No dia da Solenidade da Assunção de Maria, Leão XIV celebrou
a Missa na comunidade paroquial de Castel Gandolfo. Em sua homilia, recordou
que o “sim” de Maria permanece vivo nos que praticam a fé, a justiça e a paz:
“As palavras e as escolhas de morte parecem prevalecer, mas a vida de Deus
interrompe o desespero através de experiências concretas de fraternidade e
solidariedade”.
Thulio Fonseca - Vatican News
Nesta sexta-feira, 15 de agosto, a Igreja celebra a
Solenidade da Assunção da Bem-Aventurada Virgem Maria, festa litúrgica que no
Brasil será comemorada no próximo domingo, 17/08. Por esta ocasião, o Papa
Leão XIV presidiu a Santa Missa na Paróquia São Tomás de Villanova, em Castel
Gandolfo, onde cumpre a segunda etapa do seu período de descanso. Esta foi a
segunda vez que o Santo Padre celebrou na comunidade paroquial local.
Na homilia, o Pontífice recordou que “em Maria de Nazaré
está a nossa história, está a história da Igreja imersa na humanidade comum.
Tendo encarnado nela, o Deus da vida e da liberdade venceu a morte. Sim, hoje
contemplamos como Deus vence a morte, sem nunca prescindir de nós”.
A fecundidade de Maria
Leão XIV sublinhou que o “sim” de Maria, unido ao de Cristo
na cruz, continua vivo “nos mártires do nosso tempo, nas testemunhas da fé e da
justiça, da mansidão e da paz”, e convidou cada fiel a escolher “como e para
quem viver”.
Refletindo sobre o Evangelho da Visitação, proposto pela
liturgia para esta Solenidade, o Papa destacou que, no encontro de Maria com
Isabel, “a surpreendente fecundidade da estéril Isabel confirmou Maria na sua
confiança: antecipou a fecundidade do seu ‘sim’, que se prolonga na fecundidade
da Igreja e de toda a humanidade, quando a Palavra renovadora de Deus é
acolhida”.
Para o Santo Padre, o cântico do Magnificat da
Mãe de Deus fortalece a esperança dos humildes e famintos, lembrando que
“parecem impossíveis as promessas de Deus, mas quando nascem os vínculos com os
quais opomos o bem ao mal, a vida à morte, então vemos que ‘nada é impossível a
Deus’ (Lc 1, 37)”.
O Papa alertou também contra a fé que “envelhece” nas
comunidades dominadas pelo bem-estar material e pela acomodação, e afirmou que
a Igreja “rejuvenesce graças ao Magnificat” dos pobres, perseguidos e
construtores da paz. “Muitos deles são mulheres, como a idosa Isabel e a jovem
Maria: mulheres pascais, apóstolas da Ressurreição. Deixemo-nos converter pelo
seu testemunho!”, exortou.
Um chamado à confiança
Ao concluir a homilia, Leão XIV convidou os fiéis a verem na
Assunção de Maria um sinal do destino que Deus deseja para todos: “Ela é-nos
dada como sinal de que a Ressurreição de Jesus não foi um evento isolado, uma
exceção", e completou:
"Maria é aquele entrelaçamento de graça e liberdade
que impele cada um de nós à confiança, à coragem, ao envolvimento na vida de um
povo. [...] Não tenhamos medo de escolher a vida! Pode parecer perigoso,
imprudente. Quantas vozes estão sempre lá a sussurrar-nos: ‘Quem te obriga a
fazer isso? Pensa nos teus interesses’. São vozes de morte. Em contrapartida,
nós somos discípulos de Cristo. É o seu amor que nos impele, corpo e alma, no
nosso tempo. Como indivíduos e como Igreja, já não vivemos para nós mesmos. É
precisamente isto – e só isto – que difunde a vida e a faz prevalecer. A nossa
vitória sobre a morte começa precisamente agora.”
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