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sexta-feira, 7 de abril de 2023

Um silêncio redentor

O eco do grande silêncio (formacao.cancaonova)

UM SILÊNCIO REDENTOR

Dom Jaime Vieira Rocha 
Arcebispo de Natal (RN)

Nesta Sexta-Feira Santa, a Igreja se recolhe para celebrar a Paixão e Morte de seu Senhor. E, após, o grande silêncio até a Vigília Pascal, celebrada no Sábado Santo. Nós vos adoramos, ó Cristo, e vos bendizemos. Porque, pela vossa santa Cruz, remistes o mundo. Rezamos, durante a Quaresma, essa jaculatória, reconhecendo a redenção trazida pelo Crucificado. Hoje aconteceu essa redenção e nós, filhos e filhas de Deus, somos renovados pelo sangue derramado na cruz, o Filho rompe as cadeias da morte e do pecado. 

Assumindo a morte do homem e da mulher, Jesus dá um novo sentido a nossa vida. A morte, acontecimento próprio da criatura, símbolo do que significa o pecado e suas consequências, se torna, com a morte do Filho de Deus, passagem para a vida.  

A fé da Igreja reconhece que Jesus de Nazaré foi morto dentro do mistério do projeto de Deus. É certo também, que aqueles que mataram Jesus não foram apenas executores passivos de um roteiro escrito de antemão por Deus, se assim o fosse, eles não teriam culpa, ou isso não teria significado histórico. O que Deus havia predeterminado foi que seu Filho viesse ao mundo para salvar. A salvação trazida por Jesus acontece em meio ao sofrimento e à morte, sinais do pecado da humanidade. “Deus permitiu os atos nascidos de sua cegueira a fim de realizar o seu projeto de salvação” (Mt 26,57; Jo 18,36; 19,11; At 3,17-18). 

Este é um resumo da fé no mistério pascal de Cristo: “Ele morreu pelos nossos pecados segundo as Escrituras” (1Cor 15,3s). A sua morte na cruz é um “mistério de redenção universal” (CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA, n. 691). Por este mistério Ele liberta os homens da escravidão do pecado. Jesus é o Servo sofredor, apresentado pelo profeta Isaías. É o justo, o inocente. Aquele que morre na cruz, o qual não tinha pecado, Deus o fez pecado por causa de nós, afirma São Paulo (cf. 2Cor 5,21). Solidariedade, reconciliação, são as marcas do ato redentor de Jesus Cristo: ele se solidariza com a condição de pecador da humanidade; ele nos reconcilia com o Pai por meio de sua morte. Jesus vive o mistério de sua morte na liberdade de sua intimidade com o Pai. A sua morte não é apenas o resultado de um complô humano, vítima da injustiça e da incoerência religiosa. Ele mesmo afirma, dando o significado redentor de sua morte: “Ninguém me tira a vida, mas eu a dou livremente” (Jo 10,18). Essa é a liberdade soberana do Filho de Deus. Essa oferta livre de si mesmo, Jesus a vive, de modo antecipado, na ceia celebrada com os Doze. E ele a faz em liberdade, significando que a sua morte na cruz é entrega de salvação: “Isto é o meu corpo que é dado por vós…” (Lc 22,19). “Isto é o meu sangue derramado por muitos para remissão dos pecados” (Mt 26,28).  

Na confissão de fé da Igreja no mistério da morte redentora de Cristo, Filho eterno do Pai que se encarna para fazer dos homens e das mulheres, filhos e filhas, Deus manifesta o seu desígnio de amor. Deus não condena seu Filho à morte, como se tratasse de um malfeitor ou um pecador. A vontade de Deus se manifesta na entrega de seu Filho ao destino dos pecadores. Deus Pai não entrega Jesus à morte, como fizeram as autoridades judaicas de seu tempo (Luis Ladaria). Deus amou tanto o mundo que deu o seu Filho, para que todos encontrem a salvação (cf. Jo 3,16). E este amor não exclui ninguém. A vontade do Pai é que todos sejam salvos. “Afirma ele ‘dar a sua vida em resgate por muitos’ (Mt 20,28); este último termo não é restritivo: opõe o conjunto da humanidade à única pessoa do Redentor que se entrega para salvá-la” (CIC 605). Este é o ensinamento da Igreja: Cristo morreu por todos os homens sem exceção, como afirma o Concílio de Quiercy no ano 853: “Não há, não houve e não haverá nenhum homem pelo qual Cristo não tenha sofrido” (DH 624, citado pelo Catecismo da Igreja Católica, n. 605).

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Sexta-feira Santa: pensar na cruz que pesa sobre o ombro dos nossos irmãos

A morte de Jesus é o preço da nossa salvação (Vatican Media)

Neste dia, a Igreja vive um grande silêncio, não é um silêncio de luto, pois sabemos que Jesus está vivo, mas um silêncio de respeito e gratidão pela entrega do Senhor por nós.

Mariangela Jaguraba - Vatican News

A Igreja recorda nesta Sexta-feira Santa a Paixão e Morte de Jesus. É o segundo dia do Tríduo Pascal, iniciado na Quinta-feira Santa à noite e que terminará com a celebração da Missa após a Vigília Pascal.

Na Sexta-feira Santa não se celebra a Santa Missa, mas a celebração chamada “Funções da Sexta-feira da Paixão” que tem origem numa tradição muito antiga da Igreja que já ocorria nos primeiros séculos. Trata-se de uma ação litúrgica que recorda a entrega de Jesus por nós.

Neste dia, a Igreja vive um grande silêncio, não é um silêncio de luto, pois sabemos que Jesus está vivo, mas um silêncio de respeito e gratidão pela entrega do Senhor por nós. Temos de passar pela Sexta-feira da Paixão para chegar às alegrias da ressurreição. O mesmo acontece em nossa vida. Muitas vezes passamos por sofrimentos para chegar às alegrias.

Jesus segue para o Calvário, carregando a cruz nas costas, o peso dos nossos pecados. Ao carregar a cruz, Jesus carrega as dores e os sofrimentos do mundo inteiro, por meio de sua morte na cruz, Ele nos salva do pecado e nos dá a garantia da vida eterna. A sua morte é o preço da nossa salvação.

arcebispo de Juiz de Fora (MG), dom Gil Antônio Moreira, nos faz uma reflexão sobre o significado da Sexta-feira da Paixão.

Segundo dom Gil, a Adoração da Cruz na celebração da Paixão "se reveste de uma grande beleza e grande sentido de respeito e agradecimento ao Senhor que dá a vida pela salvação das pessoas humanas. A Sexta-feira é tempo de penitência, é tempo de jejum, de abstinência, é tempo de pensarmos nos sofredores, na cruz que pesa no ombro de tanta gente que não tem o que comer, que não tem o que vestir, que não tem os seus direitos garantidos. Tudo isso deve estar na nossa mente durante a sexta-feira e no momento da adoração da cruz, lembrando a cruz que pesa sobre o ombro dos nossos irmãos".

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

quinta-feira, 6 de abril de 2023

São Gregório lavou os pés de um anjo na Quinta-Feira Santa?

Duccio di Buoninsegna | Public domain, via Wikimedia Commons
Lava-pés
Por Philip Kosloski

Uma piedosa tradição conta que São Gregório Magno teria lavado os pés de um misterioso visitante na Quinta-Feira Santa.

A Igreja preserva na Quinta-Feira Santa a tradição de longa data de lavar os pés de um grupo de pessoas durante a Santa Missa, imitando o ato de serviço de Jesus ao lavar os pés dos seus doze apóstolos.

Padres e bispos, portanto, costumam convidar 12 pessoas para participarem do lava-pés durante a celebração da Quinta-Feira Santa.

São Gregório Magno, porém, teria acabado lavando os pés de 13 pessoas.

Segundo uma antiga tradição, este santo Papa, ao lavar os pés de doze pobres homens, notou que havia mais um, de semblante muito bonito. Após a cerimônia, ele tentou saber quem era, mas o misterioso pobre havia desaparecido. São Gregório acreditou que fosse um anjo ou o próprio Senhor.

Essa tradição foi revivida pelo Papa São Paulo VI, que, em 1964, também lavou os pés de treze padres. O episódio chegou a ser noticiado pelo jornal The New York Times:

Enquanto todos os outros bispos católicos lavarão os pés de apenas 12 “apóstolos”, o Papa lavará os de 13. Ele o fará em memória de uma ‘lenda’ que remonta ao papado de São Gregório Magno, do início do século VII. Conta-se que São Gregório, enquanto realizava a cerimônia, percebeu que um estranho havia entrado no grupo. Diz-se que a 13ª pessoa seria um anjo ou o próprio Jesus.

É impossível verificar a verdade por trás dessa lenda, mas a tradição nos lembra um fato que não pode ser negado: devemos tratar a todos como se fossem Jesus.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Papa Francisco: “todos podem escorregar, Jesus nos ama como somos"

In Coena Domini - Casal del Marmo  (Vatican Media)

Na tarde desta quinta-feira (06) o Papa Francisco foi ao Instituto Penitenciário para Menores de Casal del Marmo, na periferia de Roma para celebrar a Missa da Ceia do Senhor com o rito do Lava-Pés.

Silvonei José – Vatican News

“O rito do lava-pés não é folclore, mas nos diz como devemos ser”. "Todos podem escorregar, Jesus nos ama como somos". É a mensagem que o Papa Francisco deixa aos jovens na sua breve homilia durante a missa em Coena Domini (Missa do lava-pés), no Instituto Penitenciário para Menores de Casal del Marmo.

Bergoglio, em sua homilia pronunciada sem texto, recorda Jesus lavando os pés dos Apóstolos: "Os discípulos ficaram espantados quando viram Jesus fazendo trabalho de escravo. Se nós ouvíssemos isto de Jesus, iríamos imediatamente nos ajudar uns aos outros, mas em vez disso nos fazemos de espertos, aproveitando-se um do outro. É bonito ajudar, isso nasce de um "coração nobre"". Cada um de vocês pode dizer: "mas, se o Papa soubesse o que eu tenho dentro. Mas Jesus nos ama como somos, Ele não tem medo de nossas fraquezas. Ele quer nos acompanhar, nos levar pela mão. Farei o mesmo gesto de lavar os pés, mas não é folclore, é um gesto que anuncia como devemos ser".

''Na sociedade - a reflexão - há muitas injustiças: pessoas sem trabalho, pessoas que trabalham e são pagas pela metade, famílias desfeitas. Cada um de nós pode escorregar e isso nos dá a dignidade de ser pecadores. É por isso que Jesus quis lavar os pés para ajudar uns aos outros. Assim, a vida é mais bonita". E Francisco conclui: "Eu espero conseguir porque não consigo andar bem, mas vocês pensem: Jesus lavou os meus pés''.

Depois da homilia o Papa realizou o rito do lava-pés da Quinta-feira Santa. Ele lavou e beijou os pés de 12 jovens detentos que simbolizam os apóstolos. Entre eles duas jovens. O Papa, que se movia com dificuldade, realizou o rito com grandes sorrisos e cumprimentou um a um os jovens escolhidos para este rito.

Agradecimento da diretora

No final da celebração a diretora do Instituto Penal dirigiu algumas palavras ao Santo Padre dizendo da “tarefa muito difícil de encontrar as palavras certas para poder agradecer-lhe pela imensa alegria que nos deu! Mas na realidade eu acho que não estou à altura..."

"O senhor nesta situação nos desarma – continuou ela - por causa de sua imensa doçura que nos revela e nos reconduz ao essencial, então eu pensei que teria que recorrer a palavras que minha mente me ditaria de forma refinada, mas em vez disso são simplesmente aquelas que fluem do coração que são as mais importantes que eu quero dirigir ao senhor em nome de todos nós”.

Saudação da diretora (Vatican Media)

“Seu sorriso – disse ainda a diretora emocionada - é uma doce carícia para nós, apoiando-nos, encorajando-nos diante de todas as dificuldades diárias que encontramos. O exemplo que o senhor nos deu e o dom que nos fez de estarmos juntos neste abraço nos mostra o caminho diário, o de estarmos sempre juntos, abraçados, unidos, de mãos dadas, sempre olhando para cima, pensando no bem, sem distinção e buscando dentro de nós mesmos a força que o olhar do outro nos dá”.

Por isso, - concluiu – “quero realmente agradecer em nome de todos por este maravilhoso poema que o senhor nos deu hoje. Continuaremos a agradecer-Lhe todos os dias de nossas vidas pelo ensinamento e rezaremos juntos com o senhor, pelo bem, pela paz no mundo. Muito obrigado, Santo Padre! Muito obrigado!”

Papa abençoa a placa de inauguração da capela (Vatican Media)

Despedida

Na conclusão da Santa Missa o Papa abençoou a placa de inauguração da capela dedicada ao beato Pino Puglisi.  Sucessivamente, ao saudar alguns jovens detentos, o Papa Francisco recebeu de presente uma cruz realizada pelos jovens que seguem o curso de carpintaria, alguns biscoitos e um pacote de massa, ambos realizados na panificadora recentemente inaugurada dentro do cárcere. Aos jovens detentos, à diretora e aos funcionários o Papa deu de presente alguns Terços e ovos e chocolate.

Casal de Marmo

Na tarde desta quinta-feira (06) o Papa Francisco foi ao Instituto Penitenciário para Menores de Casal del Marmo, na periferia de Roma para celebrar a Missa da Ceia do Senhor com o rito do Lava-Pés. Em 2013 o Papa foi a esta prisão celebrar esta Liturgia, no seu primeiro ano de Pontificado, agora retornou e o jovem capelão padre Nicolò Ceccolini falando ao Vatican News da expectativa dos jovens, recordou que não seriam os mesmos jovens que o Papa encontrou dez anos atrás. “Felizmente”, brinca o capelão, afirmando em seguida “é sinal de que evidentemente os caminhos educacionais e de reabilitação realizados pela comunidade de trabalho sempre ativa para os detentos, estão funcionando. Uma palavra, detentos, que o padre Nicolò nunca usa no decorrer da entrevista. Para ele, são sempre e somente os “jovens”, cerca de cinquenta mulheres e homens de 14 a 25 anos de idade, italianos, árabes, africanos, ciganos, ateus ou católicos, ortodoxos e até mesmo cerca de quinze muçulmanos que nestes dias estão vivenciando o Ramadã. "Para eles também é uma ocasião especial, muito esperada", afirma o capelão, "nem que seja pela curiosidade de conhecer uma pessoa que eles sabem que é importante e que vem visitá-los".

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

São Marcelino de Cartago

São Marcelino de Cartago | CruzTerraSanta
06 de abril
São Marcelino de Cartago

Origens

São Marcelino viveu por volta do ano 410. Era um alto funcionário a serviço do Império Romano na cidade de Cartago, no extremo Norte da África, a poucos quilômetros da Sicília, na Itália. Era tabelião, ou seja, trabalha com o reconhecimento de assinaturas e escrituras. Além disso, era Tribuno, uma espécie de porta-voz do povo frente às autoridades romanas.

Esses cargos eram bastante valorizados no império romano.

Discípulo de Santo Agostinho

Não se sabe como Marcelino se tornou cristão, mas sabe-se que ele foi um fiel sábio, extremamente dedicado, além de ser discípulo e amigo pessoal de Santo Agostinho, o convertido que se tornou bispo de Hipona, também no Norte da África. Sabe-se também que São Marcelino foi casado, pai de família honrado e respeitado por todos.

Participação nas obras de Santo Agostinho

Santo Agostinho escreveu algumas de suas obras mais importantes após consultas realizadas por São Marcelino. Entre elas estão: "Sobre o Espírito Santo", "Sobre a remissão dos Pecados", e a mais importante, intitulada "Sobre a Santíssima Trindade". Infelizmente, porém, São Marcelino não pôde ler nenhum deles, pelo fato de ter sido martirizado.

Perseguições e heresia

No ano 310, Diocleciano, imperador romano, ordenou que o povo entregasse os livros sagrados contrários às crenças romanas e que estes fossem queimados. Alguns cristãos que entregaram as Sagradas Escrituras passaram a ser considerados traidores da Igreja. Nesse mesmo ano um novo bispo foi eleito em Cartago. Chamava-se Ceciliano. Porém, sua eleição não foi aceita porque contou com o voto de vários bispos traidores. Um desses traidores era um bispo chamado Donato. Ele ensinava que somente pessoas santas podiam administrar os sacramentos. Pessoas comuns, pecadores, não poderiam administrar sacramentos segundo o donatismo. E a igreja de então se dividiu entre donatistas e não donatistas.

São Marcelino assume a posição da Igreja

São Marcelino era contrário ao donatismo, pois defendia que os sacramentos podem ser administrados por pessoas comuns, pois, na verdade, ninguém é santo senão Deus. E São Marcelino estava certo. Pouco tempo depois, a Igreja baniu a heresia donatista. Porém, por ser contrário ao donatismo, São Marcelino foi denunciado como cúmplice de Heracliano, um inimigo do então imperador Honório. Por isso, foi preso e condenado á morte.

Justiça romana reconhece o erro

Somente um ano após a morte de São Marcelino a justiça de Roma reconheceu oficialmente que errou. Assim, a acusação de traição que pesava sobre ele foi anulada. Então, São Marcelino passou a ser venerado como mártir, pois afinal, morreu por defender a posição da Igreja de Jesus Cristo, não cedendo nem para salvar sua vida.

Oração a São Marcelino

Deus eterno e todo-poderoso, quiseste que São Marcelino governasse todo o vosso povo, servindo-o pela palavra e pelo exemplo. Guardai, por suas preces, os pastores de vossa Igreja e as ovelhas a eles confiadas, guiando-os no caminho da salvação. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.”

Fonte: https://cruzterrasanta.com.br/

O Papa: a maturidade sacerdotal passa pelo Espírito Santo

O Papa Francisco na Missa do Crisma, na Basílica de São Pedro 
(VATICAN MEDIA Divisione Foto)

"O Espírito é o protagonista e é bom hoje, no dia do nascimento do sacerdócio, reconhecer que Ele está na origem do nosso ministério, da vida e da vitalidade de cada Pastor. Sem Ele, nem sequer a Igreja seria a Esposa viva de Cristo, mas, no máximo, uma organização religiosa", disse Francisco em sua homilia.

Mariangela Jaguraba - Vatican News

O Papa Francisco celebrou a Missa do Crisma, na manhã desta quinta-feira (06/04), na Basílica de São Pedro.

«O Espírito do Senhor está sobre mim». Com este versículo do Evangelho de Lucas, teve início a homilia do Pontífice. Francisco refletiu com os sacerdotes e fiéis, presentes na missa, sobre o Espírito do Senhor, "pois sem ele não há vida cristã e, sem a sua unção, não há santidade".

“O Espírito é o protagonista e é bom hoje, no dia do nascimento do sacerdócio, reconhecer que Ele está na origem do nosso ministério, da vida e da vitalidade de cada Pastor.”

Sem Ele, nem sequer a Igreja seria a Esposa viva de Cristo, mas, no máximo, uma organização religiosa; não seria o Corpo de Cristo, mas um templo construído por mãos humanas. Então como edificar a Igreja senão a partir do fato de sermos «templos do Espírito Santo» que habita em nós? Não podemos deixá-Lo fora de casa ou arrumá-Lo em qualquer área devocional.

"Cada um de nós pode dizer: O Espírito do Senhor está sobre mim. Não é presunção, mas a realidade, já que cada cristão, e de modo particular cada sacerdote, pode fazer suas as palavras: «porque o Senhor me consagrou com a unção». Irmãos, sem mérito nosso, por pura graça, recebemos uma unção que nos fez pais e pastores no Povo santo de Deus", sublinhou Francisco, detendo-se neste aspecto do Espírito: "A unção".

"Depois da primeira «unção» que aconteceu no ventre de Maria, o Espírito desceu sobre Jesus no Jordão. Jesus e o Espírito trabalham sempre juntos, como se fossem as duas mãos do Pai que, estendidas para nós, nos abraçam e levantam. E, por elas, foram marcadas as nossas mãos, ungidas pelo Espírito de Cristo. Sim, meus irmãos, o Senhor não Se limitou a escolher-nos e chamar-nos, mas infundiu em nós a unção do seu Espírito, o mesmo que desceu sobre os Apóstolos", disse o Pontífice.

Três tentações perigosas

"Fixemos então o nosso olhar nos Apóstolos", disse o Papa. "Jesus sabia que eles, sozinhos, não conseguiriam e, por isso, prometeu-lhes o Paráclito. E foi aquela «segunda unção», no Pentecostes, que transformou os discípulos, levando-os a apascentar o rebanho de Deus, e não a si mesmos. Foi aquela unção de fogo que extinguiu uma religiosidade centrada neles mesmos e nas próprias capacidades: acolhido o Espírito, evaporam-se os medos e as hesitações de Pedro, Tiago e João, consumidos pelo anseio de dar a vida, deixam de procurar lugares de honra, o carreirismo, nosso, irmãos, os outros deixam de estar fechados e temerosos no Cenáculo, mas saem e tornam-se apóstolos pelo mundo inteiro".

Irmãos, um itinerário semelhante abraça a nossa vida sacerdotal e apostólica. Também para nós houve uma primeira unção, com início num chamado cheio de amor que nos arrebatou o coração. Por ele, soltamos as amarras e, sobre um genuíno entusiasmo, desceu a força do Espírito que nos consagrou. Depois, segundo os tempos de Deus, havia de chegar para cada um a etapa pascal, que marca a hora da verdade. Trata-se de um momento de crise, que possui várias formas. A todos acontece, mais cedo ou mais tarde, experimentar desilusões, cansaços e fraquezas, com o ideal que parece diluir-se perante as exigências da realidade, substituído por uma certa rotina; e algumas provações – difíceis de imaginar antes – fazem aparecer a fidelidade mais incômoda do que outrora. Esta etapa, desta tentação, desta provação que todos nós tivemos, temos e teremos, esta etapa é, para quem recebeu a unção, um cume decisivo.

Segundo o Papa, desse cume decisivo "pode-se sair mal, deixando-se planar rumo a uma certa mediocridade, arrastando-se cansado numa «normalidade» cinzenta onde se insinuam três tentações perigosas : a da acomodação, em que a pessoa se contenta com o que pode fazer; a de substituição, em que se tenta «recarregar» o espírito com algo diferente da nossa unção; a do desânimo, em que, insatisfeitos, se avança por inércia".

Aqui está o grande risco: permanecem intactas as aparências, enquanto a pessoa se fecha em si mesma e conduz a vida na apatia; a fragrância da unção deixou de perfumar a vida, e o coração, em vez de se dilatar, restringe-se, envolvido pelo desencanto. É um destilado, sabe? Quando o sacerdócio desliza lentamente para o clericalismo, e o sacerdote se esquece de ser pastor do povo, para se tornar um clérigo de Estado.

Crise, um ponto de virada no sacerdócio

A seguir, o Pontífice disse que a "crise pode tornar-se também um ponto de virada no sacerdócio, a «etapa decisiva da vida espiritual, em que se deve efetuar a última escolha entre Jesus e o mundo, entre a heroicidade da caridade e a mediocridade, entre a cruz e um certo bem-estar, entre a santidade e uma honesta fidelidade ao compromisso religioso»". Francisco recomendou a leitura do livro "O segundo chamado", um clássico do pe. Voillaume que aborda este problema. "Todos nós precisamos refletir sobre este momento do nosso sacerdócio", sublinhou.

"Irmãos, a maturidade sacerdotal passa pelo Espírito Santo, realiza-se quando Ele se torna o protagonista da nossa vida. Então tudo muda de perspectiva, inclusive as desilusões e amarguras, porque já não se trata de procurar aperfeiçoar-se ajustando qualquer coisa, mas de nos entregarmos, sem nada reter para nós, Àquele que nos impregnou com a sua unção e quer descer até ao fundo de nós mesmos", disse ainda o Papa.

Construir a harmonia

De acordo com Francisco, tudo o que o Espírito Santo deseja "é criar harmonia, principalmente através daqueles sobre quem derramou a sua unção. Irmãos, construir a harmonia entre nós não é tanto um método bom, para que a comunidade eclesial caminhe melhor, nem é questão de estratégia ou de cortesia, mas é sobretudo uma exigência interna na vida do Espírito. Peca-se contra o Espírito, que é comunhão, quando nos tornamos, mesmo por frivolidade, instrumentos de divisão, de fofoca, e faz-se o jogo do inimigo, que nunca sai a descoberto, mas gosta de boatos e insinuações, fomenta partidos e fações, alimenta a nostalgia do passado, a desconfiança, o pessimismo, o medo. Por favor, estejamos atentos a não manchar a unção do Espírito e o vestido da Mãe Igreja com a desunião, com as polarizações, com qualquer falta de caridade e comunhão. Recordemos que o Espírito, «o nós de Deus», prefere a forma comunitária: a disponibilidade acima das exigências próprias, a obediência acima dos próprios gostos, a humildade acima das próprias pretensões".

Gentileza do sacerdote

"Penso também na gentileza do sacerdote", disse o Papa, acrescentando que muitas vezes os sacerdotes são "mal-educados": "Pensemos na gentileza do sacerdote, se encontram até em nós pessoas insatisfeitas e descontentes, solteirões, que criticam e apontam o dedo, onde verão a harmonia?

Por fim, o Papa agradeceu aos sacerdotes pelo "seu testemunho e serviço, pelo bem oculto que fazem, pelo perdão e a consolação que oferecem em nome de Deus: perdoar sempre, por favor, nunca negar o perdão". Agradeceu também "pelo seu ministério, que muitas vezes se realiza no meio de tantas fadigas e pouco reconhecimento". O Espírito de Deus, que não desilude quem coloca n’Ele a própria confiança, os encha de paz e leve a bom termo aquilo começou em vocês, para serem profetas da sua unção e apóstolos de harmonia", concluiu.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

quarta-feira, 5 de abril de 2023

Por que Jesus foi a Jerusalém?

Por que Jesus foi a Jesusalém? (diocesesaoluis)

POR QUE JESUS FOI A JERUSALÉM?

Dom Lindomar Rocha Mota
Bispo de São Luís de Montes Belos (GO) 

São muitos os avisos para que se afastasse de Jerusalém.  O próprio Jesus traçou o perfil homicida da cidade ao dizer: “Jerusalém, Jerusalém, que mata os profetas e apedrejas aquele que te foram enviados” (Mt. 23, 37). Não são poucos os decaídos perante a sua insensibilidade. Boa parte da história da salvação se alquebrou entre os seus muros. 

É para lá que Jesus se dirige. Dando início a mais Santa de todas as Semanas, que começou com a sua decisão irremovível de adentrá-la (Mt. 20,17), mesmo sabendo que os ânimos não eram benfazejos por lá! 

A vida em Jerusalém se tornara difícil. A grande ideia por trás daquela cidade havia decaído desde há muito tempo. O Reino se afastara de suas perspectivas, e todo tipo de interesse passou a se acomodar nela. A sua natureza corrompida deixou de guiar a antiga esperança de Israel, e onde essa esperança decai a torpece e a vilania se instalam. Sem vigor para uma esperança robusta começa-se a esperar em amenidades. 

Esse decaimento da grande esperança faz nascer traições como a de Judas; desistências como a do jovem rico ou mediocridades políticas como as de Pilatos. 

O coração da humanidade, esvaziado das grandes ideias, sucumbe na escuridão e no vazio. Por isso, Jesus tomou a forte decisão de reconstruir Israel. 

Uma Israel nova, não mais fundada sobre a repartição política de doze tribos, mas sobre doze corações abissais que fossem capazes de comportar a profundidade proposta por Deus. 

Não mais doze tribos, mas doze homens, e um número sempre crescente de outros discípulos e discípulas, dos quais muitos nomes conheceremos nesses dias santos da Semana que estamos vivendo. 

Para refundar a ideia da Cidade santa e escolhida por Deus, é preciso migrar do exterior para o interior, de fora para dentro, num movimento que introduz algo novo no desconhecido da alma humana, onde Jesus é Mestre e Senhor. 

Nesse deslocar-se de fora para dentro, palavras e discursos funcionam pouco; pois um discurso responde a outro discurso; uma palavra responde a outra palavra, mas o coração só muda por aquilo que ele ama. 

Ao decidir ir para Jerusalém, o Mestre, a quem tanto amamos, o fez para falar com a própria vida, mostrando que a esperança só pode ser refeita a partir de dentro. A ideia, por trás da cidade de Jerusalém, não repousa em seus muros, mesmo que esse muro seja o do templo, mas na coragem de quem acredita que é possível um mundo novo. 

Ao entrar em Jerusalém acompanhado, Jesus demonstra que não se pode sentar a mesa para debater a sorte de outros sem que os outros estejam presentes. O testemunho da coragem de quem está disposto a realizar, em sim mesmo, a reconstrução da esperança da cidade Santa é norteadora para aqueles que ainda se perguntavam como o Reino aconteceria. 

Refeita essa construção os discípulos do Reino entendem que não há caminho fácil. As tradições endurecidas podem impedir esse caminho, interrompendo muitas novas sementes de germinar. A velha Jerusalém foi destruída, e dela não sobrou pedra sobre pedra. Os discípulos a reconstruíram em si mesmos e a fizeram brilhar até os dias de hoje, tudo isso porque seguiram o Mestre até o fim, aniquilando o que já não funcionava mais, e inaugurando os tempos do Reino. Essa foi a razão pela qual Jesus foi a Jerusalém!

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

O tríduo pascal é tempo de oração, não de passear, diz arcebispo de Recife e Olinda

Foto: Instagram/ Dom Fernando Saburido

RECIFE, 04 Abr. 23 / 11:24 am (ACI).- “Não aproveitem esse tempo para passear! Esse é tempo de oração! ”, disse o arcebispo de Olinda e Recife, dom Fernando Saburido, sobre a Semana Santa.

Em um vídeo publicado nas redes sociais da arquidiocese, dom Saburido disse que “a Semana Santa” é “a grande semana”.

É tempo de estar na comunidade que você frequenta o ano todo’, disse o arcebispo. “Não vejam esse período como período de férias, mas sim, como um período de compromisso com a fé. Você que frequenta a sua comunidade, a sua paróquia procure estar presente nessa ocasião, para receber de Deus as graças necessárias e viver uma verdadeira experiência de Páscoa, uma verdadeira experiência de vida nova”.

Para dom Fernando, é importante “vivenciar com intensidade o Tríduo pascal” que se aproxima, pois, esse tempo é uma “oportunidade de meditar sobre os mistérios centrais de nossa fé”. 

Fonte: https://www.acidigital.com/

Brasil: parlamentares pró-vida instalam Frente contra o Aborto

Shutterstock | Filmes
Por Francisco Vêneto

Grupo pretende aprovar "todo projeto que vise proteger integralmente a vida humana desde a concepção até a morte natural".

A Frente Parlamentar Mista contra o Aborto e em Defesa da Vida foi instalada no Congresso brasileiro com a assinatura de 188 deputados federais e dez senadores.

A frente, que é presidida pela deputada federal Chris Tonietto (PL-RJ) e tem como vice-presidente o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), apresentará “iniciativas que visem a defesa incondicional da vida desde a concepção até a morte natural” e acompanhará “propostas nocivas do ponto de vista da defesa da vida”.

Segundo informações de Chris Tonietto em declarações à agência de notícias ACI Digital, a frente pretende aprovar “todo projeto que vise proteger integralmente a vida humana desde a concepção até a morte natural”.

Ela destaca principalmente o projeto do Estatuto do Nascituro, que “está para ser votado na Comissão da Mulher, mas por enquanto não há previsão”.

Trata-se de um projeto de lei voltado a proteger integralmente o nascituro desde a sua concepção, considerndo o aborto, por conseguinte, como crime hediondo. Os propositores do PL, em 2007, foram os então deputados federais Luiz Carlos Bassuma (PT-BA) e Miguel Martini (PHS-MG). A pauta voltou a ser discutida em dezembro de 2022 pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), mas a votação voltou a ser adiada por causa de novas sugestões apresentadas por deputadas federais de esquerda e defensoras do aborto.

A lista dos deputados e senadores que apoiaram a criação da Frente Parlamentar Mista contra o Aborto e em Defesa da Vida pode ser consultada no site oficial da Câmara dos Deputados.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

“A Via Sacra”: documentário brasileiro tem imagens inéditas da Terra Santa

Lumine | 
Padre brasileiro refaz os passos de Jesus no documentário "A Via Sacra"
Por Ricardo Sanches

Filme será exibido de forma gratuita no Youtube.

Estreia nesta quarta-feira, 5 de abril de 2023, no Youtube, o documentário brasileiro “A Via Sacra”. A produção é da Lumine, a maior plataforma católica de streaming da América Latina.

As filmagens foram feitas na Terra Santa e mostram o caminho que Jesus percorreu durante a Via Sacra.

Com cerca de 80 minutos de duração, o filme é conduzido pelo Padre Lucas Mendes, que é reitor da Basílica Menor de Nossa Senhora das Dores, de Porto Alegre, RS. O sacerdote percorre as 14 estações, propondo meditações baseadas nos escritos de São Josemaria Escrivá.

No vídeo abaixo, o sacerdote comentou a emoção de refazer os passos que Nosso Senhor percorreu.

https://www.instagram.com/lumine.tv/?utm_source=ig_embed&ig_rid=603f72b7-967e-406a-b1e9-bde1c1fb75f0

Cenas raras na Terra Santa

A equipe do documentário “A Via Sacra” teve acesso a locais restritos e muito raros de serem registrados. É o caso da capela da terceira e da quarta estações, a que os peregrinos e o próprio guia que acompanhou os profissionais não costumam ter autorização para visitar.

Com isso, foi possível obter imagens únicas, como explica Matheus Bazzo, fundador da Lumine, em entrevista exclusiva para a Aleteia (assista abaixo).

Como assistir ao documentário “A Via Sacra”

O longa-metragem “A Via Sacra” será exibido gratuitamente ao público, às 20h da quarta-feira da Semana Santa (5 de abril de 2023), no canal da Lumine no Youtube (clique aqui para acessar). O longa também estará disponível na própria plataforma de streaming.

Enquanto não chega a estreia do documentário, assista ao seu trailer oficial:

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF