Reportagem local - publicado
em 06/12/18 - atualizado em 05/12/25
Conheça a história deste defensor da justiça, que impediu
a execução de três jovens e virou padroeiro das crianças.
“Seria um pecado não repartir muito, sendo que Deus nos dá
tanto”, costumava dizer São Nicolau, padroeiro das crianças, das moças
solteiras, dos marinheiros, dos viajantes e da Rússia, Grécia e Turquia. Um
azeite milagroso brota de seus restos, que serviu para a cura dos doentes. Sua
festa se celebra em 6 de dezembro.
Por se tratar de um santo dos primeiros séculos, pouco se
sabe com exatidão a respeito dele, salvo que nasceu na Licia (atual a Turquia),
em uma família muito rica. Tinha um tio Bispo que o ordenou sacerdote.
Seus pais morreram ajudando os doentes de uma epidemia e
deixaram uma fortuna para Nicolau. Entretanto, o jovem decidiu reparti-la entre
os pobres e tornar-se monge. Mais tarde, peregrinou ao Egito e à Palestina,
onde conheceu a Terra Santa.
Ao retornar, chegou à cidade de Mira, na Turquia, onde os
bispos e sacerdotes discutiam no templo sobre quem devia ser eleito novo Bispo
da cidade. Ao final, decidiram que seria o próximo sacerdote que ingressasse no
recinto. Nesse momento, São Nicolau entrou e foi eleito Prelado por aclamação
de todos.
Mas, teve início uma perseguição promovida pelo imperador
Diocleciano contra os cristãos e ele foi preso, sendo libertado apenas quando o
imperador Constantino subiu ao trono.
“Graças aos ensinamentos de Nicolau, a metrópole de Mira foi
a única que não se contaminou com a heresia ariana, a qual rechaçou firmemente,
como se fosse um veneno mortal”, dizia São Metódio. O arianismo negava a
divindade de Jesus Cristo. Dessa forma, São Nicolau combateu incansavelmente o
paganismo.
Defensor da justiça, salvou três jovens de ser executados,
vítimas de um suborno do governador Eustácio, que logo se arrependeu ao ser
repreendido por São Nicolau.
Três oficiais foram testemunhas destes fatos e,
posteriormente, quando estavam em perigo de morte, rezaram a São Nicolau. O
santo apareceu em sonhos a Constantino e lhe ordenou que os libertasse porque
eram inocentes.
Após os soldados dizerem ao imperador que tinham invocado
São Nicolau, ele os libertou, com uma carta ao Bispo, em que lhe pedia que
rezasse pela paz no mundo.
O santo é patrono dos marinheiros porque, em meio a uma
tempestade, alguns marinheiros começaram a clamar: “Oh Deus, pelas orações de
nosso bom Bispo Nicolau, nos salve”. Nesse momento, conta-se, apareceu São
Nicolau sobre o navio, abençoou o mar e este se acalmou. Em seguida, o Bispo
desapareceu.
Segundo o costume do Oriente, os marinheiros do mar Egeu e
do Jônico têm uma “estrela de São Nicolau” e desejam boa viagem dizendo: “Que
São Nicolau leve seu leme”.
Narra-se também que três meninos foram assassinados e
jogados em um barril de sal. Mas, pela oração de São Nicolau, os infantes
voltaram para a vida. Por isso, é padroeiro das crianças e costuma ser
representado com três pequenos ao seu lado.
Outra lenda narra que na Diocese de Mira havia um vizinho em
extrema pobreza que decidiu expor suas três filhas virgens à prostituição para
que todos eles pudessem sobreviver.
São Nicolau, procurando evitar que isto acontecesse e na
escuridão da noite, jogou pela chaminé da casa daquele homem uma bolsa com
moedas de ouro. Com o dinheiro, a filha mais velha se casou.
Quis o santo fazer o mesmo em benefício das outras duas, mas
na segunda ocasião, depois de atirar a bolsa sobre a parede do pátio da casa,
acabou sendo descoberto pelo pai das jovens, que lhe agradeceu por sua
caridade.
São Nicolau partiu para a Casa do Pai em 6 de dezembro, mas
não sabe com exatidão se foi no ano 345 ou 352. Mais tarde, sua devoção
aumentou e foram reportados inúmeros milagres.
No século VI, o imperador Justiniano construiu uma Igreja em
Constantinopla (hoje Istambul) em sua honra e o santo se tornou popular em todo
o mundo.
São Nicolau é patrono da Rússia, Grécia e Turquia. Além
disso, é honrado em cidades da Itália, Holanda, Suíça, Alemanha, Áustria e
Bélgica.
Em 1087 seus ossos foram resgatados de Mira, que já estava
sob domínio dos muçulmanos, e levados para Bari, na costa da Itália. Por isso,
é chamado São Nicolau de Mira ou São Nicolau de Bari. Suas relíquias repousam
na Igreja de “San Nicola de Bari”, na Itália.
De seus restos mortais brota um azeite conhecido como o
“Manna di S. Nicola”. Em Mira, dizia-se que “o venerável corpo do bispo,
embalsamado no azeite da virtude, suava uma suave mirra que lhe preservava da
corrupção e curava os doentes, para glória daquele que tinha glorificado Jesus
Cristo, nosso verdadeiro Deus”.
Sua figura bondosa e caridosa passou a ser associada em
muitos lugares a figura do Papai Noel nos países latinos, que traz presentes
para as crianças na Noite de Natal. Na Alemanha, é Nikolaus, e nos países
anglo-saxões, Santa Claus. Neste período, este simbolismo deve remeter a São
Nicolau e, assim, recordar a todos do amor e caridade para com as crianças e os
mais pobres, além da alegria de servir a Deus.

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