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segunda-feira, 8 de dezembro de 2025

Assembleia Arquidiocesana de Pastoral aponta diretrizes para uma Igreja Mistagógica, Sinodal e Missionária

Assembleia Arquidiocesana de Pastoral - Arquidiocese de Brasília (arqbrasilia)

A Arquidiocese de Brasília realizou, neste sábado (06/12), a Assembleia Arquidiocesana de Pastoral, reunindo sacerdotes, religiosos, diáconos, leigos, representantes das pastorais, movimentos e comunidades no auditório do Colégio Santo Antônio, na Asa Sul.

6 de dezembro de 2025 16:43

Com o tema “Uma Igreja Mistagógica, Sinodal e Missionária” e o lema “Reconhecer Jesus, ouvir o Espírito e anunciar com alegria” (cf. Lc 24,31; At 15,28; Mt 28,19), a assembleia reforçou o compromisso da Arquidiocese com um processo pastoral integrado, maduro e profundamente enraizado no Evangelho. O encontro marcou a apresentação e aprovação do novo Plano Pastoral Arquidiocesano, que será homologado pelo Arcebispo Metropolitano de Brasília, Cardeal Paulo Cezar Costa, ainda este ano.

Durante a reflexão, Dom Paulo destacou o primeiro eixo do plano, a Igreja Mistagógica, que conduz os fiéis a uma experiência profunda e transformadora do mistério de Deus. “Uma Igreja mistagógica é uma Igreja que conduz as pessoas a fazer a experiência de Deus”. O Arcebispo enfatizou que a fé cristã não nasce de ideologias, mas de um encontro real e pessoal com Cristo. “A fé se move pelo encontro, pela experiência… uma experiência que dá sentido à vida.”

Ao citar o Papa Francisco e a centralidade do querigma, Dom Paulo ressaltou que o anúncio cristão sempre deve conduzir a uma vivência concreta do mistério. “O querigma não é um anúncio vazio. Ele precisa conduzir a pessoa a encontrar Aquele que está sendo anunciado. A Igreja deve ser a comunidade que ajuda os homens e mulheres de hoje a experimentarem o mistério de Deus… uma Igreja que reza bem, que celebra bem a liturgia, que professa a fé com beleza e pratica bem a caridade”, destacou.

Ao tratar do segundo eixo, a Igreja Sinodal, Dom Paulo reforçou que a sinodalidade não é um modismo, mas a forma própria de ser Igreja. “Na Igreja há uma igualdade fundamental que une a todos e uma distinção ministerial… A sinodalidade envolve todos na evangelização e na missão.”

O Arcebispo sublinhou que o ministro ordenado não é um detentor de poder, mas aquele que anima a vida comunitária. “O presbítero não é um príncipe, ele é um servidor. Onde o presbítero serve, a comunidade se sente envolvida, caminha unida e se doa com alegria.”

Dom Paulo também destacou a beleza da Igreja no Brasil, explicando que o “Nosso diferencial é o amor. As pessoas trabalham o dia inteiro e à noite estão na pastoral, no movimento, servindo por amor.” E completou sobre o sentido verdadeiro da sinodalidade. “Se a sinodalidade se tornasse uma luta de poder, seria falência total. Sinodalidade é comunhão: todos caminhando juntos, buscando o bem do povo de Deus.”

Ao refletir sobre o terceiro eixo, a Igreja Missionária, Dom Paulo recordou o desafio da indiferença religiosa e da saída de muitos fiéis das igrejas. Diante desse cenário, reafirmou o ensinamento de Aparecida: “Quem se encontrou com Jesus Cristo é discípulo… e quem é discípulo é missionário. A missão faz parte do meu ser batizado. Não é algo opcional. A vida de todo batizado deve ser uma missão.”

Dom Paulo salientou que uma Igreja missionária é uma Igreja que olha para fora. “Uma Igreja que olha para os pobres, para os necessitados, uma Igreja que sai ao encontro.” O Arcebispo concluiu a reflexão afirmando que os três eixos se iluminam mutuamente. “A sinodalidade não é fim em si mesma, ela existe em vista da missão, para que a Igreja seja mais evangelizadora e mais bonita.”

Após as reflexões de Dom Paulo, Padre Antônio Xavier, que integra a equipe sinodal da Arquidiocese e coordenou a equipe de redação e síntese do Plano Pastoral Arquidiocesano, apresentou o tema, o lema e o objetivo geral do Plano Pastoral, destacando sua organicidade e propósito. “O plano é para a Arquidiocese inteira e busca iluminar as situações. Ele não é para substituir nada, mas para fazer com que todos olhem na mesma direção.”

O sacerdote explicou que o trabalho agora segue em duas fases: a conclusão da redação do documento e, posteriormente, a recepção e aplicação do plano nas paróquias, comunidades, movimentos e pastorais. “O objetivo não é produzir um papel, mas que aquilo que está tratado ali possa iluminar a ação pastoral da Arquidiocese. Hoje terminamos a construção; o próximo passo é a aplicação.”

Os três eixos do Plano Pastoral:

 1. Igreja Mistagógica: Formação integral e permanente; Vida litúrgica viva e comunitária; Renovação da iniciação à vida cristã. 

2. Igreja Sinodal: Caminho conjunto, escuta e participação; Corresponsabilidade e unidade; Liderança servidora. 

3. Igreja Missionária: Igreja em saída; Evangelização como identidade; Protagonismo de cada batizado.

“Queremos promover, na Igreja Arquidiocesana, uma renovação espiritual, pastoral e missionária, conduzindo cada pessoa a um encontro vivo com Jesus Cristo, fortalecendo uma Igreja sinodal, de verdadeira comunhão e participação, e formando discípulos missionários comprometidos com o anúncio do Evangelho e com a transformação da realidade à luz do amor e da caridade cristã”, finalizou Padre Xavier.

Após as reflexões, os participantes foram divididos em pequenos grupos de trabalho para leitura do Plano Pastoral proposto. Após a análise, os presentes aprovaram o documento, que será homologado ainda este ano pelo Cardeal Paulo Cezar Costa e será implementado nas paróquias da Arquidiocese de Brasília, orientando os trabalhos pastorais nos próximos anos.

Fonte: https://arqbrasilia.com.br/

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Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF