A Arquidiocese de Brasília realizou, neste sábado (06/12), a
Assembleia Arquidiocesana de Pastoral, reunindo sacerdotes, religiosos,
diáconos, leigos, representantes das pastorais, movimentos e comunidades no
auditório do Colégio Santo Antônio, na Asa Sul.
6 de dezembro de 2025 16:43
Com o tema “Uma Igreja Mistagógica, Sinodal e Missionária” e
o lema “Reconhecer Jesus, ouvir o Espírito e anunciar com alegria” (cf. Lc
24,31; At 15,28; Mt 28,19), a assembleia reforçou o compromisso da Arquidiocese
com um processo pastoral integrado, maduro e profundamente enraizado no
Evangelho. O encontro marcou a apresentação e aprovação do novo Plano Pastoral
Arquidiocesano, que será homologado pelo Arcebispo Metropolitano de Brasília,
Cardeal Paulo Cezar Costa, ainda este ano.
Durante a reflexão, Dom Paulo destacou o primeiro eixo do
plano, a Igreja Mistagógica, que conduz os fiéis a uma experiência profunda e
transformadora do mistério de Deus. “Uma Igreja mistagógica é uma Igreja que
conduz as pessoas a fazer a experiência de Deus”. O Arcebispo enfatizou que a
fé cristã não nasce de ideologias, mas de um encontro real e pessoal com
Cristo. “A fé se move pelo encontro, pela experiência… uma experiência que dá
sentido à vida.”
Ao citar o Papa Francisco e a centralidade do querigma, Dom
Paulo ressaltou que o anúncio cristão sempre deve conduzir a uma vivência
concreta do mistério. “O querigma não é um anúncio vazio. Ele precisa conduzir
a pessoa a encontrar Aquele que está sendo anunciado. A Igreja deve ser a
comunidade que ajuda os homens e mulheres de hoje a experimentarem o mistério
de Deus… uma Igreja que reza bem, que celebra bem a liturgia, que professa a fé
com beleza e pratica bem a caridade”, destacou.
Ao tratar do segundo eixo, a Igreja Sinodal, Dom Paulo
reforçou que a sinodalidade não é um modismo, mas a forma própria de ser
Igreja. “Na Igreja há uma igualdade fundamental que une a todos e uma distinção
ministerial… A sinodalidade envolve todos na evangelização e na missão.”
O Arcebispo sublinhou que o ministro ordenado não é um
detentor de poder, mas aquele que anima a vida comunitária. “O presbítero não é
um príncipe, ele é um servidor. Onde o presbítero serve, a comunidade se sente
envolvida, caminha unida e se doa com alegria.”
Dom Paulo também destacou a beleza da Igreja no Brasil,
explicando que o “Nosso diferencial é o amor. As pessoas trabalham o dia
inteiro e à noite estão na pastoral, no movimento, servindo por amor.” E
completou sobre o sentido verdadeiro da sinodalidade. “Se a sinodalidade se
tornasse uma luta de poder, seria falência total. Sinodalidade é comunhão:
todos caminhando juntos, buscando o bem do povo de Deus.”
Ao refletir sobre o terceiro eixo, a Igreja Missionária, Dom
Paulo recordou o desafio da indiferença religiosa e da saída de muitos fiéis
das igrejas. Diante desse cenário, reafirmou o ensinamento de Aparecida: “Quem
se encontrou com Jesus Cristo é discípulo… e quem é discípulo é missionário. A
missão faz parte do meu ser batizado. Não é algo opcional. A vida de todo
batizado deve ser uma missão.”
Dom Paulo salientou que uma Igreja missionária é uma Igreja
que olha para fora. “Uma Igreja que olha para os pobres, para os necessitados,
uma Igreja que sai ao encontro.” O Arcebispo concluiu a reflexão afirmando que
os três eixos se iluminam mutuamente. “A sinodalidade não é fim em si mesma,
ela existe em vista da missão, para que a Igreja seja mais evangelizadora e
mais bonita.”
Após as reflexões de Dom Paulo, Padre Antônio Xavier, que
integra a equipe sinodal da Arquidiocese e coordenou a equipe de redação e
síntese do Plano Pastoral Arquidiocesano, apresentou o tema, o lema e o
objetivo geral do Plano Pastoral, destacando sua organicidade e propósito. “O
plano é para a Arquidiocese inteira e busca iluminar as situações. Ele não é
para substituir nada, mas para fazer com que todos olhem na mesma direção.”
O sacerdote explicou que o trabalho agora segue em duas
fases: a conclusão da redação do documento e, posteriormente, a recepção e
aplicação do plano nas paróquias, comunidades, movimentos e pastorais. “O
objetivo não é produzir um papel, mas que aquilo que está tratado ali possa
iluminar a ação pastoral da Arquidiocese. Hoje terminamos a construção; o
próximo passo é a aplicação.”
Os três eixos do Plano Pastoral:
1. Igreja Mistagógica: Formação integral e permanente; Vida litúrgica viva e comunitária; Renovação da iniciação à vida cristã.
2. Igreja Sinodal: Caminho conjunto, escuta e participação; Corresponsabilidade e unidade; Liderança servidora.
3. Igreja
Missionária: Igreja em saída; Evangelização como identidade; Protagonismo de
cada batizado.
“Queremos promover, na Igreja Arquidiocesana, uma renovação
espiritual, pastoral e missionária, conduzindo cada pessoa a um encontro vivo
com Jesus Cristo, fortalecendo uma Igreja sinodal, de verdadeira comunhão e
participação, e formando discípulos missionários comprometidos com o anúncio do
Evangelho e com a transformação da realidade à luz do amor e da caridade
cristã”, finalizou Padre Xavier.
Após as reflexões, os participantes foram divididos em pequenos grupos de
trabalho para leitura do Plano Pastoral proposto. Após a análise, os presentes
aprovaram o documento, que será homologado ainda este ano pelo Cardeal Paulo
Cezar Costa e será implementado nas paróquias da Arquidiocese de Brasília,
orientando os trabalhos pastorais nos próximos anos.

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