Ela foi a soberana de um Reino identificado como de Sabá,
mas seu nome possui significados e denominações diferentes para diversos povos
do norte da África e do Oriente Médio.
Padre José Inácio de Medeiros, CSsR - Instituto Histórico
Redentorista
Existem pessoas, lugares, costumes e regiões citados na
bíblia dos quais pouco conhecemos. Uma dessas pessoas é a Rainha de Sabá,
citada tanto no antigo como no novo Testamento. É dela que hoje falamos.
A rainha de Sabá soube da fama de Salomão e foi a
Jerusalém para pô-lo à prova com perguntas difíceis. Quando chegou, acompanhada
de uma enorme caravana, com camelos carregados de especiarias, grande
quantidade de ouro e pedras preciosas, foi até Salomão e lhe fez todas as
perguntas que tinha em mente. Salomão respondeu a todas; nenhuma lhe foi
tão difícil que não pudesse responder. Vendo a sabedoria de Salomão, bem
como o palácio que ele havia construído, o que era servido em sua mesa, o
lugar de seus oficiais, os criados e os copeiros, todos uniformizados, e os
holocaustos que ele fazia no templo do Senhor, ela ficou
impressionada. (II Crônicas 9, 1-5)
Quem foi a Rainha de Sabá
Além de ter sido mencionada no antigo testamento tanto no II
Livro de Crônicas, como no I Livro de Reis, no Novo Testamento ela é citada
como a Rainha do Sul, quando Jesus Cristo diz “No dia do julgamento, a
Rainha do Sul se levantará contra essa geração e a condenará” (MT
12,42).
Ela foi a soberana de um Reino identificado como de Sabá,
mas seu nome possui significados e denominações diferentes para diversos povos
do norte da África e do Oriente Médio. Os etíopes a chamam de Makeda, os
muçulmanos a chamam de Balkis ou Bilkis e os romanos a chamavam de Nicaula. O
nome, porém, que ficou mais famoso na história veio da denominação que o rei
Salomão lhe atribuiu, Rainha de Sabá. Independentemente da diferença da
denominação os livros sagrados de diferentes religiões concordam que ela foi
uma soberana de significativa importância para o Reino de Sabá, que incluía os
territórios hoje ocupados pela Etiópia e Iêmen.
A versão mais conhecida é a de que ela tenha vivido no
século X antes de Cristo, teria viajado cheia de presentes até o Rei
Salomão após ouvir histórias sobre ele, com a intenção de testar sua sabedoria.
Daí surge outra versão de que Salomão tenha conquistado os encantos da rainha
que chegou a engravidar dele e que dessa relação tenha surgido uma linhagem de
imperadores do povo da Etiópia.
A Rainha de Sabá é tida como a mãe da família imperial
etíope e sua relação com ele é detalhada em um texto da cultura do povo, o
Kebra Negast. O filho do casal, Menelik I, foi o primeiro imperador da Etiópia.
No período medieval a Rainha de Sabá se tornou personagem de
uma das versões sobre a lendária Arca da Aliança. De acordo com um relato
fictício ao voltar para casa, a Rainha de Sabá teria levado consigo a Arca da
Aliança, que estava no Templo de Jerusalém. Segundo esta versão, o templo de
Salomão teria ruído por não ter mais consigo a Arca da Aliança, mas a sua
presença no Império Etíope teria feito dele um dos maiores impérios do
mundo durante vários anos, vencendo guerras e inimigos. Mas esta é apenas
uma das versões lendárias sobre a Arca da Aliança.
Pesquisas arqueológicas descobriram informações preciosas
sobre a Rainha de Sabá e alguns apontamentos mais recentes baseados em
escavações feitas no Iêmen mostram que a Rainha de Sabá muito provavelmente
teria sido a monarca da Arábia Meridional também. Há evidências de que a
própria capital do Reino de Sabá pudesse estar localizada na região.
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