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segunda-feira, 13 de setembro de 2021

Papa Francisco: o renascimento da Europa passa pelo respeito de cada vida humana

Papa Francisco apresenta um livro de Joseph Ratzinger-Bento XVI
(Foto de arquivo)  (Vatican Media)

É o que afirma o Pontífice na introdução ao livro "A verdadeira Europa, identidade e missão" de Joseph Ratzinger-Bento XVI (Ed. Cantagalli), terceiro livro da série de "textos escolhidos" selecionados e traduzidos por Pierluca Azzaro, curador da Opera omnia do Papa emérito. O texto do Papa Francisco foi publicado neste domingo pelo Corriere della Sera.

PAPA FRANCISCO

Tenho o prazer de apresentar este livro, que reúne textos escolhidos de Joseph Ratzinger/Bento XVI sobre a Europa, oportunamente publicados para o 50º aniversário das relações diplomáticas entre a Santa Sé e a União Europeia.

Com a clareza, a imediata acessibilidade e ao mesmo tempo a profundidade que lhe é própria, o Papa emérito aqui delineia de forma magnífica aquela "ideia de Europa" que sem dúvida inspirou os seus Pais fundadores e que está na base da sua grandeza e cuja definitiva ofuscação decretaria seu declínio geral e irreversível.

Porque - talvez isto nos ensine melhor do que outros precisamente aquele que quis receber o nome de Bento, também para chamar a Europa de volta às suas raízes -, na base da Europa, da sua criatividade, da sua sã prosperidade e, antes de mais, da sua humanidade existe o humanismo da encarnação; Joseph Ratzinger escreve que “a figura de Jesus Cristo está no centro da história europeia e é o fundamento do verdadeiro humanismo, de uma nova humanidade. Porque se Deus se tornou homem, então o homem adquire uma dignidade completamente nova. Se o homem, pelo contrário, é somente produto de uma evolução casual, então a sua própria humanidade é uma coincidência, e assim, a certa altura será possível sacrificar o homem para fins aparentemente superiores. Mas se Deus porém criou e desejou cada homem, as coisas são completamente diferentes. E se o próprio Deus se fez homem, se até mesmo sofreu pelo homem, então o homem participa da dignidade própria de Deus. Quem erra sobre o que o é homem, ataca o próprio Deus”.

Para além de tantas palavras e proclamações pomposas, hoje na Europa se perde cada vez mais a própria ideia de respeito por cada vida humana, a partir da perda da consciência da sua sacralidade, isto é, precisamente a partir do ofuscamento da consciência que somos criaturas de Deus. Bento XVI não teme denunciar ao longo dos anos com grande coragem e previdência as numerosas manifestações desta dramática renúncia à ideia da criação, mesmo as atuais, últimas consequências, descritas de uma forma absolutamente clara e convincente no texto introdutório.

O volume, embora impregnado de grande realismo, não termina com pessimismo e tristeza; pelo contrário: «Uma das razões da minha esperança - escreve - consiste no fato de que o desejo de Deus, a busca de Deus está profundamente escrita em cada alma humana e não pode desaparecer. Certamente, por um tempo, pode-se esquecer de Deus, colocá-lo de lado, cuidar de outras coisas; mas Deus nunca desaparece. É simplesmente verdade o que diz Santo Agostinho, que nós, homens, somos inquietos até encontrarmos Deus, inquietação que hoje ainda existe. É a esperança que o homem sempre de novo, mesmo hoje, se coloque em caminho em direção a este Deus”.

Assim, ao revelar-nos o segredo da sua alegria nestes tempos difíceis, Bento XVI também nos mostra o caminho a percorrer para o renascimento da Europa.

Fonte: https://www.vaticannews.va/

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Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF