Paulo
Teixeira - publicado em 20/04/25
A Cidade Santa ouviu as últimas palavras de Jesus e
também foi testemunha da alegria da ressurreição.
Jerusalém conta, atualmente, com um cemitério no lugar do
chamado Monte das Oliveiras. O lugar é usado para sepultura há cerca de três
mil anos e tem, aproximadamente, 150 mil túmulos.
Outro lugar enigmático é o que recorda as vítimas do
holocausto e os nomes das pessoas que buscaram salvar os judeus, conhecidos
como justos entre as nações. Um desses justos é Oscar Schindler, imortalizado
no filme A lista de Schindler. Ele está sepultado em um cemitério católico e
sua sepultura recebe muitas homenagens.
Mas há um túmulo que chama muita atenção em Jerusalém,
recebe peregrinos o ano todo e está envolvido por uma grande basílica do século
IV. É um sepulcro vazio, venerado justamente por não ter ninguém lá dentro. É o
santo sepulcro de Jerusalém, onde Jesus foi sepultado antes de
ressuscitar.
Um discípulo de Jesus, que o seguia em segredo, pediu para
que o corpo de Jesus fosse sepultado às pressas, na sexta-feira, antes do dia
santo que era sábado. José de Arimatéia devia ser um homem influente para ter
conseguido essa autorização em tão breve tempo, e sobretudo, por ter conseguido
descaracterizar um dos sentidos da crucificação.
Morte na cruz
Primeiro de tudo, a cruz era um instrumento de tortura. A
pessoa pregada na cruz sofria muito e agonizava enquanto os passantes viam
aquilo. Era uma maneira de impor o medo, por isso os romanos faziam certa
“publicidade” da crucifixão. Quando os evangelhos contam que foram quebradas as
pernas dos crucificados com jesus, era para aumentar a tortura e para que não
podendo se apoiar nos pés ficassem sufocados com o peso do corpo; Era um
instrumento de tortura que levava inevitavelmente à morte. E o morto na cruz
ficava exposto como exemplo a não ser seguido. Era uma punição exemplar.
Túmulo
Jesus foi sepultado às pressas por intermédio desse homem
influente. O sepulcro era novo, escavado na rocha. As mulheres que seguiam
Jesus não tiveram tempo de preparar o corpo como convinha, com perfumes e
óleos. No sábado, dia santo, não fizeram esse trabalho, mas, logo cedo do
primeiro dia da semana, Madalena estava lá para prestar suas
homenagens.
É interessante notar como a morte de Jesus foi real, isto é,
não foi somente simbólica ou indolor como alguns afirmaram ao longo da
história. A morte de Jesus foi muito sentida por Arimatéia e Madalena, e para
eles era importante dar dignidade ao mestre, mesmo depois de morto. A
desesperança não tomou conta deles, mas, sim, o amor a Jesus.
Santo Sepulcro
Acredita-se que no início do cristianismo havia
peregrinações a este sepulcro vazio que atesta a ressurreição de Jesus. Esta
crença se dá pelo fato de o imperador Adriano ter ordenado a construção
de uma nova cidade sobre Jerusalém, por volta do ano 130, e que o local onde
estava o túmulo de Jesus foi aterrado para a construção de um templo dedicado a
Vênus.
No século IV, Constantino, com sua mãe Helena, redescobriram
os lugares cristãos. Construíram um majestoso templo no Santo Sepulcro que
resistiu a diversos ataques e à ocupação islâmica. No ano 1000 o Santo Sepulcro
foi ocupado e iniciaram-se as Cruzadas.
Retomadas as construções, os cristãos retomaram as
peregrinações. Até hoje milhares de pessoas de diversas comunidades têm
Jerusalém como um centro de referência para a fé. O Santo Sepulcro é gerido por
comunidades católicas e ortodoxas e acolhe peregrinos de todo o mundo.
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