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quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

15 maneiras de lucrar a indulgência plenária no Ano de São José

Foto referencial. Crédito: Unsplash / Michael O Sullivan.

REDAÇÃO CENTRAL, 16 dez. 20 / 06:00 am (ACI).- O Papa Francisco decretou um Ano dedicado a São José de 8 de dezembro de 2020 a 8 de dezembro de 2021, período em que os católicos terão a oportunidade de obter uma indulgência plenária especial.

Durante este ano especial, há muitas formas novas para que os católicos possam lucrar uma indulgência plenária, que apaga toda pena temporal causada pelo pecado, entre as quais está confiar seu trabalho cotidianamente à proteção de São José Operário ou Rezar o Santo Terço com suas famílias.

Estas ações devem ser acompanhadas das três condições habituais para lucrar qualquer indulgência plenária, que são a confissão sacramental, a comunhão eucarística e a oração pelas intenções do Papa. Em caso de impedimentos de força maior, a pessoa deve ter a intenção de cumpri-los o mais rápido possível e deve desprender-se completamente do pecado.

De acordo com o decreto da Penitenciária Apostólica, existem 15 formas de receber uma indulgência no Ano de São José:

1) Participar de um retiro espiritual de pelo menos um dia que inclua uma meditação sobre São José.

2) Pedir em oração a intercessão de São José para que os desempregados possam encontrar um emprego digno.

3) Rezar as Ladainhas de São José a favor dos cristãos perseguidos. Os católicos bizantinos têm a opção de rezar um Akathistos para São José.

4) Confiar o trabalho e as atividades diárias à proteção de São José Operário.

5) Seguir o exemplo de São José e realizar uma obra de misericórdia corporal como alimentar os famintos, dar de beber aos sedentos, vestir os nus, hospedar o peregrino, visitar os presos e os enfermos e enterrar os mortos.

6) Realizar uma das obras espirituais de misericórdia, como confortar os tristes, dar bons conselhos a quem precisa, ensinar a quem não sabe, corrigir quem se engana, sofrer pacientemente os defeitos dos outros, perdoar quem nos ofende e rezar pelos vivos e pelos mortos.

7) Rezar o Terço com a sua família para que “todas as famílias cristãs se sintam encorajadas a recriar a mesma atmosfera de comunhão íntima, de amor e oração que se vivia na Sagrada Família”.

8) Os casais de namorados também podem receber uma indulgência rezando o Terço juntos.

9) Meditar por pelo menos 30 minutos a oração do Pai-Nosso, porque São José “nos convida a redescobrir nossa relação filial com o Pai, a renovar a fidelidade à oração, a ouvir e corresponder com profundo discernimento à vontade de Deus”.

10) Fazer uma oração aprovada a São José no Domingo de São José, que é o domingo depois do Natal na tradição católica bizantina.

11) Celebrar a festa de São José em 19 de março, realizando um ato de piedade em honra a São José.

12) Fazer uma oração aprovada a São José no dia 19 de qualquer mês.

13) Honrar São José realizando um ato de piedade ou fazendo uma oração aprovada em qualquer quarta-feira, dia tradicionalmente dedicado a São José.

14) Rezar a São José na festa da Sagrada Família celebrada em 27 de dezembro.

15) Celebrar a festa de São José Operário no dia 1º de maio, realizando um ato de piedade ou oferecendo sua oração.

“Todos os fiéis terão assim a possibilidade de se comprometer, através da oração e das boas obras, a obter com a ajuda de São José, chefe da celeste Família de Nazaré, o consolo e o alívio nas graves tribulações humanas e sociais que hoje afligem o mundo contemporâneo".

Os idosos, os doentes e os moribundos que não podem sair de suas casas devido à pandemia da COVID-19 também têm permissão especial para receber uma indulgência plenária, "oferecendo com confiança em Deus as dores e desconfortos" de suas vidas com uma oração a São José, esperança dos enfermos e padroeiro de uma morte feliz.

A Penitenciária Apostólica permite qualquer oração a São José aprovada pela Igreja, em particular, a oração "A ti, bendito José" composta pelo Papa Leão XIII, que partilhamos a seguir:

“A vós, São José, recorremos em nossa tribulação e, depois de ter implorado o auxílio de Vossa Santíssima Esposa, cheios de confiança solicitamos o vosso patrocínio. Por esse laço sagrado de caridade, que os uniu à Virgem Imaculada, Mãe de Deus, pelo amor paternal que tivestes ao Menino Jesus, ardentemente vos suplicamos que lanceis um olhar benigno para a herança que Jesus conquistou com seu sangue, e nos socorrais em nossas necessidades com o vosso auxílio e poder”.

“Protegei, ó Guarda providente da Divina Família, a raça eleita de Jesus Cristo. Afastai para longe de nós, ó Pai amantíssimo, a peste do erro e do vício; Assisti-nos do alto do céu, ó nosso fortíssimo sustentáculo, na luta contra o poder das trevas; assim como outrora salvastes da morte a vida do Menino Jesus, assim também defendei agora a Santa Igreja de Deus contra as ciladas de seus inimigos e contra toda adversidade. Amparai a cada um de nós com o vosso constante patrocínio, a fim de que, a vosso exemplo, e sustentados com vosso auxílio, possamos viver virtuosamente, morrer piedosamente e obter, no céu, a eterna bem-aventurança. Assim seja. Amém”.

Publicado originalmente em CNA.

ACI Digital

Santa Adelaide

ArqSP

Narrada por santo Odilo, abade de Cluny, que conviveu com ela, a vida de santa Adelaide emociona pelos sofrimentos que passou. De rainha tornou-se prisioneira, sofreu maus-tratos e passou por diversas privações para, depois, finalmente, assumir um império. Tudo isso dentro da honestidade, vivendo uma existência piedosa, de muita humildade e extrema caridade para com os pobres e doentes.

Nascida em 931, Adelaide era uma princesa, filha do rei da Borgonha, atual França, casado com uma princesa da Suécia. Ficou órfã de pai aos seis anos. A Corte acertou seu matrimônio com o rei Lotário, da Itália, do qual enviuvou três anos depois. Ele morreu defendendo o trono, que acabou usurpado pelo inimigo vizinho, rei Berenjário. Então, a rainha Adelaide foi mandada para a prisão. Contudo, ajudada por amigos leais, conseguiu a liberdade. Viajou para a Alemanha para pedir o apoio do imperador Oto, que, além de devolver-lhe a Corte, casou-se com ela. Assim, tornou-se a imperatriz Adelaide, caridosa, piedosa e amada pelos súditos.

Durante anos tudo era felicidade, mas o infortúnio atingiu-a novamente. O imperador morreu e Adelaide viu-se outra vez viúva. Assumiu seu filho Oto II, que aceitava seus conselhos, governando com ponderação. Os problemas reiniciaram quando ele se casou com a princesa grega Teofânia. Como não gostava da influência da sogra sobre o marido, conseguiu fazê-lo brigar com a mãe por causa dos gastos com suas obras de caridade e as doações que fazia aos conventos e igrejas. Por isso exigiu que Adelaide deixasse o reino.

Escorraçada, procurou abrigo em Roma, junto ao papa. Depois, passou um período na França, na Corte de seu irmão, rei da Borgonha. Mas a dor da ingratidão filial a perseguia, Viu, também, que ele reinava com injustiça, dentro do luxo, da discórdia e da leviandade, devido à má influência de Teofânia. Nessa época, foi seu diretor espiritual o abade Odilo, de Cluny. Ao mesmo tempo, o abade passou a orientar Oto II. Após dois anos de separação, arrependido, convidou a mãe a visitá-lo e pediu seu perdão. Adelaide se reconciliou com filho e a paz voltou ao reino. Entretanto o imperador morreria logo depois.

Como o neto de Adelaide, Oto III, não tinha idade para assumir o trono, a mãe o fez. E novamente a vida de Adelaide parecia encaminhar-se para o martírio. Teofânia, agora regente, pretendia matar a sogra, que só não morreu porque Teofânia foi assassinada antes, quatro semanas depois de assumir o governo. Adelaide se tornou a imperatriz regente da Alemanha, por direito e de fato. Administrou com justiça, solidariedade e piedade. Trouxe para a Corte as duas filhas de sua maior inimiga e as educou com carinho e proteção. O seu reinado foi de obrigações políticas e religiosas muito equilibradas, distribuindo felicidade e prosperidade para o povo e paz para toda a nação.

Nos últimos anos de vida, Adelaide foi para o Convento beneditino de Selz, na Alsácia, que ela fundara, em Strasburg. Morreu ali com oitenta e seis anos de idade, no dia 16 de dezembro de 999.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

Arquidiocese de São Paulo

terça-feira, 15 de dezembro de 2020

Missa de acolhida de Dom Paulo Cezar no Santuário Menino Jesus

Pascom | ArqBrasília
No terceiro domingo do Advento, dedicado à Santa Luzia, Brazlândia amanheceu reluzente e em festa, por ser a primeira cidade a receber o quinto arcebispo de Brasília, Dom Paulo Cezar. Fieis de todos os cantos de Brasília foram para o santuário Menino Jesus, para acolher seu novo pastor. A celebração foi transmitida ao vivo pelas mídias sociais da arquidiocese de Brasília.

O arcebispo começa a celebração saudando seus bispos auxiliares: Dom José Aparecido e Dom Marcony Ferreira, e em sequência o reitor do Santuário Menino Jesus, Pe. João Périos, padres, diáconos, religiosa(o)s, leigos, seminaristas e ao deputado João Cardoso que se encontrava presente no recinto.

Em sua homilia, Dom Paulo nos chama a atenção para algumas passagens do Evangelho, e nos diz que: “[…] João Batista não aponta para si mesmo, mais aponta para Jesus…”; é preciso que testemunhemos Jesus Cristo com palavras, assim como João, devemos conduzir as pessoas ao sentido mais profundo, pois, hoje as pessoas vivem no mundo da subjetividade e a maioria não consegue ver Jesus como a ‘CENTRALIDADE’ e sim a si mesmo.”

Ainda em sua homilia, o arcebispo aponta ser preciso “mergulhar no deserto de nossas vidas para escutar o que Deus quer nos dizer e nos pede também que testemunhemos a luz de Jesus”, enfatiza o arcebispo.

“Não sei fazer nada sem amar e que ele amará profundamente a igreja de Brasília”, conclui Dom Paulo.

Pascom | ArqBrasília

Primeira cidade visitada

Logo após a sua nomeação feita pelo Papa Francisco, Dom Paulo visitou a Catedral (local onde foi realizada sua Celebração de posse) e o Santuário Menino Jesus na companhia amiga do Administrador Apostólico da Arquidiocese de Brasília, Dom José Aparecido, local escolhido para a missa de acolhida.

Advento

“Foi seis meses de espera e agora veio o fruto, assim como no período do Advento, estamos na espera da vinda do Salvador que em breve renascerá nos corações de todos os cristãos e assim como no refrão do canto de entrada ‘vem senhor vem nos salvar, com o teu povo vem caminhar…’  Vem Dom Paulo caminhar com o rebanho de Brasília para mostrar-lhes a verdadeira face do Cristo”, falou Alessandra, conselheira da Pascom Brasília.

Pascom | ArqBrasília

Texto: Alessandra Gomes / Pollianna Carla

Arquidiocese de Brasília

O Papa: o momento é crucial, a resposta é a solidariedade

Vatican News

Francisco envia uma mensagem a Coldiretti para reiterar que a lógica do serviço e não do lucro é a “resposta global” à crise causada pela pandemia.

Alessandro De Carolis – Vatican News

A questão indiscutível é o recomeço, o “relançamento econômico e social da Itália”, que como todo mundo está procurando uma maneira de deixar para trás as dificuldades da pandemia. O que está no coração do Papa é “como” esta retomada deve ser implementada. Este é um trecho da mensagem do Papa Francisco a Coldiretti, Confederação Italiana de Agricultores Diretos, divulgada nesta terça-feira (15/12), assinada pelo secretário de Estado, cardeal Pietro Parolin.

A mensagem é uma forma de Francisco indicar o caminho que sempre foi considerado mais justo, aquele que pretende “repensar, ainda mais hoje a relação entre o homem, a natureza e o Criador como fator de profundo equilíbrio e comunhão”, afirma o Pontífice.

A lógica justa

As palavras do Papa foram divulgadas no dia em que a Coldiretti transmite ao vivo sua assembleia nacional intitulada “A Itália recomeça dos heróis do alimento”. Francisco reconhece, no esforço de renascimento do país, o “valor decisivo do mundo agrícola e agroalimentar”. O Pontífice pede que esta contribuição seja oferecida, buscando não a “lógica do lucro, mas do serviço, não da exploração dos recursos, mas do cuidado e atenção à natureza”, vista como uma “casa acolhedora para todos”.

Novos caminhos de solidariedade

A bênção do Papa a Coldiretti incentiva a coragem de “empreender sempre novos caminhos na estrada da caridade e da solidariedade, para uma resposta global e mais verdadeira ao fenômeno da pobreza e da desigualdade entre os povos, especialmente nesta fase crucial da história mundial”, conclui Francisco.

Vatican News

As raízes católicas do panetone

Brent Hofacker | Shutterstock
por V. M. Traverso

O surgimento do bolo especial remonta a um chef que servia um Papa da era renascentista e a um internato católico do século 16.

O panetone é uma daquelas coisas que lembram o Natal. Em muitos países, por exemplo, as pessoas podam árvores, celebram com canções de Natal e criam presépios para anunciar a vinda do menino Jesus.

Mas para os italianos, o Natal não seria o mesmo sem o panetone, o icônico bolo de Natal em forma de cúpula. Datado da época romana, este bolo de pão doce e macio originalmente recheado com passas, nozes e frutas cristalizadas deve muito do seu desenvolvimento a figuras católicas.

Sabemos por evidências históricas que, para suas celebrações, os antigos romanos costumavam assar um tipo de pão fermentado (panem triticum) com ovos, mel e passas. Mas só no Renascimento é que temos a prova de uma receita de panetone semelhante à das confeitarias contemporâneas.

Livros de receitas do século XVI de Bartolomeo Scappi, um chef que servia o Papa Pio V, mostram que um bolo de pão recheado com passas fazia parte do menu que ele preparava para o chefe da Igreja. Além disso, o panetone também aparece em uma pintura do século 16 de Pieter Brueghel, o Velho.

As lendas sobre o panetone

Portanto, graças a essas pistas, sabemos que um ancestral do panetone de hoje era comum durante o Renascimento. Mas quando ele se tornou, de fato, um bolo de Natal? Tal como acontece com muitos alimentos icônicos, surgiram lendas e mitos sobre a origem do panetone como bolo de Natal.

A lenda mais popular diz que o panetone foi inventado numa véspera de Natal do século 15 na corte de Ludovico il Moro, em Milão. O chef preparou um pudim de Natal, mas a especiaria queimou no forno. No entanto, um padeiro chamado Toni salvou o jantar graças à sua engenhosidade. Ele, então, decidiu rechear um pão com passas, açúcar e nozes. Ludovico il Morolik gostou tanto do pão que o chamou de “Pan de Toni” (pão de Toni).

Verdadeira ou não, a lenda parece estar enraizada em alguma realidade. Graças aos registros mantidos por um internato católico, a escola Borromeo de Pavia, sabemos que por volta de 1500 o panetone se tornou uma tradição de Natal.

Fundado pelo cardeal milanês Saint Carlo Borromeo em 1561 e definido como “o palácio do conhecimento” pelo historiador da arte Giorgio Vasari, o Borromeo College recebia estudantes promissores de origens pobres. Os alunos eram hospedados e treinados por padres e professores católicos e muitos teólogos notáveis, médicos e advogados graduados nesta escola. Os registros meticulosos mostram que em 1599 a escola servia aos alunos um “pão de Natal” feito com manteiga, passas e especiarias.

Tradição natalina

Além disso, registros que datam do século 16 mostram que os padeiros milaneses costumavam fazer panetones nas semanas anteriores ao Natal. Rompendo o hábito tradicional de assar pão branco para clientes ricos e pão de milheto para os mais pobres, o panetone ia tanto para ricos quanto para pobres.

Durante o século 18, o panetone se tornou uma tradição natalina em Milão. Mas foi só na década de 1920 que o famoso bolo ganhou sua atual aparência em forma de cúpula. Devemos isso ao padeiro milanês Angelo Motta, membro da Ordem Eqüestre do Santo Sepulcro de Jerusalém, que imitou o kulic, um bolo tradicional russo geralmente feito para a Páscoa.

Hoje, os italianos compram cerca de 54 milhões de panetones durante as férias. O Papa Francisco se tornou um fã da tradição. Desde o início de seu papado, em 2013, ele recebe um panetone especial, criado para o papa pelo chef siciliano Nicola Fiasconaro. O bolo é feito com o “maná” a famosa substância bíblica.

Aleteia

China: para poder dar aulas, professores são obrigados a concordar em promover o ateísmo

Foto: InfoVaticana

Redação (14/12/2020, Gaudium Press) De acordo com informações fornecidas pela Agência católica de notícias Asia News, o Partido Comunista da cidade de Wenzhou, província de Zhejiang, na China, exige que todos os professores assinem um documento no qual concordam em não professar nenhuma religião e, ao contrário, concordam em promover o ateísmo entre seus alunos. Só assim estarão “aptos” para poderem lecionar.

Uma declaração de crença no ateísmo

No documento a ser assinado, o professor deve registrar seus dados pessoais: nome, sobrenome, sexo, idade, horário de trabalho, cargo, escola.
Até ai nada de mais: isso é algo que o registro de um professor deve ter, normalmente.

O que é inusitado nesse fato é a obrigação que o candidato a professor tem de assinar um compromisso no qual ele declara-se estar de acordo com quatro diretrizes oriundas do partido comunista:
– Afirmar a visão marxista sobre as religiões e reforçar a educação e o estudo ateístas;
–  Que não acredite em nenhuma religião, e não participe de nenhuma atividade religiosa, não promova ou divulgue religiões em qualquer lugar;
– Apoiar ativamente a nova civilização socialista e o novo rumo por ela imposto;
– Que não divulgará superstições feudais e não participe de qualquer atividade relacionada a superstições feudais.

Partido Comunista Chines obriga professores a espalhar o ateísmo entre as crianças, educar a não acreditar em Deus e castigar os recalcitrantes com penalidades humilhantes.
Foto: InfoVaticana

Professores são obrigados a divulgar e fazer proselitismo da “religião da irreligião”

Embora a Constituição chinesa estabeleça claramente que todos os cidadãos do país asiático têm liberdade religiosa para praticar seu culto, sem especificar limites de idade ou cargo, a realidade é que se trata de um direito meramente nominal que é pisoteado pelo partido único em o poder.

O documento é outro exemplo da esmagadora campanha realizada pelas autoridades comunistas para acabar com a fé entre os jovens. Não só os menores de 18 anos são proibidos de ir à missa ou outro culto religioso, mas também são promovidas inspeções e medidas disciplinares entre professores e alunos, caso alguém se declare crente.

Os professores do Partido há muito espalham o ateísmo entre as crianças. Eles os educam a não acreditar em Deus, e para isso usam discursos, mas também castigos humilhantes. (JSG)

https://gaudiumpress.org/

Cardeal preso injustamente escreve sobre seus dias na prisão

George Pell. Crédito: Daniel Ibáñez / ACI Prensa

SYDNEY, 15 dez. 20 / 09:16 am (ACI).- O vaticanista italiano Sandro Magister publicou em seu blog Settimo Cielo algumas prévias do primeiro volume do “Prison Journal” (em tradução livre ao português, Diário da Prisão) do Cardeal George Pell, preso injustamente por pouco mais de um ano na Austrália, após ser acusado de abuso sexual de menores que nunca cometeu.

Entre outros temas, o Purpurado reflete nesta prévia sobre os católicos na China, o papel do Papa emérito, a exortação apostólica sobre o amor na família Amoris laetitia; e a liberdade religiosa. Suas reflexões foram publicadas pela Ignatius Press.

Em 2019, o Cardeal Pell foi condenado à prisão acusado de abusar de dois menores. No entanto, em 7 de abril deste ano, foi libertado, depois que a Suprema Corte da Austrália concluiu que o júri no julgamento do Cardeal não agiu de maneira razoável, ao não encontrar possibilidade de dúvida nas acusações que enfrentava. Foi absolvido de todas as acusações.

Relatos de que o Cardeal Angelo Becciu teria transferido dinheiro para a Austrália para armar uma cilada para o Cardeal Pell atraíram a atenção internacional.

O Papa Francisco retirou o cardeal Becciu de seu cargo como prefeito da Congregação para as Causas dos Santos e retirou seus direitos cardinalícios, incluindo a impossibilidade de participar do próximo conclave.

Até 2017, o Cardeal Pell liderou um esforço incentivado pelo Santo Padre para ordenar e esclarecer as finanças do Vaticano, que por muito tempo careceram de procedimentos, controles ou supervisão centralizados. O Cardeal entrou em conflito nesse trabalho com o Cardeal Becciu, que serviu no Vaticano como Substituto do Secretário de Estado.

Entre outras coisas, o Cardeal Becciu agiu para cancelar um contrato que o Cardeal Pell havia feito para uma auditoria externa das finanças do Vaticano.

Este primeiro volume das memórias e reflexões do Cardeal Pell na prisão tem 350 páginas e se refere aos primeiros 5 meses de sua prisão em Melbourne.

O Cardeal escrevia duas ou três páginas por dia que “quase sempre começavam com as suas reflexões sobre as duas leituras matinais do Breviário, uma da Bíblia e outra dos Padres da Igreja, e terminavam com uma oração”, explica Magister.

Sua cela era pequena e tinha a permissão para sair por meia hora para um pátio, sozinho. Recebia visitas duas vezes por semana. Ele não tinha permissão para celebrar a Missa e a de domingo assistia na televisão. Na zona da prisão onde estava havia assassinos e terroristas. Era submetido, como os demais, a frequentes verificações antidrogas e revistas corporais.

No entanto, diz o vaticanista, “não há nada de triste em seus diários. Em vez disso, são calmos e reconfortantes, aqui e ali com um fio de ironia. Os jogos de futebol e rúgbi australianos têm nele um comentarista partícipe. A escrita é simples e profunda ao mesmo tempo. O lamento está ausente”.

Os católicos da China

“Meu tempo na prisão não é um piquenique, mas se torna um período de férias em comparação com outras experiências na prisão. Meu bom amigo Jude Chen, natural de Xangai e agora residente no Canadá, escreveu-me sobre a prisão que sua família sofreu sob os comunistas chineses”, escreveu o Cardeal Pell em seu diário.

“Em 1958, o irmão de Jude, Paul, um seminarista, e a irmã Sophie, uma estudante do ensino médio, foram presos por serem católicos e passaram trinta anos em duas prisões diferentes, para Sophie no frio da China setentrional. A família tinha direito a uma visita de 15 minutos por mês, quando estavam em uma prisão de Xangai, e uma carta de 100 palavras por mês ao longo de três décadas. O avô de Jude, Simon, que era rico e havia construído uma igreja paroquial dedicada à Santíssima Trindade, teve todas as suas propriedades confiscadas. Jude o amava e os dois viveram na mesma casa por nove anos até a morte do idoso. Jude conta que quando perguntado sobre a sua propriedade confiscada, ele respondia: 'Tudo veio de Deus e será restituído a Deus'.

“Após o início da Revolução Cultural na primavera de 1966, os Guardas Vermelhos invadiram sua casa e ficaram desapontados ao descobrir que o avô Simon havia morrido. Consequentemente, destruíram seu túmulo, saquearam a casa e forçaram a mãe de Jude a queimar todos os seus objetos religiosos. O pai de Jude foi despedido como professor e rebaixado a porteiro".

“Aos onze anos e no ensino fundamental, Jude foi forçado a confessar aos seus quarenta colegas da turma que era um criminoso de uma família criminosa. Recorda também que seu professor dizia aos seus colegas para que se mantivessem longe dele”.

“Aos dezessete anos, o próprio Jude foi enviado durante oito anos para um campo de trabalho no subúrbio de Xangai. Enquanto estava para ir embora, seus pais lhe deram esta instrução: ‘Jude, não conserve ódio no seu coração, mas somente amor’. Este é o combustível sagrado que dá força à Igreja”.

Amoris laetitia

“A fidelidade a Cristo e ao seu ensinamento permanece indispensável para algum catolicismo fecundo, para algum despertar religioso. Este é o motivo pelo qual as ‘aprovadas’ interpretações argentinas e maltesas de Amoris laetitia são tão perigosas: vão contra o ensinamento do Senhor sobre o adultério e o ensinamento de São Paulo sobre as disposições necessárias para receber devidamente a Sagrada Comunhão”, escreve o Cardeal.

“Nos dois Sínodos sobre a Família, algumas vozes proclamaram em alta voz que a Igreja era um hospital de campanha ou um porto de refúgio. Mas esta é apenas uma imagem da Igreja e está longe de ser a mais adequada ou relevante, porque acima de tudo a Igreja deve mostrar como não adoecer e como escapar dos naufrágios, e aqui os mandamentos são essenciais. O próprio Jesus ensinou: 'Se guardares os meus mandamentos, permanecerás no meu amor' (Jo 15,10)”.

O papel do Papa Emérito

“Sou a favor da tradição milenar de que os Papas não renunciam, de que continuam até a morte, porque isso ajuda a manter a unidade da Igreja. Os avanços na medicina moderna complicaram a situação, permitindo que os papas de hoje e de amanhã provavelmente vivam muito mais do que seus predecessores, embora sua saúde esteja gravemente debilitada”, escreve o Cardeal Pell.

“Mas é necessário esclarecer os protocolos sobre o papel de um Papa que renunciou, para reforçar as forças de unidade. Embora o Papa aposentado possa manter o título de 'Papa Emérito', deveria ser reintegrado ao Colégio Cardinalício e passar a ser conhecido como 'Cardeal X, Papa Emérito', não deveria usar a batina papal branca e não deveria ensinar publicamente”.

“Por reverência e amor ao Papa, muitos relutariam em impor tais restrições a alguém que já se sentou na cátedra de Pedro. Essas medidas provavelmente seriam melhor introduzidas por um Papa que não tenha um predecessor ainda vivo”.

Theodore McCarrick

Em uma das páginas de seu diário, o Cardeal Pell conta que recebeu um cartão do ex-cardeal Thedore McCarrick, expulso do estado clerical pelos abusos sexuais que cometeu durante décadas.

“Tem oitenta e nove anos e assinou ‘Ted McCarrick, Catholicus, olim cardinalis’, que em latim significa ‘Católico, alguma vez cardeal’. Sempre foi cortês comigo e um habilidoso ‘arrecadador de fundos’ e criador de contatos, bem conectado em todos os níveis e especialmente com os Democratas [norte-americanos]. Infelizmente, causou muitos danos em mais de um sentido".

“Embora eu reze explicitamente todos os dias pelas vítimas, nunca mantive uma categoria em minha lista de oração pelos sacerdotes abusadores e bispos delinquentes. Deveria remediar isso e rezei por Ted McCarrick, 'olim cardinalis'".

Israel Folau e a liberdade religiosa

“Israel Folau é um brilhante jogador de rúgbi, originário de Tonga e um homem piedoso, de fé cristã simples, um protestante da velha guarda, que não tem tempo para as festas católicas do Natal e da Páscoa, muito menos para a devoção à Virgem”, escreve o Cardeal Pell em seu diário.

“Parafraseou e modificou a lista de São Paulo daqueles que não 'herdarão o Reino de Deus', publicando sua advertência no Instagram: 'Bêbados, homossexuais, adúlteros, mentirosos, fornicadores, ladrões, ateus, idólatras. O inferno espera por vocês. Arrependam-se". No entanto, os funcionários do sindicato do rugby o despediram por incitar ao ódio”.

“Este caso criará precedentes importantes na luta pela liberdade religiosa, e o Lobby Cristão Australiano mostrou sentido comum ao apoiar Folau. Embora não seja a favor de condenar as pessoas ao inferno, porque este é um assunto de Deus, Folau está simplesmente afirmando os ensinamentos do Novo Testamento, quando detalha as atividades não compatíveis com a pertença ao Reino dos Céus”.

“O que é estranho é que nenhuma reclamação tenha surgido de idólatras, adúlteros, mentirosos, ladrões, fornicadores, etc., pedindo sua expulsão e demissão. Eu me pergunto quantos daqueles que foram hostis a Folau são cristãos e como podem acreditar no paraíso e no inferno. Quem está seguro de suas próprias convicções não se preocupa muito com a expressão de pontos de vista diferentes e opostos, sobretudo se os considera desprovidos de sentido”.

“Pelo contrário, as forças cada vez mais grosseiras do politicamente correto não aceitam que todas as pessoas sejam tratadas com respeito e amor, mas exigem, em nome da tolerância, não só que a atividade homossexual seja legal como os casamentos do mesmo sexo, mas todos devem aprovar essas atividades, pelo menos publicamente; e que todos sejam impedidos de pregar os ensinamentos cristãos sobre casamento e sexualidade em qualquer espaço público. Este seria precisamente o fim da liberdade religiosa”.

"Quando se perde de vista a Deus em meio à névoa, seja esta a névoa da luxúria, de possuir ou do poder, violam-se as defesas da razão e da verdade”.

Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

ACI Digital

Santa Nina

Santa Nina | rs21

No século IV, vivia, nas terras pagãs entre o mar Negro e o mar Cáspio, hoje território da Geórgia, uma jovem escrava cristã chamada Nina ou Nuné. Era o tempo do imperador Constantino e ela havia nascido na Capadócia, atual Turquia, e fora aprisionada por ocasião da invasão dos bárbaros aos confins orientais do Império Romano. Nina era uma escrava que demonstrava toda sua fé em Cristo, na alegria com que enfrentava as dificuldades e os sofrimentos.

 

Esse fato chamou a atenção dos pagãos com quem convivia. Assim, teve a oportunidade de ensinar a palavra de Cristo a todos os que a cercavam. Tornou-se tão conhecida que passaram a chamá-la de “Cristiana”, a serva cristã.

 

A antiga tradição russa narra que, certa vez, uma senhora procurou-a, pedindo que solicitasse a intervenção de Deus para que seu filho, gravemente enfermo, não morresse. Nina se ajoelhou aos pés da cama onde estava a criança e rezou com tanto fervor que o menino abriu os olhos, sorriu e levantou-se na frente de todos. Foi o bastante para que toda a região mostrasse interesse pela religião da serva de Cristo. Quanto mais prodígios ela promovia, mais catequizava e convertia os pagãos.

 

Até que, um dia, a rainha desse povo, chamada Nana, adoeceu gravemente e nenhum remédio conseguia fazê-la melhorar. Tentaram de tudo. Nada parecia possível. Então, alguém se lembrou dos chamados “poderes” da serva cristã. Como último recurso, foram sugeridos à rainha, que mandou chamá-la. Assim, essa humilde escrava foi ao palácio atender a rainha, levando consigo apenas a certeza de sua fé e a confiança de suas orações. Logo conseguiu curar a soberana.

 

Enquanto ela se recuperava, seu marido, o rei Mirian, certo dia, saiu em comitiva para uma caçada. Mas o grupo acabou isolado no bosque devido a uma violentíssima tempestade. A situação era crítica, com trovões e raios incendiando árvores, pedras rolando ao vento e atingindo pessoas. O pavor tomou conta de todos, clamaram por seus deuses, mas nada acontecia. Lembrando-se da rainha, o rei decidiu rezar para o Deus de Cristiana. Uma luz, então, foi vista saindo do céu, a tempestade cessou e todos puderam regressar sãos e salvos à Corte. Nesse instante, o rei sentiu a fé invadir seu coração.

 

Ao voltar, procurou a escrava Nina e lhe pediu que falasse tudo o que sabia sobre sua religião. Acabou catequizado e convertido. Entretanto os reis Mirian e Nana não podiam ser batizados, pois na Corte não havia nenhum bispo. Seguindo a orientação de Cristiana, o rei enviou esse pedido ao imperador Constantino. Nesse meio tempo, mandou construir a primeira igreja cristã, de acordo com uma planta feita sob orientação de Nina, já liberta. Quando chegou o primeiro bispo da Geórgia acompanhado de um grupo de sacerdotes missionários, encontraram o povo já abraçando a doutrina de santa Nina, como os fiéis a chamavam por força de sua piedade e prodígios de fé. Com facilidade, converteram a nação inteira, a partir da grande solenidade do batismo do casal real.

 

Depois, junto com o bispo, o rei Mirian e a rainha Nana construíram o Mosteiro Samtavro, anexo àquela igreja, onde mais tarde foram sepultados. Nele também viveu alguns anos santa Nina, que morreu no ano 330.

 

Venerada pelos fiéis como padroeira da Geórgia, suas relíquias estão guardadas na Catedral da Metiskreta, antiga capital do país. Seu culto foi confirmado, sendo realizado, no Oriente, em 14 de janeiro, enquanto a Igreja de Roma a comemora no dia 15 de dezembro.


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Santa Maria Crucificada de Rosa

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Santa Maria Crucificada de Rosa nasceu em 1813, em Bréscia, Itália, com o nome de Paula Francisca Maria. De família nobre, muito cedo ela perdeu a mãe, e como a família era numerosa, ela teve que assumir a administração da casa. Mas, ao lado dos trabalhos e preocupações domésticas, ela começou a envolver-se com os problemas sociais, principalmente aqueles que diziam respeito às operárias pobres e aos empregados da indústria de seu pai, que tentou casá-la com um rapaz pertencente à nobreza, mas seu orientador espiritual, padre Francisco Pinzoni, um sacerdote equilibrado e prudente, conseguiu demovê-lo da idéia.

 

A vida de Maria Francisca mudou radicalmente, quando no ano 1836 uma grande epidemia de peste assolou a Itália, e ela resolveu entregar-se de corpo e alma aos cuidados com os doentes. Os estragos causados pela epidemia fizeram-na dar o passo definitivo. Enfrentou a resistência do pai, até conseguir autorização para seguir sua vocação. Ajudada por Gabriela Bernati, também de família nobre, ela fundou a Congregação das Servas da Caridade. Depois da peste veio a guerra contra a Áustria, e ambos os acontecimentos deixaram um rastro de morte e desolação na Itália. A cidade de Bréscia que já havia sofrido os efeitos da peste, passou agora a sentir os efeitos da guerra conta os austríacos. Maria Crucificada e suas companheiras trabalharam incansavelmente cuidando dos doentes e feridos.

 

A consolidação da Congregação foi difícil, mas pouco a pouco ela foi se firmando e se expandindo, e o trabalho das irmãs passou a ser reconhecido. Em 1850 ela solicitou do Papa a aprovação do novo Instituto, e no ano 1542, ela e mais 25 irmãs fizeram os votos religiosos de pobreza, castidade e obediência. A esses votos as Servas da Caridade acrescentaram o voto de dedicar a vida ao cuidado com os doentes e portadores de peste. Hoje a Congregação se encontra espalhada por todos os continentes. Maria Crucificada faleceu em 15 de dezembro e foi canonizada por Pio XII em 1954.

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segunda-feira, 14 de dezembro de 2020

ANO DE SÃO JOSÉ

Cardeal Orani João Tempesta
Arcebispo do Rio de Janeiro (RJ)

O Papa Francisco – devoto ardoroso de São José e responsável por incluir esse grande santo nas Orações Eucarísticas II, III e IV do Missal Romano, conforme Decreto da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos emitido em 1º de maio de 2013 – decretou que de 8 de dezembro deste ano a 8 de dezembro de 2021 é o Ano de São José. Além das indulgências deste tempo santo, somos convidados a conhecer mais e melhor a São José venerado com o culto de protodulia.

         De início, notamos que a Escritura fala pouco de São José. Algumas de suas passagens nos parecem, porém, suficientes para compreender aquele que a Igreja chama de “homem justo”. Vejamos: Mt 1,16: “Jacó gerou José, esposo de Maria, da qual nasceu Jesus, que é chamado Cristo”; Mt 1,18-20: “Eis como nasceu Jesus Cristo: Maria, sua mãe, estava desposada com José. Antes de coabitarem, aconteceu que ela concebeu por virtude do Espírito Santo. José, seu esposo, que era homem de bem, não querendo difamá-la, resolveu rejeitá-la secretamente. Enquanto assim pensava, eis que um anjo do Senhor lhe apareceu em sonhos e lhe disse: ‘José, filho de Davi, não temas receber Maria por esposa, pois o que nela foi concebido vem do Espírito Santo’” e continua, no versículo 24, como conclusão dos fatos: “Despertando, José fez como o anjo do Senhor lhe havia mandado e recebeu em sua casa sua esposa”.

         Mateus narra também a fuga de Maria e José com o Menino Jesus para o Egito por medo do rei Herodes, após a partida dos magos, segundo Mt 2,13-15: “Depois de sua partida, um anjo do Senhor apareceu em sonhos a José e disse: ‘Levanta-te, toma o menino e sua mãe e foge para o Egito; fica lá até que eu te avise, porque Herodes vai procurar o menino para o matar’. José levantou-se durante a noite, tomou o menino e sua mãe e partiu para o Egito. Ali permaneceu até a morte de Herodes para que se cumprisse o que o Senhor dissera pelo profeta: Do Egito chamei meu filho”. Ainda em Mt 2,19-23: “Com a morte de Herodes, o anjo do Senhor apareceu em sonhos a José, no Egito, e disse: ‘Levanta-te, toma o menino e sua mãe e retorna à terra de Israel, porque morreram os que atentavam contra a vida do menino’. José levantou-se, tomou o menino e sua mãe e foi para a terra de Israel. Ao ouvir, porém, que Arquelau reinava na Judeia, em lugar de seu pai Herodes, não ousou ir para lá. Avisado divinamente em sonhos, retirou-se para a província da Galileia e veio habitar na cidade de Nazaré, para que se cumprisse o que foi dito pelos profetas: Será chamado Nazareno”.

Já Lucas, 2,1-5, assim diz: “Naqueles tempos, apareceu um decreto de César Augusto, ordenando o recenseamento de toda a terra. Esse recenseamento foi feito antes do governo de Quirino, na Síria. Todos iam alistar-se, cada um na sua cidade. Também José subiu da Galileia, da cidade de Nazaré, à Judeia, à Cidade de Davi, chamada Belém, porque era da casa e família de Davi, para se alistar com a sua esposa, Maria, que estava grávida”. Dando um passo além, o mesmo evangelista diz – em 2,16 – que, no nascimento de Jesus numa manjedoura, os pastores, avisados pelos anjos, “Foram com grande pressa e acharam Maria e José, e o menino deitado na manjedoura”. No mesmo capítulo, Lucas aponta indiretamente para a presença de São José ao lado de Maria e do Menino Jesus (cf. vers. 22. 27. 33. 39. 41. 42-43. 48. 51). Formam, assim, a Sagrada Família, modelo às famílias de todos os tempos.

Estas poucas citações demonstram São José como homem justo, temente a Deus e protetor valioso de Jesus-Menino e de Maria, sua mãe. Deus escolhe para fazer acontecer seu grande projeto divino os meios humanos mais simples. Como ensina a Igreja, sem ter de precisar de nós, Deus quer precisar de nós para realizar o seu grandioso projeto de amor e salvação. Projeto do qual São José participa com seu modo discreto, quase anônimo, e com poucas palavras…, mas é venerado, na Igreja, com o culto de protodulia, como afirmamos; ou seja, dentre todos os santos e santas, o primeiro (prõtos) a merecer deferência, depois da grande veneração (hiperdulia) à Mãe de Deus, Maria Santíssima, é São José, o pai adotivo de Jesus. Dentre as várias devoções populares a esse grande santo temos o de ser ele o Padroeiro da boa morte, por ter expirado nos braços de Jesus e Maria, São José de botas, demonstrando estar sempre pronto a proteger a família e a Igreja, São José dormindo, a apresentar a serenidade nascida da confiança inabalável em Deus etc.

Levando em consideração tudo isso – além do que diz a Tradição – a Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos por um Decreto, emitido em 1º de maio de 2013, diz: “em virtude das faculdades concedidas pelo Sumo Pontífice Francisco, de bom grado decreta que o nome de São José, esposo da Bem-aventurada Virgem Maria, seja, a partir de agora, acrescentado na Oração Eucarística II, III e IV da terceira edição típica do Missal Romano. O mesmo deve ser colocado depois do nome da Bem-aventurada Virgem Maria como se segue: na Oração Eucarística II: ‘ut cum beata Dei Genetrice Virgine Maria, beato Ioseph, eius Sponso, beatis Apostolis’, na Oração Eucarística III: ‘cum beatissima Virgine, Dei Genetrice, Maria, cum beato Ioseph, eius Sponso, cum beatis Apostolis’; na Oração Eucarística IV: ‘cum beata Virgine, Dei Genetrice, Maria, cum beato Ioseph, eius Sponso, cum Apostolis’. Para os textos redigidos em língua latina utilizam-se as fórmulas agora apresentadas como típicas. Esta Congregação ocupar-se-á em prover à tradução nas línguas ocidentais mais difundidas; para as outras línguas a tradução deverá ser preparada, segundo as normas do Direito, pelas respectivas Conferências Episcopais e confirmadas pela Sé Apostólica através deste Dicastério”.

         Surge agora a pergunta: por que o Santo Padre, o Papa Francisco, escolheu 8 de dezembro, Solenidade da Imaculada Conceição, para o início do Ano Josefino? – Porque ele marca o 150º aniversário da promulgação do decreto da Sagrada Congregação dos Ritos, intitulado Quaemadmodum Deus, com o qual o Beato Pio IX, em 1870, declarou São José, padroeiro da Igreja universal. Aquele Papa, no tempo histórico conturbado da unificação da Itália, recorreu ao casto esposo da Virgem Maria e pai adotivo do Salvador, de modo que, no citado documento, se pode ler o seguinte: “Decreto de Sua Santidade o Papa Pio IX. À Cidade [de Roma] e ao Mundo. Da mesma maneira que Deus [Quaemadmodum Deus] havia constituído José, gerado do patriarca Jacó, superintendente de toda a terra do Egito para guardar o trigo para o povo, assim, chegando a plenitude dos tempos, estando para enviar à Terra o Seu Filho Unigênito, Salvador do Mundo, escolheu outro José, do qual o primeiro era figura, fê-lo Senhor e Príncipe de sua casa e propriedade e elegeu-o guarda dos seus tesouros mais preciosos”.

“De fato, ele teve como esposa a Imaculada Virgem Maria, da qual nasceu, pelo Espírito Santo, Nosso Senhor Jesus Cristo, que perante os homens dignou-se ter sido considerado filho de José e lhe foi submisso. E Aquele que tantos reis e profetas desejaram ver José não só viu, mas com Ele conviveu e com paterno afeto abraçou e beijou; e além disso, nutriu cuidadosamente Aquele que o povo fiel comeria como Pão descido dos Céus para conseguir a vida eterna. Por esta sublime dignidade, que Deus conferiu a este fidelíssimo servo seu, a Igreja teve sempre em alta honra e glória o Beatíssimo José, depois da Virgem Mãe de Deus, sua esposa, implorando a sua intercessão em momentos difíceis”. Feito este belo resumo da devoção a São José, quis Pio IX “confiar a si mesmo e os fiéis ao potentíssimo patrocínio do Santo Patriarca José, quis satisfazer os desejos dos Excelentíssimos Bispos e solenemente declarou-o Patrono da Igreja Católica”.

Eis que, em 2020, Francisco comemora os 150 anos do Decreto Quaemadmodum Deus com a publicação da Carta Apostólica Patris Corde [Coração de Pai], de 8 de dezembro de 2020, que deve ser lida na íntegra. Volto-me, agora, às indulgências concedidas para este Ano Josefino, de acordo com a fala de Dom Krzysztof Józef Nykiel, regente da Penitenciaria Apostólica. Explica ele que “o decreto da Penitenciaria Apostólica pretende especificar a forma como o dom da indulgência plenária é concedido aos fiéis por ocasião do Ano de São José, em virtude do que o próprio Papa Francisco estabeleceu. Portanto, a Penitenciaria concede a indulgência plenária aos fiéis que, além das condições habituais previstas pela Igreja – confissão sacramental, comunhão eucarística e a oração segundo com as intenções do Santo Padre – pratiquem cinco atos particulares de piedade ou obras de caridade ligadas ao modelo representado pelo pai putativo de Jesus. As obras indulgenciais consistem em abrir-se à vontade de Deus, em tomar tempo para a meditação pessoal ou para participar de um retiro espiritual, seguindo o exemplo de José, sempre pronto a aceitar a vontade de Deus; em fazer-se instrumento de justiça e misericórdia do Pai através da realização de obras de misericórdia corporais e espirituais, como José, o ‘homem justo’ (Mateus 1,19); na renovação da comunhão com Deus dentro da própria família e entre os noivos, através da recitação do Santo Terço; na santificação do próprio trabalho confiando-o à intercessão de São José ou rezar por aqueles que são privados de uma ocupação digna; na intercessão pelos cristãos que sofrem formas de perseguição através da oração das ladainhas a São José ou outras fórmulas de oração próprias dos ritos das Igrejas Orientais”.

Perguntado se o Ano Josefino leva em conta o contexto de pandemia, Dom Nykiel respondeu: “Certamente. Invocar o patrocínio de São José à Igreja universal significa, antes de tudo, elevar a ele pedidos de intercessão para pôr um fim a esta pandemia, que está causando tanto sofrimento e dor em todo o mundo, tanto em termos de vítimas como de doentes, assim como em suas pesadas consequências sociais e econômicas. Além disso, no texto do decreto é feita menção especial àqueles que, devido às consequências do contágio, estão impossibilitados de preencher as condições para receber indulgência (os idosos, os doentes, os moribundos). Confiando na intercessão de São José, no conforto dos doentes e do santo padroeiro da boa morte, a indulgência se estende a todos eles se, com espírito desapegado de qualquer pecado e com a intenção de cumprir as condições o mais rápido possível, recitarem um ato de misericórdia em honra do Santo” (Cinco gestos para assemelhar a São José. Vatican.va, 10/12/2020).

Gostaria de terminar com a indicação de um livro e da transcrição de um ensinamento sobre o pai adotivo de Jesus. O livro é São José na vida de Cristo e da Igreja, do Pe. Maurício Meschler, SJ (Cultor de Livros). Obra preciosa que na primeira parte, traça o perfil modesto e humilde do patriarca de Nazaré, para a seguir apresentar a vida de São José na Igreja, o culto que os fiéis lhe prestam e as múltiplas graças que decorrem das suas virtudes. O ensinamento se deve a Santa Teresa d’Ávila, mística carmelita e doutora da Igreja, que diz: “E tomei por advogado e senhor ao glorioso São José e me encomendei muito a ele […] Não me lembro até hoje de haver-lhe suplicado nada que não me tenha concedido. É coisa que espanta as grandes mercês que me fez Deus por meio deste bem-aventurado santo, e dos perigos de que me livrou, tanto de corpo como de alma; que a outros santos parece que lhes deu o Senhor graça para socorrer em uma necessidade; mas a este glorioso santo tenho experiência de que socorre em todas, e quer o Senhor nos dar a entender, que assim como a ele esteve submetido na terra, pois como tinha nome de pai, sendo guardião, nele podia mandar, assim no céu faz o quanto lhe pede”.

Aprendamos também nós, neste Ano Josefino, a recorrer, ainda com mais fervor, a São José e peçamos a ele que alcance de Deus a graça de imitarmos suas virtudes. Amém!

CNBB

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF