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quinta-feira, 22 de maio de 2025

Santa Rita: A Última Palavra é de Deus

Santa Rita de Cássia (Vatican News)

No Dia de Santa Rita de Cássia, o mundo recorda a Santa das causas impossíveis e seu testemunho de fé inabalável.

Fernando Nunes - Vatican News

22 de maio

Hoje, a Igreja celebra a memória de Santa Rita de Cássia, padroeira das causas impossíveis e testemunho vivo de fé inabalável. Mulher de oração incansável e de coragem silenciosa, Rita é, para milhões de fiéis, um sinal claro de que a graça de Deus nunca abandona os que nele confiam — mesmo diante do impossível.

Sua vida foi marcada por dores profundas, decisões radicais e uma fé que jamais recuou diante dos sofrimentos. A convicção que carregava no coração — de que a última palavra sempre é de Deus — é o fio condutor de sua história e de sua santidade.

Casada muito jovem, e sem grande entusiasmo, enfrentou com perseverança e oração o temperamento violento do marido, Paolo Ferdinando. Próximo de sua morte, ele foi tocado pela graça, pouco antes de ser assassinado. Os dois filhos do casal juraram vingança, mas Rita, profundamente unida a Deus, suplicou para que o Senhor os impedisse de cometer esse crime. Sua súplica foi ouvida: os dois faleceram ainda jovens, reconciliados com Deus, sem carregar o peso do ódio ou da vingança.

Esse gesto — incompreensível para os que vivem apenas à luz da lógica humana — revela o coração de uma mulher enraizada na eternidade. Para Rita, o mais importante não era prolongar os dias dos filhos, mas garantir-lhes a vida eterna.

Após essa fase da vida, Rita ingressou, por um verdadeiro milagre, no mosteiro das Irmãs Agostinianas de Cássia. A regra da congregação impedia a entrada de viúvas, mas a força da intercessão — e a insistência da fé — abriram portas. Ali, viveu profundamente unida a Cristo, especialmente nos últimos 15 anos de sua vida, marcados por uma dolorosa ferida na testa, sinal visível de sua união com a Paixão do Senhor.

Corpo de Santa Rita (Vatican News)

Um corpo que fala

Após sua morte, em 1457, algo extraordinário começou a chamar a atenção: seu corpo, nunca sepultado da forma adequada, permaneceu surpreendentemente preservado ao longo dos séculos. Exalava um perfume delicado, e da ferida em sua fronte emanava uma luz inexplicável. Documentos da época relatam fenômenos místicos no momento de sua morte: perfumes, sinos tocando e uma claridade celeste enchendo a cela do convento.

Em 1627, por ocasião de seu processo de beatificação, o corpo de Santa Rita foi cuidadosamente examinado. O veredito surpreendeu os peritos: a pele conservava a coloração natural, e não havia sinais visíveis de decomposição — fato notável especialmente porque seu corpo nunca havia sido sepultado formalmente em mais de 150 anos.

Canonizada em 1900 por Leão XIII, Santa Rita passou a repousar em um relicário de ouro, exposto na Basílica a ela dedicada, na comuna de Cássia, Itália. Ali, todos os anos, milhares de devotos se reúnem para venerá-la — entre eles, uma imensa multidão de brasileiros, cuja devoção à santa é especialmente intensa.

Devoção no Brasil

No Brasil, Santa Rita de Cássia é uma das santas mais populares. Desde o século XIX, sua devoção se espalhou pelo país, com a criação de paróquias, festas e romarias em sua honra. A cidade de Santa Cruz (RN), por exemplo, abriga o maior monumento religioso dedicado à santa no mundo — uma imagem de 56 metros de altura que atrai milhares de peregrinos todos os anos. Em diversas cidades brasileiras, sua festa litúrgica, celebrada neste 22 de maio, é ocasião de intensa vivência da fé e expressão de confiança na sua intercessão poderosa.

Um Papa devoto e agostiniano

O Papa Leão XIV, atual Sucessor de Pedro, partilha com Santa Rita não apenas a devoção, mas também a espiritualidade agostiniana. Membro da Ordem de Santo Agostinho, o pontífice já esteve inúmeras vezes em Cássia, onde nutre especial afeto pelo santuário que abriga o corpo da santa. Sua vida de oração e perseverança diante dos desafios da Igreja encontra eco na figura de Rita, que soube responder com fé ao sofrimento e à contradição.

A santa do impossível

A vida de Santa Rita é uma pregação viva sobre o valor do sofrimento unido a Cristo. Ela testemunha que nenhum obstáculo, por mais humano que pareça, pode impedir o agir de Deus. Seja na vida matrimonial ou religiosa, seu exemplo aponta para a eternidade — e lembra aos devotos que, de fato, a última palavra sempre é de Deus.

Neste 22 de maio, sua memória é celebrada em todo o mundo, especialmente nas muitas cidades do Brasil onde igrejas, capelas e comunidades levam seu nome.

Que Santa Rita de Cássia nos ensine a nunca desistir, a sofrer com paciência e oferta, e a lembrar, com fé viva, que esta vida é breve — e que a última palavra sempre é de Deus.

Santa Rita de Cássia, rogai por nós.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

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Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF