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domingo, 14 de dezembro de 2025

O mundo à beira do milagre

Advento: tempo de espera pela vinda do Messias (Missionárias da Divina Revelação)

O MUNDO À BEIRA DO MILAGRE

12/12/2025

Dom Lindomar Rocha Mota
Bispo de São Luís de Montes Belos (GO) 

Foi como se o mundo estivesse à beira do impossível. Nada ainda tinha nome e o deserto não era chamado de deserto, nem a esperança de esperança. A terra vivia sem chuva, o coração, sem resposta e o tempo sem promessa. Tudo isso foi antes do Advento. 

O primeiro advento não foi como celebramos hoje, foi uma espécie de estremecimento primordial, um céu silencioso que começou a se movimentar e surpreendeu a humanidade inteira. 

Aconteceu que, pela primeira vez, alguém encontrou os escritos sagrados de Isaías e não os leu como um texto antigo, pois havia chegado o tempo predito por Deus para que tais coisas fossem compreendidas, e o deserto e a terra árida exultaram… as mãos fracas se fortaleceram,… os olhos dos cegos se abriram. 

Ninguém sabia explicar como palavras assim podiam existir num mundo tão abatido e cansado. Mas havia nelas um tipo de sabedoria que não era humana. Pois essa profecia assumia a criação que era sua, e gritava: levanta-te, porque Alguém está vindo, e o tempo não poderá detê-Lo. 

Então, a história inteira se inclinou para a vinda do Salvador, e o tempo, exausto de esperar, finalmente cedeu, abrindo passagem para Ele. 

Foi neste tempo que João surgiu no ermo. Não no esplendor dos templos, mas na borda do mundo, como um grito que amadureceu no silêncio. Ele era a urgência feita carne e a pressa de Deus na cadência do coração humano. E, quando o prenderam, a urgência não diminuiu, porque não era deste mundo, tornou-se mais robusta, quase palpável, quase insuportável no raiar do dia. 

Da prisão, João perguntou aquilo que toda a humanidade sempre temeu em perguntar: és Tu aquele que há de vir, ou devemos esperar outro? 

Era o desespero fecundo de quem sabe que, se não fosse Ele nada mais faria sentido; se Ele não fosse o esperado, não haveria outro. Não era dúvida, era fé. 

A essa seríssima questão da humanidade, Jesus respondeu com acontecimentos, do jeito que só Deus faz. Porque, no primeiro Advento, a verdade não era dita com palavras. 

Então, os cegos principiaram a ver, os coxos a andar, os leprosos são purificados, os mortos ressuscitam, e os pobres começam ouvir a Boa-Nova. 

João pediu um sinal e Jesus lhe mostrou o mundo recomeçando. O coração humano buscava uma prova, e Deus lhe proporcionou uma transformação. 

É assim no terceiro Domingo do Advento. Uma alegria que cresce como a água secreta no cerrado, prestes a florescer. Nele, a alegria inesperada é um aviso de que a luz já começou a infiltrar-se nas frestas das encostas do mundo e a criação, cansada de esperar, pressente os passos daquele que vem. 

A alma humana, em sua urgência mais profunda percebe essa chegada. Sente que o Senhor se aproxima e o deserto floresce, os fracos se erguem e o mundo respira diferente, porque a aurora já começou. A alma percebe, finalmente, que todas as circunstâncias mudaram.  

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

São João da Cruz: 17 graus da perfeição

Fr Lawrence Lew OP/Flickr

Reportagem local - publicado em 04/08/19

“Procure em todas as coisas a maior honra e glória de Deus.”

CAMPANHA DE NATAL ALETEIA 2025 - QUERO DOAR EM 3 CLIQUES

1. Por nada deste mundo cometer pecado, nem mesmo venial com plena advertência, nem imperfeição conhecida.

2. Procurar andar sempre na presença de Deus, segundo as obras que se está fazendo.

3. Nada fazer nem dizer coisa de importância que Cristo não pudesse fazer ou dizer se estivesse no estado em que me encontro e tivesse a idade e a saúde que eu tenho.

4. Procure em todas as coisas a maior honra e glória de Deus.

5. Por nenhuma ocupação deixar a oração mental que é o sustento da alma.

6. Não omitir o exame de consciência, sob pretexto de ocupações, e, por cada falta cometida, fazer alguma penitência.

7. Ter grande arrependimento por qualquer tempo não aproveitado ou que tenha escapado sem amar a Deus.

8. Em todas as coisas, altas e baixas, ter a Deus por fim, pois de outro modo não se crescerá em perfeição e mérito.

9. Nunca faltar à oração e, quando experimentar aridez e dificuldade, por isso mesmo perseverar nela, porque Deus quer muitas vezes ver o que há na alma e isso não se prova na facilidade e no gosto.

10. Do céu e da terra sempre o mais baixo e o lugar e o ofício mais ínfimo.

11. Nunca se intrometer naquilo de que não se foi encarregado, nem discutir sobre alguma coisa ainda que se esteja com a razão. E, no que tiver sido ordenado, não imaginar que se tem obrigação de fazer aquilo a que, bem examinado, nada obriga.

12. Não ocupar-se das coisas alheias, sejam elas boas ou más, porque, além do perigo que há de pecar, essa ocupação é causa de distrações e amesquinha o espírito.

13. Procurar sempre confessar-se com profundo conhecimento da própria miséria e com sinceridade cristalina.

14. Ainda que as coisas de obrigação e ofício se tornem dificultosas e enfadonhas, nem por isso desanimar-se, porque não há de ser sempre assim, e Deus, que experimenta a alma simulando trabalho no preceito (Cf. Sl 93,20), em breve a fará sentir o bem e o ganho.

15. Lembrar-se sempre de que tudo quanto se passa, seja próspero ou adverso, vem de Deus, para que assim nem se caia em soberba por um lado, nem no desânimo por outro.

16. Recordar-se sempre de que não se veio senão para ser santo, e, assim, não consentir que reine na alma o que não leve à santidade.

17. Ser sempre mais amigo de dar alegria aos outros do que a si mesmo, e, assim, com relação ao próximo, não ter inveja nem predomínio. Entenda-se, porém, que isto se refere ao que está de acordo com a perfeição, porque Deus muito se aborrece com os que não antepõem o que lhe agrada ao beneplácito dos homens.

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São João da Cruz, em Pequenos Tratados Espirituais

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Papa: Cristo vence as ideologias, que impedem de ouvir a verdade

Angelus, 14/12/2025 - Papa Leão XIV (Vatican News)

"Quem busca a verdade e a justiça, quem espera pela liberdade e pela paz, questiona Jesus". Sua palavra "liberta-nos da prisão do desconforto e do sofrimento: todas as profecias encontram n’Ele o esperado cumprimento. Na verdade, é Cristo quem abre os olhos do homem à glória de Deus. Ele dá voz aos oprimidos, silenciados pela violência e pelo ódio; Ele vence as ideologias, que impedem de ouvir a verdade; Ele cura das aparências que deformam o corpo".

https://youtu.be/ti2WfTAd0wg

Vatican News

Depois de presidir na Basílica de São Pedro a Celebração Eucarística no Jubileu dos Reclusos, Leão XIV rezou o Angelus da janela do apartamento pontifício com os 20 mil fiéis e peregrinos reunidos na Praça São Pedro.

Antes da oração mariana, a inspirar sua reflexão, foi o Evangelho de Mateus (Mt 11,2-11) proposto pela liturgia do dia, cuja narrativa "leva-nos a visitar João Batista na prisão, onde se encontra detido por causa da sua pregação. Apesar disso - observa o Papa - ele não perde a esperança, tornando-se para nós um sinal de que a profecia, embora acorrentada, continua a ser uma voz livre em busca de verdade e justiça".

Na prisão, João Batista ouve «falar das obras de Cristo», que são diferentes das que ele esperava. Então, manda perguntar-lhe: «És Tu aquele que há de vir, ou devemos esperar outro?»:

Quem busca a verdade e a justiça, quem espera pela liberdade e pela paz, questiona Jesus. É mesmo Ele o Messias, ou seja, o Salvador prometido por Deus pela boca dos profetas?

Fiéis na Praça São Pedro para o Angelus com o Papa Leão XIV   (@Vatican Media)

E a resposta de Jesus - explicou Leão XIV - orienta o olhar para aqueles que Ele amou e serviu:

São eles – os últimos, os pobres, os doentes – que falam por Ele. Cristo anuncia quem Ele é através das suas ações. O que Ele faz é para todos nós um sinal de salvação. Com efeito, quando encontra Jesus, a vida sem luz, sem palavra e sem sabor reencontra sentido: os cegos veem, os mudos falam, os surdos ouvem. A imagem de Deus, desfigurada pela lepra, recupera integridade e saúde. Até os mortos, totalmente insensíveis, voltam à vida. Este é o Evangelho de Jesus, a boa nova anunciada aos pobres: quando Deus vem ao mundo, vê-se!

A palavra de Jesus - acrescentou o Papa - liberta-nos da prisão do desconforto e do sofrimento: todas as profecias encontram n’Ele o esperado cumprimento:

Na verdade, é Cristo quem abre os olhos do homem à glória de Deus. Ele dá voz aos oprimidos, silenciados pela violência e pelo ódio; Ele vence as ideologias, que impedem de ouvir a verdade; Ele cura das aparências que deformam o corpo. Assim, o Verbo da vida nos redime do mal, que conduz o coração à morte.

Nesse sentido, como discípulos do Senhor, "somos chamados neste tempo de Advento a unir a espera do Salvador à atenção ao que Deus faz no mundo. Poderemos, então, experimentar a alegria da liberdade que encontra o seu Salvador: «Gaudete in Domino semper – Alegrai-vos sempre no Senhor»:

É precisamente com este convite que começa a Santa Missa de hoje, terceiro domingo do Advento, chamado por isso domingo Gaudete. Alegremo-nos, pois, porque Jesus é a nossa esperança, sobretudo nas horas de provação, quando a vida parece perder sentido e tudo se nos apresenta mais sombrio, quando nos faltam palavras e temos dificuldade em ouvir o próximo.

Que a Virgem Maria, modelo de expectativa, atenção e alegria - disse o Papa ao concluir - nos ajude a imitar a obra do seu Filho, partilhando com os pobres o pão e o Evangelho.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Comentário do Evangelho: Preparando o caminho (A)

Crédito: Opus Dei.

Comentário do Evangelho: Preparando o caminho

Evangelho do 3º domingo de Advento (Ano A) e comentário do evangelho.

14/12/2025

Evangelho (Mt 11,2-11)

Naquele tempo, João estava na prisão. Quando ouviu falar das obras de Cristo, enviou-lhe alguns discípulos, para lhe perguntarem:

“És tu, aquele que há de vir, ou devemos esperar um outro?”

Jesus respondeu-lhes:

“Ide contar a João o que estais ouvindo e vendo: os cegos recuperam a vista, os paralíticos andam, os leprosos são curados, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam e os pobres são evangelizados. Feliz aquele que não se escandaliza por causa de mim!”

Os discípulos de João partiram, e Jesus começou a falar às multidões, sobre João:

“O que fostes ver no deserto? Um caniço agitado pelo vento? O que fostes ver? Um homem vestido com roupas finas? Mas os que vestem roupas finas estão nos palácios dos reis. Então, o que fostes ver? Um profeta? Sim, eu vos afirmo, e alguém que é mais do que profeta. É dele que está escrito

‘Eis que envio o meu mensageiro à tua frente; ele vai preparar o teu caminho diante de ti’. Em verdade vos digo, de todos os homens que já nasceram, nenhum é maior do que João Batista. No entanto, o menor no Reino dos Céus é maior do que ele”.


Comentário

Este texto do evangelho, correspondente à terceira semana de advento, convida-nos a preparar-nos para o encontro com o Senhor, guiados pela pregação de João Batista.

A pessoa e a mensagem de João tinham impressionado profundamente os habitantes de Judá. Naquele tempo, uma efervescência de esperanças messiânicas suscitava o anelo de uma rápida intervenção salvadora de Deus em favor de seu povo. Depois de séculos em que o Senhor não havia enviado nenhum profeta, a personalidade austera de João e sua chamada à conversão credenciavam-no como um enviado do Senhor. Especialmente porque não procurava nenhum protagonismo, mas anunciava uma nova e rápida intervenção divina na história, por meio de alguém maior que ele, cuja chegada era iminente.

João é aquele de quem está escrito no Antigo Testamento: “Vou enviar um anjo adiante de ti para te proteger no caminho e para te conduzir ao lugar que te preparei”. A primeira parte da frase é tomada do livro de Êxodo (Ex 23, 20) e refere-se em primeiro lugar a Moisés, que o Senhor havia enviado para que guardasse e guiasse seu povo na peregrinação pelo deserto, a caminho da terra prometida. A segunda parte da frase procede de uma reelaboração feita por Malaquias dessa passagem do Êxodo, na qual o mensageiro já não é Moisés, e sim alguém que virá depois dele, mas que também terá a missão de preparar uma grande intervenção divina: “Vou mandar o meu mensageiro para preparar o meu caminho” (Ml 3, 1). Ambos os textos bíblicos anunciam uma rápida intervenção salvadora de Deus, que vem para julgar e salvar, e convidam a abrir a porta do coração para que, quando ele chegar, possa entrar e curá-lo. Estas palavras, que tinham alimentado a esperança de muitas gerações de homens e mulheres fieis do povo de Deus, fizeram-se realidade em Jesus depois do anúncio feito por João Batista.

Lidas hoje, poucos dias antes da celebração do nascimento em Belém do Filho de Deus feito homem, alimentam igualmente a nossa esperança e nos convidam a preparar-nos bem para dar-lhe lugar em nossos corações, de modo que possa entrar, e fazer dele seu aposento. O que aconteceu àqueles que naquele momento, seguindo a pregação de João Batista para a penitência, acolheram bem a Jesus? O que todos podiam constatar: “os cegos veem e os coxos andam, os leprosos são limpos, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam, o Evangelho é anunciado aos pobres” (v. 5). Puderam experimentar o efeito curativo, transformador e revitalizador da ação divina em cada um.

Ao mesmo tempo, aqueles que se deixam curar e transformar pelo Senhor, serão tão bons amigos d’Ele, que eles mesmos poderão ir pelo mundo semeando essa paz e essa esperança que o Mestre foi semeando pelos caminhos da terra. São Josemaria fazia considerá-lo assim: “São milagres que o Senhor continua a fazer agora pelas vossas mãos: gente que não enxergava e agora enxerga; gente que não era capaz de falar, porque tinha o demônio mudo, e o expulsa e fala; pessoas incapazes de mover-se, paralíticas para as coisas que não fossem humanas, e quebram a sua imobilidade, e realizam obras de virtude e de apostolado. Outros que parecem viver, e estão mortos, como Lázaro: Iam foetet, quatriduanus est enim (Jo 11, 39). Com a graça divina e com o testemunho da vossa vida e da vossa doutrina, da vossa palavra prudente e imprudente, vós os trazeis para Deus, e revivem”[1].


[1] . S. Josemaria, Em diálogo com o Senhor (tradução para o português: 2002, p. 128)

Fonte: https://opusdei.org/pt-br

sábado, 13 de dezembro de 2025

O que podemos encontrar no deserto

Deus nasce no silêncio (Centro Loyola)

O QUE PODEMOS ENCONTRAR NO DESERTO

12/12/2025

Dom José Gislon
Bispo de Caxias do Sul (RS)

Estimados irmãos e irmãs em Cristo Jesus! Estamos vivendo o tempo do Advento, em preparação para a celebração do Natal, e a Palavra de Deus com frequência nos traz a figura de João Batista, o precursor do Messias. Ele escolheu o deserto como lugar para viver e anunciar a vinda do Messias, o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.  O deserto é, por sua natureza, o lugar do silêncio, onde se ouve a voz do vento batendo nas rochas, mas também movendo, de uma forma quase imperceptível, a areia que molda continuamente a paisagem.  

Neste tempo do Advento nós somos convidados a percorrer a nossa estrada interior, que parte do coração. Ela nos leva a contemplar uma paisagem marcada pela alegria estampada no sorriso das crianças, a esperança no futuro presente nos passos dos jovens, as preocupações com as realidades que envolvem o cotidiano das famílias e dos nossos idosos, que trazem no coração os longos anos vividos, às vezes, com muitas renúncias, provações e superações. 

Quando nos colocamos a caminho para fazer uma viagem, geralmente gostamos de manter os olhos abertos, para contemplar paisagens que às vezes nos surpreendem, encantam e também questionam. Podemos ver a ação do Criador, da mãe natureza e da intervenção do homem, que pode ser benéfica ou também degradante, pelos males que podem provocar à Casa Comum e ao ser humano. 

O caminho do Advento, percorrido através de pequenos passos a partir do coração, pode nos conduzir ao deserto interior, para nos aproximar de Deus e dos irmãos e irmãs que conosco querem encontrar o Senhor e celebrar a vida e o amor de Deus.  Este amor pode ser manifestado através de pequenos gestos, e fazem muito bem para a nossa saúde espiritual, física e psíquica, na vida pessoal e familiar, no ambiente de trabalho e na comunidade.  

Neste tempo do Advento, cada um de nós é chamado a tomar posição a respeito do Messias que vem, para celebrar o Santo Natal. Não podemos preparar a árvore do Natal sem preparar a alma, a nossa casa interior. Não podemos preparar o presépio sem abrir espaço no coração para acolher Jesus, que busca um lugar para fazer morada. Mesmo que tenhamos uma vida marcada por muitos compromissos ou por situações que colocam à prova a nossa paz interior e a nossa vontade de interagir com realidades presentes na sociedade, ainda é possível adentrar no deserto interior, para escutar a voz daquele que nos fala de amor, de um amor verdadeiro, manifestado em pequenos gestos que nascem do coração e falam da ternura, da misericórdia e do amor do Deus da vida, do tempo e da eternidade. 

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Papa recebe convite oficial para visitar o Santuário Nacional de Aparecida

Papa Leão XIV e Dom Orlando Brandes (Vatican Media)

Entre a série de audiências da manhã deste sábado (13/12), Leão XIV recebeu o arcebispo de Aparecida/SP, dom Orlando Brandes. Na oportunidade, ele entregou um convite oficial para que o Papa conheça o Santuário Nacional de Aparecida/SP. Em seguida, a delegação brasileira ainda formada por missionários redentoristas e representantes da TV Aparecida, que comemora 20 anos de fundação, visitou as dependências da Rádio Vaticano - Vatican News.

Vatican News

O Papa Leão XIV cumpriu uma manhã intensa de audiências neste sábado (13/12). Entre elas, o Pontífice recebeu o arcebispo de Aparecida/SP, dom Orlando Brandes, acompanhado dos missionários redentoristas Pe. Marlos Aurélio da Silva, superior provincial da Província Nossa Senhora Aparecida; Pe. Eduardo Catalfo, reitor do Santuário Nacional de Aparecida, e Ir. Alan Patrick Zuccherato, diretor de arte e pastoral da TV Aparecida, além da jornalista e apresentadora da TV Aparecida, Camila Morais, e de Silvonei José da Rádio Vaticano/Vatican News. A audiência privada foi em razão das comemorações dos 20 anos da TV de Nossa Senhora. 

O arcebispo já tinha se encontrado com Leão XIV na quarta-feira (10/12), quando saudou o Pontífice ao final da Audiência Geral na Praça São Pedro. Neste sábado (13/12), a audiência privada foi a oportunidade para entregar ao Pontífice: uma imagem de Nossa Senhora Aparecida das mãos de Pe. Marlos; um pergaminho com um convite de dom Orlando para conhecer o Santuário Nacional; uma miniatura de televisão, símbolo de comemoração dos 20 anos da TV Aparecida, bem como um fotolivro da série “Desafios da Igreja”, a produção mais premiada do canal católico, que aborda a Doutrina Social da Igreja em seu eixo central; pelas mãos do Pe. Eduardo Catalfo foram entregues exemplares da Revista de Aparecida, parte essencial da missão de evangelizar pelos meios de comunicação da Família dos Devotos.

Ouça a entrevista com dom Orlando Brandes:

https://media.vaticannews.va/media2/audio/s1/2025/12/13/13/138917571_F138917571.mp3

A foto oficial do Papa com a delegação brasileira na manhã deste sábado (13/12)   (@VATICAN MEDIA)

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Leão XIV aconselha seminaristas latino-americanos a não buscar aplausos

Papa Leão XIV. Imagem referencial. | Vatican Media

Por Almudena Martínez-Bordiú*

12 de dez de 2025 às 13:17

O papa Leão XIV disse aos seminaristas, religiosos e sacerdotes da América Latina que estudam em Roma que, na "sociedade confusa e barulhenta", hoje mais do que nunca são necessários servos que proclamem a primazia absoluta de Cristo.

No início de sua mensagem, o papa falou sobre as palavras “segue-me”, com as quais Jesus Cristo chamou Seus discípulos, nas quais “podemos encontrar o propósito mais profundo de nossas vidas”.

Leão XIV lhes disse que o Senhor os chama não por mérito deles, mas na esperança de que, com a vocação, tenham "uma oportunidade de levar a mensagem do Evangelho aos pecadores e aos frágeis".

O papa os encorajou a descobrir as chaves da vocação deles através do Evangelho e disse que eles não caminham sozinhos, mas fazem parte de uma comunidade. “Não estamos unidos por laços de simpatia, interesses compartilhados ou conveniência recíproca, mas pela pertença ao povo que o Senhor adquiriu ao preço do seu Sangue”, disse.

À luz das Sagradas Escrituras, Leão XIV disse que a voz de Jesus Cristo os sustenta pacientemente, mesmo quando a visão vacila. O papa disse que o Senhor conhece as fraquezas deles e que, muitas vezes, “não é a cruz que nos é imposta, mas o nosso próprio egoísmo, que se torna um obstáculo ao nosso desejo de O seguir”.

Leão XIV disse que, em uma sociedade “confusa e barulhenta”, hoje, mais do que nunca, “há necessidade de servos e discípulos que proclamem a primazia absoluta de Cristo e que tenham o tom da sua voz bem claro nos ouvidos e nos corações”.

Segundo o papa, isso se alcança por meio da leitura das Sagradas Escrituras, “meditadas no silêncio da oração profunda, do acolhimento com reverência da voz dos pastores legítimos e do estudo atento dos muitos tesouros de sabedoria que a Igreja nos oferece”.

Leão XIV os exortou a, em meio a alegrias e dificuldades, cumprir um mandato: "se Cristo viveu assim, nós também devemos viver como Ele".

O papa disse que “não devemos nos apegar aos aplausos, porque seu eco dura pouco; nem é saudável ficar só na lembrança dos dias de crise ou dos momentos de amarga desilusão”.

O papa os exortou a ver tudo isso como parte de sua formação e a dizer: "Se Deus quis isso para mim, eu também quero".

“O profundo vínculo que nos une a Cristo, seja como sacerdotes, consagrados ou seminaristas, é semelhante ao que se diz aos cônjuges cristãos no dia do casamento: na saúde e na doença, na pobreza e na riqueza”, concluiu Leão XIV.

*Almudena Martínez-Bordiú é uma jornalista espanhola correspondente da ACI Prensa, agência em espanhol do grupo ACI, em Roma e no Vaticano, com quatro anos de experiência em informação religiosa.

Fonte: https://www.acidigital.com/

Como vulcão pode ter provocado a "Peste Negra" na Europa, no século 14

A Peste Negra transformou profundamente a sociedade medieval (Crédito: Getty)

Como vulcão pode ter provocado pandemia que dizimou metade da população da Europa no século 14

Autor: Helen Briggs

Repórter de meio ambiente, 

Reportagens de BBC News

5 dezembro 2025

Uma erupção vulcânica por volta do ano de 1345 pode ter iniciado uma reação em cadeia que culminou na pandemia mais letal da Europa, a Peste Negra, afirmam cientistas.

Indícios preservados em anéis de árvores sugerem que a erupção provocou um choque climático, desencadeando uma sequência de eventos que trouxe a doença à Europa medieval.

Nesse cenário, cinzas e gases liberados pelo vulcão causaram quedas extremas de temperatura e safras ruins.

Para evitar a fome, cidades-Estados italianas populosas precisaram importar grãos de regiões próximas ao mar Negro, trazendo inadvertidamente pulgas transmissoras da bactéria Yersinia pestis, responsável pela doença.

Essa "tempestade perfeita" de choque climático, fome e comércio lembra como doenças podem surgir e se espalhar em um mundo globalizado e mais quente, segundo especialistas.

"Embora a coincidência de fatores que contribuiu para que a Peste Negra pareça rara, a probabilidade de surgirem doenças zoonóticas em função das mudanças climáticas e de se transformarem em pandemias tende a aumentar em um mundo globalizado", disse Ulf Büntgen, da Universidade de Cambridge (Reino Unido).

"Isso é especialmente relevante diante da nossa experiência recente com a covid-19", acrescentou Büntgen.

Anéis de árvores nos Pirineus espanhóis indicam verões excepcionalmente frios em 1345, 1346 e 1347 (Crédito,Credit: Ulf Büntgen)

A Peste Negra (ou peste bubônica) varreu a Europa entre 1348 e 1349, matando até metade da população do continente. A doença era espalhada por roedores selvagens, como ratos, e pulgas.

Acredita-se que o surto tenha se iniciado na Ásia Central e se espalhado pelo mundo via comércio.

No entanto, a sequência exata de eventos que trouxe a doença à Europa — causando milhões de mortes — tem sido objeto de estudo detalhado por historiadores.

Agora, pesquisadores da Universidade de Cambridge e do Instituto Leibniz de História e Cultura da Europa Oriental, em Leipzig (Alemanha), preencheram uma lacuna nesse quebra-cabeça.

Eles analisaram anéis de árvores e núcleos de gelo para examinar as condições climáticas na época da Peste Negra.

As evidências indicam que a atividade vulcânica em torno de 1345 provocou quedas acentuadas de temperatura por anos consecutivos, devido à liberação de cinzas e gases que bloquearam parte da luz solar.

Isso, por sua vez, causou perdas generalizadas nas colheitas do Mediterrâneo. Para evitar a fome, cidades-estados italianas passaram a comercializar grãos com produtores ao redor do mar Negro, permitindo inadvertidamente que a bactéria se estabelecesse na Europa.

Pulgas transmitiram a peste de ratos infectados para humanos (Crédito: Getty)

Martin Bauch, historiador de clima medieval e epidemiologia do Instituto Leibniz de História e Cultura da Europa Oriental, afirmou que os eventos climáticos se encontraram com um "sistema complexo de segurança alimentar", configurando uma "tempestade perfeita".

"Por mais de um século, essas poderosas cidades-estados italianas mantinham rotas comerciais de longa distância pelo Mediterrâneo e pelo mar Negro, criando um sistema eficiente para evitar a fome", disse ele. "Mas, no fim, isso acabou levando acidentalmente a uma catástrofe muito maior."

Os achados foram publicados na revista Communications Earth & Environment.

Fonte: https://www.bbc.com/portuguese

Arcebispo celebra cinco anos de missão em Brasília e promulga Plano Pastoral Arquidiocesano

Santa Missa em Ação de Graças, na Catedral Metropolitana Nossa Senhora Aparecida (arqbrasilia)

Nesta sexta-feira (12/12), a Arquidiocese de Brasília celebrou, com profunda gratidão e alegria, os cinco anos de missão evangelizadora do Cardeal Paulo Cezar Costa à frente da Igreja Particular de Brasília.

dezembro 12, 2025 15:44

A Santa Missa em Ação de Graças, na Catedral Metropolitana Nossa Senhora Aparecida, foi presidida pelo Arcebispo e concelebrada pelo Cardeal Emérito Dom João Braz de Aviz, pelos Bispos auxiliares da Arquidiocese: Dom Denilson Geraldo, Dom Vicente Tavares e Dom Ricardo Hoepers, pelo Vigário-Geral, Pe. Eduardo Peters, e por diversos presbíteros da Arquidiocese.

A celebração coincidiu com a Festa de Nossa Senhora de Guadalupe, Padroeira da América Latina, conferindo um brilho especial ao momento de ação de graças. À luz da ternura e da proteção da Mãe de Deus, o Cardeal Paulo Cezar refletiu sobre a presença materna de Maria na vida do povo latino-americano e no seu próprio pastoreio.

Durante a homilia, o Arcebispo destacou o significado profundo da aparição da Virgem de Guadalupe e a força evangelizadora que ela imprimiu na história do continente. “Nossa Senhora de Guadalupe é a Virgem Maria que veio ao encontro, que continua a visitar seus filhos e filhas. Ela gerou o Filho de Deus, mas, aos pés da cruz, também nos gerou como filhos. Guadalupe é Maria que vem ao encontro do povo latino-americano. Voltemos a 1531: ela aparece a Juan Diego, um simples índio, e deixa uma marca irrefutável na vida do povo mexicano, latino-americano e de toda a Igreja.”

O Cardeal sublinhou ainda a força espiritual do encontro entre Maria e Isabel, recordando que a presença da Mãe de Deus sempre traz alegria, impulso missionário e renovação da fé. “Maria é a mulher que serviu por excelência. Ela continua a visitar a história, continua a deixar sua marca na vida e na caminhada dos seus filhos e filhas. Celebrando Guadalupe, dou graças a Deus também pela graça de poder servir aqui na nossa amada Arquidiocese de Brasília.”

Ao concluir a homilia, o Arcebispo dirigiu um pedido especial ao povo de Deus. “O caminho de qualquer um de nós deve ser um caminho de serviço, de doação. Depois de cinco anos, peço a graça de continuar doando a minha vida com liberdade e alegria. Por isso, peço: rezem. Não se esqueçam, ao menos hoje, de rezar uma Ave-Maria, pedindo àquela que foi a servidora por excelência que eu possa continuar a servir, a doar, a desgastar a vida com alegria pela nossa amada Arquidiocese de Brasília.”

O lema episcopal do Cardeal Paulo Cezar Costa, “suportar tudo pelos eleitos”, sintetiza o espírito de entrega que tem marcado seu pastoreio: um ministério vivido com convicção, beleza e alegria, sempre iluminado pela centralidade da Palavra de Deus e pelo compromisso de formar discípulos missionários.

Promulgação do novo Plano Arquidiocesano de Pastoral

A celebração também foi marcada pela promulgação do novo Plano Arquidiocesano de Pastoral, fruto de um longo e intenso caminho sinodal realizado na Arquidiocese. O processo envolveu escuta, discernimento comunitário e participação das diversas expressões e serviços da Igreja local.

Este novo Plano consolida a visão pastoral do Cardeal Paulo Cezar Costa, que tem conduzido a Arquidiocese por um caminho de renovação missionária, sinodalidade e aprofundamento mistagógico. A proposta reafirma o compromisso de toda a comunidade arquidiocesana em viver uma fé encarnada, participativa, evangelizadora e acolhedora.

Lançamento do Podcast “Não Temas, Maria”

Ao final da celebração, o Setor Pastoral da Arquidiocese anunciou o lançamento do Podcast Não Temas, Maria, iniciativa idealizada pelo Cardeal e inspirada pelo desejo de fazer o Evangelho dialogar diretamente com os desafios contemporâneos.

O programa abordará temas fundamentais como dignidade da mulher, teologia do corpo, autoestima, família, direitos, vocação e empreendedorismo, oferecendo formação humana, espiritual e social. As transmissões serão realizadas pelo YouTube da Arquidiocese de Brasília e pela Rádio Nova Aliança 103.3 FM, às terças-feiras, às 13h, com reprise aos sábados, às 22h.

Fonte: https://arqbrasilia.com.br/

Leão XIV: o presépio, uma luz para o mundo que precisa de esperança

Papa Leão XIV com figurantes do Presépio Vivo de Santa Maria Maior   (@Vatican Media)

O Papa recebeu em audiência no Vaticano cerca de mil participantes do Presépio Vivo que neste sábado, 13 de dezembro, desfilam em cortejo pelas ruas de Roma até a Basílica de Santa Maria Maior: sejam portadores de consolo e de inspiração para todos.

Daniele Piccini – Vatican News

O presépio é “o costume de representar de diversas maneiras o Nascimento do Senhor”, uma representação “muitas vezes com traços da própria cultura e paisagens da própria terra” do “Mistério da Encarnação”. Isso o torna “um sinal importante: nos lembra que fazemos parte de uma maravilhosa aventura de Salvação na qual nunca estamos sozinhos”.

Divulguem esta mensagem e mantenham viva esta tradição. São um dom de luz para o nosso mundo, que tanto precisa poder continuar a ter esperança.

Com esses votos, o Papa Leão XIV acompanhou sua saudação aos cerca de mil participantes do Presépio Vivo de Santa Maria Maior e aos presepistas que foram recebidos neste sábado, 13 de dezembro, na Sala das Bênçãos.

Os representantes de José, Maria e o Menino Jesus   (@Vatican Media)

Peregrinação ao berço do Salvador

Os participantes da encenação viva do nascimento de Jesus, como destaca o Pontífice em seu discurso de saudação, celebram hoje seu Jubileu. Passam pela Porta Santa da Basílica de Santa Maria Maior e prestam homenagem ao túmulo do Papa Francisco. Em seguida, participam da missa presidida pelo cardeal Rolandas Makrickas, arcipreste da Basílica mariana, a “Belém do Ocidente”. À tarde, farão um desfile do Presépio Vivo, partindo da Igreja do Perpétuo Socorro de Roma, até a Basílica de Santa Maria Maior, e irão venerar a relíquia do “Berço Sagrado”, a manjedoura, onde, segundo a tradição, foi colocado o Menino Jesus recém-nascido. “Foi precisamente essa antiga relíquia que, juntamente com a viagem à Terra Santa, inspirou São Francisco, em 1223, a celebrar pela primeira vez o ‘Natal de Greccio’, dando início à tradição do presépio”, recordou Leão XIV.

Papa Leão XIV ao saudar um centurião romano, figurante do Presépio Vivo de Santa Maria Maior   (@Vatican Media)

Uma vinda “desarmada e desarmante”

A Natividade do Salvador é uma mensagem em si mesma, já pela forma como acontece. Deus, explica o Papa citando uma catequese de Bento XVI de dezembro de 2009, “vem sem armas, sem a força, para vencer a soberba, a violência, a cobiça do homem, e nos guiar à nossa verdadeira identidade”. Contemplar o presépio é, portanto, uma forma de conversão, pois entramos em uma experiência autêntica de conhecimento de Cristo e de seus caminhos: “Enquanto contemplamos a cena do Natal, somos convidados a nos colocar espiritualmente em caminho, atraídos pela humildade d’Aquele que se fez homem para encontrar cada homem”, acrescenta Leão XIV, citando a Carta Apostólica Admirabile signum do Papa Francisco.

É exatamente assim: da gruta de Belém, onde Maria, José e o Menino estão em sua pobreza desarmante, partimos para começar uma nova vida seguindo os passos de Cristo. Vocês testemunharão isso à tarde, com o cortejo que percorrerá as ruas da cidade.

Quem participa da representação de um presépio vivo é, portanto, um portador de luz.

O desfile, com suas coreografias, trajes e músicas, será um sinal alegre de como é belo ser discípulo de Jesus, o Deus feito homem, sol que nasce “para iluminar os que jazem nas trevas e na sombra da morte, e guiar nossos passos pelo caminho da paz” (Lc 1,79).

Outra parte dos figurantes do Presépio Vivo   (@Vatican Media)

Consolar e inspirar

Daí a missão que o Papa confia aos figurantes e presepistas, que não se esgota na duração de um desfile natalino, mas deve se realizar no cotidiano e dar frutos.

Isso faz de vocês peregrinos de esperança, portadores de consolo e inspiração para todos aqueles que encontram: para os pequenos e os grandes, para as famílias, os jovens e os idosos que encontrarão em seu caminho; para aqueles que se alegram e para aqueles que sofrem, para aqueles que estão sozinhos, para aqueles que sentem vivo no coração o desejo de amar e ser amados e para aqueles que, mesmo com dificuldade, continuam a trabalhar com empenho e perseverança na construção de um mundo melhor.

Depois de agradecer aos figurantes e aos presepistas “pelo seu empenho”, o Papa abençoou-os, desejando-lhes “Feliz Natal”.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF