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domingo, 26 de setembro de 2021

“Nossa fé é a dos apóstolos, transmitida por São Tomé”

Bento XVI com sua beatitude George Alencherry, na audiência com
a delegação da Igreja siro-malabar, na Sala Clementina do
Palácio Apostólico Vaticano, em 17 de outubro de 2011
[© Osservatore Romano]
outubro de 2011

ÍNDIA. Os siro-malabares


A origem apostólica. A fidelidade às suas tradições.

As relações com os hindus e um florescimento de vida que não conhece fronteiras. As relações com Roma.

Entrevista com George Alencherry, arcebispo-mor da Igreja siro-malabar, durante sua visita ao papa Bento XVI


Entrevista com George Alencherry, arcebispo-mor da Igreja siro-malabar por Roberto Rotondo e Gianni Valente


Roma fica longe de Malabar. Mas, se quisermos perceber o que realmente significa a proximidade que caracteriza e expressa a Communio Ecclesiarum, basta olhar para o fio de gratidão gratuita e recíproca que une a Igreja de Roma e a Igreja siro-malabar. Duas realidades que por quase dez séculos não compartilharam nenhum tipo de vínculo jurídico-institucional. George Alencherry, eleito em maio passado arcebispo-mor dessa Igreja indiana de rito oriental que nasceu da pregação do apóstolo São Tomé, encontrou em outubro o Sucessor de Pedro em sua sé apostólica. Durante sua passagem por Roma, o chefe da comunidade católica de rito oriental mais numerosa e relevante depois dos greco-católicos ucranianos aceitou encontrar-se também com 30Dias.

A entrevista foi feita na Domus Romana Sacerdotalis, na via della Traspontina.


Beatitude, conte-nos sobre seu encontro com o Santo Padre.

GEORGE ALENCHERRY: Fui eleito arcebispo-mor pelo Sínodo da Igreja siro-malabar em maio, e mais tarde o Papa confirmou minha eleição. Foi a primeira vez que esse procedimento foi aplicado: os dois arcebispos-mores que me antecederam foram escolhidos diretamente pela Santa Sé. A eleição ocorreu em 24 de maio, e no dia 29 me instalei como arcebispo-mor e arcebispo da diocese de Ernakulam-Angamaly. A visita de outubro foi a primeira que fiz ao Papa como arcebispo-mor, ao lado do Sínodo Permanente dos nossos bispos. Foi a oportunidade para renovar a minha declaração de lealdade e obediência ao sucessor de Pedro. Durante a viagem, visitei também outros organismos da Santa Sé, particularmente a Congregação para as Igrejas Orientais.

De que assuntos vocês trataram em seus encontros no Vaticano?

Falamos muito dos problemas de jurisdição que criam obstáculos à nossa obra pastoral. A Igreja siro-malabar tem cerca de quatro milhões de fiéis, dos quais 3 milhões e 400 mil vivem nas vinte e oito dioceses que existem na Índia. Dessas dioceses, dezoito se encontram em território próprio da Igreja siro-malabar (Kerala, parte do Tamil Nadu e Karnataka). Nós temos jurisdição territorial apenas nessas dezoito dioceses, mas gostaríamos de ter uma jurisdição territorial que cobrisse todo o território da Índia: esse é um dos nossos apelos ao Santo Padre, e para nós é uma exigência importante. Acreditamos que seja um direito nosso. Antes da chegada dos missionários ocidentais – os portugueses chegaram lá no século XVI – a jurisdição dos “cristãos de São Tomé” se estendia por toda a Índia. Depois, os missionários ocidentais, por influência dos soberanos europeus, tomaram a jurisdição da Índia, restringindo a nossa às áreas em que estávamos mais concentrados.

Seu pedido pode parecer a reivindicação de direitos passados, já sepultados pela história...

Não, é uma questão relacionada ao presente, em termos muito concretos. Tem crescido o número de nossos fiéis, e eles se espalham por outras regiões. E o que acontece é que nesses lugares o nosso povo não encontra um atendimento pastoral adequado, em continuidade com a sua tradição, e sofre por isso. Nossos fiéis estão acostumados à nossa liturgia, nossos costumes, nossas formas de oração e de participação dos leigos na administração das paróquias. O papel dos leigos na vida das paróquias e na catequese é uma peculiaridade da Igreja siro-malabar. Em muitas grandes cidades há grandes concentrações de fiéis siro-malabares: setenta mil em Delhi, cinquenta mil em Chennai e Bangalore, cerca de vinte mil em Hyderabad. Gostaríamos de poder estabelecer dioceses ao menos nesses grandes centros urbanos.

E o que lhes responderam?

A Santa Sé nos disse que em princípio temos direito à jurisdição. Mas, visto que a Igreja latina se instalou nas outras regiões, é preciso estabelecer algum tipo de entendimento negociado com os latinos. O Santo Padre compreende as nossas necessidades e nos explicou que será necessário dar um passo por vez. Lembrou-nos as palavras do Concílio Vaticano II, que diz que cada Igreja sui iuris tem direito a poder viver com autonomia. Há uma anomalia histórica que precisa ser corrigida. Nós somos pacientes, mas não é justo que as coisas continuem assim.

Quais foram as objeções feitas ao seu pedido?

As Igrejas siro-malabar, siro-malancar e latina já possuem hoje dioceses que se sobrepõem em nosso território histórico. Porém, alguns bispos acham que pode haver dificuldades se estendermos nossa jurisdição a territórios que caem em suas dioceses. Vocês precisam entender que em algumas dioceses latinas, atualmente, os siro-malabares representam a maior parte dos fiéis atendidos pelos sacerdotes latinos. Se estendêssemos a jurisdição, em algumas dessas dioceses latinas poderiam restar pouquíssimos fiéis de rito latino. Outro temor está ligado aos padres siro-malabares que aprenderam o rito latino e trabalham nas dioceses latinas. Há mais de trinta bispos de origem siro-malabar que trabalham como bispos latinos nas dioceses do norte.

George Alencherry crisma uma criança [© George Alencherry]

E fora da Índia, como andam as coisas?

Há um grande número de fiéis siro-malabares fora da Índia. Nos Estados Unidos, são cerca de cem mil, e foi instituída para eles uma diocese com centro em Chicago. A maior parte dos fiéis no exterior se concentra no Golfo Pérsico. Na Arábia Saudita, são mais de oitenta mil, quase todos trabalhadores que se transferiram para lá de maneira permanente. O Papa nomeou dois vigários apostólicos e um núncio, mas os sacerdotes que foram encarregados de atender a esses fiéis, mesmo sendo de origem siro-malabar, aderiram às congregações latinas e são latinos como formação. A ausência de sacerdotes do nosso rito criou uma certa tensão nesses países. É um outro problema que comunicamos à Santa Sé; esperamos que nos ouçam.

Como vai a colaboração entre as diversas Igrejas católicas na Índia?

As três Igrejas, latina, siro-malabar e siro-malancar, são parte da única Igreja universal, e temos uma conferência episcopal formada pelos bispos das três Igrejas. Nessa conferência, trabalhamos juntos sem nenhum problema. A Igreja Católica é comunhão de diversas Igrejas particulares: há vinte e duas Igrejas orientais, que, com a latina, compõem a Igreja universal. Só a partir dessa teologia é possível o ecumenismo: se os greco-ortodoxos percebessem a existência dessa comunhão, se uniriam aos católicos. Ecumenismo não é levar a Igreja Ortodoxa a ser administrada pela latina. Nós, de dentro, pedimos um ecumenismo real. Os ortodoxos o pedem de fora. Mas alguns dos latinos não compreendem isso.

E as relações com os hindus?

De modo geral, o hinduísmo é uma religião que promove a paz e a harmonia. A maior parte das pessoas nos vê com simpatia, e trabalhamos juntos. Mas, como vocês sabem, no passado recente houve grupos de fundamentalistas que criaram problemas. Em todos os países, por um motivo ou outro, existem fundamentalistas. Assim como existem extremistas políticos, que chamamos terroristas. Na Índia existem grupos extremistas dentro do hinduísmo: quem acredita no autêntico hinduísmo não gosta deles, mas esses grupos criam problemas sobretudo para os cristãos. Eles temem que os cristãos, por meio das conversões, tomem o controle do país. Mas é um medo sem fundamento, e os cristãos, por sinal, não reagem com violência aos seus ataques. O governo sabe disso e nos está ajudando.

A Igreja siro-malabar conservou-se na fé dos apóstolos vivendo no meio de uma cultura arraigada a outros pressupostos religiosos. Esse é um esplêndido testemunho de que a Igreja é de Jesus Cristo (Ecclesiam Suam, como escreveu Paulo VI). O que a história dos cristãos siro-malabares pode sugerir à cristandade inteira?

A herança que carregamos é o resultado de vinte séculos de testemunho da fé católica, à qual sempre nos mantivemos fiéis, mesmo quando fomos seriamente incompreendidos pelos missionários estrangeiros. A nossa Igreja tem um estilo único de catequese: nas famílias, nas paróquias e nas escolas, em todos esses três níveis, ensinamos as crianças a preservar a fé. Aqui, em Roma, há cerca de seis mil fiéis siro-malabares: em 16 de outubro celebramos uma bela liturgia na Basílica de Latrão. A basílica estava cheia.

A Igreja siro-malabar confirmou a comunhão com Roma depois de séculos de ausência de contatos. É o sinal de que a comunhão da Igreja não é em primeiro lugar o resultado de relações jurídicas...

A nossa fé é a dos apóstolos, transmitida por São Tomé. São Tomé não poderia ter começado uma nova Igreja por suas próprias forças. Mesmo na Índia, ele fez apenas o que Jesus lhe ordenou. Pelo mesmo motivo, Tomé e todos aqueles que dele receberam o anúncio evangélico estão em comunhão com Pedro, e isso é garantia da nossa fé. A lealdade ao Papa vem da nossa experiência de fé: rezamos pelo Papa na celebração eucarística, consideramos na liturgia os santos de todas as Igrejas particulares, tanto quanto os nossos. Doutrinalmente, preservamos o que recebemos do Credo de Niceia. A eucaristia e os outros sacramentos, por dom do Espírito Santo, nos unem na Igreja una, santa e apostólica.

Uma procissão durante a “dukhrana”, a celebração de São Tomé,
perto da igreja de São Tomé, em Palayur, no estado de Kerala

O senhor pode nos falar da devoção que vocês têm a São Tomé?

Depois das festas de Nosso Senhor, desde o Natal até a Páscoa, e das festas da Bem-Aventurada Virgem Maria – Imaculada Conceição, Natividade e Assunção –, a festa mais solene na Igreja siro-malabar é a “duchrana”, ou comemoração de São Tomé. Nós a celebramos no mundo inteiro; mesmo na Arábia Saudita, onde não pode haver celebrações oficiais, mais de trezentos fiéis se reuniram num espaço particular e me telefonaram, pedindo uma bênção. Segundo a tradição, Tomé fundou sete comunidades na Índia. Todos esses lugares se tornaram metas de peregrinação. E no primeiro domingo depois da Páscoa celebra-se a festa de São Tomé tocando o lado de Jesus. É uma grande festa, da qual participam muitos hindus.

O cardeal Levada, no último Sínodo das Igrejas orientais, anunciou que consultaria os patriarcas orientais sobre uma possível reforma do exercício do ministério petrino. O que sugere, particularmente a respeito das relações com as Igrejas orientais?

A Igreja Católica, por meio do Conselho para a Unidade dos Cristãos, já começou um diálogo sobre o primado. Acho que devemos prosseguir nesse diálogo e procurar um acordo comum com as Igrejas do Oriente, como havia nos primeiros quatro séculos da cristandade. Naquela época havia uma compreensão comum do primado. Hoje a Igreja Ortodoxa objeta que é impossível voltar à teologia precedente ao Concílio de Calcedônia, pois não possuímos nenhum documento daquela época. Mas creio que mesmo a partir dos documentos e dos pronunciamentos posteriores à época de Calcedônia seja possível um diálogo e um acordo em torno do ministério petrino. Pois existe a expressão primus inter pares. Nós todos precisamos de um ministério petrino que seja referência de unidade para todas as Igrejas. Eu tenho a esperança de que encontremos um ponto no meio do caminho em que a Igreja Católica e as Igrejas ortodoxas possam encontrar-se na plena comunhão da Igreja de Cristo.

Por séculos, a Igreja de vocês teve de lidar com os processos de “latinização” a que foi submetida. Houve quem os considerasse heréticos ou cismáticos porque tinham suas orações e suas liturgias e não falavam latim. Hoje ainda se veem em circulação resíduos dessa mentalidade?

O modo de pensar mudou muito, mesmo na Igreja latina. Entre os teólogos, entre a maioria dos bispos e na Sé Apostólica. Padre Placid Podipara, C.M.I., um teólogo e historiador muito renomado da nossa Igreja, disse que a Igreja siro-malabar é cristã por fé, hindu por cultura e oriental no culto. Infelizmente, os missionários que chegaram no século XVI não compreenderam isso. Não tinham más intenções, era a atitude da época. Mas hoje o que eles pensaram que era errado pode ser restaurado. Isso é o que diz o Concílio Vaticano II. Muito mudou, mas onde não houve essa mudança há problemas. E isso acontece com a mentalidade de alguns bispos latinos. Eu disse isso também ao Papa: “Santidade, há muitos bispos latinos que compreendem corretamente a eclesiologia de comunhão, mas há outros...”.

A liturgia teve um papel central para a continuidade histórica da sua Igreja. Como o senhor vê a importância que o magistério do Papa atual dá à liturgia?

O magistério do Papa atual está realmente salvando a Igreja de nosso tempo. Muitas aberrações estavam penetrando na Igreja, às vezes em nome do Concílio Vaticano II. Alguns interpretaram mal esse Concílio, detendo-se nas coisas acidentais e perdendo de vista o essencial. O Papa quer seguir o que o Vaticano II realmente quis dizer. E quando ele, pouco a pouco, conseguir que essas coisas sejam admitidas, a Igreja estará realmente unida. A dissipação e a mundanização da Igreja são realmente extensas, especialmente na Europa, e será preciso tempo para que a Igreja se recomponha. Mas essa é a intenção do Papa, e a Igreja siro-malabar está com ele.

No entanto, houve também na Igreja siro-malabar controvérsias acirradas entre aqueles que defendem a recuperação integral do patrimônio litúrgico tradicional e os que julgam que isso é uma forma de esteticismo tradicionalista. Entre “caldeizantes” e “latinizantes”...

Eu lhes digo: se uma coisa é caldeia, ou europeia, ou de qualquer outro lugar, o que é válido é válido. Mas alguns, em consequência da latinização, se convenceram de que o que pertence à cultura ocidental é bom e o que vem do Oriente não é. É uma impressão criada pela latinização a que fomos submetidos durante três séculos. Embora a Igreja universal, com o Concílio Vaticano II, nos tenha restituído a liberdade de recuperar os elementos válidos do nosso patrimônio, boa parte da Igreja os esqueceu e não sente a exigência dessa recuperação. Dizem: continuamos a caminhar com o que temos hoje, e se precisarmos de outras coisas as pegaremos da Igreja latina. Essa é a sua atitude. Outros respondem que para continuar a ser o que somos devemos antes de mais nada recuperar o que nos foi tirado e perdemos.

Eu, em meu ofício, tentarei criar mais unidade e também uma certa uniformidade nas celebrações litúrgicas. Não uma uniformidade integral, mas uma unidade em torno do essencial. Que deve ser realizada aos poucos. Gradualmente. Por exemplo, já houve gente na Igreja latina que dizia que nós celebramos olhando para a parede. Mas olhar para o leste não é ter a cara enfiada na parede. É olhar para a direção de onde vem o Senhor. Na teologia da nossa Igreja, o povo e o celebrante oferecem juntos o sacrifício a Deus Pai, voltados para o Oriente.

Devoção mariana em Srinagar, no estado
de Jammu e Kashmir [© AFP/Getty Images]

A Índia está-se tornando uma espécie de superpotência geoeconômica. Surgem novos problemas. Como é que esses processos interferem no seu trabalho pastoral?

O mundo, ao mudar, muda-nos também. Nossos fiéis migram, para estudar ou trabalhar. Só um terço deles vive nas dioceses originárias. Cerca de dois terços estão fora, nas grandes cidades. Nos Estados Unidos e na Europa existem médicos, empresários, comerciantes siro-malabares que estão subindo na escala social. Se nos for reconhecida a jurisdição universal sobre nossos fiéis, poderemos realmente promover essa energia, de modo que sua força esteja a serviço da Igreja universal. Do contrário, o que perdermos a Igreja universal também perderá. E, se nossos fiéis encontrarem dificuldades para continuar em contato com seu patrimônio espiritual, procurarão o sentido espiritual nos grupos pentecostais ou em realidades semelhantes. Isso já está acontecendo. Nós estamos perdendo nossos fiéis. Eles vão da Índia para o Ocidente e encontram alguém que lhes diz: por que você precisa ir às igrejas dos latinos? Venha conosco, rezemos juntos. Perdemos muitos assim. Estamos angustiados com isso e expressamos nossa angústia aos organismos vaticanos. Todos parecem compreender o que dizemos, mas depois não tomam decisões. Precisam consultar uma série de pessoas, e o tempo passa. E as coisas pioram. Muitos parecem não entender que se a Igreja siro-malabar florescer e prosperar a Igreja universal florescerá também. Pois toda Igreja particular existe para a Igreja universal. E a Igreja latina também é uma Igreja particular. Ao passo que na cabeça de alguns universal coincide com latino. Essa obviamente não é a doutrina oficial. Não é o pensamento de nenhum teólogo sério. Mas continua a ser uma mentalidade muito difundida, e gera atrasos.

Nos últimos dias, houve um importante congresso internacional sobre a chamada Anáfora de Addai e Mari, na Pontifícia Universidade Gregoriana. Por que essa anáfora tem uma importância especial do ponto de vista ecumênico e litúrgico?

Anáfora de Addai e Mari é a mais antiga da Igreja universal. Nela vemos a mais simples teologia dos Evangelhos, a mais germinal compreensão do mistério de Cristo, sem as formulações doutrinais que vieram depois. Tal como o Evangelho de São Marcos é o Evangelho mais simples, a liturgia de Addai e Mari é a mais simples de todas. Assim, quando a celebramos, experimentamos intensamente a presença de Jesus conosco. Até mesmo as expectativas e as súplicas da Igreja são muito bem integradas na Anáfora. Ela contém as orações pelos fracos, pelos oprimidos, pelos martirizados, pelos pobres, pelos refugiados. Enfim, tem a beleza da simplicidade. A Anáfora de Addai e Mari é usada pela Igreja assíria do Oriente, e tem a característica de não conter de maneira explícita as palavras da instituição, pronunciadas por Jesus na Última Ceia (“Tomai e comei, este é o meu corpo. [...] Tomai e bebei, este é o meu sangue. [...] Fazei isto em memória de mim”). A Igreja siro-malabar também usou a forma tradicional dessa anáfora até o século XVI, sem interpolações. Mas os teólogos latinos afirmavam que sem as palavras da instituição não havia verdadeira consagração, e por isso não consideravam válida a Anáfora de Addai e Mari. Em 2001, o Pontifício Conselho para a Unidade dos Cristãos, com o consenso da Congregação para a Doutrina da Fé, reconheceu a validade dessa anáfora, usada desde tempos imemoriais também em nosso Qurbana, o sacrifício eucarístico segundo o rito malabar.

Fonte: http://www.30giorni.it/

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Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF