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sábado, 27 de março de 2021

Como celebrar em casa a vigília do Domingo de Ramos

Coompia77 | Shutterstock

O roteiro completo para você fazer em sua casa a Celebração da Palavra do Domingo de Ramos.

Esta celebração da Palavra de Deus em casa é para as pessoas que estão impedidas de participar da celebração do Domingo de Ramos em sua paróquia, especialmente por causa da pandemia.

No entanto, esta celebração de sábado à noite pode constituir também uma excelente preparação familiar para a Missa dominical na paróquia.


Se você for participar da missa dominical na paróquia, a bênção dos ramos é omitida.

Instruções para a bênção dos ramos

Antes de tudo, os ramos precisam estar preparados para a bênção.

Para quem tem jardim:

Podem ser usados galhos de qualquer tipo de árvore ou arbusto, desde que sejam verdes e tenham folhas. A cor verde dos ramos é um símbolo da nova vida que triunfa sobre a morte. É possível escolher em ordem de preferência os ramos das seguintes plantas: palmeira, oliveira, laranja ou limão, buxo, teixo, outras espécies de arbustos.

Para quem não tem jardim:

Dois ou três galhos de uma planta verde podem ser suficientes. Em último caso, pode-se desenhar um ramo de palmeira em folhas de papel ou papelão e pintar de verde. Se a folha for forte o suficiente, podemos recortá-la tesoura. Dessa forma, cada um poderá segurar um ramo na mão no momento da bênção.

No final da celebração, pode-se organizar uma pequena procissão para colocar um ramo abençoado (natural ou confeccionado) junto a cada crucifixo da casa.


Guia para a leitura da Paixão segundo São Mateus

Esta Leitura é particularmente bonita e comovente: deve ser lida devagar, com ênfase, pronunciando-se cada uma das palavras.

Antes da celebração, você pode decidir quem lerá os diferentes personagens que participam da leitura.

Os três personagens são atribuídos ao longo da leitura com estas iniciais:

X = Jesus, L = Leitor, D = Discípulos e amigos; O = Outros personagens.

Se houver apenas três pessoas, o Leitor L também lerá as passagens de Outros personagens O.

Se houver apenas duas pessoas, o Leitor L também lerá as passagens de Outros personagens O e dos Discípulos e amigos D.

O leitor deverá colocar, com medida, as entonações adequadas, de acordo com o desenrolar da situação dramática.

Será bom que todos preparem com antecedência sua parte da Leitura.

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Roteiro geral:

  • Se você está sozinho, é preferível ler as leituras e orações da missa deste domingo ou acompanhar a missa pela televisão.
  • Esta celebração requer ao menos a participação de duas pessoas.
  • Pode ser celebrada no sábado após o pôr do sol (vigília do domingo). Mas se você não puder participar da Missa dominical por causa da pandemia, pode celebrar no domingo.
  • Esta celebração se adapta particularmente ao contexto familiar.
  • Deve-se colocar o número de cadeiras necessário diante de um espaço de oração, respeitando a distância de um metro entre cada cadeira.
  • Deve-se colocar como cenário de oração uma cruz ou o crucifixo.
  • Acende-se uma ou várias velas, que devem ser colocadas em um suporte seguro. Ao final da celebração, elas devem ser apagadas.
  • Caso você goste de flores no seu local de oração, guarde-as para o Domingo de Páscoa.
  • Designa-se uma pessoa para dirigir a oração (em ordem de prioridade: um diácono, um leigo que tenha recebido o ministério de leitor ou acolitado, o pai ou a mãe de família.
  • A pessoa encarregada de dirigir a oração estabelecerá a duração dos momentos de silêncio.
  • Serão designados leitores para as leituras.
  • Preparar-se-á com antecedência a oração universal (que aparece neste guia) e se designará uma pessoa para sua leitura.
  • Podem-se preparar os cantos apropriados.

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VIGÍLIA DO DOMINGO DE RAMOS E DA PAIXÃO

Celebração da Palavra de Deus

«Eu sou a ressurreição e a vida. Você crê nisso?»

Todos sentados.

O condutor da celebração toma a palavra:

Irmãos e irmãs,
Esta [noite] [dia], [nesta vigília de] [neste] Domingo de Ramos,
sabemos bem que Cristo Jesus
está presente em nosso meio
quando nos reunimos para rezar em seu Nome.
E acreditamos que, quando lemos as Escrituras na Igreja,
é a própria Palavra de Deus falando conosco.
Sua palavra é assim verdadeiro alimento para nossa vida.
É por isso que juntos,
em comunhão com toda a Igreja,
ouçamos esta Palavra salvadora.

Pausa

Do Domingo de Ramos à Paixão do Senhor, somos convidados a passar
da angústia à esperança, do medo à entrega de si mesmo.
E assim, de etapa em etapa, a avançar para a verdade pascal.
Nestes dias de provação, percebemos, dolorosamente,
os nossos limites e nossa fragilidade.
Mas não duvidemos: o que ontem disse Jesus a São Paulo,
Ele diz isso para cada um de nós hoje:
«Basta-te minha graça, porque é na fraqueza que se revela totalmente a minha força»

Pausa

Depois de um verdadeiro momento de silêncio, todos se levantam e fazem o sinal da cruz dizendo:

Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.

Se você vai participar da Missa de Ramos em sua paróquia, pode omitir a bênção dos ramos a seguir.


BÊNÇÃO DOS RAMOS

Todos agitam os ramos enquanto cantam o “Sanctus”. 

Santo, santo, santo é o Senhor.
Senhor Deus do Universo,
O Céu e a Terra proclamam a vossa glória.
Hosana nas alturas.
Bendito o que vem em nome do Senhor.
Hosana às alturas.

(Ou em latim)

Sanctus, Sanctus, Sanctus Dominus Deus Sabaoth.
Pleni sunt caeli et terra gloria tua.
Hosanna in excelsis.
Benedictus qui venit in nomine Domini.
Hosanna in excelsis.

Todos mantêm os ramos nas mãos. O condutor da celebração, com as mãos juntas, pronuncia a oração de bênção:

Oremos. Senhor, aumenta a fé daqueles que têm esperança em Ti, ouça as orações daqueles que vêm até Ti; para que aqueles de nós que erguem os ramos hoje em homenagem a Cristo vitorioso, permaneçamos n’Ele, dando frutos abundantes de boas obras. Por Jesus Cristo, Nosso Senhor.

Amém


EVANGELHO

Permanecemos de pé. O leitor lê o Evangelho de Ramos:

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 21,1-11

Naquele tempo:
Jesus e seus discípulos aproximaram-se de Jerusalém
e chegaram a Betfagé, no monte das Oliveiras.
Então Jesus enviou dois discípulos,
dizendo-lhes: ‘Ide até o povoado que está ali na
frente, e logo encontrareis uma jumenta amarrada,
e com ela um jumentinho.
Desamarrai-a e trazei-os a mim!
Se alguém vos disser alguma coisa, direis:
‘O Senhor precisa deles, mas logo os devolverá’.’
Isso aconteceu para se cumprir
o que foi dito pelo profeta:
‘Dizei à filha de Sião: Eis que o teu rei vem a ti,
manso e montado num jumento,
num jumentinho, num potro de jumenta.’
Então os discípulos foram
e fizeram como Jesus lhes havia mandado.
Trouxeram a jumenta e o jumentinho
e puseram sobre eles suas vestes, e Jesus montou.
A numerosa multidão estendeu suas vestes pelo caminho,
enquanto outros cortavam ramos das árvores,
e os espalhavam pelo caminho.
As multidões que iam na frente de Jesus
e os que o seguiam, gritavam:
‘Hosana ao Filho de Davi!
Bendito o que vem em nome do Senhor!
Hosana no mais alto dos céus!’
Quando Jesus entrou em Jerusalém
a cidade inteira se agitou, e diziam:
‘Quem é este homem?’
E as multidões respondiam:
‘Este é o profeta Jesus, de Nazaré da Galiléia.’

Ao final do Evangelho, aclamamos novamente o Senhor,
cantando a segunda parte do Sanctus, em português ou em latim.

Bendito o que vem em nome do Senhor.
Hosana às alturas. (Bis)

Benedíctus qui venit in nómine Dómini.
Hosánna in excélsis
.(Bis)

Os ramos são colocados em um local apropriado.


Todos se sentam.
O condutor da celebração toma a palavra e convida todos os presentes a se recolherem em oração.

Jesus, nesta celebração de Ramos,
lembramos da sua entrada triunfal em Jerusalém,
unindo o ímpeto de nossos corações e o som de nossas vozes
para aclamá-lo com um só coração e um só espírito com sua Igreja.
Aclamamos a Ti, que vêm em nome do Senhor,
Jesus, nosso irmão e nosso Deus,
conceda-nos a graça de nunca perder de vista a verdade da Páscoa,
que Tu vais nos mostrar durante a tua Paixão.
Esta é a verdade da Páscoa:
o triunfo cristão passa pela cruz,
e pela entrega de sua própria vida por amor,
até o fim.

Pausa

Agora nos preparamos para abrir nossos corações
à Paixão do Senhor em silêncio.

Sentados, inclinamos a cabeça e fechamos os olhos para
facilitar o recolhimento. Ficamos em silêncio por alguns minutos.

O condutor da celebração indica o fim do momento de silêncio.
No final, ele convida os participantes a se levantarem, e diz:

Quando o Senhor entra na Cidade Santa de Jerusalém,
as crianças, com palmas e ramos nas mãos,
anunciaram a Ressurreição.
Vamos cantar com eles:

Santo, santo, santo é o Senhor.
Senhor Deus do Universo,
O Céu e a Terra proclamam a vossa glória.

Hosana nas alturas.
Bendito o que vem em nome do Senhor.
Hosana às alturas.

(Ou em latim)

Sanctus, Sanctus, Sanctus Dominus Deus Sabaoth.
Pleni sunt caeli et terra gloria tua.
Hosanna in excelsis.
Benedictus qui venit in nomine Domini.
Hosanna in excelsis.


ORAÇÃO

Ó Deus eterno e todo-poderoso, que como exemplo de humildade para o ser humano concedeu que Nosso Salvador se encarnasse e se submetesse à cruz, concedei-nos que possamos ouvir sua lição de paciente sofrimento e, assim, possamos merecer fazer parte da sua Ressurreição. Por Nosso Senhor Jesus Cristo que convosco vive e reina na unidade do Espírito Santo. Amém

A pessoa encarregada da primeira leitura permanece de pé,
enquanto as outras pessoas ficam sentadas.


PRIMEIRA LEITURA

Leitura da carta de São Paulo aos Filipenses (2, 6-11)

Sendo ele de condição divina, não se prevaleceu de sua
igualdade com Deus, mas aniquilou-se a si mesmo,
assumindo a condição de escravo
e assemelhando-se aos homens.
E, sendo exteriormente reconhecido
como homem, humilhou-se ainda mais,
tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz.
Por isso Deus o exaltou soberanamente
e lhe outorgou o nome que está acima de todos os nomes,
para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho no céu,
na terra e nos infernos.
E toda língua confesse,
para a glória de Deus Pai,
que Jesus Cristo é Senhor.
Palavra do Senhor.
Graças a Deus


SALMO

Se possível, cantemos.
Ou, estando em família, podemos simplesmente dizer ou cantar o refrão juntos,
depois que o leitor tiver lido a estrofe.

R/ Meu Deus, meu Deus,
por que me abandonastes? (21,2a)

Riem de mim todos aqueles que me vêem,
torcem os lábios e sacodem a cabeça:
‘Ao Senhor se confiou, ele o liberte
e agora o salve, se é verdade que ele o ama!’R/

Cães numerosos me rodeiam furiosos,
e por um bando de malvados fui cercado.
Transpassaram minhas mãos e os meus pés
e eu posso contar todos os meus ossos.
Eis que me olham e, ao ver-me, se deleitam! R/

Eles repartem entre si as minhas vestes
e sorteiam entre si a minha túnica.
Vós, porém, ó meu Senhor, não fiqueis longe,
ó minha força, vinde logo em meu socorro! R/

Anunciarei o vosso nome a meus irmãos
e no meio da assembléia hei de louvar-vos!
Vós que temeis ao Senhor Deus, dai-lhe louvores,
glorificai-o, descendentes de Jacó,
e respeitai-o toda a raça de Israel! R/


EVANGELHO

Louvor a Vós, Jesus Cristo, Rei da eterna glória
Cristo obedeceu até à morte
e morte de cruz.
Por isso Deus O exaltou
e Lhe deu um nome
que está acima de todos os nomes.
Louvor a Vós, Jesus Cristo, Rei da eterna glória.

A seguir, passa-se à leitura da passagem evangélica,
segundo as indicações a seguir.

X= Jesus ; L = Leitor ;D = Discípulos e amigos; O = Outros personagens.

Se houver crianças pequenas, elas devem se sentar.

A Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos
(Mc 14,1-15,47)

L. Faltavam dois dias para a Páscoa
e para a festa dos Ázimos.
Os sumos sacerdotes e os mestres da Lei
procuravam um meio de prender Jesus à traição,
para matá-lo. Eles diziam:

O. ‘Não durante a festa,
para que não haja um tumulto no meio do povo.’

L. Jesus estava em Betânia, na casa de Simão, o leproso.
Quando estava à mesa,
veio uma mulher com um vaso de alabastro
cheio de perfume de nardo puro, muito caro.
Ela quebrou o vaso
e derramou o perfume na cabeça de Jesus.
Alguns que estavam ali ficaram indignados e comentavam:

O. ‘Por que este desperdício de perfume?
Ele poderia ser vendido
por mais de trezentas moedas de prata,
que seriam dadas aos pobres.’

L. E criticavam fortemente a mulher.
Mas Jesus lhes disse:

X.‘Deixai-a em paz! Por que aborrecê-la?
Ela praticou uma boa ação para comigo.
Pobres sempre tereis convosco
e quando quiserdes podeis fazer-lhes o bem.
Quanto a mim não me tereis para sempre.
Ela fez o que podia: derramou perfume em meu corpo,
preparando-o para a sepultura.
Em verdade vos digo,
em qualquer parte que o Evangelho for pregado,
em todo o mundo,
será contado o que ela fez,
como lembrança do seu gesto.’

L. Judas Iscariotes, um dos doze,
foi ter com os sumos sacerdotes
para entregar-lhes Jesus.
Eles ficaram muito contentes quando ouviram isso,
e prometeram dar-lhe dinheiro.
Então, Judas começou a procurar
uma boa oportunidade para entregar Jesus.

L. No primeiro dia dos ázimos,
quando se imolava o cordeiro pascal,
os discípulos disseram a Jesus:

D.‘Onde queres que façamos os preparativos
para comeres a Páscoa?’

L. Jesus enviou então dois dos seus discípulos
e lhes disse:

X. ‘Ide à cidade.
Um homem carregando um jarro de água
virá ao vosso encontro. Segui-o
e dizei ao dono da casa em que ele entrar:
‘O Mestre manda dizer: onde está a sala
em que vou comer a Páscoa com os meus discípulos?’
Então ele vos mostrará, no andar de cima,
uma grande sala, arrumada com almofadas.
Ali fareis os preparativos para nós!’

L. Os discípulos saíram e foram à cidade.
Encontraram tudo como Jesus havia dito,
e prepararam a Páscoa.

L. Ao cair da tarde, Jesus foi com os doze.
Enquanto estavam à mesa comendo,
Jesus disse:

X. ‘Em verdade vos digo,
um de vós, que come comigo, vai me trair.’

L. Os discípulos começaram a ficar tristes
e perguntaram a Jesus, um após outro:

D. ‘Acaso serei eu?’

L. Jesus lhes disse:

X. ‘É um dos doze, que se serve comigo do mesmo prato.
O Filho do Homem segue seu caminho,
conforme está escrito sobre ele.
Ai, porém, daquele que trair o Filho do Homem!
Melhor seria que nunca tivesse nascido!’

L. Enquanto comiam, Jesus tomou o pão
e, tendo pronunciado a bênção,
partiu-o e entregou-lhes, dizendo:

X. ‘Tomai, isto é o meu corpo.’

L. Em seguida, tomou o cálice, deu graças,
entregou-lhes e todos beberam dele.
Jesus lhes disse:

X. ‘Isto é o meu sangue, o sangue da aliança,
que é derramado em favor de muitos.
Em verdade vos digo,
não beberei mais do fruto da videira,
até o dia em que beberei o vinho novo no Reino de
Deus.’

L. Depois de terem cantado o hino,
foram para o monte das Oliveiras.
Então Jesus disse aos discípulos:

X. ‘Todos vós ficareis desorientados,
pois está escrito:
‘Ferirei o pastor e as ovelhas se dispersarão.’
Mas, depois de ressuscitar,
eu vos precederei na Galiléia.’

L. Pedro, porém, lhe disse:

D. ‘Mesmo que todos fiquem desorientados,
eu não ficarei.’

L. Respondeu-lhe Jesus:

X. ‘Em verdade te digo,
ainda hoje, esta noite,
antes que o galo cante duas vezes,
três vezes tu me negarás.’

L. Mas Pedro repetiu com veemência:

D. ‘Ainda que tenha de morrer contigo, eu não te negarei.’

L. E todos diziam o mesmo.

L. Chegados a um lugar chamado Getsêmani,
disse Jesus aos discípulos:

X. ‘Sentai-vos aqui, enquanto eu vou rezar!’

L. Levou consigo Pedro, Tiago e João,
e começou a sentir pavor e angústia.
Então Jesus lhes disse:

X. ‘Minha alma está triste até a morte.
Ficai aqui e vigiai.’

L. Jesus foi um pouco mais adiante
e, prostrando-se por terra, rezava
que, se fosse possível, aquela hora se afastasse dele.Dizia:

X. ‘Abbá! Pai! Tudo te é possível:
Afasta de mim este cálice!
Contudo, não seja feito o que eu quero,
mas sim o que tu queres!’

L. Voltando, encontrou os discípulos dormindo.
Então disse a Pedro:

X. ‘Simão, tu estás dormindo?
Não pudeste vigiar nem uma hora?
Vigiai e orai, para não cairdes em tentação!
Pois o espírito está pronto, mas a carne é fraca.’

L. Jesus afastou-se de novo
e rezou, repetindo as mesmas palavras.
Voltou outra vez e os encontrou dormindo,
porque seus olhos estavam pesados de sono
e eles não sabiam o que responder.

L. Ao voltar pela terceira vez, Jesus lhes disse:

X. Dormi agora e descansai…
Chegou a hora: o Filho do homem
vai ser entregue às mãos dos pecadores.
Levantai-vos. Vamos.
Já se aproxima aquele que Me vai entregar.

L. E logo, enquanto Jesus ainda falava,
chegou Judas, um dos doze,
com uma multidão armada de espadas e paus.
Vinham da parte dos sumos sacerdotes,
dos mestres da Lei e dos anciãos do povo.
O traidor tinha combinado com eles um sinal,
dizendo:

D. ‘É aquele a quem eu beijar.
Prendei-o e levai-o com segurança!’

L. Judas logo se aproximou de Jesus, dizendo:

D. ‘Mestre!’,

L. e o beijou. Então lançaram as mãos sobre ele e o prenderam.
Mas um dos presentes puxou a espada
e feriu o empregado do sumo sacerdote,
cortando-lhe a orelha.
Jesus tomou a palavra e disse:

X. ‘Vós saístes com espadas e paus para me prender,
como se eu fosse um assaltante.
Todos os dias eu estava convosco, no Templo, ensinando,
e não me prendestes.
Mas isto acontece para que se cumpram as Escrituras.’

L. Então todos o abandonaram e fugiram.
Um jovem, vestido apenas com um lençol,
estava seguindo a Jesus, e eles o prenderam.
Mas o jovem largou o lençol e fugiu nu.

L. Então levaram Jesus ao Sumo Sacerdote,
e todos os sumos sacerdotes, os anciãos
e os mestres da Lei se reuniram.
Pedro seguiu Jesus de longe,
até o interior do pátio do Sumo Sacerdote.
Sentado com os guardas, aquecia-se junto ao fogo.

L. Ora, os sumos sacerdotes e todo o Sinédrio
procuravam um testemunho contra Jesus,
para condená-lo à morte, mas não encontravam.
Muitos testemunhavam falsamente contra ele,
mas seus testemunhos não concordavam.
Alguns se levantaram
e testemunharam falsamente contra ele, dizendo:

O. ‘Nós o ouvimos dizer:
‘Vou destruir este templo feito pelas mãos dos homens,
e em três dias construirei um outro,
que não será feito por mãos humanas!`’

L. Mas nem assim o testemunho deles concordava.
Então, o Sumo Sacerdote levantou-se no meio deles
e interrogou a Jesus:

O. ‘Nada tens a responder ao que estes
testemunham contra ti?’

L. Jesus continuou calado, e nada respondeu.
O Sumo Sacerdote interrogou-o de novo:

O. ‘Tu és o Messias, o Filho de Deus Bendito?’

L. Jesus respondeu:

X. ‘Eu sou.
E vereis o Filho do Homem
sentado à direita do Todo-Poderoso,
vindo com as nuvens do céu.’

L. O Sumo Sacerdote rasgou suas vestes e disse:

O. ‘Que necessidade temos ainda de testemunhas?
Vós ouvistes a blasfêmia! O que vos parece?’

L. Então todos o julgaram réu de morte.
Alguns começaram a cuspir em Jesus.
Cobrindo-lhe o rosto, o esbofeteavam e diziam:

O. ‘Profetiza!’

L. Os guardas também davam-lhe bofetadas.
Pedro estava em baixo, no pátio.
Veio uma criada do Sumo Sacerdote,
e, quando viu Pedro que se aquecia,
olhou bem para ele e disse:

O. ‘Tu também estavas com Jesus, o Nazareno!’

L. Mas Pedro negou, dizendo:

D. ‘Não sei e nem compreendo o que estás dizendo!’

L. E foi para fora, para a entrada do pátio.
E o galo cantou.
A criada viu Pedro,
e de novo começou a dizer aos que estavam perto:

O. ‘Este é um deles.’

L. Mas Pedro negou outra vez.
Pouco depois,
os que estavam junto diziam novamente a Pedro:

O. ‘É claro que tu és um deles, pois és da Galiléia.’

L. Aí Pedro começou a maldizer e a jurar, dizendo:

D. ‘Nem conheço esse homem de quem estais falando.’

L. E nesse instante um galo cantou pela segunda vez.
Lembrou-se Pedro da palavra que Jesus lhe havia dito:

X. ‘Antes que um galo cante duas vezes,
três vezes tu me negarás.’

L. Caindo em si, ele começou a chorar.
Logo pela manhã, os sumos sacerdotes,
com os anciãos, os mestres da Lei e todo o Sinédrio,
reuniram-se e tomaram uma decisão.
Levaram Jesus amarrado e o entregaram a Pilatos.
E Pilatos o interrogou:

O. ‘Tu és o rei dos judeus?’

L. Jesus respondeu:

X. ‘Tu o dizes.’

L. E os sumos sacerdotes
faziam muitas acusações contra Jesus.
Pilatos o interrogou novamente:

O. ‘Nada tens a responder?
Vê de quanta coisa te acusam!’

L. Mas Jesus não respondeu mais nada,
de modo que Pilatos ficou admirado.
Por ocasião da Páscoa,
Pilatos soltava o prisioneiro que eles pedissem.
Havia então um preso, chamado Barrabás,
entre os bandidos, que, numa revolta,
tinha cometido um assassinato.
A multidão subiu a Pilatos e começou a pedir
que ele fizesse como era costume.
Pilatos perguntou:

O. ‘Vós quereis que eu solte o rei dos judeus?’

L. Ele bem sabia que os sumos sacerdotes
haviam entregado Jesus por inveja.
Porém, os sumos sacerdotes instigaram a multidão
para que Pilatos lhes soltasse Barrabás.
Pilatos perguntou de novo:

O. ‘Que quereis então que eu faça
com o rei dos Judeus?’

L. Mas eles tornaram a gritar:

O. ‘Crucifica-o!’

L. Pilatos perguntou:

O. ‘Mas, que mal ele fez?’

L. Eles, porém, gritaram com mais força:

O. ‘Crucifica-o!’

L. Pilatos, querendo satisfazer a multidão,
soltou Barrabás, mandou flagelar Jesus
e o entregou para ser crucificado.
Teceram uma coroa de espinhos e a puseram em sua cabeça.
Então os soldados o levaram para dentro do palácio,
isto é, o pretório,
e convocaram toda a tropa.
Vestiram Jesus com um manto vermelho,
teceram uma coroa de espinhos
e a puseram em sua cabeça.
E começaram a saudá-lo:

O. ‘Salve, rei dos judeus!’

L. Batiam-lhe na cabeça com uma vara.
Cuspiam nele e, dobrando os joelhos,
prostravam-se diante dele.
Depois de zombarem de Jesus,
tiraram-lhe o manto vermelho,
vestiram-no de novo com suas próprias roupas
e o levaram para fora, a fim de crucificá-lo.

L. Os soldados obrigaram um certo Simão de Cirene,
pai de Alexandre e de Rufo, que voltava do campo,
a carregar a cruz.
Levaram Jesus para o lugar chamado Gólgota,
que quer dizer ‘Calvário’.
Ele foi contado entre os malfeitores.
Deram-lhe vinho misturado com mirra,
mas ele nóo o tomou.

L. Então o crucificaram
e repartiram as suas roupas, tirando a sorte,
para ver que parte caberia a cada um.
Eram nove horas da manhã quando o crucificaram.
E ali estava uma inscrição
com o motivo de sua condenação: ‘O Rei dos Judeus’.

L. Crucificaram com Ele dois salteadores,
um à direita e outro à esquerda.
Os que passavam insultavam-n’O
e abanavam a cabeça, dizendo:

O. «Tu que destruías o templo e o reedificavas em três dias,
salva-Te a Ti mesmo e desce da cruz».

L. Os príncipes dos sacerdotes e os escribas
troçavam uns com os outros, dizendo:

O. «Salvou os outros e não pode salvar-Se a Si mesmo!
Esse Messias, o Rei de Israel, desça agora da cruz,
para nós vermos e acreditarmos».

L. Até os que estavam crucificados com Ele O injuriavam.
Quando chegou o meio-dia,
as trevas envolveram toda a terra até às três horas da tarde.
E às três horas da tarde, Jesus clamou com voz forte:

X. «Eloí, Eloí, lemá sabactáni?».

L. Que quer dizer:
«Meu Deus, meu Deus, porque Me abandonastes?».
Alguns dos presentes, ouvindo isto, disseram:

O. «Está a chamar por Elias».

L. Alguém correu a embeber uma esponja em vinagre
e, pondo-a na ponta duma cana, deu-Lhe a beber e disse:

O. «Deixa ver se Elias vem tirá-l’O dali».

L. Então Jesus, soltando um grande brado, expirou.
O véu do templo rasgou-se em duas partes de alto a baixo.
O centurião que estava em frente de Jesus,
ao vê-l’O expirar daquela maneira, exclamou:

O. «Na verdade, este homem era Filho de Deus».

L. Estavam também ali umas mulheres a observar de longe,
entre elas Maria Madalena,
Maria, mãe de Tiago e de José, e Salomé,
que acompanhavam e serviam Jesus,
quando estava na Galileia,
e muitas outras que tinham subido com Ele a Jerusalém.

L. Ao cair da tarde
– visto ser a Preparação, isto é, a véspera do sábado –
José de Arimateia, ilustre membro do Sinédrio,
que também esperava o reino de Deus,
foi corajosamente à presença de Pilatos
e pediu-lhe o corpo de Jesus.
Pilatos ficou admirado de Ele já estar morto
e, mandando chamar o centurião,
perguntou-lhe se Jesus já tinha morrido.
Informado pelo centurião,
ordenou que o corpo fosse entregue a José.

L. José comprou um lençol,
desceu o corpo de Jesus e envolveu-O no lençol;
depois depositou-O num sepulcro escavado na rocha
e rolou uma pedra para a entrada do sepulcro.
Entretanto, Maria Madalena e Maria, mãe de José,
observavam onde Jesus tinha sido depositado.

L.Palavra da salvação. 

A leitura do Evangelho conclui sem aclamação. Todos se sentam. O condutor da celebração repete lentamente como se fosse um eco distante:

‘Ele era mesmo Filho de Deus!’

Permanecemos alguns minutos em silêncio para meditar.


ORAÇÃO UNIVERSAL

Neste Domingo de Ramos e da Paixão, invoquemos a bondade de Deus todo-poderoso, para que nos conceda o que Lhe pedimos com fé, dizendo (ou: cantando), cheios de confiança:

R. Ouvi-nos, Senhor. Ou: Abençoai, Senhor, o vosso povo. Ou: Kýrie, eléison.

Para que o Redentor do mundo, que Se entregou à morte pelos homens, estenda a todos os povos o seu Reino, oremos. R.

Para que o Redentor do mundo, que orou com grande clamor e lágrimas, interceda junto do Pai por todos nós, oremos. R.

Para que o Redentor do mundo, que sofreu a angústia e a tristeza, socorra os que sofrem e alivie as suas dores, oremos. R.

Para que o Redentor do mundo, que foi flagelado e coroado de espinhos, dê coragem aos que estão prestes a perdê-la, oremos. R.

Para que o Redentor do mundo, que, ao morrer, entregou ao Pai o seu espírito, nos reanime com a força da sua Ressurreição, oremos. R.

(Outras intenções: jovens do mundo inteiro e seus animadores…).

Ao final, o condutor introduz a oração do Senhor:

Unidos no Espírito e na comunhão da Igreja,
fiéis à recomendação do Salvador,
ousamos dizer:

Reza-se o Pai Nosso

Pai Nosso…

E imediatamente todos prosseguem proclamando: 

Teu é o reino, o poder e a glória para sempre, Senhor.

O condutor convida a dar a paz: 

Acabamos de juntar nossa voz
à do Senhor Jesus para rezar ao Pai.
Nós somos filhos no Filho.
Na caridade que nos une,
renovados pela Palavra de Deus,
podemos trocar um gesto de paz,
sinal de comunhão
que recebemos do Senhor.

Faz-se o gesto da paz.

Todos então trocam saudações de paz à distância: por exemplo, curvando-se profundamente uns para os outros; ou, como uma família, mandando um beijo um para o outro.

Se for impossível participar da missa, pode-se fazer uma comunhão espiritual de acordo com o rito opcional incluído entre as linhas abaixo.



Todos sentados.

COMUNHÃO ESPIRITUAL

O condutor diz:

Como não podemos receber a comunhão sacramental,
O Papa Francisco nos convida urgentemente a realizar a comunhão espiritual,
também chamada de “comunhão do desejo”.
O Concílio de Trento nos lembra que
“trata-se de um desejo ardente de alimentar-se deste pão celestial,
unidos a uma fé viva que trabalha pela caridade,
e isso nos torna participantes dos frutos e graças do Sacramento”.
O valor da nossa comunhão espiritual
portanto, depende da nossa fé na presença de Cristo na Eucaristia,
como fonte de vida, amor e unidade,
e de nosso desejo de receber a Comunhão, apesar de tudo.
Com esta disposição, convido-vos a reclinar a cabeça,
fechar os olhos e viver um momento de recolhimento.

Silêncio

No mais profundo de nossos corações
deixemos crescer o desejo ardente de nos unirmos a Jesus,
em comunhão sacramental,
e de fazer que seu amor se faça vivo em nossas vidas,
amando nossos irmãos e irmãs como Ele nos amou.

Permanecemos cinco minutos em silêncio em um diálogo de coração a coração com Jesus Cristo. Podemos cantar um cântico de ação de graças.



Colocamo-nos de pé. O condutor pronuncia, em nome de todos, a fórmula da bênção:

Pela intercessão de São N.
[padroeiro da paróquia],
de todos os santos e santas de Deus,
que o Senhor da perseverança e da fortaleza
ajude-nos a viver o espírito de
sacrifício, compaixão e amor de Jesus Cristo.
Desta forma, em comunhão com o Espírito Santo,
daremos glória a Deus,
Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo,
pelos séculos dos séculos.

Amén.


BÊNÇÃO FINAL

Todos juntos, voltados para a cruz e com as mãos unidas,
pedem a Bênção do Senhor:

Que o Senhor deixe seu rosto brilhar sobre nós
e venha nos salvar. Amém.

Todos se sentam.
Então, os pais podem fazer o sinal da cruz na testa de seus filhos.

Para encerrar a celebração, pode-se cantar uma das seguintes
antífonas marianas, ou algum outro hino à Virgem Maria.

Ave, Regina cælorum
Ave, Domina Angelorum,
Salve radix, salve, porta, Ex qua mundo lux est orta.
Gaude, Vírgo gloriosa, Super omnes speciosa;
Vale, o valde decora
Et pro nobis Christum exora.

Salve, Rainha do Céu.
Salve, Senhora dos Anjos.
Salve, Raiz fecunda. Salve, Porta do céu. Pela qual a luz nasceu para o mundo
Rejubila, ó Virgem gloriosa entre todas a mais bela.
Salve, Esplendor radioso.
E rezai por nós a Cristo.

Aleteia

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Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF