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sábado, 25 de setembro de 2021

XXVI DOM TEMPO COMUM - Ano B

Dom Paulo Cezar | arqbrasilia

Dom Paulo Cezar Costa / Arcebispo de Brasília

A Sabedoria do Discípulo do Reino

            A Palavra de Deus, deste domingo, coloca diante de nós a sabedoria do Reino. A primeira leitura mostra que a sabedoria deve ser preferida a tudo: “Preferi a sabedoria aos cetros e tronos e em comparação com ela, julguei sem valor a riqueza; a ela não igualei nenhuma pedra preciosa, pois, a seu lado, todo o ouro do mundo é um punhado de areia e, diante dela, a prata será como a lama”( Sb 7, 8). Quem tem a sabedoria tem tudo. A sabedoria, na Bíblia, é busca do homem e é o dom de Deus. O homem sábio é alguém que perscruta, busca conhecer as coisas, mas é também o homem que vive da Palavra de Deus, da Lei de Deus, pois Deus é o autor da sabedoria.

No Evangelho, encontramos um jovem que não consegue viver com sabedoria (Mc 10, 17-30). Ele faz uma pergunta fundamental para Jesus: Bom Mestre, que devo fazer para ter a vida eterna? O desejo da vida eterna está presente no coração de todo homem, de toda mulher. Todos nós desejamos a vida e a vida eterna. A grande crise da filosofia existencialista foi quando se deparou com a realidade de que o homem era um ser para a morte. Ninguém quer morrer, queremos viver. A pergunta deste jovem é também a nossa hoje. Também nós queremos a vida eterna. Jesus responde, num primeiro momento, propondo o caminho ordinário dos judeus: os mandamentos. Mas aquele homem já trilhava um caminho de perfeição moral, ele já guardava os mandamentos. Tanto que ele responderá para Jesus: “…tudo isso tenho observado desde a minha juventude”. Jesus o convida a dar um passo maior, a tornar-se discípulo: “…vai, vende tudo que tens e dá aos pobres, e terás um tesouro no céu. Depois vem e segue-me” (Mc 10,21). Jesus o convida a trocar o tesouro da terra pelo tesouro do céu. Era preciso vender o tesouro da terra, dá-lo aos pobres, para ter o tesouro do céu. Mas este homem não tinha liberdade diante do que possuía, era apegado aos seus bens, às suas riquezas. Por isso, afasta-se triste, pois era muito rico. Não é capaz de se tornar discípulo de Jesus, não é capaz de deixar tudo por Jesus, de fazer de Jesus a única riqueza da sua vida.

Jesus vai afirmar como é difícil um rico entrar no Reino de Deus. “É mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no Reino de Deus” (Mc 10, 25). A afirmação de Jesus causa admiração até nos discípulos, e talvez nos escandalize ainda hoje. Mas Jesus quer nos escandalizar mesmo, pois quem não vive com liberdade diante dos bens materiais faz deles o seu deus, o tudo da sua vida. Jesus não diz que é impossível um rico se salvar, mas remete para a onipotência de Deus: “para Deus tudo é possível” (Mc 10, 27).  Por fim, Pedro pergunta pela recompensa do discípulo: “… e nós que deixamos tudo e te seguimos?” Jesus mostra que o discípulo terá a sua recompensa aqui neste mundo e, ainda, a vida eterna, mas com perseguições.

Que esta palavra de Deus nos ajude a viver com sabedoria, vivendo bem neste mundo, mas com os olhos fixos no céu. Usemos os bens deste mundo sabendo que só Deus é o definitivo da nossa vida.

Fonte: https://arqbrasilia.com.br/

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Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF