas) da vida interior. Ainda assim,
faz uso de elementos autobiográficos como pano de fundo para tratar da
existência e do valor dos favores de Deus.
Havia muito que Edith Stein podia aprender com a vida de
Santa Teresa — incluindo suas lutas com a oração e com a vida interior.
[Santa Teresa de Ávila] começa contando como, desde muito
jovem, começou a receber abundantes graças de Deus. Foi introduzida no caminho
da oração e, por volta dos 20 anos, chegou a ter experiências iniciais de
oração mística.
Embora repetidamente tenha frustrado a ação de Deus, a ponto
de abandonar a oração e a vida interior, Sua misericórdia foi finalmente
vitoriosa sobre sua condição miserável. Quando, ao final, entregou-se mais
plenamente à graça divina, Deus começou Sua admirável e mais imediata obra em
sua alma.
Alguns meses depois de ler o livro, em 1º de janeiro
de 1922, Edith Stein foi batizada na Igreja Católica. Mais tarde, tornou-se
carmelita, escolhendo o nome Teresa em honra a Santa Teresa de
Ávila.
Preso junto com outros judeus batizados na Holanda, o grupo
foi enviado para Auschwitz, onde Edith foi morta na câmara de gás.
Hoje, Edith Stein é conhecida como Santa Teresa
Benedita da Cruz.
Nenhum comentário:
Postar um comentário