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domingo, 26 de janeiro de 2025

KIKO ARGÜELLO RECEBE A MEDALHA “POR ARTEM AD DEUM” (III)

Ezechiele Pasotti (neocatechumenaleiter.org)

KIKO ARGÜELLO RECEBE A MEDALHA “POR ARTEM AD DEUM”

3 de dezembro de 2024

EZECHIELE PASOTTI

OBRA ARTÍSTICA DE KIKO

Falar da Obra Artística de Kiko Argüello é extremamente complexo, não somente desde o ponto de vista formal, porque se vai da pintura à arquitetura, do canto à música polifônica, da catequese – portanto da teologia – à poesia, tocando um mundo de expressões e conteúdos não fáceis de colher e de compor em um cenário único, mas principalmente porque tudo isto se move dentro de um quadro que, apesar de estar bem composto dentro do marco da liturgia, da renovação litúrgica querida pelo Concílio Vaticano II, o autor tenta captar a perspectiva transcendente da “divina liturgia”, a favor da iniciação cristã, de um caminho de iniciação cristã, que leva os fiéis, também os mais pobres e afastados da Igreja, os mais desprovidos de qualquer formação, a um encontro pessoal com o outro, o Outro por excelência, que é Deus mesmo.

Em sua obra tudo está posto a serviço do divino: da gratuidade à cor, do toque do violão à disposição da assembleia que celebra, da composição de vários elementos litúrgicos aos detalhes da patena, do cálice para o vinho, à cruz… E o impulso para tudo isso, a inspiração profunda que nasce do amor pela beleza, Aquele que é o Senhor da beleza, é Jesus Cristo Ressuscitado, vencedor da morte, que derrama esta beleza sobre a assembleia que celebra e sobre cada membro que, revestido pelo mesmo Mistério divino, se faz-se dom um para o outro na comunidade cristã… E segundo as palavras da Santíssima Virgem que inspirou a Kiko esta iniciação cristã, ‘o outro é Cristo’, o Divino encarnado, a Beleza feita homem, o Mistério que se faz Páscoa, no encanto de uma noite que espera a aurora, a chegada do Oitavo dia final que inaugura o Céu.

Não é possível compreender a arte de Kiko senão dentro da complexidade deste Mistério Pascal: Mistério divino feito carne, para que este fosse revestido com os matizes das cores, a notas dos cantos e da sinfonia, a forma das pedras e da poesia, sobretudo da palavra para encaminhar-se para o Céu, para o cumprimento de sua vocação final: Deus.

Músicos do Caminho Neocatecumenal junto a Kiko, P. Mario e María Ascensión (Foto: Tomasz Marynowski)

O presidente da “Fundação Obra Artística Kiko Argüello”, Mons. Segundo Tejado, apresentando os trabalhos de Kiko, por ocasião do prêmio “Per Artem Ad Deum 2024”, outorgado pela Associação Sacra Expo no dia 1º de dezembro de 2024, disse: “Kiko Argüello, a partir de sua conversão, concebe sua arte como uma missão. Com essa concepção da arte sacra, a devolve ao lugar de sua vocação original: a liturgia. A arte sacra havia se deslocado do lugar sagrado ao museu, à sala de exposições, aos salões dos colecionadores, anulando assim seu valor cultual e litúrgico. Kiko devolve a obra de arte à liturgia; dentro de uma comunidade viva, uma assembleia que celebra os mistérios da salvação”.

E acrescentou: “Um detalhe que eu gostaria de lembrar aqui: Kiko arranca a arte do contexto do “negócio”: não cobra por suas obras: busca uma arte para os pobres, para a liturgia. Faz que a arte cumpra sua verdadeira e elevada missão: levar o coração do homem à Jerusalém celeste, para experimentar o amor que Deus nos mostrou em Cristo, nascido, encarnado, batizado, transfigurado, morto, ressuscitado, que subiu ao céu e está à direita de Deus, que nos mandou seu Espírito e que virá logo, no final dos tempos na glória, como nos lembra este Pantocrator e o tempo de Advento que justo hoje começamos”.

Mons. Segundo disse isso indicando, um por um, os diferentes ícones que compõem o grande retábulo pintado por Kiko na Capela do Seminário Redemptoris Mater, onde se desenvolveu o ato de entrega do prêmio Sacra Expo. E é muito significativo contemplar com a vista os mistérios que os ícones ilustram: é toda a história da salvação que se faz presente com um manto de cores e o envolve no ouro que define cada quadro e que, na perspectiva invertida própria da arte bizantina, o leva para dentro do desenho, o faz partícipe daquilo que anuncia o ícone.

É difícil escapar da fascinação e não abarcar todo o arco do ano litúrgico, que, com suas festas, relata e contempla o mistério da Páscoa que levou a cumprimento a história da salvação e a projeta para seu ato final: o Pantocrator, que anuncia no Livro que está em suas mãos: “Amai os vossos inimigos. Venho em breve”.

Catedral de Bahrein Nossa Senhora da Arábia (neocatechumenaleiter.org)

De novo, como disse Mons. Segundo, enriquecendo sua ideia: “A arte de Kiko, desde o início da experiência do nascimento das primeiras comunidades, terá como objeto de busca a necessidade de oferecer lugares de celebração adequados e dignos para a renovação que o Concílio Vaticano II está oferecendo à Igreja. Através do Caminho Neocatecumenal, criam-se um conjunto de estruturas para implementar esta renovação a serviço da comunidade cristã. Kiko encontra na arte da Igreja Oriental os ícones, a expressão mais adequada à experiência que está vivendo. Impressiona-o a espiritualidade destes pintores que, renunciando a sua própria “originalidade” e submetendo-se ao cânon pré-estabelecido pela tradição da Igreja, encontram o caminho para uma arte e uma espiritualidade muito mais elevados. Kiko segue o cânon ortodoxo, atualizando-o com as novidades da pintura moderna – como Picasso, Matisse – nas quais havia se formado”.

E a obra de Kiko não fica plasmada somente na pintura, mas também na arquitetura, no canto, na música sinfônica, nos escritos, no arquitetar uma composição do espaço celebrativo da comunidade que permite e favorece uma participação verdadeira e ativa nos mistérios que celebra a liturgia.

Trata-se daquilo que o mesmo Kiko ressaltou em sua breve intervenção, afirmando com convicção: “Muito mais importante que toda minha obra artística foi abrir um Caminho de Iniciação Cristã em toda a Igreja, que está ajudando tantas famílias e tantos jovens. Isto sim é uma obra de arte”.

Ezechiele Pasotti junto a Segundo Tejado atrás da Equipe responsável internacional do Caminho (neocatechumenaleiter.org)

No centro de todo este complexo artístico, como dizíamos no início, encontram-se dois grandes mistérios: Cristo e o homem. Cristo que, nas mãos do Pai é o artífice, o inspirador da beleza da criação do mundo e do homem, e este homem, Adão, que, criado como o cume da beleza junto à sua consorte Eva, deixa-se seduzir pela sugestão de fazer-se ‘deus’, de poder caminhar, construir um futuro sozinho, de edificar sua torre de Babel subindo ao céu – como tanta ideologia moderna voltou a imaginar –, esquecendo que, em vez disso, é Deus e só Deus que faz o homem grande. O homem, abandonado a si mesmo, não faz mais que cair no inferno dos campos de concentração e de extermínio e de morte.

Isso é o que Kiko quis proclamar forte, mais uma vez, ao receber o prêmio “Per Artem Ad Deum”: “O que é o homem?”. O que é o homem? É um devir, é um projeto, é um prodígio. O homem! O home é um prodígio. Somos um projeto em constante realização, quer dizer, em constante precariedade. Não temos direito a tirar do homem a possibilidade de se realizar tal como Deus o criou, porque é um projeto em constante realização”.

E continuou, citando São Paulo, afirmando que “Cristo morreu por todos para que os que vivem não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que morreu e ressuscitou por eles. Esta é a visão do homem segundo a Revelação, esta é a antropologia cristã: o homem, escravo do pecado, está obrigado a oferecer tudo a si mesmo, precisamente porque é escravo, perdeu a dimensão da beleza que é o amor, o sair de si mesmo para amar o outro. A obra da salvação consiste em arrancar o homem desta maldição, devolvendo-lhe a beleza do amor”.

neocatechumenaleiter.org

“Para este homem estamos tentando criar um novo tipo de paróquia; fazemos paróquias com um coroa mistérica onde o céu está presente, com os mistérios mais importantes da nossa fé. A Igreja de hoje não tem uma estética definida… Isto nos impulsionou, em um certo sentido, a buscar uma estética. Em Madri, fizemos uma paróquia com um teto dourado, com pedra branca e cristal, com um catecumenium: um conjunto de salas que dão para uma praça central, com uma fonte. Na planta baixa encontram-se todos os serviços sociais e acima, em outra planta, encontram-se todas as salas de cada comunidade, etc.”.

Aqui está a fonte da arte, da inspiração que colocou em movimento este homem de Deus, Kiko Argüello: o mistério do amor de Deus que, em Jesus Cristo, veio buscar e salvar o mundo, para restituí-lo à sua beleza divina através de uma iniciação cristã, gradual e completa, que o introduz em uma comunidade cristã, a Igreja, nova Eva, resplandecente de beleza, para fazê-la esposa de Cristo.

(Foto: Tomasz Marynowski)

E Kiko prosseguia em seu anúncio: “Queremos ser um Caminho sério, uma via séria, porque estamos a ponto de dar uma grande batalha ao mundo, ao diabo, ao grande dragão, somos a mulher que está dando à luz o filho varão, ameaçado pelo grande dragão, que é o príncipe deste mundo. Os judeus diziam que no mundo o diabo sempre ganha. Interessante, viram? O nazismo, primeiro, e o comunismo, depois, pareciam ter conquistado tudo, tudo, nações inteiras. Entendemos por que toda Europa está indo hoje para a apostasia, entendemos por que há uma secularização total. O diabo parece que ganha sempre, porque Cristo, neste mundo, não tem onde reclinar a cabeça e com ele os cristãos. Mas nós, com Cristo, vencemos a morte e temos uma alegria imensa, por isso devemos anunciar e dar testemunho do amor que Deus tem por nós, que nos deu a vida eterna dentro de nós”.

E concluía, citando Dostoiévski: “A beleza salvará o mundo, que é Cristo que vive nos cristãos, nas comunidades cristãs… é maravilhoso viver a fé em uma comunidade cristã nas paróquias. O mais belo das comunidades é que vimos a ação de Deus nos irmãos, todos se enriquecem com o bem dos demais. Todos em todos. Há uma riqueza comum e constante em todos. É maravilhoso ver que os cegos veem o amor de Deus em suas vidas. Cristo venceu a morte, não olhamos a morte com horror, nem a velhice, nem a enfermidade. Cristo morreu para que o homem possa sair deste círculo de egoísmo, para que não viva mais para si mesmo, mas para aquele que morreu e ressuscitou por ele, Cristo, a beleza divina feita homem, fez-se um de nós, para que o homem pudesse receber a glória de Deus”. A arte de Kiko, em suas diferentes expressões de pintura, arquitetura, música, cantos, poemas, é um ícone de todo este grandioso desenho de Deus pela vida do homem, porque como exclama Santo Irineu: “Glória de Deus é o homem que vive”, que vive em plenitude.

Dom Ezechiele Pasotti

Nuestra traducción del artículo publicado con la autorización de Vatican News

Ver original em Vatican News

O PRÊMIO “PER ARTEM AD DEUM” A KIKO ARGÜELLO: O MUNDO ESPERA A BELEZA DE DEUS

A associação Sacra Expo concedeu o prêmio “Per Artem ad Deum” ao pintor espanhol, co-iniciador do Caminho Neocatecumenal. A cerimônia ocorreu ontem à tarde, 1º de dezembro de 2024, na capela do Seminário Redemptoris Mater de Roma.

DEBORA DONNINI – CIDADE DO VATICANO

Uma beleza que não termina em si mesma, mas que é capaz de emocionar o homem, introduzindo-o na experiência do amor de Deus. Este foi o fio condutor da cerimônia de ontem à tarde, domingo, 1º de dezembro, durante a qual foi concedida a Kiko Argüello, co-iniciador do Caminho Neocatecumenal, a medalha do prêmio Per Artem ad Deum, da associação polonesa Sacra Expo, sob o patrocínio do Dicastério para a Cultura e a Educação. Um reconhecimento que “é concedido a artistas ou instituições cujos resultados artísticos contribuem para o desenvolvimento da cultura e para a formação da espiritualidade humana”, explica o presidente da associação, Andrzej Mochoń. Nos últimos dezenove anos, o prêmio foi entregue a personalidades do calibre de músicos como Ennio Morricone, diretores como Giuseppe Tornatore e Krzysztof Zanussi, escultores como Arnaldo Pomodoro e outros, incluindo também pintores e arquitetos renomados.

OS MOTIVOS DO PRÊMIO

A concessão ocorreu em um clima alegre, na capela do Seminário Redemptoris Mater de Roma, na presença de cerca de 200 pessoas, incluindo alguns itinerantes e colaboradores de Kiko na pintura, na arquitetura e na música. Também estavam presentes o P. Mario Pezzi e María Ascensión Romero, membros da equipe responsável do Caminho Neocatecumenal junto com Kiko Argüello. “A obra de Kiko – destacou Mochoń – vai muito além da atividade tradicional de criação artística. Por meio da pintura, entendida como reflexo da luz de Deus, e da música, linguagem universal capaz de abrir o coração à dimensão do espírito, ele encontra uma forma de anunciar o Evangelho ao homem contemporâneo.”

Mochoń recordou que Kiko “coloca sua vocação artística a serviço da Igreja e de sua liturgia, compondo músicas para os Salmos, outras passagens das Escrituras, hinos da Igreja, assim como poemas espirituais extraídos de seus escritos. Kiko Argüello é autor de livros, além de importantes obras de pintura, arquitetura e escultura em todo o mundo.”

O PRÊMIO SE REFERE TAMBÉM À RADICALIDADE DA VIDA EVANGÉLICA

Sobre a possibilidade de que a arte se torne uma devoção idólatra, no sentido de não conduzir a nada além de si mesma, concentrou-se o cardeal Grzegorz Ryś, arcebispo de Łódź. Ele destacou esse aspecto precisamente para explicar que não é fácil viver corretamente “o princípio per artem ad Deum“, pois isso requer não apenas talento, mas também discernimento e oração. “O prêmio concedido, portanto, não se refere apenas às capacidades artísticas, mas também ao radicalismo da vida evangélica.” O cardeal citou a Carta aos Artistas de São João Paulo II, recordando, assim, que o caminho da beleza é uma via de anúncio da salvação para todos os seres humanos, para cada pecador.

KIKO: O CAMINHO É O MAIS IMPORTANTE DE MINHA OBRA ARTÍSTICA

Ao agradecer a entrega do prêmio, Kiko quis recordar qual é o sentido mais profundo de sua experiência artística. “O Senhor – explicou – fez comigo e com Carmen (Hernández, serva de Deus e co-iniciadora do Caminho Neocatecumenal, ndr) algo impressionante. Porque o mais importante de toda a minha obra artística foi abrir um Caminho de Iniciação Cristã” na Igreja, que está ajudando tantas famílias e jovens. “Isso sim é uma obra de arte,” afirmou em seu discurso, no qual refletiu sobre o sentido da beleza. A beleza é, de fato, relação, como se manifesta, por exemplo, em uma paisagem, no azul do céu que canta à beleza das nuvens cinzas ou brancas. Isso porque “o conteúdo mais profundo da beleza é o amor.” Aprofundando ainda mais, Kiko citou Dostoiévski, que afirma que a beleza é Cristo: “A beleza sempre produz uma emoção estética” e é “como se Deus quisesse demonstrar, com a beleza, que nos ama.”

Kiko abordou o sentido da beleza através das Sagradas Escrituras. Lembrou que Deus chama os cristãos a participar da construção dessa beleza, mostrando o amor de Deus ao mundo, testemunhando que é possível não viver mais para si mesmos. “A obra de salvação consiste em arrancar o homem da maldição de oferecer tudo para si mesmo, devolvendo-o à beleza do amor.” As pessoas estão esperando pelo anúncio do Evangelho aos pobres e por ver esse tipo de amor realizado: “Amai vossos inimigos.” O Caminho Neocatecumenal busca levar isso por meio de pequenas comunidades cristãs nas paróquias – compostas por 30-40 pessoas – para manifestar o amor de Deus em um mundo cada vez mais secularizado. O Concílio Vaticano II fala, de fato, da Igreja como sacramento universal de salvação. Por isso, é muito importante que a beleza de Cristo resplandeça nos cristãos. “Cristo morreu – concluiu Kiko – para que o homem saia desse círculo de egoísmo, para que não viva mais para si mesmo, mas para aquele que morreu e ressuscitou por ele, Cristo.”

Cardeal Grzegorz Ryś, arcebispo de Łódź, Polônia (Foto: Tomasz Marynowski)

A OBRA ARTÍSTICA

Para ilustrar o itinerário artístico de Kiko Argüello, por fim, P. Segundo Tejado, presidente da Fundação Ópera Artística Kiko Argüello, que tem como objetivo conservar e divulgar suas obras, recordou que Kiko estudou Belas Artes na Academia de San Fernando, em Madri, e recebeu, em 1959, o Prêmio Nacional Extraordinário de Pintura. No final da década de 1950, teve uma crise existencial e, após um profundo encontro com o Senhor, foi viver entre os pobres nas favelas de Palomeras Altas, em Madri. Ali, conheceu Carmen Hernández, e começou a experiência do Caminho Neocatecumenal, que hoje está presente em 136 nações e cerca de 6.200 paróquias. A arte de Kiko, tanto na iconografia quanto na arquitetura, busca oferecer espaços em harmonia com a renovação proposta pelo Concílio Vaticano II. Na pintura, explicou P. Tejado, sua referência são os ícones da Igreja Oriental. Kiko se impressionou com esses pintores que renunciam sua própria “originalidade” em favor da submissão ao cânone pré-estabelecido pela tradição. Kiko inspira-se, portanto, nesta arte, atualizando-o com os progressos da pintura moderna – como os de Picasso e Matisse – nos quais foi formado. Suas obras se encontram em muitas paróquias: desde Roma a Florença; Piacenza a Paris, até na Catedral de Madri, para citar apenas alguns lugares

“Kiko – sublinhou P. Tejado – tira a arte do contexto do negócio: não cobra por suas obras. Busca uma arte para os pobres, para a liturgia,” “uma arte que leve o homem a experimentar o amor que Deus nos mostrou em Cristo.” Kiko também desenhou o modelo arquitetônico de alguns seminários, realizou vitrais, algumas esculturas e ornamentos litúrgicos. Sua obra artística também abrange o campo da música como via para anunciar o Evangelho. Em 2010, compôs sua primeira sinfonia, O sofrimento dos inocentes, e nesse mesmo ano fundou a Orquestra Sinfônica do Caminho Neocatecumenal, um grupo internacional formado por cerca de 200 músicos. A sinfonia foi interpretada em muitos teatros, salas de concerto, praças e catedrais: em Madri, Nova York, Chicago, Tóquio, Berlim, Jerusalém, Budapeste, Lublin, Auschwitz, Trieste.

De fato, para encerrar o evento, foi interpretado um movimento do segundo poema sinfônico O Messias por um dueto de piano e violino, com um solista. As notas da música e o olhar dirigido ao retábulo da capela, onde estão representadas cenas da vida de Cristo, selaram o encontro, tornando-o assim uma experiência viva dessa beleza capaz de comover o coração do homem.

Fonte: https://neocatechumenaleiter.org/pt-br/kiko-arguello-recebe-a-medalha-per-artem-ad-deum/

Papa no Angelus: podemos saber tudo sobre Jesus, mas ainda assim não reconhecê-lo

Angelus, 26 de janeiro de 2025 - Papa Francisco (Vatican News)

Durante o Angelus deste domingo (26/01), o Papa Francisco destacou a importância de reconhecer Jesus como o Salvador que traz uma mensagem que ninguém mais pode nos dar. "Nós também somos chamados a nos questionar sobre sua identidade e missão em nossa vida", afirmou o Pontífice, convidando os fiéis a refletirem sobre a autoridade única de Cristo.

Vatican News

Neste domingo, 26 de janeiro, o Papa Francisco, após presidir a missa na Basílica de São Pedro, também se encontrou com milhares de fiéis e peregrinos para a oração mariana do Angelus, na Praça São Pedro. Em sua reflexão, inspirada no Evangelho de Lucas, o Santo Padre recordou o momento em que Jesus, na sinagoga de Nazaré, leu a passagem do profeta Isaías e proclamou: “Hoje se cumpriu esta Escritura” (Lc 4,21), anunciando sua missão evangelizadora e libertadora enquanto Messias.

Francisco ressaltou o impacto dessa declaração entre os conterrâneos de Jesus, que, por conhecê-lo como "o filho do carpinteiro", não conseguiam aceitar sua identidade como o Cristo. "Eles pensavam conhecê-lo bem demais, e isso, ao invés de abrir suas mentes e corações, os bloqueava, como um véu que obscurece a luz", observou o Papa.

Reconhecer a mensagem de Jesus

O Papa destacou que essa atitude dos nazarenos ainda pode ser vista em nossos dias: "Também nós somos interpelados pelas palavras e pela presença de Jesus. Às vezes, pensamos que já o conhecemos, que não há nada de novo a descobrir, porque crescemos com Ele, no catecismo, na paróquia ou em um país de cultura cristã."

Segundo Francisco, esse senso de familiaridade pode nos impedir de reconhecer a singularidade de Cristo e sua mensagem. "Reconhecemos que Jesus traz uma mensagem de salvação que ninguém mais pode nos dar? Sentimos que, de algum modo, também somos pobres, prisioneiros, cegos e oprimidos, necessitados de sua graça?", questionou o Pontífice.

Ao concluir sua reflexão, o Papa confiou os fiéis à intercessão de Maria, Mãe de Deus, pedindo sua ajuda para redescobrir Jesus.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

São Timóteo

São Timóteo (A12)
26 de janeiro
Localização: Ásia Menor (Listra)
São Timóteo

Assim como São Tito, cuja festa também é hoje, São Timóteo foi discípulo e colaborador de São Paulo.

Nasceu em Listra, Ásia Menor, de pai pagão e mãe judia, a qual se converteu na primeira passagem de Paulo por esta cidade. Quando tinha 20 anos, Timóteo seguiu Paulo depois da sua segunda visita ao local. A partir daí, será colaborador constante do Apóstolo dos Gentios, e seu amigo muitíssimo considerado: é citado nas cartas de São Paulo como “meu diletíssimo filho”, “meu fiel colaborador”, “servo em Cristo”, “meu irmão e servo em Deus no Evangelho”, “aquele que não procura a si mas a Cristo”. Recebeu do mestre duas epístolas, presentes no Novo Testamento.

Timóteo acompanhou São Paulo em viagens a Filipos, Tessalônica, Atenas, Corinto, Éfeso, Roma, e sofreu com ele todas as dificuldades destas jornadas. Paulo também tinha nele confiança para realizar missões em seu nome (“E foi justamente para isso que vos enviei Timóteo, meu filho amado e fiel no Senhor. Ele vos recordará as minhas normas de conduta em Cristo, do modo como as ensino em toda parte por todas as igrejas” (1Cor 4,17)), e o tornou o primeiro bispo de Éfeso.

A Igreja considera Timóteo mártir, através da Tradição, mas as circunstâncias não são muito claras. Teria sido apedrejado durante uma procissão pagã, ao tentar converter os idólatras, por volta do ano 96.

Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:

Seguir fielmente o mestre e crescer na Fé e nas obras, eis o exemplo prático de São Timóteo. Deus tem confiança em nós e nos envia para transmitir Sua Palavra – Jesus – ao mundo.

Oração:

Deus e Pai amoroso, que tanto nos considera e nos quer, concedei-nos a mesma disposição de São Timóteo de Vos seguir aonde nos quiserdes enviar, e por sua intercessão dai-nos a graça de acolher no coração as mensagens do Espírito Santo, para que as vivamos no dia a dia. Por Nosso Senhor Jesus Cristo e Maria Santíssima Vossa Mãe. Amém.

Fonte: https://www.a12.com/

sábado, 25 de janeiro de 2025

KIKO ARGÜELLO RECEBE A MEDALHA “POR ARTEM AD DEUM” (II)

Cardeal Grzegorz Ryś, arcebispo de Lodz, Polônia (neocatechumenaleiter.org)

KIKO ARGÜELLO RECEBE A MEDALHA “POR ARTEM AD DEUM”

3 de dezembro de 2024

Cardenal Grzegorz Ryś

Arcebispo de Lodz, Polônia

Ilustríssimos senhores, irmãos e irmãs, querido Kiko!

Todos nós, aqui presentes, estamos convencidos, seguramente, desta fórmula Per Artem Ad Deum.

Além disso, nos reunimos para premiar o homem que fez desta fórmula um dos princípios de sua vida.

Ainda mais, É PRECISO DIZER que este princípio não é evidente para todos. E essa “não evidência” tem várias faces:

Em primeiro lugar, pode ter a face da arte, que, a priori, não quer ter nada a ver com Deus. Isso é afirmado, de forma apropriada e ardente, por Jonathan Sachs em seu livro “A Persistência da Fé”: durante muitos séculos, a arte e a fé viveram em um matrimônio harmonioso, mas agora estão DIVORCIADAS! Como costuma acontecer nos divórcios, a causa nunca é de apenas uma das partes. O divórcio entre fé e cultura também se deve à imaturidade da fé dos cristãos: uma fé madura — dizia São João Paulo II — sempre se traduz em cultura!

Em segundo lugar, a arte pode se converter — e frequentemente se converte — um fim em si mesma. Isso significa que a arte pode não querer conduzir ninguém, mas apenas a si própria, estando totalmente concentrada em si mesma. O santo Irmão Alberto (Adam Chmielowski), um dos melhores pintores poloneses do século XIX, advertia contra esse fenômeno, falando de uma “Senhora Arte” que exige para si uma devoção idólatra.

Em terceiro lugar, ao longo dos séculos, não faltaram na Igreja vozes críticas em relação à arte religiosa e sacra e às suas exigências. Quando o culto das imagens foi reconhecido pelo Segundo Concílio de Niceia, no Ocidente do cristianismo, no ambiente de Carlos Magno, surgiram uma série de dúvidas. A coleção mais completa é a dos Livros Carolíngios, de Teodulfo de Orleans: Jesus não ordenou aos apóstolos que pintassem imagens, mas que pregassem a PALAVRA. Por quê?

Porque a palavra não prende a imaginação humana com tanta força quanto uma imagem! Isso nós sabemos. Creio que essa é uma experiência comum a todos nós. Eu (por exemplo) sei desde criança que Deus Pai é um ancião bastante sério sobre as nuvens, com barba, um cetro e o globo cruciforme na mão; assim o via no teto da minha igreja paroquial (uma vez por semana, às vezes até todos os dias); e é quase impossível se libertar dessa imagem.

De fato, diz Teodulfo, a arte tem um valor educativo (litteratura illitteratorum), mas apenas em relação com a palavra. Uma imagem não explicada de uma mulher bela poderia representar tanto Maria quanto Vênus…

Em quarto lugar, focar-se na arte pode inverter as prioridades. São Bernardo de Claraval falou disso com muita força na história da Igreja: “A Igreja resplandece de ouro e seu Senhor tem as costas desnudas” – a Igreja resplandece de ouro – possui altares, vasos e candelabros de ouro, enquanto o Senhor da Igreja – Jesus na pessoa do pobre – está com as costas desnudas: não lhe deram uma camisa, porque todos os fundos foram gastos em decorar o templo.

Recordo todas estas objeções, não contra o princípio “per artem ad Deum” (pela arte até Deus), mas para demonstrar que vivê-lo corretamente não é nada simples: requer não apenas talento, mas também esforço, discernimento, disciplina da pobreza, oração e vigilância. O prêmio concedido hoje, portanto, não se refere apenas às capacidades artísticas, mas também à radicalidade da vida evangélica.

Cardeal Grzegorz Ryś, arcebispo de Lodz, Polônia (Foto: Tomasz Marynowski)

O caminho “per artem ad Deum” não é fácil, mas bem-aventurados os que o percorrem e guiam outros por ele. É o caminho de Deus. Deus mesmo o prepara e o percorre em direção ao homem. O caminho humano “per artem ad Deum” é antes e originariamente o caminho de Deus “per artem ad hominem”; o Livro da Sabedoria fala disso de forma esplêndida: “Porque, pela BELEZA e pela formosura das criaturas, contempla-se, por analogia, o seu autor” (Sb 13,5). Dois versículos antes, ele é chamado de “Autor da BELEZA”. A beleza que Ele cria está destinada a nos conduzir até Ele.

Mas também acontece – admite o autor inspirado – que a beleza se interpõe entre Deus e os homens, que começam a adorar a criação: “Deixam-se levar pela aparência, TÃO BELAS SE APRESENTAM AOS SEUS OLHOS!” (v. 7). No entanto, o pecado e a desvio não são a última palavra na história da humanidade. A resposta para eles é a SALVAÇÃO!

São João Paulo II, em sua “Carta aos artistas”, fala de “Beleza que SALVA”; nosso Laureado – seguindo Dostoiévski – diz o mesmo. Sabemos bem: a salvação é obra de Deus, e se realiza graças ao “mais belo dos filhos dos homens”. O caminho da beleza (via pulchritudinis) é o caminho da criação e da salvação de Deus. Para todos os seres humanos. Não para alguns poucos artistas seletos, mas para todo pecador. Este é o KERIGMA definitivo de Kiko.

Obrigado pela atenção.

Mons. Segundo Tejado

Boa noite a todos, Eminência, Excelência, amigos!

Mons. Segundo Tejado (neocatechumenaleiter.org)

A mim me tocou a tarefa de explicar a obra de Kiko. Não tem sido fácil, não é fácil, certamente algo me esqueço, porque ele fez tanto, em tantas partes, tantas obras, que realmente é difícil quantificá-las. Me estenderei um pouquinho, não muito, não se preocupem, mas me parece importante dizer hoje, aqui neste lugar, neste momento, fazer um pequeno percurso, para onde Deus o levou em sua história para chegar até hoje, a este prêmio.

Kiko Argüello

Pintor espanhol, nascido em León no dia 9 de janeiro de 1939. Estuda na Escola Central de Belas Artes da Academia de San Fernando de Madri. Participa em inúmeras exposições e concursos de pintura na Espanha, e em 1959 recebe o Prêmio Nacional Extraordinário de Pintura.

No final dos anos cinquenta vive uma crise existencial que o leva a um encontro profundo com Jesus Cristo, levando-o a dedicar sua vida e sua arte a Cristo e à Igreja. Junto com o P. Aguilar OP, em 1960, realiza uma viagem pela Europa, antes do início do Concílio, para estudar a arte sacra, precisamente à vista da convocação conciliar. Sobre a pegada dessa renovação, muda os conteúdos de sua arte, e junto a um escultor e a um vidreiro forma um grupo de arte sacra chamado “Grêmio 62” que realiza uma série de exposições em Madri, Royan (França) e Haia (Países Baixos).

Mons. Segundo Tejado (neocatechumenaleiter.org)

Em 1964, o Senhor lhe inspira a ir viver entre os pobres em uma favela de Palomeras Altas, na periferia de Madri, abandonando sua promissora carreira como artista. Posteriormente, conhece Carmen Hernández, uma missionária, licenciada em Química e em Teologia, hoje Serva de Deus. Junto a ela, dá vida a uma nova forma de pregação que levará ao nascimento de uma comunidade cristã entre os pobres: a primeira comunidade neocatecumenal. Essa experiência será levada, aos poucos, para as paróquias. A pequena semente começa a germinar na Espanha e, após a experiência de Kiko entre os pobres da periferia de Roma, no Borghetto Latino, na Itália e no mundo todo. O Caminho Neocatecumenal hoje está presente em 136 países, em cerca de 1.300 dioceses e mais de 6.200 paróquias.

A arte de Kiko, desde o início da experiência do nascimento das primeiras comunidades, terá como objetivo de busca a necessidade de oferecer lugares de celebração adequados e dignos para a renovação que o Concílio Vaticano II está oferecendo à Igreja. Através do Caminho Neocatecumenal, são criadas um conjunto de estruturas para implementar essa renovação ao serviço da comunidade cristã.

Kiko encontra na arte da Igreja Oriental, nos ícones, a expressão mais adequada à experiência que está vivendo. Ele se impressiona com a espiritualidade desses pintores que, renunciando à própria “originalidade” e submetendo-se ao cânone preestabelecido pela tradição da Igreja, encontram o caminho para uma arte e uma espiritualidade muito mais elevadas. Kiko segue o cânone ortodoxo, atualizando-o com as novidades da pintura moderna – como Picasso, Matisse – nas quais se formou.

Colaboradores da Fundação Obra Artística de Kiko Argüello (neocatechumenaleiter.org)

Em 2000, Kiko criou uma escola de pintores para a realização de ciclos pictóricos nas igrejas, como veremos a seguir, e em 2018, constituiu-se a Fundação Obra Artística Kiko Argüello, com a finalidade de conservar e divulgar a obra artística de Kiko.

Arquitetura e Pintura

Kiko Argüello, junto com Carmen Hernández, começa, seguindo o caminho do Concílio, a trabalhar na transição de uma pastoral de igreja massiva para uma igreja “comunidade de comunidades”, oferecendo uma renovação completa: da arquitetura à iconografia, dos espaços celebrativos e de encontro entre as pessoas, o que ele denominou Catecumenium, aos elementos próprios da liturgia.

Assim encontramos a obra artística de Kiko em distintas paróquias:

  • La Paloma (Madri)
  • San Bartolomeo em Tuto em Florência
  • Santa Catalina Labouré (Madri)
  • Sagrada Família (Oulu – Finlândia)
  • Catedral de Nossa Senhora de Arábia – Bahrein
A Transfiguração (neocatechumenaleiter.org)

Em outras igrejas/paróquias pinta ciclos pictóricos, com “Coronas Mistéricas” e “Retábulos”, destinados a realçar as festas litúrgicas, segundo a tradição oriental.

  • Catedral de Madri (ábside e capela de Nossa Sra. do Caminho)
  • Afresco da paróquia de Santiago (Ávila)
  • Igreja de Fuentes del Carbonero Mayor (Segóvia)
  • Em Roma: Cripta e salão Paróquia dos Santos Mártires Canadenses, Santa Francesca Cabrini, S. Luigi Gonzaga, Natividade
  • Salão Litúrgico da Paróquia de San Frontis (Zamora)
  • Em Madri: Igreja e salão de N. Sra. do Trânsito, S. José, S. Sebastián, La Paloma, S. Roque
  • Salão Paroquial Buone Nouvelle (Paris)

Junto à escola pictórica criada por ele, realiza vários ciclos pictóricos:

  • Paróquia da Santíssima Trindade (Piacenza)
  • Paróquia de S. Giovanni Battista (Perugia)
  • Paróquia Santíssima Trindade, (S. Pedro del Pinatar, Murcia)
  • Paróquia de S. Massimiliano M. Kolbe (Roma)
  • Igreja de San Francisco Javier (Shanghái – China)
  • Paróquia del Pilar ( Valdemoro – Madri)
  • Igreja de Troina, Cagliari, Mestre, Verona, etc.
  • Igreja Monastério Carmelita S. José (Mazarrón -Murcia)

Centros Neocatecumenais

Domus Galilaeae, capela do Santíssimo (neocatechumenaleiter.org)

Além das igrejas e dos salões litúrgicos das paróquias, cria centros neocatecumenais e casas de convivência: lugares de encontro entre os catequistas do Caminho, os irmãos e as dioceses:

  • Centro Neocatecumenal de Madri e Roma
  • Centro Neocatecumenal Servo de Yahweh (Porto San Giorgio), lugar de encontro e envio de missionários itinerantes para as nações. Em 1988, São João Paulo II celebrou a Eucaristia e enviou as primeiras famílias em missão. Neste centro cria o primeiro Santuário da Palavra, um lugar para o estudo e o escrutínio das Escrituras, decorado com um vitral original.
  • Centro Internacional “Domus Galilaeae” no Monte das Bem-aventuranças em Terra Santa. Acolhendo a intuição de Carmen Hernández de erigir um centro de formação para os presbíteros e catequistas na Terra Santa, cria e constrói a Domus Galilaeae. São João Paulo II — que visitou e abençoou as obras desta casa no ano 2000 — desejou que esta casa “possa favorecer uma profunda formação religiosa e um diálogo frutífero entre judaísmo e Igreja Católica”. Prova disso são as milhares de visitas, tanto de judeus quanto de palestinos, que ficam impressionados com a beleza e a hospitalidade da Casa; assim como os encontros internacionais de bispos e também de rabinos. Preside este lugar o significativo grupo escultórico de Cristo com os apóstolos e a escultura de São João Paulo II.
  • Casas de convivência e centros Neocatecumenais em vários países de América Latina, África, Europa.
Centro Neocatecumenal Internacional em Porto San Giorgio, Itália (neocatechumenaleiter.org)

Seminários Redemptoris Mater

O Senhor inspira Kiko e Carmen a necessidade de ajudar a Igreja nesta renovação, erigindo, junto com São João Paulo II, o primeiro Seminário Diocesano Missionário Redemptoris Mater em Roma, ao que outros bispos seguirão e abrirão um Seminário Redemptoris Mater em suas dioceses, até chegar ao número de 120 seminários no mundo. Kiko desenha o modelo arquitetônico de muitos desses seminários.

  • Seminário Redemptoris Mater de Macerata
  • Seminário Redemptoris Mater em Varsóvia (Polônia)
  • Seminário Redemptoris Mater de Managua (Nicarágua)
  • Igreja dos Seminários Redemptoris Mater de Roma e Madri
Igreja do Seminário Redemptoris Mater de Roma (neocatechumenaleiter.org)

https://youtu.be/Vwh85cYpDiY

Outras disciplinas artísticas

Além dessas obras de arquitetura, pintura e escultura, Kiko dedica-se a outras disciplinas artísticas: vitrais, paramentos litúrgicos e objetos de ourivesaria, como cruzes, cálices, capas de Bíblia, evangeliários, etc., sempre com o objetivo de servir à comunidade cristã em seu itinerário de fé.

  • Vitrais da Catedral de Madri (Espanha)
  • Vitrais do Centro Internacional Porto S. Giorgio (Itália)
  • Vitrais nos seminários de Roma, Madri
  • Vitrais da Domus Galilaeae (Israel).
Vitrais na Catedral de Madri, Espanha (neocatechumenaleiter.org)

Música

Até mesmo por meio da música, Kiko busca um caminho para anunciar o Evangelho ao homem de hoje: coloca sua vocação artística a serviço da Igreja e da Liturgia, pondo músicas nos Salmos, trechos da Sagrada Escritura, hinos da Igreja Primitiva e também poemas espirituais extraídos de seus escritos. São mais de 200 composições musicais para acompanhar e enriquecer as celebrações litúrgicas das comunidades neocatecumenais.

neocatechumenaleiter.org

Em 2010, Kiko compõe sua primeira sinfonia, “O Sofrimento dos Inocentes”, e, no mesmo ano, funda a Orquestra Sinfônica do Caminho Neocatecumenal, um grupo internacional formado por cerca de 200 músicos. Esta sinfonia é apresentada em todo o mundo: nos principais teatros, salas de concerto, praças e catedrais. De Madri a Nova York, de Chicago a Tóquio, de Budapeste a Lublin; de Auschwitz a Trieste, etc. Após a primeira sinfonia, Kiko compõe uma segunda partitura, um poema sinfônico em três partes, intitulado “O Messias”

A obra de evangelização e artística de Kiko recebeu o reconhecimento com um doutorado Honoris Causa de quatro universidades católicas: Roma, Lublin, Washington e Madri.

Kiko Argüello, a partir de sua conversão, concebe sua arte como uma missão. Com essa concepção da arte sacra, a devolve ao lugar de sua vocação original: a liturgia. A arte sacra havia se deslocado do lugar sagrado ao museu, à sala de exposições, aos salões dos colecionadores, anulando assim seu valor cultual e litúrgico. Kiko devolve a obra de arte à liturgia; dentro de uma comunidade viva, uma assembleia que celebra os mistérios da salvação.

Orquestra sinfônica do Caminho Neocatecumenal (neocatechumenaleiter.org)

Um detalhe que eu gostaria de lembrar aqui: Kiko arranca a arte do contexto do “negócio”: não cobra por suas obras: busca uma arte para os pobres, para a liturgia, para a comunidade. Faz que a arte cumpra sua verdadeira e elevada missão: levar o coração do homem à Jerusalém celeste, para experimentar o amor que Deus nos mostrou em Cristo, nascido, encarnado, batizado, transfigurado (vai indicando os ícones do retábulo), que entra na Paixão, institui a Eucaristia, morre por todos nós na cruz, é deposto da cruz, desce aos infernos para resgatar o homem e a mulher, e ressuscita (levam a mirra ao sepulcro), aparece aos apóstolos, ascende ao céu à direita de Deus Pai e envia sobre nós seu Espírito Santo com Maria, a Assunção de Maria, e virá logo, virá logo, irmãos, no final dos tempos na glória, como nos lembra este Pantocrator e o tempo de Advento que justo hoje começamos.

Presidente de Targi Kielce, Sacroexpo, Sr. Andrzej Mochoń

Sr. Andrzej Mochoń (Foto: Tomasz Marynowski)

Senhoras e senhores

Compraz-me saudá-los por ocasião deste evento único em seu tipo. Faz mais de 25 anos que organizamos em Kielce a feira internacional Sacroexpo, um acontecimento que combina a esfera do sagrado com o mundo empresarial. Cada ano participam no evento importantes convidados do mundo da cultura e da religião, que oferece um espaço de diálogo e de troca.

Neste espírito, desde 2005, concedemos o prêmio Per Artem Ad Deum. Trata-se do único prêmio patrocinado pelo Pontifício Conselho para a Cultura, desde 2005 a 2022. O prêmio é outorgado a artistas ou instituições cuja atividade artística contribua para o desenvolvimento da cultura e da formação da espiritualidade humana.

(neocatechumenaleiter.org)

Nestes últimos anos fiz numerosos esforços para continuar com esta grande tradição. Em 2017, no âmbito do prêmio Per Artem Ad Deum, reforçamos nossa colaboração assinando uma carta de intenção com o cardeal Gianfranco Ravasi, nesse momento presidente do Conselho Pontifício para a Cultura. Em 2022, depois da criação do Dicastério para a Cultura e a Educação, pudemos estabelecer uma colaboração com o Prefeito do Dicastério, o cardeal José Tolentino Calaça de Mendonça. Graças a esta colaboração, os futuros laureados receberão uma medalha sob os auspícios do novo Dicastério.

Tenho orgulho de dizer que, nos últimos 19 anos, já premiamos 32 personalidades de destaque, entre elas os compositores Ennio Morricone, Arvo Pärt, Wojciech Kilar e Krzysztof Penderecki, os diretores Giuseppe Tornatore e Krzysztof Zanussi, os arquitetos Stanisław Niemczyk e Mario Botta, os escultores Arnaldo Pomodoro e Wincenty Kućma, e também os pintores poloneses Tadeusz Boruta, prof. Stanisław Rodziński e Jerzy Jan Skąpski, bem como o mais importante mosaicista russo contemporâneo, Alexander Kornoukhov. Estas personalidades transcenderam o tempo e o espaço com as suas obras e guiaram-nos para o transcendente.

Hoje estamos felizes por poder entregar o prêmio Per Artem Ad Deum a Kiko Argüello. Com ele queremos ressaltar seu decisivo aporte à Arte Sacra e sua intensa contribuição na obra de evangelização expressa na comunidade do Caminho Neocatecumenal. A obra de Kiko vai muito mais além da atividade tradicional da criação artística. Através da pintura, entendida como reflexo da luz de Deus, e da música, linguagem universal capaz de abrir o coração à dimensão do espírito, ele encontra uma maneira de anunciar o Evangelho ao homem contemporâneo. Coloca sua vocação artística a serviço da Igreja e de sua liturgia, compondo música para os Salmos, outras passagens da Escritura, hinos da Igreja primitiva, assim como poemas espirituais extraídos de seus escritos. Kiko Argüello é autor de livros, assim como de importantes obras de pintura, arquitetura e escultura em todo o mundo.

neocatechumenaleiter.org

Para mim, é verdadeiramente um grande prazer entregar hoje a Medalha Per Artem Ad Deum do ano de 2024 pessoalmente a Kiko Argüello. Este reconhecimento, patrocinado pelo Dicastério para a Cultura e a Educação, celebra todas suas obras no campo da arte.

Querido Kiko Argüello, quero alegrar-me com você desde o fundo do meu coração e agradecer a sua imensa colaboração para o desenvolvimento da arte sacra e pelo seu trabalho em todas as atividades do Caminho Neocatecumenal. Que o seu trabalho possa continuar inspirando e transformando os corações das pessoas em todo o mundo.

Fonte: https://neocatechumenaleiter.org/pt-br/kiko-arguello-recebe-a-medalha-per-artem-ad-deum/

Papa: Páscoa seja celebrada na mesma data por todos os cristãos

Celebração das Segubdas Vésperas (Vatican News)

Nas vésperas na Basílica de São Paulo fora dos Muros, Francisco garantiu que a Igreja Católica está disposta a aceitar a data que todos decidirem: "uma data da unidade".

Bianca Fraccalvieri – Vatican News

Acreditamos na comunhão entre os cristãos? Esta foi a pergunta feita pelo Papa na homilia das vésperas celebradas na tarde deste sábado, 25 de janeiro, na Basílica de São Paulo fora dos Muros, no dia em que a Igreja celebra a conversão do Apóstolo.

Trata-se de uma cerimônia tradicional na presença de autoridades de outras confissões, que encerra a Semana de Oração da Unidade dos Cristãos. 

A homilia do Pontífice foi inspirada no episódio do Evangelho de João (11, 21), que narra o encontro entre Jesus e Marta, após a morte de Lázaro. Este trecho nos ensina  que, mesmo nos momentos de profunda desolação, não estamos sós e podemos continuar a ter esperança. 

“Jesus dá vida, mesmo quando parece que toda a esperança desapareceu. Depois de uma perda dolorosa, uma doença, uma amarga desilusão, uma traição ou outras experiências difíceis, a esperança pode vacilar; mas o Evangelho nos diz que com Jesus a esperança renasce sempre, porque Ele sempre nos reergue das cinzas da morte, dando-nos a força para retomar o caminho e recomeçar.”

Para Francisco, isto é importante também para a vida das Comunidades cristãs e para as relações ecumênicas, onde, por vezes, podemos nos sentir desanimamos perante os resultados do nosso esforço. O ecumenismo não é feito de atos práticos para uma melhor compreensão. Há o Espírito que nos guia neste caminho e o Senhor virá, recordou o Papa. “Acreditamos nisto?” 

“Queridos irmãos e irmãs, jamais nos esqueçamos: a esperança não decepciona; a esperança nunca decepciona. A esperança é aquela corda à qual nós seguramos com a âncora na praia. E esta jamais decepciona!”

Esta mensagem de esperança está no centro do Jubileu, lembrou o Papa. Neste mesmo ano, celebra-se o aniversário dos 1700 anos do primeiro grande Concílio ecumênico de Niceia, que se esforçou por preservar a unidade da Igreja num momento difícil. Naquela ocasião, os Padres conciliares aprovaram por unanimidade o Credo que muitos cristãos ainda hoje recitam todos os domingos durante a Eucaristia. 

“Trata-se duma profissão de fé comum que vai para além de todas as divisões que feriram o Corpo de Cristo ao longo dos séculos. Portanto, o aniversário do Concílio de Niceia representa um ano de graça, uma oportunidade para todos os cristãos que recitam o mesmo Credo e acreditam no mesmo Deus: recuperemos as raízes comuns da fé, preservemos a unidade!”

Este aniversário, prosseguiu, não deve ser celebrado apenas como “memória histórica”, mas também como compromisso de testemunhar a crescente comunhão entre os cristãos, como um convite a perseverar no caminho rumo à unidade. 

De modo providencial, este ano, a Páscoa será celebrada no mesmo dia tanto no calendário gregoriano como no juliano, lembrou o Papa, renovando seu apelo para que esta coincidência sirva de estímulo para que se chegue a uma data comum para a Páscoa.

A propósito, Francisco garantiu que a Igreja Católica está disposta a aceitar a data que todos decidirem: "uma data da unidade". Então concluiu:

“Queridos irmãos e irmãs, este é o momento de confirmar a nossa profissão de fé no único Deus e de encontrar em Cristo Jesus o caminho da unidade. Enquanto esperamos que o Senhor venha «em sua glória, para julgar os vivos e os mortos» (cf. Credo Niceno), nunca nos cansemos, diante dos povos, de dar testemunho do Filho unigénito de Deus, fonte de toda a nossa esperança.”

Celebração das Segubdas Vésperas (Vatican News)

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Festa da Conversão de São Paulo

Conversão de São Paulo (Templário de Maria)

25 DE JANEIRO – CONVERSÃO DE SÃO PAULO
(Século I)

Com sua conversão – que a Igreja latina, desde o século VI, comemora conjuntamente com a festa litúrgica deste dia – são Paulo recebeu diretamente de Cristo a missão de evangelizar os povos. O milagroso evento teve profunda repercussão na história da Igreja. Um de seus mais ativos perseguidores tornou-se o mais zeloso e incansável missionário.

‘Não sou digno de ser chamado apóstolo’, escreve sobre si mesmo, recordando à primeira comunidade cristã os tempos de hostilidade de sua juventude. Acrescenta, em seguida, com legítima ufania: ‘mais do que qualquer outro, lutei’.

Eis suas credenciais de apóstolo: viu Jesus ressuscitado; pode, pois, testemunhá-lo; foi chamado e enviado para pregar o Evangelho, como o outros apóstolos.

‘Quem és, Senhor?’: está implícita na pergunta de Saulo – caído por terra, por causa da grande luz divina, a caminho de Damasco -, a prova de sua boa-fé. E a resposta é igualmente repleta de significado: ‘Eu sou Jesus, a quem tu estás perseguindo’. Foi revelada a Paulo a misteriosa verdade do Corpo místico da Igreja. A sequência também desvenda o segredo dessa alma generosa, intolerante àqueles que reputa traidores e hereges: ‘A ti é difícil recalcitrar contra o aguilhão’.

Paulo, de fato, fora atingido pelo ‘aguilhão’ da graça, e aquela profusão de luz, que o deixou momentaneamente cego, abriu-lhe os olhos para a obra redentora de Cristo. O milagre da graça condensara naquele raio fulgurante toda a teologia paulina – pão substancioso a ser dividido com os irmãos, oralmente e por escrito. Cada uma das cartas dirigidas às várias comunidades desenvolve os grandes temas dessa mensagem divina.

Em 36, Saulo estava presente quando foi lapidado o primeiro mártir cristão, Estêvão, mas ele não tomou parte nisso, pois era ainda ‘muito moço’, dizem os Atos dos Apóstolos. Em 62, Paulo escreve que já era ‘velho’. Daí se pode deduzir que tenha nascido entre os anos 6 e 10 e tenha sido decapitado em 69 – sua atividade apostólica desenvolve-se num período de vinte anos, seis dos quais transcorridos na prisão.

Conheça mais sobre a Conversão de São Paulo Apóstolo

O apóstolo Paulo de Tarso, cujo nome original era Sha’ul (“Saulo”) (Tarso, c. 3 – Roma, c. 66) é considerado por muitos cristãos como o mais importante discípulo de Jesus e, depois de Jesus, a figura mais importante no desenvolvimento do Cristianismo nascente.

Paulo de Tarso foi um apóstolo diferente dos demais, por ter dado maior ênfase aos irmãos gentios, pois seu chamado era destinado a eles que estavam espalhados pelo mundo (Atos 13:47). Paulo, assim como os outros Verdadeiros Apóstolos, também teria visto Jesus Cristo (Atos 9:17, I Coríntios 15:8, dentre outros textos). Paulo era um homem culto, frequentou uma escola em Jerusalém (a Escola de Gamaliel), tinha feito uma carreira no Templo (era Fariseu), onde foi sacerdote. Destaca-se dos outros apóstolos pela sua cultura, considerando-se que em sua maioria era de pescadores. A língua materna de Paulo era o grego. É provável que também dominasse o aramaico.

Educado em duas culturas (grega e judaica), Paulo fez muito pela difusão do Cristianismo entre os gentios e é considerado uma das principais fontes da doutrina da Igreja. As suas Epístolas formam uma secção fundamental do Novo Testamento. Alguns afirmam que ele foi quem verdadeiramente transformou o cristianismo numa nova religião, e não mais uma seita do Judaísmo.

Foi a mais destacada figura cristã a favorecer a abolição da necessidade da circuncisão e dos estritos hábitos alimentares tradicionais judaicos. Esta opção teve a princípio a oposição de outros líderes cristãos, mas, em consequência desta revolução, a adoção do cristianismo pelos povos gentios tornou-se mais viável, ao passo que os Judeus mais conservadores, muitos deles vivendo na Europa, permaneceram fiéis à sua tradição, que não tem um móbil missionário.

Biografia – Infância

Paulo nasceu em Tarso, na Cilícia, que atualmente pertence à Turquia, numa família judaica da Diáspora (dispersão) (na altura já havia uma diáspora de judeus que viviam espalhados pelo mundo, sobretudo na Pérsia, mas também em torno do mediterrâneo, em Alexandria e no norte de África, na Turquia, Grécia e outras partes do Império Romano, incluindo a atual Espanha). Nasceu numa data desconhecida mas “sem dúvida antes do ano 10 da nossa era” (Étienne Trocme). Seu pai, em circunstâncias que se desconhece, adquiriu a cidadania romana mantendo a fé judaica, educou-o na tradição judaica. Durante toda sua vida sua cidadania romana foi um meio de proteção física. Como ele próprio diz, foi circuncidado ao oitavo dia e mantém-se sempre na lei mosaica. Diz-se mesmo um Fariseu. A sua formação primária foi feita numa escola de cultura grega, como atestam as suas cartas. Mas ele afirma que recebeu também o ensino por parte de rabinos.

Jerusalém

Em determinada altura Paulo deve ter ido viver em Jerusalém. As cartas dos apóstolos afirmam que ele foi aluno do rabino Gamaliel em Jerusalém. Não há dúvida de que passou uma parte importante da juventude em Jerusalém. Foi em Jerusalém que Paulo participou no apedrejamento daquele que ficaria conhecido como Santo Estêvão, um líder de um grupo fervoroso dos seguidores de Jesus, nesta época não se chamava de Cristianismo ainda a doutrina do Cristo, mas sim de “Caminho”. Paulo foi um perseguidor destes seguidores de Jesus, núcleo de cristãos que procuravam difundir a nova fé entre os judeus de Jerusalém.

O argumento de Paulo na sua perseguição aos seguidores do “Caminho” era a defesa da “tradição dos pais” e da lei mosaica, que ele via como ameaçada pelos seguidores de Jesus. Alguns autores chegam mesmo a colocar a hipótese de Paulo ter sido um zelote, dado o seu fervor religioso. Também o fato de sua vida ter sido colocada em perigo após ter tomado partido pelos cristãos leva Étienne Trocmé a dizer que isso “corresponde bem ao pouco que sabemos sobre a organização do partido zelote”.

Em determinado momento, Paulo de Tarso saiu do mundo judaico e foi para Atenas pregar. Os relatos contam que, na sua estada na Acrópole, ele consegue converter Dionísio Ariopaseta.

Missão de Damasco

Saulo, fervoroso defensor da tradição judaica (e por isso talvez mesmo um zelote), foi enviado a Damasco para fazer face à agitação dos seguidores do “Caminho”.

Foi durante esta missão a Damasco que Saulo tomou o partido dos cristãos que perseguia anteriormente. Foi aqui que Saulo, indo no caminho de Damasco, já perto da cidade, viu um resplendor de luz no céu que o cercou, e caindo por terra, ouviu uma voz que lhe dizia: “Saulo, Saulo, porque me persegues?”. (Atos 9.1-22) Saulo muda de lado. A esta mudança de partido ele fez corresponder uma mudança de nome. Abandonou o nome Saulo e, deste momento em diante, fez-se conhecer como Paulo.

Viagens e apostolado

Após muitos anos de atividade missionária, com três grandes viagens apostólicas descritas na Bíblia (incluindo Grécia, Macedônia e Ásia Menor nos itinerários), onde fundou diversas comunidades, foi preso em Jerusalém por volta do ano 61 d.C. sob a falsa acusação de estar infiltrando gentios no Templo de Jerusalém, o que era punido com a morte pelos judeus. Conseguindo se desvencilhar das mãos das autoridades do templo, apelou ao Imperador Romano, sendo enviado a Roma, onde, após um naufrágio e uma rápida parada na Ilha de Malta, teria sido julgado e, após cerca de dois anos encarcerado, foi libertado.

Segundo a tradição e pelo que é descrito em suas cartas, reiniciou sua atividade missionária, sendo que, muito provavelmente, visitou a Espanha e retornou à Ásia Menor, onde, em Trôade, foi denunciado por um ferreiro de nome Alexandre, sendo repentinamente preso e, mais uma vez, enviado a Roma. Lá, ficou encarcerado no Segundo Subsolo do Cárcere Marmetino.

Foi julgado e condenado à morte sob Nero que, naqueles tempos, estava perseguindo duramente os cristãos. Em face de ser cidadão romano, em vez de ser crucificado, Paulo teria sido decapitado em 67 d.C. em um lugar conhecido como Águas Salvias. Seu túmulo encontra-se na Basílica de São Paulo Extra-Muros, na Via Ostiense, local tradicionalmente aceito como sendo de seu martírio.

Aspecto físico

Não temos qualquer relato confiável do aspecto físico de Paulo. Os únicos relatos que possuímos são dos finais do século II e não são mais do que a projeção dos ideais estéticos a uma figura lendária. Dizia-se que Paulo era manco de uma perna, tinha problemas de vista e era calvo, tinha aproximadamente 1,50 metros de altura. Há indícios de que Paulo tinha problemas de saúde, padecendo de uma doença crónica e dolorosa, da qual ignoramos a natureza, mas que lhe terá sido um obstáculo à sua atividade normal. Por volta dos anos 58-60 ele descrevia-se a si próprio como um velho.

Paulo escreveu várias epístolas para as comunidades que visitara, pregando e ensinando as máximas cristãs. As cartas relacionadas a seguir (conhecidas como Corpus Paulinum) são aquelas que, tradicionalmente, são atribuídas a Paulo:

• Romanos
• I Coríntios
• II Coríntios
• Gálatas
• Efésios
• Filipenses
• Colossenses
• I Tessalonicenses
• II Tessalonicenses
• I Timóteo
• II Timóteo
• Tito
• Filémon
• Hebreus, anônima, mas tradicionalmente atribuída a Paulo.

Bibliografia:

• Étienne Trocmé, “L’enfance du christianisme”, Edit. Hachette, 1999

Conversão de São Paulo (Templário de Maria)
Fonte: https://templariodemaria.com/santo-do-dia-25-de-janeiro-conversao-de-sao-paulo/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF