“Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que te amo.” (Jo 21,17)
| Palavra de Vida Maio 2025
por Organizado por Letizia Magri com a comissão da
Palavra de Vida publicado às 00:00 de 24/04/2025, modificado às
10:09 de 28/04/2025
O último capítulo do Evangelho de João nos leva à Galileia,
às margens do lago de Tiberíades. Após a morte de Jesus, Pedro, João e outros
discípulos voltam ao seu trabalho de pescadores, mas infelizmente sem
resultados naquela noite.
Ali, o Ressuscitado se manifesta pela terceira vez.
Exorta-os a lançar novamente as redes, e desta vez, eles apanham muitos peixes.
Depois, na praia, Ele os convida a compartilhar a comida. Pedro e os outros o
reconheceram, mas não têm a coragem de lhe dirigir a palavra.
Jesus toma a iniciativa e se dirige a Pedro com uma pergunta
muito desafiadora: “Simão, filho de João, tu me amas mais do que estes?”. O
momento é solene: três vezes Jesus renova o chamado de Pedro1 para que cuide
das suas ovelhas, das quais Ele mesmo é o Pastor2.
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“Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que
te amo.”
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Mas Pedro se lembra de que o tinha traído, e essa
experiência trágica não o deixa responder positivamente à pergunta de Jesus.
Então, responde com humildade: “Sim, Senhor, tu sabes que te amo”.
Ao longo de todo o diálogo, Jesus não censura Pedro pela
traição, não insiste em evidenciar o erro. Vai até onde chegam as
possibilidades do discípulo, leva-o para dentro da sua dolorosa ferida, a fim
de curá-la com a sua amizade. A única coisa que Ele pede é que a relação seja
reconstruída na confiança mútua.
Então, brota de Pedro uma resposta que é um ato de
consciência da própria fraqueza e, ao mesmo tempo, de confiança sem limites no
amor acolhedor do seu Mestre e Senhor:
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“Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que
te amo.”
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Jesus faz a mesma pergunta também a cada um de nós: tu me
amas? Queres ser meu amigo?
Ele sabe tudo: conhece os dons que Ele mesmo nos deu, bem
como as nossas fraquezas e feridas, que às vezes estão sangrando. Mesmo assim,
Ele renova a sua confiança, não nas nossas forças, mas na amizade com Ele.
Nessa amizade, Pedro encontrará também a coragem de
testemunhar o seu amor por Jesus até dar a própria vida por Ele.
“Todos nós passamos por momentos de fraqueza, de frustração,
de desânimo: [...] contrariedades, situações dolorosas, doenças, mortes,
provações interiores, incompreensões, tentações, fracassos [...]. Justamente
aquele que se sente incapaz de superar certas provações que se abatem sobre o
físico e a alma, e que, portanto, não pode contar com suas próprias forças,
está em condições de confiar em Deus. E Ele intervém, atraído por essa
confiança. Onde Ele age, realiza coisas grandes, que parecem maiores justamente
por terem origem na nossa pequenez3”.
No dia a dia, podemos nos apresentar a Deus do jeito que
somos e invocar a sua amizade; e essa nos cura. Nesse abandono confiante na sua
misericórdia, podemos retornar à intimidade com o Senhor e retomar a nossa
caminhada com Ele.
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“Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que
te amo.”
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Esta Palavra de Vida também pode se tornar uma oração
pessoal, a nossa resposta, pela qual nos confiamos a Deus com as nossas poucas
forças e lhe agradecemos pelos sinais do seu amor:
“[…] Quero-te bem porque entraste em minha vida mais do que
o ar nos meus pulmões, mais do que o sangue em minhas veias. Entraste aonde
ninguém podia entrar, quando ninguém podia me ajudar, toda vez que ninguém me
podia consolar. […] Dá que eu te seja grata – ao menos um pouco – no tempo que
me resta, por esse amor que derramaste sobre mim e me obrigou a dizer-te:
Quero-te bem4”.
Também em nossos relacionamentos na família, na sociedade e
na Igreja, podemos aprender o estilo de Jesus: amar a todos, tomar a iniciativa
no amor, “lavar os pés”5 dos nossos irmãos, especialmente dos mais pequeninos e
mais frágeis. Aprenderemos a acolher a todos com humildade e paciência, sem
julgar, abertos a pedir e a acolher o perdão, para entendermos juntos como
caminhar lado a lado na vida.
Organizado por Letizia Magri com a comissão da Palavra de
Vida
1) Cf. Mt 16,18-19.
2) Jo 10,14.
3) LUBICH, Chiara. A força da fraqueza. Palavra
de Vida, julho de 2000.
4) LUBICH, Chiara. Gratidão. Ideal e Luz. São
Paulo: Brasiliense; Cidade Nova, 2003. p. 178.
5) Cf. Jo 13,14.
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