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quarta-feira, 9 de abril de 2025

Fazer pão, um ato espiritual e uma terapia antidepressiva

Shutterstock

Cibele Battistini - publicado em 09/04/25

Fazer pão em casa é muito mais que uma atividade culinária.

Fazer pão em casa é, sem dúvida, uma terapia antidepressiva que se revela a cada movimento das mãos. Imaginar a farinha suave escorrendo entre os dedos, misturando-se com água e um pouco de sal, é um convite a viver o momento presente. Essa alquimia simples transforma ingredientes básicos em algo extraordinário, um processo que nos conecta com nossas raízes, com a essência do cotidiano.

O pão, tradicionalmente conhecido como o “alimento dos pobres” ( João 6:35), carrega consigo um simbolismo profundo. Ele é, por excelência, um símbolo de partilha e união. Na narrativa cristã, Jesus repartiu o pão entre os seus, multiplicando-o para saciar a fome de muitos ( Mateus 14:13-21). Ao fazer pão em casa, somos convidados a reviver esse gesto de generosidade, lembrando que, mesmo nas coisas mais simples, há uma beleza e uma sacralidade que nos toca.

Enquanto a massa cresce e o aroma do pão invade a cozinha, a mente se aquieta. O ato de amassar, sovar e moldar a massa se torna uma celebração da manualidade, permitindo que os pensamentos se deixem levar, como as nuvens que dançam no céu. O ritmo da atividade traz um senso de calma, um momento de repouso que é, ao mesmo tempo, uma expressão criativa.

O pão caseiro nos convida a refletir sobre as bênçãos da vida e a gratidão por aquilo que temos

Cozinhar, especialmente ao preparar pão, transforma-se em um espaço de meditação. Cada bolo que forma é uma pequena obra de arte, construída com paciência e cuidado. Além disso, o calor do forno dá vida à criação, e a expectativa do pão dourado que emerge se assemelha a um renascimento (DUMONT, 2015).

Esse ritual, tão simples, nos ensina a importância de pausar, de nos reconectar conosco e com o próximo. O pão caseiro nos convida a refletir sobre as bênçãos da vida e a gratidão por aquilo que temos. Ao repartir as fatias quentes, lembramos o ensinamento de Jesus, que não só distribuía o pão, mas também leveza e amor em cada gesto (Lucas 9:10-17).

Assim, fazer pão em casa se torna muito mais que uma atividade culinária; é um caminho para a cura e uma celebração da vida, um passo em direção à serenidade, onde água e farinha se transformam em algo que é, afinal, uma pura expressão de amor e partilha.

Fonte: https://pt.aleteia.org/2025/04/09/fazer-pao-um-ato-espiritual-e-uma-terapia-anti-depressiva

Una, santa, católica e apostólica: estudiosos emitem declaração conjunta sobre características da Igreja

Cúpula da Igreja do Santo Sepulcro em Jerusalém, com Cristo Pantocrator. | Andrew Shiva / Wikipedia / CC BY-SA 4.0

Por Tyler Arnold*

9 de abril de 2025

Vinte acadêmicos católicos e protestantes evangélicos emitiram uma declaração conjunta sobre pontos em que ambas as tradições são unificadas e em que pontos são distintas em suas compreensões das quatro características da Igreja: una, santa, católica e apostólica.

O Credo Niceno foi inicialmente adotado no Primeiro Concílio de Nicéia em 325 d.C., mas as “quatro características ” foram adicionadas ao credo no segundo concílio ecumênico menos de quatro décadas depois, em 381 d.C.

Embora algumas interpretações dos concílios sejam debatidas entre as comunidades de fé cristã, a Igreja Católica, as Igrejas Ortodoxas Orientais e Orientais e a maioria das comunidades protestantes tradicionais reconhecem a validade e a autoridade desses concílios e professam uma tradução vernácula do credo.

Acadêmicos associados ao projeto Evangelicals and Catholics Together (Evangélicos e Católicos Juntos) divulgaram uma declaração de sete páginas sobre as quatro características chamada “O Pilar e o Fundamento da Verdade”.

“Apesar de nossas diferenças, reconhecemos a verdade do Evangelho: Cristo é um. Ele é santo e é o Senhor de todos. Cristo é a fonte e o garante do ensinamento apostólico. Portanto, cada reunião de cristãos fiéis possui, em algum grau, as quatro características da igreja, ainda que imperfeitamente”, diz o documento.

RR Reno, diretor executivo da revista First Things e um dos líderes e signatários da iniciativa, disse à CNA, agência em inglês da EWTN, que a declaração foi emitida “para que possamos ser melhor instruídos sobre o que nossas tradições ensinam sobre a Igreja”.

Reno disse que o Evangelicals and Catholics Together, que foi lançado pela primeira vez na década de 1990, ajuda a “promover o objetivo maior da unidade cristã ao falar sobre as áreas em que concordamos”, mas também evita um “falso ecumenismo que finge que não há diferenças profundas”.

Entre os signatários católicos está monsenhor Thomas Guarino, copresidente teológico católico do grupo e professor emérito de teologia da Universidade Seton Hall ; George Weigel, membro do Centro de Ética e Políticas Públicas e Christopher Ruddy, professor de teologia da Universidade Católica da América.

Entre os signatários evangélicos estão Gerald McDermott, teólogo anglicano e instrutor no Seminário de Jerusalém e no Seminário Episcopal Reformado; Laura Smit, professora na Universidade Calvin; e Dale Coulter, ministro ordenado na Igreja de Deus e professor de teologia no Seminário Teológico Pentecostal.

Una, santa, católica e apostólica

A declaração diz que os estudiosos “não se propõem a resolver as questões que têm dividido protestantes e católicos por séculos”, mas em vez disso, busca “expressar uma compreensão compartilhada das características do credo da Igreja”.

“A cultura secular contemporânea ataca e danifica nosso testemunho corporativo de Jesus como Senhor, frequentemente enfraquecendo nossa fé, subvertendo nossos ensinamentos e corrompendo nossa adoração”, escrevem os estudiosos.

“As perversões e corrupções da cidade de Deus pela cidade do homem são legião: divisão, indiferença, paroquialismo, hipocrisia e outras traições do Evangelho. A afirmação do credo... nos ajuda a discernir onde e quando a Igreja precisa de reforma e reparo”.

Sobre a primeira característica, “una”, a declaração diz: “Concordamos que todos os cristãos estão unidos em uma fé por meio de um batismo” e que “a santidade é o louvor perfeito a Deus e, portanto, o corpo de Cristo é unido quando, fortalecidos pelo Espírito Santo, os crentes oferecem a mesma adoração e culto perfeitos”.

“Reconhecemos que a desunião dos cristãos prejudica nosso testemunho. Nossa unidade em Cristo é algo que o mundo precisa ver para que eles possam conhecer o poder de seu amor”, diz a declaração.

Os estudiosos reconhecem, porém, que católicos e protestantes têm uma “unidade imperfeita” baseada em entendimentos distintos do que torna a Igreja “una” — e que resolver essas disputas ainda é algo que “estamos longe de alcançar”.

Para os católicos, eles escrevem que a unidade da Igreja é baseada na “presença real de Cristo na Eucaristia” e na unidade dos bispos e doutrinas sob a liderança do papa. Para os católicos, a unidade sob Roma “garante que a Igreja seja una em seu ensino, adoração e governança”.

Os evangélicos, por outro lado, acreditam que “a Igreja é una naqueles regenerados em Cristo, pelo Espírito Santo, unidos na profissão da verdadeira doutrina, na prática da pregação bíblica sólida, no batismo, na Ceia do Senhor e na vida cristã fiel”.

Sobre a segunda característica, “santa”, a declaração diz que “juntos reconhecemos que o Filho de Deus governa a Igreja, e que a Igreja é, portanto, um instrumento divino que é sagrado e deve ser digno de seu chamado”. Ela diz também que os signatários estão “unidos em nossa preocupação de que nossas igrejas são frequentemente preguiçosas, mornas e apáticas, falhando em impor disciplina e cultivar as práticas que separam os seguidores de Cristo do mundo”.

“Assim como Cristo é a nossa santidade, a Igreja é santa mesmo agora, por mais oculta que sua santidade possa estar sob a pecaminosidade e a mundanidade dos fiéis”, escrevem os autores.

A terceira característica, “católica”, deriva da palavra grega “katholikos”, que significa essencialmente “no todo” ou “universal”. A declaração diz que católicos e evangélicos estão unidos, em certo sentido, na catolicidade da Igreja porque “o corpo de Cristo é universal” e ambas as tradições de fé estão unidas na crença de que o “amor de Deus não conhece fronteiras; sua oferta de salvação não tem limites”.

“A nota de catolicidade significa mais do que o batismo de pessoas em todo o mundo; somos chamados a converter todas as culturas para que todos os povos reconheçam o senhorio de Cristo em todas as coisas”, escrevem os estudiosos.

“Missão, serviço, liderança e proclamação promovem a catolicidade da Igreja. Nesta obra, concordamos que é Deus em Cristo que faz a catolicidade, que está presente em cada comunidade reunida em seu nome”.

As diferenças na compreensão da catolicidade da Igreja são semelhantes às diferenças na compreensão da unidade da Igreja.

Enquanto os católicos “enfatizam a universalidade sacramental, doutrinária e jurídica da Igreja”, escrevem os estudiosos, os evangélicos “se concentram na confissão de fé consistente e universal, no reconhecimento mútuo dos carismas de serviço e liderança, e em padrões compartilhados de renovação espiritual e renascimento em Cristo”.

Sobre a quarta característica, “apostólica”, a declaração diz que há consenso de que “a Igreja é apostólica porque confessa a fé dos apóstolos e sustenta a vida comum estabelecida em Cristo”.

“Estamos unidos na convicção de que a Igreja deve sempre buscar ser fiel às doutrinas que recebemos dos apóstolos”, escrevem os estudiosos, citando a epístola de são Judas: “A vocação da Igreja é 'batalhar pela fé que uma vez por todas foi entregue aos santos'. Somos chamados a preservar, transmitir e proclamar a Palavra de Deus em sua plenitude”.

Os signatários também dizem concordar que a “religião progressista” busca alterar as doutrinas dos apóstolos, dizendo que ela “representa uma grave ameaça à apostolicidade de nossas igrejas — uma ameaça muito mais grave do que as importantes questões teológicas em jogo nas diferenças entre evangélicos e católicos”.

A declaração fala também sobre pontos em que as duas tradições são distintas.

Os católicos, segundo a declaração, veem “a sucessão apostólica como a cadeia contínua de bispos ordenados para governar, instruir e liderar na adoração, especialmente aqueles que servem na cátedra de São Pedro”. Os evangélicos, por sua vez, enfatizam as Escrituras e que “há uma sucessão de doutrina verdadeira e liderança fiel ao longo dos tempos”.

O documento diz também que evangélicos e católicos se unem no reconhecimento “de que só a Igreja Triunfante no céu é una, santa, católica e apostólica na plenitude da perfeição”.

“Nossa missão, testemunho e adoração constituem a Igreja Militante, que participa da perfeição da Igreja Triunfante, mas não possui sua plenitude. Estamos divididos em nossa avaliação do grau em que possuímos as características da Igreja, mas compartilhamos uma profunda confiança: Cristo prometeu construir sua Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela”.

Projeto Evangélicos e Católicos Juntos

O trabalho no projeto Evangélicos e Católicos Juntos começou em 1992 , e o primeiro documento foi publicado em 1994, chamado “A Missão Cristã no Terceiro Milênio”. A colaboração produziu cerca de uma dúzia de documentos desde seu início, com alguns deles focados em questões sociais e culturais e outros focados em questões teológicas.

Reno disse que a iniciativa foi lançada com dois objetivos: “Um é ser capaz de falar de forma unida sobre muitas questões culturais do nosso tempo” e o outro é “promover o objetivo maior da unidade cristã falando sobre as áreas em que concordamos”, ao mesmo tempo em que reconhece que as diferenças “permanecem reais”.

Ele disse que a iniciativa ajuda a “quebrar estereótipos que muitas vezes dificultam a compreensão mútua”.

“Todos concordamos que somos chamados por Deus para obedecer à sua vontade; para servir ao seu propósito. Esse é um compromisso unificador numa era secular”, disse Reno.

Reno disse que uma “cultura secular cada vez mais progressiva e hostil, especialmente entre as elites americanas”, tornou a iniciativa possível porque isso “uniu os americanos religiosos”. Ele disse que isso deu “uma oportunidade de realmente ter conversas e sondar nossas diferenças”.

Guarino disse à CNA que católicos e evangélicos se tornaram “aliados nas guerras culturais” primeiro, mas que essa iniciativa tinha como objetivo dar uma unificação teológica.

“É a ideia de que somos irmãos em Jesus Cristo”, disse Guarino.

Ele disse que o ecumenismo é “importante, não como uma aliança política, mas para os cristãos testemunharem juntos”. Ele disse também que, embora “tenhamos algumas diferenças” com os evangélicos, ambos os grupos também “compartilham muito”.

Segundo Guarino, quando a iniciativa foi lançada, os estudiosos de ambos os lados estavam “convencidos de que o Evangelho era importante para responder [ou] certamente contribuir para a compreensão dos complexos problemas sociais e políticos que o país e o mundo enfrentam”.

“Há muito que podemos dizer juntos sobre a Igreja, [embora haja] um longo caminho a percorrer em termos de unidade teológica completa”, disse Guarino.

*Tyler Arnold é repórter do National Catholic Register. Já trabalhou no site de notícias The Center Square e suas matérias foram publicadas em vários veículos, incluindo The Associated Press, National Review, The American Conservative e The Federalist.

Fonte: https://www.acidigital.com/noticia/62075/una-santa-catolica-e-apostolica-estudiosos-emitem-declaracao-conjunta-sobre-caracteristicas-da-igreja

Papa: o amor de Jesus é gratuito, não se compra nem se mendiga

Praça São Pedro  (VATICAN MEDIA Divisione Foto)

Na catequese desta quarta-feira (09/04), dentro do ciclo dedicado a “A vida de Jesus. Os encontros”, o Papa Francisco refletiu sobre o episódio do jovem rico narrado pelo evangelista Marcos. “Jesus nos convida a largar os pesos que nos impedem de caminhar e a redescobrir a beleza de uma vida vivida no amor gratuito”, afirmou o Pontífice. O olhar de Jesus, cheio de ternura, revela a nossa sede mais profunda: ser amados por aquilo que somos.

Thulio Fonseca - Vatican News

Dando continuidade ao caminho de reflexões para o Jubileu 2025 com o tema "Jesus Cristo, nossa Esperança", o Papa dedicou sua catequese semanal a um encontro marcante do Evangelho: o de Jesus com o jovem rico, tal como narrado em Marcos 10,17-22.

Francisco, no texto publicado pela Sala de Imprensa da Santa Sé, abordou o drama de quem, mesmo tendo uma vida moralmente correta, sente que algo ainda falta. “Este homem — sublinha o Papa — desde jovem observava os mandamentos, mas ainda não havia encontrado o sentido profundo da vida. Ele carrega dentro de si uma inquietação, uma sede, uma carência que não se resolve apenas com o cumprimento da Lei.”

Jesus vê o coração

O Evangelho apresenta este homem como alguém que corre ao encontro de Jesus, se ajoelha e pergunta: “Bom Mestre, que devo fazer para alcançar a vida eterna?”. A pergunta revela uma lógica de mérito: como se a salvação fosse uma conquista, um prêmio por boa conduta. “Mas Jesus — explica o Pontífice — vai além da pergunta. Ele não se limita a escutar palavras, Ele olha o coração.”

O verbo usado por Marcos é expressivo: “fitando o olhar, sentiu afeição por ele”. Jesus vê além das aparências, vê a fragilidade e, ao mesmo tempo, o desejo profundo de ser amado:

“SOMOS VERDADEIRAMENTE FELIZES QUANDO NOS DAMOS CONTA DE QUE SOMOS AMADOS ASSIM, GRATUITAMENTE, PELA GRAÇA. E ISTO VALE TAMBÉM NAS RELAÇÕES ENTRE NÓS: ENQUANTO PROCURARMOS COMPRAR O AMOR OU MENDIGAR O AFETO, ESSAS RELAÇÕES NUNCA NOS FARÃO SENTIR FELIZES.”

A proposta de uma vida nova

Jesus propõe ao jovem algo radical: “Vai, vende tudo o que tens, dá aos pobres e terás um tesouro no céu; depois, vem e segue-me”. Trata-se de um convite à liberdade interior, a desatar os nós que nos prendem ao porto da autossuficiência. “A imagem do navio é iluminadora: podemos ter uma embarcação perfeita, mas se os lastros não forem puxados, ela nunca partirá”, comentou o Papa. “Assim acontece conosco: pensamos que estamos bem, mas algo nos impede de avançar. E por vezes, o que julgamos ser uma segurança, é apenas um peso.”

Jesus não chama o jovem à solidão, mas à relação. O seguimento de Cristo é um convite a viver em comunhão, a sair do anonimato. “Na cultura do individualismo em que vivemos, corremos o risco de perder até mesmo o som do nosso nome. Só em uma relação de amor gratuito é que escutamos alguém nos chamar, e então sabemos quem somos.”

Acolher o amor de Deus

O jovem, porém, se afasta triste. “É a tristeza de quem não consegue desapegar-se, de quem permanece preso às suas seguranças”, lamenta o Papa. “Quantas vezes confundimos riquezas com felicidade, e nos esquecemos que o amor não se compra, não se exige: o amor se acolhe.”

O Santo Padre concluiu convidando a todos a confiar ao Coração de Jesus as pessoas que se sentem tristes, indecisas, bloqueadas em suas escolhas. “Peçamos que cada um possa sentir o olhar de Jesus, cheio de ternura, que nos ama assim como somos e nos chama a levantar âncora, a largar o porto e a navegar para o largo da esperança.”

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

terça-feira, 8 de abril de 2025

Como ajudar adequadamente um ente querido com depressão?

Gorodenkoff | Shutterstock

Aleteia Polônia - publicado em 02/04/25

Como a família e os amigos podem ajudar uma pessoa com depressão? Às vezes, uma pequena mudança é suficiente, outras vezes uma presença silenciosa.

A depressão não é uma tristeza passageira. É uma doença que tira sua esperança, o tranca na escuridão e torna até as atividades mais simples um grande esforço. O problema adicional é que muitas pessoas se identificam com sua depressão. A doença torna-se a base de sua identidade. Aqui está a maneira certa de ajudar.

Por que evitar rótulos?

Um importante artigo científico sobre adolescentes e jovens adultos com problemas de saúde mental foi publicado em 2024. Ele revelou que adotar um rótulo como "Eu tenho depressão" apenas agrava o problema. 

Uma pessoa que só pensa em si mesma em termos de sua doença pode parar de acreditar que tem algo a dizer em sua vida. Embora ela geralmente se beneficie da farmacoterapia, ela muitas vezes renuncia à psicoterapia e outras formas de apoio (como atividade física e mudanças na dieta) que, como mostra um crescente corpo de pesquisas, são cruciais para superar a depressão. 

Portanto, em vez de tranquilizar o paciente de que a depressão é uma parte intrínseca de sua identidade, é aconselhável comunicar uma perspectiva diferente. As palavras: "Você está lutando, mas juntos encontraremos uma solução" não o prendem a um padrão, mas abrem um espaço para a mudança. Essa abordagem oferece esperança e nos lembra que a depressão não define uma pessoa – é apenas um momento difícil da vida.

Conversa que dá esperança: como falar para ser verdadeiramente solidário?

Uma situação especialmente difícil é quando a pessoa que apresenta sintomas de depressão é um adolescente. Mesmo quando temos uma criança saudável, em conversas com ela podemos sentir que estamos falando com uma parede. Perguntamos: "Como foi a escola?" e a resposta é "Bem". Perguntamos: "O que aconteceu?" e a criança responde: "Nada". Essa forma de comunicação é especialmente comum em adolescentes que sofrem de transtornos depressivos. É por isso que estamos compartilhando algumas dicas para melhorar a comunicação. 

É essencial entender que a depressão muda a maneira como percebemos a realidade. Às vezes o paciente não fala muito porque não tem forças, outras vezes porque sente que, de qualquer forma, ninguém vai entendê-lo. Portanto, vale apostar em uma comunicação que não force respostas longas, mas mostre que a outra pessoa está disposta a ouvir. 

Aqui ajuda a escuta reflexiva, ou seja, parafrasear o que o interlocutor diz. Se, por exemplo, um adolescente diz com raiva: "Eu odeio quando você fala comigo, você é sempre tão mandão e sabe tudo. É como se você não me notasse." O pai pode responder: "Eu entendo que você está chateado porque sente que eu não o ouço". 

No entanto, nem sempre é necessário procurar respostas. Às vezes, a maior ajuda é simplesmente estar presente. Quando a pessoa não quer falar, basta dizer: "Estou aqui por você", ou simplesmente estar ao  lado, sem pressão, sem julgar, sem esperar.

Palavras que apoiam

Em certa ocasião, Amélia, uma garota de 13 anos que também sofria de depressão, escreveu um artigo sábio em seu (agora extinto blog "anjos de porcelana") sobre o que uma pessoa com depressão precisa ouvir. Aqui estão algumas frases-chave:

Estou ao seu lado. Eu não vou abandoná-lo. 

Você é importante para mim. 

Vejo que você está passando por um momento difícil. 

Se você quiser conversar, estou aqui. 

Como posso ajudá-lo? 

Não há nada de errado em pedir ajuda. 

Não é sua culpa. 

Você não está sozinho. 

Estarei ao seu lado, mesmo que as coisas corram mal para você.

Pequenos passos, grandes mudanças: como você pode ajudar realmente uma pessoa com transtorno depressivo?

Uma pessoa deprimida geralmente desiste de atividades que antes a faziam feliz. O mundo está ficando cada vez menor: primeiro desaparece o desejo de encontrar amigos, depois os pequenos rituais diários são negligenciados, até que finalmente a única realidade ainda é a cama e a tela do smartphone. Esse mecanismo pode ser comparado ao funil da depressão: quanto mais fundo o paciente afunda nele, mais difícil é para ele sair.

Fonte: https://pt.aleteia.org/2025/04/02/como-ajudar-adequadamente-um-ente-querido-com-depressao

Dos Sermões de São Leão Magno, papa

A cruz de Cristo: fonte de bênçãos e graças (Liturgia das Horas Online)

Dos Sermões de São Leão Magno, papa

(Sermo 8, De passione Domini, 6-8: PL 54,340-342)

(Séc. V)

A cruz de Cristo é fonte de todas as bênçãos e origem de todas as graças.

Que a nossa inteligência, iluminada pelo Espírito da Verdade, acolha com o coração puro e liberto, a glória da cruz que se irradia pelo céu e a terra; e perscrute, com o olhar interior, o sentido destas palavras do Senhor, ao falar da iminência de sua paixão: Chegou a hora em que o Filho do Homem vai ser glorificado (Jo 12,23). E em seguida: Agora sinto-me angustiado. E que direi? “Pai, livra-me desta hora!”? Mas foi precisamente para esta hora que eu vim. Pai, glorifica o teu Filho! (Jo 12,27). E tendo vindo do céu a voz do Pai que dizia: Eu o glorifiquei e o glorificarei de novo! (Jo 12,28), Jesus continuou, dirigindo-se aos presentes: Esta voz que ouvistes não foi por causa de mim, mas por causa de vós. É agora o julgamento deste mundo. Agora o chefe deste mundo vai ser expulso, e eu, quando for elevado da terra, atrairei tudo a mim (Jo 12,30-32).

Ó admirável poder da cruz! Ó inefável glória da Paixão! Nela se encontra o tribunal do Senhor, o julgamento do mundo, o poder do Crucificado!

Atraístes tudo a vós, Senhor, para que o culto divino fosse celebrado, não mais em sombra e figura, mas num sacramento perfeito e solene, não mais no templo da Judéia, mas em toda parte e por todos os povos da terra.

Agora, com efeito, é mais ilustre a ordem dos levitas, maior a dignidade dos sacerdotes e mais santa a unção dos pontífices. Porque vossa cruz é fonte de todas as bênçãos e origem de todas as graças. Por ela, os que creem recebem na sua fraqueza a força, na humilhação, a glória, na morte, a vida. Agora, abolida a multiplicidade dos sacrifícios antigos, toda a variedade das vítimas carnais é consumada na oferenda única do vosso corpo e do vosso sangue, porque sois o verdadeiro Cordeiro de Deus que tirais o pecado do mundo (Jo 1,29). E assim realizais em vós todos os mistérios, para que todos os povos formem um só reino, assim como todas as vítimas são substituídas por um só sacrifício.

Proclamemos, portanto, amados filhos, o que o santo doutor das nações, o apóstolo Paulo, proclamou solenemente: Segura e digna de ser acolhida por todos é esta palavra: Cristo veio ao mundo para salvar os pecadores (1Tm1,15).

E é ainda mais admirável a misericórdia de Deus para conosco porque Cristo não morreu pelos justos, nem pelos santos, mas pelos pecadores e pelos ímpios. E como a natureza divina não estava sujeita ao suplício da morte, ele assumiu, nascendo de nós, o que poderia oferecer por nós.

Outrora ele ameaçava nossa morte com o poder de sua morte, dizendo pelo profeta Oséias: Ó morte, eu serei a tua morte; inferno, eu serei a tua ruína (cf. Os 13,14). Na verdade, morrendo, ele se submeteu às leis do túmulo, mas destruiu-as, ressuscitando. Rompeu a perpetuidade da morte, transformando-a de eterna em temporal. Pois, como em Adão todos morrem, assim também em Cristo todos reviverão (1Cor 15,2).

Fonte: https://liturgiadashoras.online/

Homem invade igreja e destrói imagens do Bom Jesus e de santa Edwiges em São Paulo

Homem invade igreja e quebra as imagens do Bom Jesus e de santa Edwiges da paróquia Bom Jesus das Oliveiras. | Crédito: Captura de tela de vídeo do Instagram da Paróquia Bom Jesus das Oliveiras.

Por Nathália Queiroz*

8 de abril de 2025

Um homem invadiu a igreja e quebrou as imagens do Bom Jesus e de santa Edwiges da paróquia Bom Jesus das Oliveiras, no setor Itaim Paulista, Zona Leste de São Paulo (SP). Identificado pela Polícia Civil, ele será investigado por ultraje a culto religioso.

No domingo (6) de manhã, “alguém desaforado entrou aqui na Igreja e com fúria procurando pelo padre partiu para a agressão quebrando as duas imagens que a gente tinha na Igreja. A imagem do Bom Jesus e a imagem de santa Edwiges, padroeiro e a copadroeira da nossa Igreja”, disse o pároco de Bom Jesus das Oliveiras, padre Genaldo Laurindo, num vídeo publicado no Instagram da paróquia. “As imagens ficaram completamente destruídas e sem nenhum tipo de reaproveitamento”.

A Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou ao portal de notícias G1 que o homem tem 28 anos e foi encontrado ontem (7) na cidade de Itaquaquecetuba. Ele foi levado ao 50º Distrito Policial (Itaim Paulista) e confirmou ser o responsável pela destruição das imagens, sem dizer o motivo. Foi feito o registro da ocorrência por ultraje a culto e impedimento ou perturbação de ato a ele relativo e o homem foi liberado.

O padre Genaldo “lamenta profundamente” o vandalismo e pede a oração e compreensão dos fiéis “porque nos próximos dias não teremos as duas imagens repostas lá no lugar delas”.

Ele disse que conta com a ajuda dos fiéis para “adquirir novas imagens” e pediu orações pela pessoa “que cometeu esse ato insano contra as imagens sagradas aqui do Bom Jesus das Oliveiras”.

A diocese de São Miguel Paulista, a que pertence a paróquia Bom Jesus das Oliveiras, disse em nota publicada ontem (7) que “repudia com veemência o ato de vandalismo” e convidou todos a “rezarem em um ato de reparação contra essa situação lamentável”.

“O desagravo pode ser feito mediante a participação na Missa, a visita ao Santíssimo Sacramento e orações nesta intenção”, conclui a nota.

Nathália Queiroz*: Escrevo para a ACI Digital há oito anos e desde 2023 sou correspondente do Brasil para o telejornal EWTN Notícias. Sou certificada em espanhol pelo Instituto Cervantes. Tenho experiência em redação de conteúdo religioso para mídias católicas em português e espanhol e em tradução de sites religiosos. Sou casada, tenho três filhos e sou catequista há mais de 15 anos. Escrevo de Petrópolis (RJ).

Fonte: https://www.acidigital.com/noticia/62061/homem-invade-igreja-e-destroi-imagens-do-bom-jesus-e-de-santa-edwiges-em-sao-paulo

As Redes Sociais como terra promissora de evangelização

Internet  (Julien Eichinger - Fotolia)

O rápido avanço tecnológico e a popularização das redes sociais estão quebrando paradigmas no modo de viver e, principalmente, na forma de comunicar. Essa realidade do mundo digital tem transformado radicalmente a nossa maneira de interagir com nossos semelhantes. Uma verdadeira revolução!

Dom Edson Oriolo - Bispo da Igreja Particular de Leopoldina MG

Hoje, quando se fala em comunicação, pensa-se logo em conectividade pela internet, especialmente nas “Redes Sociais”. É a cultura de relacionamento midiático, que está em constante construção e supera a equação “emissor”, “mensagem” e “receptor”, que constituía a teoria da comunicação na década de 1980. 

Destarte, as redes sociais servem para conectar pessoas, expressar opiniões, dar acesso a notícias e todo tipo de informação, acompanhar eventos em tempo real, compartilhar conteúdos ( fotos, vídeos e textos) e proporcionar entretenimento. No campo do marketing, auxiliam a atrair clientes por meio de campanhas. Podemos também dizer que nesses espaços virtuais pessoas, instituições, grupos, marcas e empresas podem se relacionar.

As redes sociais vêm transformando radicalmente a maneira como interagimos. Na atualidade, a socialização - troca de experiências, conhecimentos e informações-, ocorre mais intensamente on-line do que off-line. E a comunicação online tem causado um grande impacto em conceitos e métodos de ciências como a psicologia, a antropologia, a sociologia. Ajuda, especialmente, no desenvolvimento econômico, técnico, religioso e científico dos nossos tempos. 

O rápido avanço tecnológico e a popularização das redes sociais estão quebrando paradigmas no modo de viver e, principalmente, na forma de comunicar. Essa realidade do mundo digital tem transformado radicalmente a nossa maneira de interagir com nossos semelhantes. Uma verdadeira revolução! Hoje, somos mais online do que off-line.

Datareport, uma plataforma de análise de dados, afirma que os brasileiros estão quase sempre conectados. Quando se fala em redes sociais, estamos em terceiro lugar mundial no tempo gasto nessas plataformas, com uma média de 3horas e 37minutos por dia dedicados às redes sociais. As cinco mais usadas no Brasil são: Whatsapp (147 milhões de usuários), Youtube (144 milhões), Instagram (134,6 milhões), Facebook (113 milhões) e Tik-tok (98,59 milhões). Mas é bom ressaltar que, em relação aos usuários, as mulheres representam 55,6%, enquanto os homens 44,4%.

Nos dias de hoje, estamos, em grande maioria, 24 horas online.  Na rua, pais acessam seus celulares, enquanto os filhos, andando ao lado, fazem o mesmo. Nos restaurantes, as pessoas colocam os celulares sobre a mesa mesmo antes de se sentarem. Nos pontos de ônibus, todos conectados; todos com seus aparelhos, escutando, conversando, buscando informações, se relacionando.

Essas pesquisas nos alertam sobre a importância de nos informarmos e nos relacionarmos por meio da internet.  É fundamental o uso das plataformas do sistema on-line - das redes sociais- para a evangelização. É preciso estar presente neste cenário on-line, sem ter medo de lançar as sementes do Verbo. É preciso, também saber usar das redes sociais, que são meios de compartilhamentos eficazes para a evangelização e, com criatividade, colocar nossa mensagem para transmitir Cristo às pessoas, nas redes mais populares:  Facebook, Linkedin, Youtube, Twitter, TikTok, Instragram, Whatsapp, Snapchat (aplicativo de mensagens com base de imagens). Porém, nada Overshoring (compartilhamento excessivo de conteúdo nas redes sociais).

Exímio comunicador das verdades reveladas, Jesus Cristo usou todos os recursos da sua época para proclamar a Boa-nova, informar (anunciar) sobre o Reino de Deus e relacionar-se com a humanidade (fazer história). Sua temática é plataforma de evangelização. Assim, a grande missão da Igreja é seguir o exemplo de Cristo e revelar o comunicador do Pai; levar a Boa-nova ao mundo inteiro.

As redes sociais fazem parte de todos os aspectos da vida das pessoas. Muita coisa é online. A velocidade da comunicação, a expectativa da mídia e os aplicativos são realidades com as quais devemos nos envolver para tornar mais eficaz a nossa missão de anunciar o evangelho e de viver o mandamento maior de amor aos irmãos. A Igreja tem que ser presença apropriada no mundo digital para atingir a vida das pessoas. Trata-se de um novo mundo. 

“As redes sociais como terra promissora de evangelização” nos possibilitam dinamizar a Pastoral do Encontro, que deve ter como proposta evangélica: estar ciente de que as pessoas necessitam de ser salvas, redimidas (resgatadas) e de se assumirem como criaturas (criação). A ação da Pastoral do Encontro deve ser processada em distintos níveis, pois, muitos ainda precisam ser ajudados a se valorizar como pessoas (autonomia, racionalidade, convivência) e a saírem de si, do próprio mundo, do foco apenas na sobrevivência material. Há pessoas que necessitam ser resgatadas em sua própria estima e de situações conflitivas (droga, exclusão, exploração material e afetiva, prisão etc.). Há pessoas que necessitam ser salvas de uma vida sem sentido ou sem horizontes (a doença grave, velhice, morte iminente...).

Enfim, estar nas redes sociais é ajudar as pessoas a fazerem a experiência do encontro com Cristo pela Palavra, a comprometerem-se com a comunidade paroquial e eclesial missionária e a serem ainda melhores, isto é, transparecerem o rosto do bom Deus nos lugares onde estão construindo a sua história de Salvação. Desse modo, as redes sociais se apresentam como uma verdadeira terra de missão, onde as pessoas podem ser alcançadas pela graça de Deus, crescer na fé e no seu discipulado a Jesus Cristo, comprometendo-se com a vida da Igreja.  

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Como rezar a “Via Sacra”?

Via-Sacra (paroquiaimaculada7lagoas)

Como rezar a “Via Sacra”?

A Via-Sacra consiste em considerar 14 momentos do caminho de Jesus para o Calvário, na primeira Sexta-feira Santa, a fim de meditar os sofrimentos de Jesus Cristo e unir-se interiormente a Ele. São Josemaria tinha muita devoção a esta prática de piedade.

27/03/2024

Entre os exercícios de piedade com que os fiéis veneram a Paixão de Jesus poucos são tão amados como a Via-Sacra, que percorre o último trajeto da caminhada percorrida por Jesus durante a sua vida terrena, desde o Monte das Oliveiras, onde numa «propriedade chamada Getsêmani» (Marcos 14,32) Jesus ficou «cheio de angústia» (Lucas 22,44), até ao Monte Calvário, onde foi crucificado entre dois malfeitores (cf. Lucas 23,33), ao jardim onde foi deposto num sepulcro novo, escavado na rocha (cf. João 19, 40-42).

Testemunho do amor a este exercício de piedade são as incontáveis vias sacras colocadas nas igrejas, nos santuários, nos claustros e também ao ar livre, no campo ou ao longo da encosta de uma colina.

A Via-sacra, ou "Via Crucis", é a síntese de várias devoções surgidas na Idade Média: a peregrinação à Terra Santa, durante a qual os fiéis visitam devotamente os lugares da Paixão de Jesus; a devoção às «quedas de Cristo» sob o peso da cruz; a devoção aos «passos dolorosos de Cristo» que consiste em ir processionalmente de uma igreja para outra em memória dos percursos feitos por Cristo durante a sua Paixão; a devoção às «estações de Cristo», isto é, aos momentos em que Jesus para ao longo da caminhada para o Calvário por ser obrigado pelos algozes ou por estar muito cansado ou, porque procura dialogar com os homens e mulheres que assistem à sua Paixão.

("Diretório sobre piedade popular e Liturgia. Princípios e orientações"- Sagrada Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos)

Imagens tiradas da Via Crucis de 2013 do Vaticano

Link com textos de São Josemaria meditando sobre a Via Sacra: Via Sacra

Fonte: https://opusdei.org/pt-br/article/via-sacra/

segunda-feira, 7 de abril de 2025

Quando a tentação se converte em pecado

andreonegin | Shutterstock

Philip Kosloski - publicado em 04/04/25

Há momentos em que, se formos honestos com nós mesmos, nos encontramos em uma situação que provocou uma tentação, levando-nos a pecar.

Quando uma tentação vem em nosso caminho, desde que não consintamos com ela ou não tenhamos prazer nela, não pecamos. 

No entanto, há momentos em que essa tentação não surgiu do nada. 

Nesses casos, fomos uma das principais causas da tentação, pois nos colocamos em uma situação que levou a essa tentação.

Tentações pecaminosas

São Francisco de Sales ajuda a esclarecer essa realidade espiritual em sua Introdução à Vida Devota:

Às vezes acontece que a tentação em si mesma é pecado para nós, porque nós mesmos a trouxemos sobre nós. Por exemplo, se eu sei que o jogo me leva à paixão e à blasfêmia, e que todo jogo é uma tentação para mim, eu peco toda vez que jogo, e sou responsável por todas as tentações que podem vir sobre mim na mesa de jogo. Então, novamente, se eu sei que certa sociedade me envolve na tentação do mal, e ainda assim eu a procuro voluntariamente, sou inquestionavelmente responsável por tudo o que posso encontrar no caminho da tentação nela.

Determinar se uma tentação foi um pecado requer discernimento. Um conselheiro espiritual de confiança geralmente é útil nesse sentido, capaz de determinar se você buscou a tentação ou se ela simplesmente surgiu em sua mente. 

São Francisco de Sales oferece outro ponto de conselho em termos de discernimento:

Portanto, quando você for tentado a qualquer pecado, examine se você voluntariamente se expôs à tentação, e se você achar que o fez colocando-se em seu caminho, ou não prevendo a tentação, como deveria ter feito, então é pecado; mas se você não fez nada para causar a tentação,  não deve ser imputado a você como pecado.

Se alguém é viciado em pornografia, muitas vezes simplesmente entrar na Internet quando ninguém está por perto é uma receita para o desastre. 

Precisamos ser honestos com nós mesmos e saber quais situações trarão tentações. 

Pode até ser um amigo que fofoca o tempo todo. Se estamos tentando superar nossa própria atração por fofocas, isso pode significar passar menos tempo com esse amigo. Sabemos que, se estivermos perto deles, seremos tentados e não seremos capazes de resistir. 

Levar uma vida virtuosa, unida a Deus, não é fácil. A boa notícia é que Deus pode nos dar muitas graças que nos dão forças para resistir às tentações quando elas vierem.

 Fonte: https://pt.aleteia.org/2025/04/04/quando-a-tentacao-se-converte-em-pecado

O sinal de uma presença numa época da realidade virtual

Papa Francisco na Praça São Pedro  (VATICAN MEDIA Divisione Foto)

A participação de Francisco no Jubileu dos Enfermos.

Andrea Tornielli

A inesperada participação do Papa Francisco nos últimos momentos da celebração litúrgica do Jubileu dedicada aos enfermos e ao mundo da saúde representa uma mensagem cheia de significado. Mesmo na época da realidade virtual, na época em que acreditamos que podemos participar de tudo permanecendo por trás de uma tela de computador, o estar presente fisicamente é muito importante. Estar pessoalmente, fazer o esforço de viajar, sair, esperar; fazer o esforço de caminhar, aproximar-se dos outros, suar, expor-se ao sol ou às intempéries, faz sentido para encontrar o olhar das pessoas ao nosso redor pessoalmente, para experimentar a companhia dos outros, para fazer parte de um povo peregrino. Com seu gesto não anunciado, o Sucessor de Pedro nos ensina que nada pode ser realmente substituído pela presença física, com o estar presente. Portanto, a saída do Papa no sagrado de São Pedro é, por si só, uma mensagem mais significativa do que quaisquer palavras: apesar de sua voz ainda fraca, apesar de suas cânulas de oxigênio, ele quis estar ali.

Há também um segundo significado: Francisco escolheu para sua primeira saída após o término de sua hospitalização no Gemelli uma celebração do Jubileu que ele sente ser particularmente próximo: uma celebração dedicada aos doentes, àqueles que sofrem e àqueles que cuidam dos que sofrem. Embora o pior já tenha passado, o Papa é um convalescente que ainda mostra os sinais da doença. Frágil entre os frágeis, ele não desistiu de viver o “seu” Jubileu, confessando-se na basílica e atravessando a Porta Santa como milhares de pessoas fazem todos os dias. Essa porta que ele abriu como Pontífice na noite de Natal, ontem ele a atravessou como um simples peregrino que ainda sofre as consequências da pulmonite.

Por fim, a saída surpresa na manhã de domingo nos fala do relacionamento do Pastor com o seu rebanho, do bispo com seu povo. Apesar de sua convalescença, apesar das advertências dos médicos, Francisco não renunciou ao encontro com o povo, mesmo sabendo dos riscos que isso pode acarretar para sua saúde. Ao fazer isso, ele nos diz que, mesmo que as circunstâncias às vezes possam impor uma aproximação virtual devido a uma hospitalização, ao confinamento devido à pandemia ou à impossibilidade de viajar, o encontro presencial é insubstituível. Porque, como ele disse há pouco mais de um ano, “o amor precisa de concretude, o amor precisa de presença, de encontro, precisa de tempo e espaço dados: não pode ser reduzido a palavras bonitas, a imagens em uma tela...”. E isso também se aplica ao amor do Papa pelo povo de Deus, a quem ele sempre “falou” também com gestos e ternura.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF