Na catequese da Audiência Jubilar deste sábado, 04 de
outubro, Leão XIV ressaltou que o "Jubileu é um tempo de esperança
concreta". Recordou Clara de Assis que escolheu "a pobreza de
Jesus" e disse que "os jovens gostam de pessoas que escolheram e
sofreram as consequências de suas escolhas". "Assim como naquele
tempo, hoje também é preciso escolher. Clara escolheu, e isso nos dá uma grande
esperança", sublinhou.
Mariangela Jaguraba - Vatican News
O Papa Leão XIV presidiu, neste sábado (04/10), na Praça São
Pedro, a Audiência Jubilar por ocasião do Jubileu do Mundo Missionário e do
Jubileu dos Migrantes que se realizam neste fim de semana, 4 e 5 de outubro.
"Queridos amigos, vocês vieram como peregrinos de
esperança, e o Jubileu é um tempo de esperança concreta, em que o nosso coração
pode encontrar perdão e misericórdia, para que tudo possa recomeçar",
disse o Pontífice no início de sua catequese.
“O Jubileu também abre para a
esperança de uma distribuição diferente das riquezas, para a possibilidade de
que a Terra seja todos, porque na realidade não é assim. Este ano, devemos
escolher a quem servir: à justiça ou à injustiça, a Deus ou ao dinheiro.”
Esperar é escolher
"Esperar é escolher", disse o Papa Leão.
"Isso significa pelo menos duas coisas. A mais evidente é que o
mundo muda se nós mudarmos. É por isso que fazemos a peregrinação,
é uma escolha. Passamos pela Porta Santa para entrar num tempo novo",
ressaltou.
"O segundo significado é mais profundo e sutil: esperar
é escolher, porque quem não escolhe se desespera", frisou o Pontífice.
“Uma das consequências mais
comuns da tristeza espiritual, ou seja, da acídia, é não escolher nada. Quem a
experimenta é tomado por uma preguiça interior que é pior que a morte. Esperar,
no entanto, é escolher.”
Clara de Assis soube escolher
A seguir, o Papa recordou "uma mulher que, com a graça
de Deus, soube escolher. Uma jovem corajosa e contracorrente: Clara
de Assis". Leão XIV manifestou alegria de falar sobre Clara de Assis
no dia da festa de São Francisco. "Sabemos que Francisco, ao
escolher a pobreza evangélica, teve que romper com a família", frisou
Papa, recordando que "a escolha de Clara foi ainda mais impressionante:
uma jovem que queria ser como Francisco, que queria viver, como mulher, livre
como aqueles irmãos".
De acordo com Leão XIV, "Clara entendeu o que o
Evangelho exige. Mas mesmo numa cidade que se considera cristã, o Evangelho
levado a sério pode parecer uma revolução. Assim como naquele tempo, hoje
também é preciso escolher! Clara escolheu, e isso nos dá uma grande
esperança".
“Vemos duas consequências de
sua coragem em seguir esse desejo: a primeira é que muitas outras jovens
daquele território encontraram a mesma coragem e escolheram a pobreza de Jesus,
a vida das Bem-Aventuranças; a segunda consequência é que essa escolha não foi
passageira, mas perdura no tempo, até nós. A escolha de Clara inspirou escolhas
vocacionais em todo o mundo e continua inspirando até hoje.”
A Igreja é jovem e atrai os jovens
O Papa recordou as palavras de Jesus que diz: "Não se
pode servir a dois senhores". "Por isso, a Igreja é jovem e
atrai os jovens. Clara de Assis nos lembra que o Evangelho atrai os jovens",
disse ainda Leão, ressaltando que "continua sendo assim, pois os jovens
gostam de pessoas que escolheram e sofreram as consequências de suas escolhas". "Isso
faz com que outros queiram escolher. É uma imitação santa: não nos tornamos
"fotocópias", mas cada pessoa — quando escolhe o Evangelho —
escolhe a si mesma. Perde-se e encontra-se. A experiência mostra: é assim que
acontece", destacou.
Por fim, o Papa convidou "a rezar pelos jovens, rezar
para sermos uma Igreja que não serve ao dinheiro ou a si mesma, mas ao Reino de
Deus e à sua justiça. Uma Igreja que, como Santa Clara, tem a coragem de
habitar a cidade de forma diferente".
Fonte: https://www.vaticannews.va/pt
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