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sábado, 3 de fevereiro de 2024

Da Constituição Pastoral Gaudium et spes sobre a Igreja no mundo de hoje, do Concílio Vaticano II

A atividade humana (Blog Marcelo Coruja)

Da Constituição Pastoral Gaudium et spes sobre a Igreja no mundo de hoje, do Concílio Vaticano II (N. 35-36)

(Séc. XX)

A atividade humana

A atividade humana origina-se no homem e para o homem se ordena. De fato, ao trabalhar, o homem não apenas modifica os seres e a sociedade, mas aperfeiçoa-se a si também. Aprende muitas coisas, desenvolve suas faculdades, sai de si mesmo e se supera.

Este crescimento, se bem entendido, vale muito mais que toda a riqueza que possa ajuntar. O homem vale mais pelo que é do que pelo que tem.

Igualmente, tudo quanto os homens fazem para obter maior justiça, fraternidade mais larga e uma ordem mais humana nas relações sociais, tem maior valor do que os progressos técnicos. Estes podem proporcionar base material para a promoção humana, mas, por si sós, não conseguem realizá-la.

Esta é, pois, a norma da atividade humana: que corresponda ao genuíno bem da humanidade, de acordo com o desígnio de Deus, e permita ao homem, como indivíduo ou como membro da sociedade, a plena realização de sua vocação.

Contudo, muitos contemporâneos parecem temer um vínculo muito estreito entre a atividade humana e a religião. Vêem nisso um perigo para a autonomia das pessoas, das sociedades e das ciências. Se por autonomia das realidades terrenas entendemos que toda criatura e as sociedades gozam de leis e de valores próprios, que o homem deve gradualmente reconhecer, utilizar e organizar, tal exigência de autonomia é plenamente legítima. Não só é exigida pelos homens de hojemas concorda com a vontade do Criador. Em virtude mesmo da criação todas as coisas possuem consistência própria, verdade, bondade, leis e ordens específicas. Deve o homem respeitá-las reconhecendo os métodos próprios de cada ciência e técnica.

Seja-nos, portanto, permitido deplorar certas atitudes existentes mesmo entre cristãos, insuficientemente advertidos da legítima autonomia da ciência, que levaram, pelas tensões e controvérsias suscitadas, muitos espíritos a julgar que a fé e a ciência se opõem.

Se, porém, por “autonomia das realidades temporais” se entende que as criaturas não dependem de Deus e que o homem pode usar delas sem qualquer referência ao Criador, quem reconhece a Deus não pode deixar de perceber a que ponto é falsa esta afirmação.

 Porque, sem o Criador, a criatura se reduz a nada.

Fonte: https://liturgiadashoras.online/

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Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF