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terça-feira, 21 de janeiro de 2025

Papa Francisco aos seminaristas espanhóis: os 3 sinais que marcam o itinerário

O Papa Francisco Quis Começar O Ano Acolhendo Os Estudantes De Mais Um Novo Seminário Espanhol. Foto: Diocese De Córdoba

Papa Francisco aos seminaristas espanhóis: os 3 sinais que marcam o itinerário

Além dos alunos e formadores dos seminários San Pelayo e Redemptoris Mater, participou da audiência o bispo local, Dom Demetrios Fernández.

18 DE JANEIRO DE 2025

(ZENIT Notícias / Cidade do Vaticano, 18/01/2025).- Na manhã de sexta-feira, 17 de janeiro, o Papa Francisco recebeu em audiência os seminaristas de outro seminário espanhol, neste caso agora andaluz: o de Córdoba. Embora não se saiba o motivo destes encontros exclusivos para seminaristas de dioceses espanholas, o Papa Francisco quis começar o ano recebendo os alunos de mais um seminário espanhol.

Encontro do Papa Francisco com seminaristas espanhois (Foto: Diocese De Córdoba) | ZENIT

Além dos alunos e formadores dos seminários San Pelayo e Redemptoris Mater, participou da audiência o bispo local, Dom Demetrios Fernández. Oferecemos a seguir a transcrição das palavras do Papa, que foram seguidas, como nos encontros com os seminaristas de Madrid, Valência, Barcelona, ​​Sevilha, Toledo, San Sebastián, etc., com oportunidade para perguntas e respostas espontâneas.

***

Querido irmão,

queridos seminaristas e formadores:

É para mim uma grande alegria receber-vos nesta casa, onde viestes como peregrinos de esperança neste Ano Jubilar. No caminho da vida, poderíamos identificar a esperança como  os sinais  que marcam o nosso itinerário.

Missa - Encontro do Papa Francisco com seminaristas espanhois (Foto: Diocese De Córdoba) | ZENIT

A primeira é  a direção: rumo ao céu, ao encontro definitivo com Jesus. Nem para as primeiras posições, nem para os lugares mais confortáveis, são becos sem saída, e se tivermos a infelicidade de chegar a eles devemos recuar com trabalho e vergonha .

O segundo sinalos perigos na estrada.Você vem de um lindo lugar que leva o nome de São Pelágio e ocupa o antigo local do Campo dos Mártires. Como fez então aquele santo menino, no meio da dor de uma guerra, da mais indigna crueldade do ser humano, armado com o capacete da esperança,  pode-se dar testemunho, pode-se perseverar no caminho do Senhor, convencido que Jesus sempre os sustentará e também nos dará forças para sermos semeadores de esperança .

Encontro do Papa Francisco com seminaristas espanhois (Foto: Diocese De Córdoba) | ZENIT

O terceiro sinalas áreas de abastecimento.  Neste caminho, que agora vos trouxe a Roma, para atravessar a Porta Santa e visitar os túmulos dos apóstolos,  precisamos de ser apoiados, de sentir a presença daquele que é a nossa única esperança, Jesus. Apresenta-se-nos como Mestre, como Senhor, dá-se-nos como alimento na sua palavra e na Eucaristia, repara-nos quando furamos um pneu no meio da estrada e acolhe-nos quando o cansaço nos vence e devemos parar para fazer uma pausa. Sem essa esperança, partir seria uma loucura, mas confiando Nele não temos dúvidas de que chegaremos ao porto desejado .

Porém,  nunca pense que semear esperança significa dizer palavras de cortesia ou optar pela doce bondade. Este caminho é o caminho de Jesus, que conduz à Jerusalém celeste, passando pela terrena, abraçando a cruz, e sustentada por inúmeros Cirineus. Um caminho no qual não podemos avançar sozinhos, mas em comunidade, orientando, defendendo, auxiliando e abençoando aqueles que o Senhor nos deixou como tarefa . Em tudo isto, Jesus vos sustente e a Virgem de Fuensanta cuide de vós.

Encontro do Papa Francisco com seminaristas espanhois (Foto: Diocese De Córdoba) | ZENIT
Fonte: https://es.zenit.org/2025/01/18/papa-francisco-a-seminaristas-espanoles-las-3-senales-que-marcan-el-itinerario/

Dia de Combate à Intolerância Religiosa

Dia de Combate à Intolerância Religiosa (CNBB)

NESTE DIA DE COMBATE À INTOLERÂNCIA RELIGIOSA, DOM TEODORO APONTA O DIÁLOGO E RESPEITO PARA SUPERAÇÃO DA INTOLERÂNCIA RELIGIOSA

21/01/2025

No Brasil, o dia 21 de janeiro, marca a comemoração do “Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa”. A data foi instituída pela Lei Federal nº 11.635, de 27 de dezembro de 2007, com o objetivo de mobilizar a sociedade para combater a intolerância religiosa ou atitudes ofensivas contra as pessoas por causa das suas crenças, rituais e práticas religiosas.

O bispo de Ponta de Pedras (PA) e presidente da Comissão Episcopal para o Ecumenismo e o Diálogo-religioso da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, dom Teodoro Mendes Tavares, pondera que  apesar dessa legislação, infelizmente ainda hoje acontecem atos de intolerância religiosa no Brasil e no Mundo.

“A Comissão Episcopal para o Ecumenismo e Diálogo Inter-religioso se solidariza com as vítimas da intolerância religiosa; repudia qualquer forma de violência e intolerância religiosa e se une aos que defendem a justiça e a liberdade religiosa; e, ao mesmo tempo, incentiva e promove a cultura da paz, a boa convivência, o diálogo e o respeito entre as diferentes religiões e manifestações de fé”, disse.

Testemunhar o mandamento do amor

A representante do Grupo de Reflexão para o Ecumenismo e o Diálogo Inter-Religioso da CNBB (Gredire), Edoarda Sopelsa Scherer, chama a atenção para o fato de que a data propõe uma reflexão sobre “como podemos testemunhar o mandamento do amor através do respeito e atitudes de solidariedade”.

Outra questão que ela pontua é o número de pessoas que não podem praticar a sua fé em virtude da intolerância de que são vítimas. “Assim, percebemos que nossa ação pode ser transformadora quando assumimos a possibilidade e o exercício contínuo do diálogo inter-religioso”, reforçou.

Ela disse que a Comissão Episcopal Pastoral para o Ecumenismo e Diálogo Inter-religioso da CNBB vem buscando, ao longo de sua trajetória, realizar encontros, formações e atos que promovam a paz, por meio do diálogo.

Por Willian Bonfim

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Como a vida de Santa Inês pode nos ensinar a levar as crianças a sério

Shutterstock | ESB Professional

Michael Rennier - publicado em 20/01/20

Como adultos, há lições a aprender, mesmo com crianças muito pequenas. 

Minha filha de cinco anos, como costumam fazer as crianças, recentemente me deu uma obra de arte que ela havia criado. Eram as palavras “Oração do Senhor” em letras chiques – ou pelo menos eram chiques na imaginação de uma criança de cinco anos.

Quando as crianças nos dão obras de arte, nós sempre ficamos felizes. Essas pequenas lembranças da infância são especiais para nós, não pela qualidade artística, mas pelo que o trabalho envolve.

O desenho de uma criança é um verdadeiro presente, um ato generoso simplesmente porque elas te amam e pensam que o presente te deixará feliz. A motivação subjacente ao presente é séria.

Quando minha filha me deu a “Oração do Senhor”, foi especialmente emocionante porque mostrou que ela está pensando em seu relacionamento com Deus de uma maneira profunda e significativa. Não importa como as palavras estão escritas, o ponto é que ela passou um tempo em contemplação silenciosa, elaborando em espírito de oração uma bela expressão visual de sua fé.

Meus meninos têm uma versão infantil dos itens usados ​​durante uma missa. Eles também têm roupas de padre do tamanho de crianças. Ocasionalmente, eles pegam o kit de brinquedos, vestem-se e lideram uma grande procissão pela sala de jantar antes de se estabelecerem para cantar suas aleluias e começar a missa.

Eles confundem a maior parte, obviamente. Durante muito tempo, pensei que essa missa fingida era apenas uma brincadeira, mas quanto mais pensava nisso, mais comecei a vê-la como outra forma de algo como o desenho da minha filha. Os meninos brincam disso porque levam a sério a missa.

Eu estive pensando sobre tudo isso ao recordar Santa Inês (Agnes). Minha esposa e eu amamos tanto santa Inês que nomeamos uma de nossas filhas em homenagem a ela, então seu dia de festa é especial para nossa família.

O que as pessoas podem não saber sobre Inês é como ela era jovem quando morreu. Por volta do ano 304, uma curiosa multidão se reuniu na corte de um poderoso prefeito romano. Diante dele, estava Inês, com 12 anos. Pelos padrões de hoje, apenas uma criança.

Naquele dia, as meninas dessa idade se comprometeriam em casamento com homens mais velhos, e quando um nobre romano pedisse que ela se casasse com ele, não considerava a recusa.

Mas Inês recusou, porque ela queria dedicar sua vida a Deus. Sua determinação foi feroz – não era brincadeira de criança. De fato, ela continuou a recusar o casamento, mesmo depois que o homem mais velho a denunciou às autoridades pelo crime de ser cristã. Ela continuou mantendo sua fé, enquanto a multidão observava o prefeito a questionar. Ela continuou a confiar em Deus, mesmo quando um carrasco a levou a ser queimada em uma estaca.

As crianças podem ser pequenas, mas têm grandes corações. Elas brincam e parecem se envolver em atividades frívolas, mas todos os seus jogos e pensamentos, mesmo que mostrem um ser ainda em processo de amadurecimento, são bastante sérios.

Elas não conseguem ficar quietas no banco durante a missa, mas sua fé pode ser mais forte do que qualquer outra pessoa ao redor. Eu já vi isso várias vezes com meus próprios filhos, e também notei isso nas histórias de santos muito jovens como Inês.

As crianças, estou bastante confiante, devem ser levadas a sério, não apenas por elas mesmas, mas também por nós. Quando adultos, há lições a serem aprendidas com nossos filhos pequenos.

Onde um adulto pode ser capaz de se justificar, as crianças se apegam à verdade com sinceridade e tenacidade. Uma criança nunca aceita uma meia-verdade, e tem respostas sinceras e honestas para o que acredita. Isso resulta em grande força de caráter.

Em sua dependência do sobrenatural, Inês conseguiu reivindicar sua liberdade para fazer suas próprias escolhas e teve a coragem de sustentá-las. Suas motivações eram puras e suas convicções, intransigentes. Ela era como uma criança oferecendo a seu pai sua melhor obra de arte – um presente muito sério.

Inês (Agnes), a santa padroeira da inocência e pureza, é uma epifania. Ela é uma revelação de que, como qualquer criança sabe, Deus merece ser amado com cada pedacinho do nosso coração.

É hora dos adultos ultrapassarem seus hábitos egocêntricos e reconhecerem as verdades que simples que nunca deveriam esquecer: aqueles que amam veem com mais clareza, e a inocência anda de mãos dadas com a sabedoria.

Foi isso que meus filhos e Santa Inês me ensinaram. E isso é muito sério.

Fonte: https://pt.aleteia.org/2020/01/20/como-a-vida-de-santa-ines-pode-nos-ensinar-a-levar-as-criancas-a-serio

Os cordeiros de Santa Inês, uma das tradições mais antigas da Igreja de Roma

Os cordeiros - foto de atquivo (Vatican News)

De acordo com uma tradição secular, no dia da comemoração litúrgica de Santa Inês, mártir romana, na basílica que leva seu nome na Via Nomentana, são abençoados dois cordeiros, cuja lã será usada para preparar o pálio para os novos arcebispos. Ininterruptamente desde a segunda metade do século XIX, um papel importante em todo o ritual é desempenhado pelas freiras polonesas, as Irmãs de Nazaré, que hospedam e decoram as ovelhas no dia anterior à bênção.

Dorota Abdelmoula-Viet – Vatican News

A primeira menção ao costume de abençoar cordeiros no túmulo de Santa Inês, uma jovem mártir romana do início do século IV, vem do século VI. Por um lado, ela se refere à antiga tradição de Santa Inês, que após sua morte apareceu para seus pais reunidos em oração em seu túmulo, cercada por um coro de virgens e segurando um cordeiro puro em seus braços. As fontes também indicam que, no passado, exatamente dois cordeiros eram a “renda” que os monges da Basílica de Santa Inês atrás dos Muros ofereciam à Basílica de São João de Latrão e que os membros do capítulo de Latrão apresentavam ao Papa para abençoá-los.

Também no arquivo da Basílica de São Pedro in Vincoli há uma descrição de 1550 sobre a bênção dos cordeiros, juntamente com uma explicação da gênese desse costume. “A origem desses cordeiros como uma homenagem a São João vem de Santa Constança, filha do imperador Constantino, que dotou a Igreja (mas alguns dizem que foi o rei Carlos I), mandando construir a igreja e o mosteiro de Santa Inês e o dotou de muitas faculdades. Como esse mosteiro era um feudo da primeira igreja do mundo, ele pagava dois cordeiros aos cônegos todos os anos em reconhecimento. Depois da comunhão durante a missa solene, os cordeiros eram abençoados e depois entregues aos cônegos (...) O notário redigia o documento confirmando a transferência. Quem entregava os cordeiros ao Papa recebia um par de “scudi” de ouro como compensação”, diz a crônica.

Lã para o pálio dos arcebispos

Durante séculos, os cordeiros da fazenda de criação trapista da Abadia das Três Fontes foram transportados da Basílica de Santa Inês diretamente para o Santo Padre, que os recebia em uma procissão solene e os abençoava. Em seguida, o Papa os confiou aos cuidados das freiras beneditinas da Basílica de Santa Cecília, em Trastevere, que os rasparam depois de alguns meses para usar sua lã para tecer o pálio para os novos arcebispos.

Nos últimos anos, essa tradição passou por algumas mudanças: os Trapistas têm lugares de criação. O Santo Padre não abençoa mais os cordeiros no Vaticano. A tradição de levá-los aos beneditinos, que os tosquiavam durante a Semana Santa para tecer sua lã no pálio, permaneceu inalterada. Mas primeiro, a preparação dos animais para a bênção solene é uma tarefa que as Irmãs de Nazaré da Via Machiavelli mantêm há mais de 140 anos. Este ano, esses preparativos tiveram um contexto ainda mais especial: não só fazem parte do atual Ano Jubilar, mas também do 150º aniversário da fundação da Congregação.

Cuidar de cordeiros, como a vida oculta em Nazaré

Na década de 1880, foi solicitado à recém-fundada congregação das Irmãs de Nazaré que assumisse o cuidado dos cordeiros, substituindo as irmãs que anteriormente cuidavam deles.

“Nossa Madre Fundadora, a Bem-aventurada Maria Franciszka Siedliska, leu na ajuda a preparar cordeiros para a memória de Santa Inês, uma expressão de nosso serviço à Igreja”, disse Santa Dorota Podwalska CSFN, superiora provincial das Irmãs de Nazaré em Roma. Ainda hoje, nossa participação nessa tradição é uma expressão de amor e fidelidade à Igreja”.

A preparação dos cordeiros tem sido semelhante há anos: na véspera da comemoração de Santa Inês, eles são levados para a casa de Nazaré na Via Machiavelli, onde as irmãs os preparam, lavam, alimentam e cuidam deles durante a noite. No dia seguinte, elas as colocam em duas cestas. Uma delas é decorada com rosas vermelhas, símbolo do martírio, e a inscrição S.A.M. (Santa Inês Mártir), enquanto a outra é decorada com rosas brancas, símbolo da virgindade, e a inscrição S.A.V. (Santa Inês Virgem).

Ao amanhecer, da Basílica de São João de Latrão, um carro vai até a casa das freiras. Com a ajuda de dois mordomos de Latrão, os cordeiros são levados para a missa solene na Basílica de Santa Inês Fora dos Muros. Ela geralmente é celebrada pelo Abade Geral do Canonicato Regular Lateranense. De lá, os animais são levados para os beneditinos de Trastevere.

“Outro elemento de nossa espiritualidade está ligado à tradição dos cordeiros”, disse a superiora provincial das freiras de Nazaré. Nosso relacionamento com eles e sua preparação para a bênção é simples e oculto, como oculta e comum era a vida da Sagrada Família em Nazaré”.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

segunda-feira, 20 de janeiro de 2025

Devolve-me a alegria de ser salvo

Foto/Crédito: Opus Dei

Devolve-me a alegria de ser salvo

Para poder dar misericórdia, precisamos recebê-la de Deus: mostrar-lhe nossas feridas, deixar-nos curar, deixar-nos amar. Em um mundo “que demasiadas vezes é duro com o pecador e brando com o pecado”, o salmo miserere – tem piedade de mim – é a grande oração do perdão que liberta a alma, que nos devolve a alegria de estar na casa do Pai.

17/02/2019

Miserere mei, Deus, secundum misericordiam tuam – “Ó Deus, tem piedade de mim, conforme a tua misericórdia” (Sl 51, 3). Ao longo de três milênios, o salmo miserere alimentou a oração de cada geração do Povo de Deus. As Laudes da Liturgia das horas o recolhem semanalmente, às sextas-feiras. São Josemaria, e seus sucessores, o rezam todas as noites[1], expressando com o corpo o teor das palavras que compõem este “Magnificat da misericórdia”, como o Papa o chamou recentemente: “o Magnificat de um coração contrito e humilhado que, no seu pecado, tem a grandeza de confessar o Deus fiel, que é maior do que o pecado”[2].

Tranquilizaremos na presença dele o nosso coração. Se o nosso coração nos acusa, Deus é maior que o nosso coração e conhece todas as coisas

O salmo miserere nos submerge na “mais profunda meditação sobre a culpa e a graça”[3]. A tradição de Israel o põe nos lábios de Davi, quando o profeta Natã o repreendeu, por parte de Deus, pelo adultério com Betsabé e o assassinato de Urias[4]. O profeta não reprovou diretamente o rei pelo seu pecado: serviu-se de uma parábola[5], para que fosse o próprio Davi que o reconhecesse. Peccavi Domino, “pequei contra o senhor” (2 S 12,13): o miserere  tem misericórdia, misericordiai-me , que sai do coração de Davi, expressa também a sua desolação interior e a consciência da dor que semeou à sua volta. A percepção do alcance do seu pecado Deus, os outros, ele mesmo  leva-o a buscar o seu refúgio e a sua cura no Senhor, o único que pode endireitar as coisas: “tranquilizaremos na presença dele o nosso coração. Se o nosso coração nos acusa, Deus é maior que o nosso coração e conhece todas as coisas” (1 Jo 3,20).

Porque não sabem o que fazem

Em um primeiro momento, diante do pecado, vemos sobretudo a libertação que parece prometer: emancipar-se de Deus, para sermos verdadeiramente nós mesmos. Mas a aparente libertação – ilusão  se converte logo depois em uma carga pesada. O homem forte e autônomo, que acreditava poder silenciar sua consciência, chega cedo ou tarde a um momento em que se desarma: a alma não pode mais, “não lhe bastam as explicações habituais, não lhes satisfazem as mentiras dos falsos profetas”[6]. É o início da conversão, ou de uma das “sucessivas conversões” da nossa vida, que são “ainda mais importante e mais difíceis”[7].

O processo nem sempre é tão rápido como na história do rei Davi. A cegueira que precede e acompanha o pecado, e que cresce com o próprio pecado, pode prolongar-se depois: enganamo-nos com justificativas, dizemo-nos que a coisa não tem tanta importância… É uma situação que também encontramos com frequência ao nosso redor, “Num mundo que demasiadas vezes é duro com o pecador e brando com o pecado”[8]: duro com o pecador, porque em sua conduta se percebe claramente como o pecado é corrosivo, mas brando com o pecado, porque reconhecê-lo como tal significaria proibir-se certas “liberdades”. Todos estamos expostos a este risco: ver o feio do pecado nos outros, sem condenar o pecado em nós mesmos. Então não só falta misericórdia: fazemo-nos também incapazes de recebê-la.

Foto/Crédito: Opus Dei

O ofuscamento do pecado e da tibieza tem uma dimensão de autoengano, de cegueira desejada  queremos não ver, fingimos que não vemos , e por isso requer o perdão de Deus. Assim Jesus vê o pecado quando pede na Cruz: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem” (Lc 23,34). Perderíamos a profundidade dessa palavra do Senhor se a víssemos como uma mera desculpa amável, que ocultasse o pecado. Quando nos afastamos de Deus, sabemos e não sabemos o que fazemos. Damo-nos conta de que não agimos bem, mas esquecemos que por esse caminho não vamos a nenhuma parte. O Senhor se compadece de ambas as coisas, e também da profunda tristeza na qual ficamos depois. São Pedro sabia e não sabia o que fazia quando negava ao Amigo. Depois “chorou amargamente” (Mt 26, 75), e as lágrimas lhe deram um olhar mais limpo, e mais lúcido.

“A misericórdia de Cristo não é uma graça fácil de obter, não supõe uma banalização do mal. Cristo carrega no seu Corpo e na sua Alma todo o peso do mal, toda a sua força destruidora. Ele queima e transforma o mal no sofrimento, no fogo do seu amor sofredor”[9]. Sua palavra de perdão na Cruz – “não sabem o que fazem” deixa entrever seu projeto misericordioso: que voltemos à casa do Pai. Por isso também na Cruz nos confia a proteção de sua Mãe.

A nostalgia da casa do Pai

“De certo modo, a vida humana é um constante retorno à casa do nosso Pai”[10]. As conversões começam e recomeçam com a constatação de que ficamos de algum modo sem lar. O filho pródigo sente a “saudade do pão fresco que os assalariados de sua casa, a casa de seu pai, comem no café da manhã. A saudade, a nostalgia é um sentimento poderoso. Tem a ver com a misericórdia, porque nos alarga a alma (...). Em tal horizonte amplo da saudade, este jovem – diz o Evangelho – caiu em si e sentiu-se miserável. E cada um de nós pode procurar ou deixar-se levar àquele ponto em que se sente mais miserável. Cada um de nós tem o seu segredo de miséria dentro…É preciso pedir a graça de encontrá-lo”[11].

Fora da casa do pai repensa o filho pródigo  está na verdade fora de sua própria casa. A redescobre: o lugar que parecia um obstáculo para sua realização pessoal se revela como o lar que nunca devia ter abandonado. Também aqueles que estão dentro da casa do pai podem estar com o coração fora. Foi o que aconteceu com o irmão mais velho da parábola: mesmo que não tivesse ido embora, seu coração estava longe. Para ele também valem essas palavras do profeta Isaías, às quais Jesus se referirá em sua pregação: “Este povo (...) me honra com os lábios, mas seu coração está longe de mim” (Is 29, 13[12]). O irmão mais velho nunca diz ‘pai’, nunca diz ‘irmão’, só pensa em si mesmo, gaba-se de ter permanecido sempre ao lado do pai e de o ter servido (...). Coitado do pai! Um filho foi embora e o outro nunca permaneceu realmente perto dele! O sofrimento do pai é como o do Deus, o de Jesus quando nos afastamos ou porque vamos embora ou porque estamos perto mas sem o estar deveras”[13]. Haverá momentos de nossa vida em que, mesmo que talvez não nos tenhamos afastado como o filho mais novo, perceberemos mais fortemente até que ponto somos como o filho mais velho. São momentos nos quais Deus nos dá mais luz: nos quer mais perto de seu coração. São momentos de nova conversão.

Quando a vida interior se fecha nos próprios interesses, deixa de haver espaço para os outros (...) já não se ouve a voz de Deus

Na conversa entre o irmão mais velho e o pai[14], chama a atenção, diante da ternura do coração do pai, a dureza do coração do filho: sua resposta amarga mostra como havia perdido a alegria de estar na casa de seu pai. Por isso mesmo havia perdido a capacidade de alegrar-se com ele e com seu irmão. Tinha somente reprovações, tanto para um como para o outro: só via suas falhas. “Quando a vida interior se fecha nos próprios interesses, deixa de haver espaço para os outros (...) já não se ouve a voz de Deus, já não se goza da doce alegria do seu amor, nem fervilha o entusiasmo de fazer o bem. Este é um risco, certo e permanente, que correm também os crentes”[15].

O pai se surpreende também com essa dureza, e tenta abrandar o coração daquele filho que, mesmo que tivesse permanecido com ele, suspirava talvez sem ser ele próprio muito consciente  pelo egoísmo insensato do irmão menor. O seu era um egoísmo mais “razoável”, mais sutil, e talvez mais perigoso. O pai tenta lhe dar explicações: “era preciso festejar e alegrar-nos, porque este teu irmão estava morto e tornou a viver” (Lc 15, 32). Com fortaleza de pai e ternura de mãe, lhe repreende, como dizendo: Meu filho, deverias te alegrar: o que acontece em teu coração? “Também ele tem necessidade de descobrir a misericórdia do pai”[16]: tem necessidade de descobrir essa saudade da casa do Pai, essa dor suave que nos faz voltar.

Devolve-me a alegria de tua salvação

Tibi, tibi soli peccavi et malum coram te feci “contra ti, só contra ti eu pequei, eu fiz o que é mal a teus olhos” (Sl 51, 6). O Espírito Santo, que “Ele convencerá o mundo quanto ao pecado”[17], é quem nos faz ver essa saudade, esse mal-estar, não é só um desequilíbrio interior, tem sua origem mais profunda em uma relação ferida: nos afastamos de Deus, lhe deixamos só, e nos deixamos sós. “In multa defluximus”[18], escreve Santo Agostinho: quando nos afastamos de Deus, nos dispersamos em muitas coisas, e nossa casa fica deserta[19]. O Espírito Santo é quem nos move a voltar a Deus, que é o único que pode perdoar os pecados[20]. Como pairava sobre as águas desde o início da criação[21], assim paira agora sobre as almas. Ele moveu à mulher pecadora a aproximar-se, sem palavras, de Jesus, e a misericórdia de Deus a acolheu sem que os convidados entendessem o porquê das lágrimas, o perfume, os cabelos[22] : Jesus, radiante, disse que a ela se havia perdoado muito porque havia amado muito[23].

Foto/Crédito: Opus Dei

A saudade da casa do Pai é um desejo de proximidade, de misericórdia divina, necessidade de voltar a pôr “o coração em carne viva, humana e divinamente transido de um amor rijo, sacrificado, generoso”[24]. Se nos aproximamos, como o filho mais novo, até o regaço do Pai, ali compreenderemos que o remédio para nossas feridas é Ele mesmo, o próprio Deus. Entra então em cena um “terceiro filho”: Jesus, que nos lava os pés, Jesus, que se fez servo por nós. Ele é “o que sendo de condição divina, ‘não considera privilégio ser igual a Deus... aniquilou-se a si mesmo, tomando a condição de servo’ (Fl 2, 6-7). Este Filho-Servo é Jesus! É a extensão dos braços e do coração do Pai: Ele acolheu o pródigo e lavou os seus pés sujos, Ele preparou o banquete para a festa do perdão”[25].

Cor mundum crea in me, Deus “Cria em mim, ó Deus, um coração puro” (Sl 50, 12). O salmo volta uma e outra vez à pureza do coração[26]. Não é questão de narcisismo, nem de escrúpulo, porque “o cristão não é nenhum colecionador maníaco de uma folha de serviços imaculada”[27]. É questão de amor: o pecador arrependido está disposto a fazer o necessário para curar seu coração, para recuperar a alegria de viver com Deus. Redde mihi laetitiam salutaris tui  “Devolve-me a alegria de ser salvo” (Sl 51, 14): quando se veem assim as coisas, a confissão não é uma questão fria, como uma espécie de trâmite administrativo. “Pode fazer-nos bem questionarmo-nos: depois de me ter confessado, festejo? Ou passo rapidamente para outra coisa, como quando, depois de ter ido ao médico, vemos que as análises não deram um resultado assim tão ruim e fechamo-las de novo no envelope, e passamos a outra coisa”[28].

Quem festeja, aprecia, agradece o perdão. E vê então a penitência como algo mais que uma mera diligência para restabelecer a justiça: a penitência é uma exigência do coração, que experimenta a necessidade de respaldar suas palavras pequei, Senhor, pequei  com a vida. Por isso, São Josemaria aconselhava a todos a ter “espírito de penitência”[29]. “Um coração contrito e humilhado” (Sl 51, 19) compreende que é necessário um caminho de retorno, de reconciliação, que não se faz da noite para o dia. Como é o amor que deve ser recomposto, para adquirir uma nova maturidade, o remédio é o próprio amor: “amor com amor se paga”[30]. A penitência, pois, é o carinho que leva a querer sofrer  alegres, sem nos dar importância, sem “coisas estranhas[31]”  por tudo o que fizemos Deus e os outros sofrerem. Esse é o sentido de um dos modos que o Ritual propõe ao sacerdote para se despedir do penitente após a absolvição, o confessor nos diz: “tuas boas obras e tua paciência nas adversidades sirvam de remédio para teus pecados”[32]. Além disso “que pouco é uma vida para reparar tudo isso!”[33] A vida inteira é alegre contrição: com uma dor confiada  sem angústias, sem escrúpulos  porque cor contritum et humiliatum, Deus, non despicies (Sl 51 , 19)  “Não desprezará Deus um coração contrito e humilhado”.

Texto: Carlos Ayxelá

Fotos: Santiago González Barros


[1] Cfr. A. Vázquez de Prada, O Fundador do Opus Dei, tomo III, Quadrante, Madrid 2003, p. 395.

[2] Francisco, 1ª meditação no Jubileu dos sacerdotes, 2-VI-2016.

[3] São João Paulo II, Audiência, 24-X-2001.

[4] Cfr. 2 S 11, 2 ss.

[5] Cfr. 2 S 12, 2-4.

[6] São Josemaria, Amigos de Deus, 260.

[7] São Josemaria, É Cristo que passa, 57.

[8] Francisco, Homilia, 24-XII-2015.

[9] Card. Joseph Ratzinger, Homilia, Missa pro eligendo pontifice, 18-IV-2005.

[10] É Cristo que passa, 64.

[11] Francisco, 1ª meditação no Jubileu dos sacerdotes, 2-VI-2016.

[12] Cfr. Mt 15,8.

[13] Francisco, Audiência, 11-V-2016.

[14] Cfr. Lc 15,28-32.

[15] Francisco, Ex. Ap. Evangelii gaudium (24-XI-2013), 2.

[16] Francisco, Audiência, 11-V-2016.

[17] Cfr. Jn 16,8. Assim traduz São João Paulo II essas palavras da oração sacerdotal de Jesus, sobre as quais meditou profundamente na encíclica Dominum et vivificantem (18-V-1986), 27-48.

[18] Santo Agostinho, Confissões X.29.40.

[19] Cfr. Mt 23,38.

[20] Cfr. Lc 7,48.

[21] Cfr. Gn 1,2.

[22] Cfr. Lc 7,36-50.

[23] Cfr. Lc 7,47.

[24] Amigos de Deus, 232.

[25] Francisco, Angelus, 6-III-2016.

[26] Cfr. Sal 50 (51), 4, 9, 11, 12, 19.

[27] É Cristo que passa, 75.

[28] Francisco, Homilia, 24-III-2016.

[29] Cfr. São Josemaria, Forja, 784; Amigos de Deus, 138-140, sobre o espírito de penitência, e suas diversas manifestações.

[30] Forja, 442.

[31] Forja, 60.

[32] Ritual da Penitência, 104.

[33] São Josemaria, Via Sacra, VII estação.

Fonte: https://opusdei.org/pt-br/article/devolve-me-a-alegria-de-ser-salvo/

A esperança como sabedoria

A esperança não decepciona | YouTube

A ESPERANÇA COMO SABEDORIA 

Dom Carlos Romulo

Bispo de Montenegro (RS)

A vida cristã é um caminho, mas que precisa de momentos fortes para nutrir e robustecer a esperança, momentos que permitem vislumbrar a meta, que é o encontro com o Senhor Jesus. Neste caminho, vamos fazendo a experiência do encontro com a misericórdia de Deus. 

Nós estamos vivendo a experiência do Ano Jubilar, que celebra 2025 anos do nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo. Nos dias de hoje, como em todos os tempos, é sabedoria proporcionar a cada pessoa um caminho de esperança. Não uma vaga esperança, mas um encontro com a Aquele, como nos diz São Paulo Apóstolo, “Cristo Jesus que é a nossa esperança” (1Tm 1,1). 

A esperança é sabedoria, pois é o impulso que nos permite dar um passo. Por isso, faz parte do Ano Jubilar a experiência da peregrinação, pois peregrinar é percorrer um caminho. Sobre isto, o Papa Francisco nos fala sobre a peregrinação: Não é por acaso que peregrinação representa um elemento fundamental de todo o evento jubilar. Pôr-se a caminho é típico de quem anda à procura do sentido da vida. A peregrinação a pé favorece muito a redescoberta do valor do silêncio, do esforço, da essencialidade” (Spes non confundit, n. 5). 

Portanto, despertar no coração humano a esperança, é uma sabedoria, pois ela nos faz caminhar, vislumbrar uma saída, em meio aos desafios do cotidiano, pois, “a esperança não decepciona” (Rm 5,5). Vamos acolher as propostas de peregrinação que nossa Diocese, e cada paróquia vai oferecer ao longo deste ano de 2025. 

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Papa escreve a Trump: EUA sejam terra de acolhimento para todos

Os preparativos em Washington para a cerimônia de posse de Trump como 47º presidente dos EUA  (REUTERS)

Mensagem de Francisco ao 47º presidente dos Estados Unidos por ocasião de sua posse: “É minha esperança que, sob sua liderança, o povo americano se esforce sempre por construir uma sociedade mais justa, onde não haja espaço para ódio, discriminação ou exclusão”. O Pontífice reza para que Deus guie os esforços do líder republicano pela paz e reconciliação.

Vatican News

“Inspirado pelos ideais da nação, terra de oportunidades e acolhimento para todos, espero que, sob sua liderança, o povo americano prospere e se empenhe sempre na construção de uma sociedade mais justa, onde não haja espaço para ódio, discriminação ou exclusão”. Esses são os votos que o Papa Francisco enviou a Donald Trump no "Inauguration Day", o dia do juramento como 47º presidente dos Estados Unidos.

Esforços pela paz

Na mensagem, Francisco envia sua saudação e assegura suas orações para que Deus conceda ao novo presidente “sabedoria, força e proteção no exercício de suas altas funções”. Olhando para os “inúmeros desafios” que a família humana enfrenta atualmente, em primeiro lugar “o flagelo da guerra”, o Papa pede “a Deus – escreve – que guie seus esforços na promoção da paz e da reconciliação entre os povos”.

A cerimônia

Trump retorna, portanto, à Casa Branca para um segundo mandato (o primeiro foi em 2016) após a eleição de novembro de 2024. A cerimônia de transição de governo com Joe Biden ocorrerá por volta do meio-dia (horário local, cerca de 18h na Itália) na Rotunda do Capitólio, com a presença de líderes mundiais e grandes nomes do setor de tecnologia. Antes de Trump, fará o juramento o vice-presidente, JD Vance.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

São Sebastião

São Sebastião (A12)
20 de janeiro
Localização: França (Narbona)
São Sebastião

Sebastião nasceu em Narbona, França, em 256, num lar cristão. Ainda pequeno, a família mudou-se para Milão, na Itália, onde ele cresceu e estudou. Sebastião seguiu a carreira militar do pai. No exército romano, chegou por méritos a ser Capitão da primeira coorte da guarda pretoriana, ou seja, do próprio imperador Dioclesiano, que muito o estimava, sem saber que ele era cristão.

Embora fidelíssimo nas obrigações do exército, Sebastião não participava das manifestações idólatras aos deuses pagãos nem das perseguições, prisões e execuções dos cristãos; antes, discretamente, a eles visitava levando ânimo e conforto nas provações, protegendo-os quando possível. Seu cargo permitia também acesso a muitos lugares e pessoas, do que ele se utilizava para fazer profícuo apostolado.

Identificado e denunciado como cristão, compareceu ao julgamento do imperador, que procurou dissuadi-lo da Fé, com promessas e depois ameaças. Resistindo Sebastião, foi condenado a morrer flechado, como punição exemplar. Abandonado pelos soldados e dado como morto, Sebastião foi encontrado ainda vivo, à noite, amarrado a um tronco e cravado de flechas por (Santa) Irene. Ela, viúva do mártir Cástulo, que procurava o seu corpo para lhe dar sepultura, o levou para sua casa e o tratou.

Depois de curado, Sebastião corajosamente apresentou-se ao imperador, reprovando-lhe a iniquidade da perseguição aos cristãos. Dioclesiano, estupefato e enraivecido, novamente o condenou à morte, por espancamento com bolas de chumbo. O martírio aconteceu a 20 de janeiro de 288, e seu corpo foi jogado nas fossas do esgoto de Roma, para não ser encontrado.

Porém Santa Luciana conseguiu resgatá-lo e o sepultou nas catacumbas, e posteriormente o imperador Constantino mandou construir uma basílica em sua homenagem em local próximo, junto à Via Appia. Nesta época Roma foi assolada pela peste, que desapareceu quando do translado das relíquias do mártir. Desde então São Sebastião é venerado como protetor contra a peste, a fome e a guerra, sendo um dos santos mais conhecidos no Ocidente (mas sua memória também é cultuada na Igreja Ortodoxa).

Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:

Sebastós, nome de origem grega, significa divino, venerável; o que é perfeitamente adequado à grandeza da vida de morte de São Sebastião. Militou ele tanto no exército regular quanto no exército de Cristo, cumprindo sempre o seu dever, mas respeitando a hierarquia correta, como ensina São Pedro – “É preciso obedecer antes a Deus do que aos homens” (At 5,29).

Oração:

Ó Deus dos Exércitos, que combateis o erro e o pecado, dai-nos a graça da intercessão, e a coragem, de Vosso glorioso Capitão, São Sebastião, para que saibamos obedecer à divina ordem de confortar os irmãos nas suas necessidades e denunciar sem respeitos humanos os erros deste mundo. Por Jesus Cristo Nosso Senhor, Vosso Filho obediente até a morte de Cruz, e Nossa Senhora, poderosa como um exército em linha de batalha. Amém.

Fonte: https://www.a12.com/

domingo, 19 de janeiro de 2025

CRISTANDADE: «A fé exige»

Último encontro de Dom Giussani com João Paulo II, Praça de São Pedro, 30 de maio de 1998 | 30Giorni

Arquivo 30Giorni nº. 01 - 2008

«A fé exige»

No dia 22 de fevereiro de 2008 assinala-se o terceiro aniversário da morte de Dom Luigi Giussani. Recordando-o com gratidão e esperança, publicamos algumas de suas frases sobre oração. Todos poderiam ser resumidos na expressão de Santo Agostinho: “O que a lei ordena, a fé exige”

Algumas frases de Dom Luigi Giussani sobre a oração no terceiro aniversário de sua morte

Ao grito desesperado do pastor Brand na peça homônima de Ibsen ("Responde-me, ó Deus, na hora em que a morte me engole: não é toda a vontade de um homem suficiente para alcançar uma única parte da salvação?") responde a humilde positividade de Santa Teresa do Menino Jesus que escreve: «Quando sou caridoso, só Jesus age em mim».

Tudo isto significa que a liberdade do homem, sempre implicada pelo Mistério, tem na oração a sua forma de expressão suprema e incontestável. Por isso a liberdade surge, segundo a sua verdadeira natureza, como questão de adesão ao Ser, portanto a Cristo. Palavras pronunciadas diante de João Paulo II, Roma, Praça de São Pedro, 30 de maio de 1998 É Cristo [a] presença que salva. Portanto cabe a nós perguntar: a “questão da presença de Cristo em cada situação e ocasião da vida”: toda ascese pode ser resumida nesta palavra do Papa. O trabalho do movimento. A fraternidade de comunhão e libertação, São Paulo, Cinisello Balsamo (Milão) 2002, p. 177 E a ascese é precisamente isto: que a questão da presença de Cristo em todas as situações da vida se torne familiar para nós, apesar de tudo: para Cristo, a presença que salva. Temos que caminhar sem parar de perguntar. Em busca do rosto humano. Contribuição para uma antropologia , Rizzoli, Milão 1995, p. 92 «A questão da presença de Cristo em cada situação e ocasião da vida» – é uma frase do Papa –, isto é ascetismo. Que a questão da presença de Cristo em cada situação e ocasião da vida se torne familiar em nós, isto é ascetismo. O trabalho do movimento. A fraternidade de comunhão e libertação, São Paulo, Cinisello Balsamo (Milão) 2002, p. 176 «Entre dizer e fazer há um mundo de diferença». Foi uma das primeiras manchetes dos nossos raios no primeiro ano em Berchet: “Entre dizer e fazer há uma diferença”. Em vez disso, há outra fórmula, que é quase a mesma – quase a mesma em palavras –: “Entre dizer e fazer está o perguntar”. É possível (mesmo?!) viver assim? , Bur, Milão 1996, p. 377 Então a força da pergunta é o outro que está presente, não você. Esta é a diferença entre toda a grandeza de alma do homem – tanto epicurista como estóico, segundo as diversas versões – e a cristã. Para o homem normal o que importa é o que ele é capaz de fazer, capaz de superá-lo (estóico ou epicurista). E para o cristão... ele é como uma criança: fica todo tenso na presença da mãe, do pai, do outro. É a força de Deus Uma presença mutável , Bur, Milão 2004, p. 122 Este é o trabalho?

Certo; onde se entende que o trabalho, em última análise, é oração, ou seja, é uma pergunta: o pedido a Deus para que você se recomponha, para que você se equilibre, para que seus olhos voltem a ser claros, para que dê força ao seu coração. Então você entende que ler os salmos das Laudes, da Meia-Noite, das Vésperas e das Completas, ler os salmos com atenção renova tudo em você, serve para renovar tudo em você.

Mosaico da Catedral de Monreale, Palermo, século XII; Jesus cura a mulher com hemorragia em particular | 30Giorni

Ele [Jesus] é o destino, porque é Deus, que passa pela proposta e pela indicação que dá à sua liberdade, é o destino que se submete à sua liberdade, que te ama tanto a ponto de se condicionar à sua liberdade. E não à sua liberdade como acontecimento heróico, porque diante da escolha do destino o tema é tal que obrigaria a imaginação a fazer um gesto heróico: a liberdade, a escolha da liberdade (e todos, aliás, bombeiam essa coisa aqui em cima!). Mas não: Jesus é o destino que indica e se propõe à tua liberdade no seu aspecto mais infantil, mais ingênuo e bom, mais elementar, que é o choro ou o pedido. A atratividade de Jesus , Bur, Milão 1999, p. 290 Devemos pedir a força do Pai, a força de Deus. A força de Deus é um homem, a misericórdia de Deus tem um nome na história: Jesus Cristo, diz o Papa na encíclica que citei. Devemos pedir por Jesus! “Vem, Senhor Jesus. Vem, Senhor” é o grito que resume toda a história humana, a história da relação entre o homem e Deus na Bíblia. Vá e pegue a Bíblia, na última página as últimas palavras são estas: “Vem, Senhor”. Temos que orar. É uma mendicância, não é uma força, mas a extrema fraqueza, a expressão extrema da consciência da fraqueza que está dentro de nós. A consciência da nossa fraqueza torna-se mendicância. A mendicância é a última possibilidade de força adequada ao nosso destino, torna o homem adequado ao destino. Normalmente é chamado de oração. Evento de liberdade. Conversas com jovens universitários , Marietti, Gênova 2002, p. 56 Então a questão também é um milagre? É claro que ninguém pode dizer “Senhor Jesus” exceto no Espírito. É como se alguém afirmasse estar – pelo menos em três fios de cabelo – sozinho. Nem um fio de cabelo! Não dá para adicionar um único fio de cabelo na cabeça (sim, pode usar Pantène , mas não adianta!). O verdadeiro problema é que a procura já é um milagre. É o primeiro caminho da coerência, da autorrealização, da própria liberdade. Orar é um milagre e devemos aceitar o milagre. A atratividade de Jesus , Bur, Milão 1999, p. 216

Fonte: https://www.30giorni.it/

Quatro países da América Latina estão em lista de lugares em que ser cristão pode custar a vida

Lista Mundial de Perseguição 2025. | Open Doors

Quatro países da América Latina estão em lista de lugares em que ser cristão pode custar a vida.

Por Andrés Henríquez*

17 de janeiro de 2025

O grupo evangélico Open Doors (Portas Abertas), organização que atende cristãos perseguidos, publicou sua Lista Mundial de Perseguição 2025 com os 50 países mais perigosos do mundo para os cristãos, onde “seguir a Cristo pode custar a sua vida”.

Há quatro países latino-americanos na lista: Cuba (26ª posição), Nicarágua (30ª posição), México (31ª posição) e Colômbia (46ª posição). Os dados foram coletados entre 1º de outubro de 2023 e 30 de setembro do ano passado.

Marco Cruz, diretor da Open Doors Latin America, diz que mais de 400 pessoas trabalham, direta ou indiretamente, na composição da lista, que é publicada há mais de 30 anos. A investigação é auditada pelo Instituto Internacional para a Liberdade Religiosa, para garantir “a qualidade e transparência do processo e dos resultados”.

“A maioria dos nossos irmãos na América Latina não conhece a situação de perseguição no nosso continente”, disse Cruz. “É uma surpresa quando falamos de países de maioria cristã, como o México, que é um país livre, mas há regiões onde há forte perseguição aos cristãos, especialmente nas comunidades indígenas e onde operam os traficantes de drogas”.

Cruz falou também sobre o aumento do número de cristãos perseguidos no mundo em relação a 2023. Atualmente, a organização diz que pelo menos 380 milhões de pessoas são perseguidas por causa da sua fé, um em cada sete cristãos sofre violência, discriminação e perseguição. O último número registrado foi de 365 milhões de pessoas.

“Outro ponto importante foi o aumento da violência contra cristãos nos países da Ásia Central”, disse Cruz.

“A Coreia do Norte está na primeira posição no ranking da Lista Mundial de Perseguição 2025. Segundo nossa investigação, a Coreia do Norte obteve 98 pontos (de 100 possíveis) em termos de perseguição. O governo controla tudo, você não pode ser cristão na Coreia do Norte”.

Cruz diz também que pelo menos 400 mil pessoas praticam secretamente a fé cristã na Coreia do Norte. Entre 50 mil e 70 mil dessas pessoas estão presas em campos de trabalhos forçados, muitas delas traídas por suas próprias famílias, que são bombardeadas pela propaganda estatal.

Os outros nove países da lista são: Somália, Iêmen, Líbia, Sudão, Eritreia, Nigéria, Paquistão, Irã e Afeganistão. Cruz falou sobre a presença do Quirguistão na 47ª posição, depois de não constar da lista do ano passado.

Segundo estimativas da Open Doors, quase 4,5 mil cristãos foram mortos no ano passado por causa da sua fé em Jesus, pelo menos 4,7 mil foram presos sem julgamento e mais de 40 mil foram atacados física e psicologicamente. Na Nigéria ocorreram 69% dos assassinatos de cristãos no mundo, especialmente pela ação de grupos radicais islâmicos da etnia fulani.

Open Doors diz também que cerca de 7,7 mil igrejas e outras propriedades cristãs foram atacadas no mesmo período e quase 140 mil cristãos foram forçados a abandonar suas casas ou seu país de origem.

*Andrés Henríquez é um jornalista venezuelano especializado em religião e política. Mais de 5 anos de experiência em meios bilingues. É membro da Federação Regnum Christi.

Fonte: https://www.acidigital.com/noticia/60925/quatro-paises-da-america-latina-estao-em-lista-de-lugares-em-que-ser-cristao-pode-custar-a-vida

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF