Na Audiência Jubilar na Praça de São Pedro, na manhã deste
sábado, 6 de dezembro, o Papa recorda que "nos problemas e belezas do
mundo, Jesus nos espera e nos envolve, pedindo-nos que trabalhemos com
Ele". Traz então o exemplo de Alberto Marvelli, um jovem membro da Ação
Católica, beatificado por João Paulo II em 2004.
Vatican News
O Advento ensina a espera, que "não é passiva".
Ajuda a cultivar a esperança, prepara-nos para estar com Jesus e ensina-nos a
discernir os sinais dos tempos. É um tempo fecundo que conduz ao Natal, no qual
Deus envolve cada um de nós em sua história. O Papa Leão XIII explicou isso em
sua catequese na Audiência Jubilar deste sábado, 6 de dezembro, na Praça de São
Pedro, precedida pela passagem, como faz habitualmente, no papamóvel entre os
trinta mil peregrinos presentes, detendo-se brevemente para saudar e abençoar
muitas crianças.
O Pontífice, recordando Maria, José, os pastores, Simão e
Ana, e muitos outros, enfatiza que todos são chamados a participar.
É uma grande honra, e que vertigem! Deus nos envolve em
sua história, em seus sonhos. Esperar, então, é participar. O lema do Jubileu,
"Peregrinos de Esperança", não é um slogan que ficará ultrapassado em
um mês! É um programa de vida: "Peregrinos de Esperança" significa
pessoas que caminham e esperam, não ociosamente, mas participando.
Inteligência, coração e mangas arregaçadas
Participar esperando e lendo os sinais dos tempos, que o
Concílio Vaticano II nos ensinou a interpretar juntos, nunca sozinhos.
"São sinais de Deus", afirma o Pontífice, "de Deus que vem com o
seu Reino, através de circunstâncias históricas. Deus não está fora do mundo,
fora desta vida." Ele é Deus-conosco em meio às mais diversas realidades
em que a humanidade é chamada a buscá-lo, explica o Papa, "com
inteligência, coração e mangas arregaçadas!" Uma missão que o Concílio confiou
principalmente aos leigos.
Nos problemas e nas belezas do mundo, Jesus nos espera e
nos envolve, pedindo-nos que trabalhemos com Ele. É por isso que esperar é
participar!
Marvelli: um mundo melhor se escolhermos o bem
A esperança como participação tem um rosto para o Papa Leão
XIV, e é o do beato Alberto Marvelli, um jovem da Ação Católica que viveu na
primeira metade do século passado e cujo modelo foi Pier Giorgio Frassati.
Criado em sua família na escola do Evangelho, não deixou de condenar a Segunda
Guerra Mundial em diversas ocasiões; era um jovem altruísta.
“Em Rimini e arredores”, conta o Papa, “dedicou-se com todas
as suas forças a ajudar os feridos, os doentes e os deslocados. Muitos o
admiravam por sua dedicação altruísta e, após a guerra, foi eleito conselheiro
e encarregado da comissão de habitação e reconstrução. Assim, ingressou na vida
política ativa.” Enquanto se dirigia de bicicleta para um comício na noite de 5
de outubro de 1946, um caminhão militar o atropelou. Ele tinha apenas 28 anos.
Alberto nos mostra que ter esperança é participar, que
servir ao Reino de Deus traz alegria mesmo em meio a grandes riscos. O mundo se
torna melhor se abrirmos mão de um pouco de segurança e tranquilidade para
escolher o bem. Isso é participar.
Um sorriso nos lábios
O exemplo de Alberto suscita questões.
"Perguntemo-nos", questiona Leão XIV, "estou participando de
alguma boa iniciativa que mobilize meus talentos? Tenho a perspectiva e o
fôlego do Reino de Deus quando realizo algum serviço? Ou o faço resmungando,
reclamando que tudo está indo mal?" A resposta também está no próprio
rosto.
Um sorriso nos lábios é o sinal da graça dentro de nós. Ter
esperança é participar: este é um dom que Deus nos dá. Ninguém salva o mundo
sozinho. E nem mesmo Deus quer salvá-lo sozinho: Ele poderia, mas não quer,
porque juntos é melhor. Participar nos permite expressar e internalizar mais
profundamente aquilo que, em última análise, contemplaremos para sempre, quando
Jesus finalmente retornar.
Dar nos torna mais felizes
Em sua saudação aos poloneses, o Papa recorda São Nicolau,
"um bispo conhecido por sua sensibilidade aos necessitados".
"Aprendamos", afirma ele, "que dar nos torna mais felizes do que
receber". O Pontífice expressa então a esperança de que a participação de
crianças e jovens nas Missas, celebradas durante o Advento, ajude a
"desenvolver a virtude da esperança na expectativa do Santo Natal".

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