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domingo, 26 de março de 2023

Papa no Angelus: não ceda à dor e ao pessimismo, Deus está perto de nós!

Papa Francisco no Ângelus (Vatican Media)

Francisco no Angelus deste domingo: “talvez também nós, neste momento, carregamos em nossos corações algum peso ou algum sofrimento, que parecem nos esmagar. Então é hora de remover a pedra e sair ao encontro de Jesus, que está próximo”.

Silvonei José - Vatican News

"Não ceda ao pessimismo que deprime, ao medo que isola, ao desânimo pela recordação de más experiências, ao medo que paralisa"! O Papa Francisco introduzindo a recitação do Angelus comentou a passagem do Evangelho deste V Domingo da Quaresma, a ressurreição de Lázaro, "querido amigo de Jesus", para sublinhar que Jesus "dá vida mesmo quando parece não haver mais esperança" e "convida-nos a não deixar de acreditar e esperar, a não nos deixarmos esmagar por sentimentos negativos".

"Acontece, às vezes, sentir-se sem esperança, aconteceu com todos, ou encontrar pessoas que perderam a esperança: amarguradas", com "um coração ferido", "por causa de uma perda dolorosa, uma doença, uma decepção, um erro ou uma traição sofrida, por um grave erro cometido", observou o Pontífice.

Papa Francisco (Vatican Media)

"Às vezes ouvimos as pessoas dizerem: 'Não há mais nada a ser feito!' e fecha a porta a toda esperança. Estes são momentos em que a vida parece um sepulcro fechado: tudo é escuro, ao redor vemos apenas dor e desespero". Em vez disso, Jesus "nos diz que isto não é assim, o fim não é este, que nestes momentos não estamos sozinhos, pelo contrário, que precisamente nestes momentos Ele se aproxima mais do que nunca para restaurar nossa vida". Jesus chora, o Evangelho diz que ele chora diante do sepulcro de Lázaro, e Jesus chora conosco, como chorou por Lázaro: o Evangelho repete duas vezes que ele se comoveu e sublinha que Ele chorou".

Fiéis na Praça São Pedro (Vatican Media)

Jesus, continua Francisco, "aproxima-se de nossos sepulcros e nos diz, como então: 'Tire a pedra'". "Tire a pedra: a dor, os erros, também os fracassos, não os escondam dentro de vocês, em um quarto escuro e solitário, fechado". Tire a pedra: tire tudo o que está dentro, jogue-a em mim com confiança, sem medo, porque estou com você, amo você e desejo que viva novamente".

E, como a Lázaro, acrescenta o Papa, "repete a cada um de nós: vem para fora! Levante-se, retome o caminho, recupere a confiança! Eu levo você pela mão, como quando você era uma criança aprendendo a dar seus primeiros passos". "Tire as ataduras que o prendem, por favor não ceda ao pessimismo que deprime, não ceda ao medo que isola, não ceda ao desânimo por causa da recordação de más experiências, não ceda ao medo que paralisa. Eu o quero livre e vivo, não o abandonarei e estou com você". "Não se deixe aprisionar pela dor, não deixe morrer a esperança: volte à vida". "Eu pego você pela mão e trago você para fora" da escuridão, diz Jesus.

Fiéis na Praça São Pedro (Vatican Media)

Esta passagem, capítulo 11 do Evangelho de João, nos faz tão bem lê-la, enfatiza o Papa. "É um hino à vida", diz, "e nós o lemos quando a Páscoa está próxima. Talvez também nós, neste momento, carregamos em nossos corações algum fardo ou algum sofrimento, que parece nos esmagar. Alguma coisa ruim, algum pecado feio, algum erro da juventude", acrescenta Francisco.

"Então é o momento de remover a pedra e sair ao encontro de Jesus, que está próximo". "Conseguimos abrir nossos corações e confiar nossas preocupações a Ele? Abrir o sepulcro dos problemas e olhar para além da soleira, em direção à sua luz? Ou será que temos medo disso? E, por sua vez, como pequenos espelhos do amor de Deus, será que conseguimos iluminar os ambientes em que vivemos com palavras e gestos de vida? Damos testemunho da esperança e da alegria de Jesus? Nós pecadores, todos nós?".

Francisco dirigiu-se novamente aos confessores: "Caros irmãos, não esqueçam que vocês também são pecadores e no confessionário não sejam torturadores, mas perdoem tudo".

O Papa concluiu: “Maria, Mãe da Esperança, renove em nós a alegria de não nos sentirmos sozinhos e o chamado a levar luz à escuridão que nos circunda”.

São Ludgero

São Ludgero | arquisp
26 de março

São Ludgero

Ludgero nasceu no ano 742 em Zuilen, Friesland, atual Holanda, e foi um dos grandes evangelizadores do seu tempo. Era descendente de família nobre e, dedicado aos estudos religiosos desde pequeno. Ordenou-se sacerdote em 777, em Colônia, na Alemanha. Seu trabalho de apóstolo teve início em sua terra natal, pois começou a trabalhar justamente nas regiões pagãs da Holanda, Suécia, Dinamarca, ponto alto da missão de São Bonifácio, que teve como discípulos São Gregório e Alcuíno de York, dos quais foi seguidor também Ludgero.

Mais tarde, foi chamado pelo imperador Carlos Magno para evangelizar as terras que dominava. Entretanto, este empregava métodos de conversão junto aos povos conquistados, não condizentes com os princípios do cristianismo. Logo de início, por exemplo, obrigava os soldados vencidos a se converterem pela força, sob pena de serem condenados à morte se não se batizassem.

Como conseqüência dessa atitude autoritária estourou a revolta de Widukindo e Ludgero teve que fugir, seguindo para Roma. Depois foi para Montecassino, onde aprimorou seus estudos sobre o catolicismo e vestiu o hábito de monge, sem contudo emitir os votos.

A revolta de Widukindo foi a muito custo dominada em 784 e o próprio Carlos Magno foi a Montecassino pedir que Ludgero retornasse para seu trabalho evangelizador, que então produziu muitos frutos. Pregou o evangelho na Saxônia e em Vestfália. Carlos Magno ofereceu-lhe o bispado de Treves, mas ele recusou. Ludgero emitiu os votos tomando o hábito definitivo de monge e fundou um mosteiro, ao redor do qual cresceu a cidade de Muester , cujo significado, literalmente, é mosteiro, e da qual foi eleito o primeiro bispo.

Ludgero não parou mais, fundou várias igrejas e escolas, criou novas paróquias e as entregou aos sacerdotes que ele mesmo formara. Ainda encontrou tempo para retomar a evangelização na Frísia, realizando o seu sonho de contribuir para a conversão de sua pátria, a Holanda, e fundar outro mosteiro, este beneditino, em Werden, antes de morrer, que ocorreu no dia 26 de março de 809.

O corpo de Ludgero foi sepultado na capela do mosteiro de Werden. Os fiéis tornaram o local mais uma meta de peregrinação pedindo a sua intercessão para muitas graças e milagres, que passaram a ocorrer em abundância. O culto à São Ludgero, que ocorre neste dia é muito intenso especialmente na Holanda, Suécia, Bélgica, Dinamarca, Alemanha, Itália, países cujo solo pisou durante seu ministério.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

Dom Antonio de Marcos é apresentado como novo Bispo Auxiliar de Brasília

Apresentação de Dom Antonio Marcos | arqbrasilia

Dom Antonio de Marcos é apresentado como novo Bispo Auxiliar de Brasília

Na manhã de hoje, 25 de março, o Cardeal Arcebispo de Brasília, Dom Paulo Cesar Costa presidiu a Santa Missa Solene de Apresentação do novo Bispo auxiliar de Brasília, Dom Antonio de Marcos. A celebração aconteceu na Catedral Metropolitana de Brasília. Estiveram presentes Dom Raymundo Cardeal Damasceno, vigário geral da Arquidiocese, do Bispo auxiliar, Dom José Aparecido, Bispo auxiliar, Dom Marcony Vinícius, Arcebispo Militar do Brasil, Mons. Denilson Geraldo, bispo eleito auxiliar, diáconos, religiosos, seminaristas e toda a comunidade.

Durante a celebração, Dom Paulo Cezar destacou o importante do trabalho da igreja na vida das pessoas, principalmente daqueles mais necessitados, e fez questão de acolher o novo Bispo auxiliar, Dom Antonio de Marcos: ”Sinta que Brasília agora é sua cassa, sinta que aqui é sua família, estamos todos aqui apara te acolher, para que você se sinta em casa, que você possa servir a igreja se sentindo em casa. Um homem que quer servir,  quer fazer da sua vida um dom de amor, um dom de serviço. Olhe sempre para Maria, a tenha sempre como a servidora da excelência, como esse grande exemplo de vida.”

Já Dom Antonio de Marcos reiterou seu comprometimento em ajudar  naquilo que aprouver a Vontade de Deus e o mandato da sua Santa Igreja. ”Se somos pares no mesmo grau da Graça, recebendo eu de suas mãos a sucessão apostólica, faço-me, antes, servo vosso. Do mesmo modo, eminência, coloco-me, embora irmão vosso, a serviço da pastoral dessa Arquidiocese. Estou em suas mãos, porque sei e confio plenamente que, antes de tudo, vossa eminência está nas mãos de Deus. Nossa missão é, convosco, assim nos comprometemos, construir unidade, comunhão e participação pela libertação e salvação do povo de Deus.”

Confira o discurso de Dom Antonio de Marcos (Parte). 

Peço a licença a cada um para saudar à

Sua Eminência Reverendíssima, Dom Paulo Cezar Cardeal Costa, Arcebispo Metropolitano desta tão querida arquidiocese, que nos acolhe em sua Catedral, presidindo essa belíssima celebração;

(***)

Eu que não almejara senão ganhar um pequeno povo, que me fizera tanta falta nos anos em que fui reitor, ganhei a missão e o mandato apostólico de auxiliar Dom Paulo Cardeal Costa na condução desse enorme povo da tão querida e importante arquidiocese de Brasília. Confesso-vos que, aflito, pensei que não chegaria aqui. Mas, agora que estou entre vós, repito insistente o que escolhi por lema para o meu ministério: “Teu povo é o meu povo”. Em minha ordenação episcopal, há exatamente um mês atrás, em horário símile a esse, sua eminência, o Cardeal Costa, dizia em seu brilhante sermão que somos pastores-rebanho, porque apascentamos o rebanho do único Pastor, Nosso Senhor. É isso que almejo e a isso me comprometo diante de nosso irmão no episcopado, o Arcebispo dessa grei tão numerosa: dar razões à fé, isto é, auxiliá-lo a orientar o rebanho ao único redil de Nosso Senhor. Não anseio outra coisa, senão ser promotor, convosco, da unidade e da sinodalidade. Unidade essa que só se constrói pelo Divino Espírito Santo, dos quais somos instrumentos.

Nesta manhã, celebramos a anunciação do Arcanjo à Santíssima Virgem Maria. Ao FIAT de Nossa Senhora, Nosso Senhor encarnou-se em seu ventre. Não foi mágica, não foi ilusão, não é história: é mistério! Esse mistério sublime de Deus que se encarna no seio duma Virgem, Sua criatura. A Segunda Pessoa Adorável da Santíssima Trindade, sendo pessoa divina, quis fazer-se pessoa humana, e encarnou-se no dia de hoje. A vida estava lá, desde o exato segundo do assentimento de Nossa Senhora, Deus fez-se homem. Hoje chego nessa arquidiocese, não como seu pastor, mas como auxiliar dele. Hoje chego nessa importante capital, nesse distrito, no Grande Paço Nacional, para fazer o que aprendemos de Nossa Senhora no evangelho de hoje: “Eis aqui a serva, o servo, do Senhor.”

Não vim para fazer minha vontade, não vim para adequar-vos aos meus desejos, não vim parar galgar mais altos degraus. Vim, simples e obedientemente, para fazer a Vontade de Deus.

(***)

A Vontade de Deus é Boa, Justa e Verdadeira, conferindo-nos sentido e Beleza. Se Santo Agostinho já dissera que “se me amedronta o que sou para vós, consola-me o que sou convosco”, não há outra explicação pelo nome que recebemos da Graça Baptismal: cristãos. Servidores de Cristo; Arautos de sua Boa-Nova; Companheiros em sua caminhada; apóstolos e discípulos, enfim: novo Povo de Deus, servos de sua vontade amorosa. Que ao chegar a aurora do amanhecer do novo mundo, quando vier Nosso Senhor em sua glória, encontre-nos, Ele, disponíveis e recolhidos num constante cantar, num hino sem fim, numa prontidão Marial que, a cada batida do coração, diz a Deus: “Amo-Vos, Adoro-Vos, Busco-Vos: Eis aqui seu servo, faça-se o Teu Querer Supremo”.

(***)

A cada um de vós, entre os quais temos os presbíteros, diáconos, religiosos, seminaristas, autoridades civis, pais e mães, catequistas, missionários, e toda a ordem de vocações no coração da Igreja faço esse convite: disponibilidade ao Pastor. Disponibilidade ao apelo e mandato de Deus. Sejamos servos, humildes, entregues, prontos, disponíveis. De que forma o faremos? “Faça-se em mim segundo a Vossa Palavra!” Amemos, interpelo-vos, à Palavra de Deus. Leiamos, rezemos, ouçamos, vivamos, procuremos, estejamos sedentos a essa Palavra de Salvação, Palavra de Vida, Palavra de Redenção.

Dando afetuoso preito de gratidão e amor à Diocese de São Carlos, que desde a fonte baptismal me tem acompanhado, hoje, membro do Colégio Episcopal, faço-me convosco, povo arquidiocesano de Brasília, servidor de Cristo. Estou convosco, estou no meio de vós, sou, a partir de agora, membro de vossa família de almas porque escolhi dizer a Deus o SIM, e repetir insistente em meu temeroso e receoso coração: “Teu povo é o meu povo”, Senhor. Assim seja! Obrigado!

 Missa Solene de apresentação novo Bispo Auxiliar de Brasília

Fonte: https://arqbrasilia.com.br/

Como fazer a experiência da misericórdia de Deus?

Shutterstock I Iryna Inshyna
Por Diego Afonso Ribeiro

O Papa Francisco recordou de forma marcante em seu primeiro Angelus na Praça São Pedro que “Deus nunca Se cansa de nos perdoar; nunca”.

Se pudéssemos sondar o coração de Deus que sentimentos encontraríamos? Não apenas podemos questionar a respeito disso, mas o próprio Deus nos dá a oportunidade de conhecer e sentir com o seu próprio coração, pois característica preciosa do coração de Deus é a misericórdia infinita dirigida a todos os seus filhos.

Assim somos provocados a examinar nossa consciência, sobretudo na Quaresma, e apontar os erros e falhas, os pecados cometidos na caminhada. Trata-se de um encontro com o pior de nós nas fragilidades humanas, mas sobretudo, um encontro precioso com o dom Deus que busca absolver as misérias que nos desumanizam.

No Antigo Testamento Deus se apresenta como vagaroso na ira ao dialogar com Adão e Eva logo após o rompimento da aliança; demonstrasse ainda cheio de bondade e fidelidade ao resgatar o povo da escravidão; um Deus paciente acompanhando o povo no deserto e saciando a fome dos que migravam. Expressão ainda significativa é sua clemência junto aos apelos de Abraão para que Sodoma e Gomorra fossem poupadas.

Jesus Cristo

Belas expressões da compaixão do Pai encontramos também na percepção dos salmistas ao afirmarem que “É Ele quem perdoa as tuas culpas e cura todas as tuas enfermidades (Sl103); o Senhor liberta os prisioneiros, dá vista aos cegos, levanta os abatidos, ama o homem justo. Todos estes sinais de Deus são revelados no Novo Testamento de modo concreto em Jesus Cristo: Cristo é o rosto da misericórdia do Pai. 

Através de seu filho Jesus, o Deus de Misericórdia sempre vem ao encontro das necessidades humanas. Deus fala a todos nós pelas ações e pelo coração Jesus. O coração do Filho é o coração do Pai. Podemos destacar as vezes em que Cristo sente compaixão de seu povo, Cristo chora por Jerusalém. Também bela expressão de amor ao deixar que as lágrimas caiam quando informado da morte de seu amigo Lázaro. 

Deus Filho tem coração, um coração que ama, sente e pulsa em favor de seus amados. Junto ao poço da samaritana pede “Dá˗me de beber”, se fez sedento para que a aridez daquela mulher desgastada por diversos deuses fosse saciada eternamente. Aos pecadores visitava a casa, entrando no coração de Zaqueu, de Marta, de Pedro e tantos outros. De igual modo, se rebaixa ao chão da mulher prestes a ser apedrejada para que a levantasse renovada. Este é o mover de Deus, que se coloca sempre disponível a nos buscar, resgatar e salvar.

O perdão

Papa Francisco recordou de forma marcante em seu primeiro Angelus na Praça São Pedro que “Deus nunca Se cansa de nos perdoar; nunca”. Lembrou ainda de uma grande verdade: “problema está em nós que nos cansamos e não queremos, cansamo-nos de pedir perdão. Ele nunca se cansa de perdoar, mas nós às vezes cansamo-nos de pedir perdão”. Fica claro a dinâmica do perdão de Deus, na qual constantemente o Pai busca, procura e deseja reconciliar-se com seus filhos.

Ao longo deste retiro quaresmal, o coração de Cristo, com suas belas expressões de misericórdia, possa divinizar cada coração humano. Que nossas práticas quaresmais permitam experimentar de maneira profunda e verdadeira os sentimentos de Deus através de Cristo, de modo que, o nosso sentir seja o sentir de Deus. Dai-nos Senhor um coração igual ao Vosso, tira nosso coração de pedra e nos apresente um novo coração pleno de amor e misericórdia.

Como fazer a experiência da misericórdia de Deus?

  1. Repetir mantras que suplicam a Deus um coração rico em misericórdia: Jesus manso e humilde de coração, fazei meu coração semelhante ao vosso.
  2. Meditar passagens bíblicas onde Cristo perdoa os pecadores: a mulher pecadora (Lc 7,36-50); Filho pródigo (Lc 15,11-32).
  3. Fazer um bom exame de consciência e buscar confissão.
  4. Aceitar o perdão dos pecados recebido na confissão. Assim, poderá festejar a graça do perdão, não remoendo ou culpando-se pelo que já foi confessado.
  5. Ler a Bula do Papa Francisco sobre o Ano da Misericórdia: “Misericordiae Vultus”.

Reflexão para o V Domingo da Quaresma (A)

Evangelho de Domingo (Vatican News)

O tema da liturgia deste domingo é o Senhor como fonte da Vida, como a própria Vida.

Padre Cesar Augusto, SJ – Vatican News

O tema da liturgia deste domingo é o Senhor como fonte da Vida, como a própria Vida.

Este relato é uma catequese sobre a ressurreição. Faz parte do tradicionalmente chamado Livro dos Sinais, do qual é o sétimo e o último sinal realizado por Jesus, segundo o Evangelho de João.

A primeira leitura fala da revivificação de ossos ressequidos e o evangelho nos apresenta a belíssima cena conhecida como ressurreição de Lázaro. O Senhor mostra seu poder não para intimidar o ser humano, mas para salvá-lo, para trazê-lo à vida e devolver a alegria à sua família.

Se prestarmos bastante atenção nos gestos de Jesus, ele não restringe sua ação aos momentos limites como a morte, mas ele age trazendo a saúde, recuperando pessoas envolvidas com situações de morte, enfim perdoando o pecados. Ele, a Vida, recupera o que estava perdido. Por isso, supliquemos ao Senhor da Vida que traga harmonia àquele casal que está com dificuldades no relacionamento conjugal, àquele jovem que perde sua vida nas drogas, àquele pai de família que gasta o dinheiro do sustento familiar nos jogos de azar, àquela moça que destrói sua vida através da prostituição.

Apresentemos ao Senhor aquelas mães que pensam em abortar a vida que Deus colaborou para que gerassem, aqueles médicos que desejam aliviar o sofrimento de seus pacientes agindo diretamente contra o dom divino da vida, e tantos outros casos que conhecemos. Só Deus poderá iluminar essas pessoas, mostrando-lhes o verdadeiro sentido da vida e dando-lhes coragem para enfrentar  com fé, esperança e caridade essas situações dificílimas.

O Senhor quer nos libertar de todas essas mortes e também daquela que leva nosso corpo para o cemitério, quer sinalizar que pode muito mais, que pode nos libertar da morte definitiva. Ele disse: “ Quem crê em mim, ainda que morra viverá, e quem vive e crê em mim, não morrerá para sempre.”

A segunda leitura da liturgia de hoje nos apresenta Paulo dizendo que não morremos porque, no batismo, assumimos essa vida dada a nós, por Jesus, em sua cruz e ressurreição. A partir do batismo, da profissão de fé em Jesus, viveremos, mesmo que, aparentemente, estejamos mortos. Aí não será uma reanimação do corpo ou revivificação como em Lázaro, que voltou à vida e depois morreu de novo, mas ressurreição, ou seja, Jesus nos dá a vida sem fim e plena, sem doenças, sem drogas, sem desavenças.

Ele nos dará aquilo que desejamos: vida saudável, ao lado das pessoas queridas que amamos, ao lado do Pai, de Maria, de todos os santos, e para sempre. Essa vida já pode começar agora, se colocarmos em prática a renúncia à cultura de morte, renúncia feita no batismo e, simultaneamente, colocarmos também em prática a profissão de fé na cultura de vida trazida por Jesus.

Que a graça de Deus nos conduza à opção pela Vida, em todos os momentos de nossa caminhada. Que nossa religiosidade nos leve a colocar em prática a ordem de Jesus: “Desatai-o e deixai-o ir”. Desatemos os laços de morte que amarram a nós e a nossos irmãos, e caminhemos juntos para a vida, como filhos do mesmo Pai, como destinatários que somos todos nós da salvação trazida por Cristo Jesus, nosso Redentor!

sábado, 25 de março de 2023

Papa aos confessores: “não atuem como psiquiatras”

TIZIANA FABI | AFP

“Vocês só devem pensar em perdoar”, declarou o Papa Francisco aos sacerdotes confessores durante o XXXIII curso sobre o foro íntimo, realizado no Vaticano neste dia 23 de março. Francisco pediu que os confessores não tentem dialogar com o diabo nem brinquem de psiquiatras.

Durante a audiência, o Papa exortou a Igreja a redescobrir a confissão, especialmente na véspera do Jubileu de 2025, pedindo que os programas pastorais das Igrejas locais garantam “um lugar legítimo” para este sacramento.

Recomendou que os confessionários não sejam “abandonados”, mas sim que haja “presença regular de um confessor, com longas horas, em todos os ambientes pastorais”. E acrescentou: “Nunca um confessionário vazio (…) As pessoas não aparecem? Leia alguma coisa, ore, mas espere: elas irão”.

O Papa também ordenou aos confessores que “nunca conversem com o diabo”, nem “comecem a bancar o psiquiatra, o psicanalista… não”. E enfatizou: “Se algum de vocês tem esta vocação, pode fazê-lo em outro lugar, mas não no tribunal da penitência”.

A missão do confessor, explicou o pontífice, é “acolher a todos sem preconceitos” e “procurar a porta por onde o perdão possa entrar”. E “quando não se consegue entrar pela porta, entra-se pela janela”, acrescentou, sugerindo que, se não puderem despertar o arrependimento, os confessores despertem pelo menos o desejo de arrependimento.

O chefe da Igreja Católica pediu aos padres que não condicionem o perdão, porque “Deus não diz ‘só isso…’, diz ‘tudo'” e perdoa “sempre mais”.

“Se alguém não se sente doador da misericórdia, não vá ao confessionário”, exortou ainda o bispo de Roma, lamentando o caso de um confessor de uma basílica papal que despeja reprovações e aplica uma penitência inviável. “Não é assim. Misericórdia. Você está lá para perdoar”, disse ele.

Num mundo com muitos “focos de ódio e vingança”, os confessores devem multiplicar os “focos de misericórdia”, continuou o Papa, referindo-se a uma “luta sobrenatural” em que a vitória de Cristo é alcançada “toda vez que um penitente é absolvido”. O Sucessor de Pedro encerrou: “Nada expulsa e vence o mal mais do que a misericórdia divina”.

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Hoje o mundo celebra o Dia do Nascituro

Dia Mundial do Nascituro | diocesesaocarlos

REDAÇÃO CENTRAL, 25 Mar. 23 / 08:00 am (ACI).- O Dia do Nascituro é celebrado internacionalmente a cada 25 de março para comemorar, promover e defender a vida humana desde o momento em que foi concebida no ventre materno até a morte natural. Embora, no Brasil, o Dia do Nascituro seja celebrado em 8 de outubro, no marco da Semana Nacional da Vida.

A data foi instituída na Argentina em dezembro de 1998 pelo então presidente Carlos Saúl Menem. O presidente, poucos dias antes desta festa ser celebrada em 1999, incentivou os presidentes de toda a América Latina a aderirem à iniciativa.

São João Paulo II enviou uma carta ao presidente argentino em dizia: "que a celebração do Dia do Nascituro favoreça uma opção positiva em favor da vida e do desenvolvimento de uma cultura orientada nessa direção, que garanta a promoção da dignidade em todas as situações”.

Em 1999, a celebração do Dia do Nascituro foi instituída por lei na Guatemala e na Costa Rica. No ano seguinte, na Nicarágua. Também em 2000 a Bolívia aderiu. A República Dominicana aderiu em 2001, o Peru, em 2002, e o Paraguai em 2003.

A festa também é comemorada em 25 de março em El Salvador, Uruguai, Espanha, México, Áustria, Eslováquia, Cuba, Filipinas, Equador, Chile e Porto Rico.

A data coincide com a Solenidade da Anunciação, celebrada no dia 25 de março. Neste dia a Igreja Católica recorda o anúncio do Anjo Gabriel à Virgem Maria e o corajoso "Sim" a Deus que a faz conceber o Menino que salvou a humanidade.

Fonte: https://www.acidigital.com/

Inauguração, em Roma, do Memorial dos Novos Mártires dos séculos XX e XXI

Memorial dos Novos Mártires dos séculos XX e XXI (Vatican News)

Na cripta da Basílica de São Bartolomeu na Ilha, em Roma, - que São João Paulo II quis como memorial simbólico dos cristãos que, no século XX, morreram em defesa da fé -, estão expostas ao público dezenas de relíquias e objetos de mártires dos cinco continentes. Esta exposição foi promovida pela Comunidade romana de Santo Egídio com a ajuda da Arquidiocese norte-americana de Chicago.

Michele Raviart – Vatican News

O "Memorial dos novos Mártires" foi inaugurado, na última quinta-feira, 23, na Basílica de São Bartolomeu na Ilha, em Roma, por iniciativa da Comunidade romana de Santo Egídio.

Entre as numerosas relíquias e objetos pessoais dos mártires de todos os continentes, expostos na cripta da Basílica, encontram-se: a casula de Monsenhor Óscar Romero morto em São Salvador, em 1980; a estola do Padre Pino Puglisi, assassinado pela máfia em Palermo, em 1993; o livro de orações do Padre Maximiliano Kolbe, morto em Auschwitz; as ferramentas de Charles de Foucauld, com as quais construiu sua ermida no Saara; como também o breviário do Padre Jacques Hamel, assassinado a tiros por Jihadistas, na França, em 2016; os objetos litúrgicos do Arcebispo caldeu, Bulos Faraj Rahho, do sacerdote caldeu Ragheed Aziz Ghanni, assassinados em Mosul pelo Estado Islâmico.

Memorial (Vatican News)

Memorial dedicado aos mártires modernos

Depois do Jubileu de 2000, por desejo de São João Paulo II, a Basílica da Ilha Tiberina, em Roma, tornou-se um lugar para recordar a memória dos mártires do século XX, vítimas, sobretudo, do totalitarismo nazista e comunista.

A este respeito, o pároco da Basílica, padre Ângelo Romano, explicou: “Ao longo dos anos, centenas de relíquias foram doadas e expostas na Capela desta igreja. Agora, após várias obras de restauro, foi inaugurado um novo espaço, na cripta da Basílica, que, na Roma antiga, era um templo pagão, com um poço dedicado a Esculápio, deus da medicina”.

Na cripta encontram-se numerosos objetos e vestígios de testemunhos cristãos, expostos, segundo critérios geográficos, para demonstrar que, em todos os lugares do mundo, ainda hoje, tantas pessoas arriscam a própria vida pela sua fé em Cristo.

Memorial (Vatican News)

Um lugar em continuidade com a história de Roma

O Cardeal Vigário de Roma, Dom Ângelo de Donatis, ao ser entrevistado pela Rádio Vaticano, Vatican News, recordou o vínculo especial da Cidade de Roma, não apenas com os mártires das primeiras comunidades cristãs, mas também com aqueles que perderam a vida pela sua fé em Cristo: “Na história da Igreja, jamais houve tantos perseguidos por causa do Evangelho. Ainda hoje há certa continuidade, porque a Igreja de Roma sempre honrou os mártires. Em nossos dias, ainda há muitos mártires”. E o Cardeal De Donatis acrescentou: “São João Paulo II quis que este lugar fosse dedicado à memória dos mártires modernos, para mostrar, em primeira mão, que o martírio é uma realidade ainda existente na Igreja. Em muitas regiões do mundo, numerosos cristãos são perseguidos e, algumas vezes, de forma sutil e imperceptível. Esta é a realidade em que vivemos, ainda hoje”.

Um sacrifício que une os cristãos

Por outro lado, o arcebispo Fábio Fabene, Secretário do Dicastério das Causas dos Santos, afirma. “Na verdade, como diz o Papa, aqui tocamos com mão o que significa martírio de sangue, que une todos os batizados, além das diversas confissões religiosas. É impressionante como, através de imagens, escritos, recordações e testemunhos concretos de cristãos, podemos ver a doação da vida de tantos dos nossos irmãos, que foram martirizados, sobretudo, nos séculos XX e XXI”. É bem verdade o que o Papa nos diz: “o nosso tempo ainda é um tempo de mártires”.

Aqui, o arcebispo aproveitou para anunciar que, em vista do Jubileu de 2025, será instituída uma Comissão para reunir “os nomes e os testemunhos das pessoas que, nas últimas décadas, edificaram a Igreja com seu exemplo e seu sangue”.

Necessidade de recordar os mártires do século XX

Andrea Riccardi, fundador da Comunidade romana de Santo Egídio, recordou, nesta quinta-feira, 23, na inauguração do “Memorial dos novos Mártires”, na Basílica de São Bartolomeu na Ilha, em Roma, a figura de São João Paulo II, que escolheu esta Basílica, também visitada por Bento XVI e Papa Francisco, como lugar simbólico do martírio: “O Papa Wojtyla sabia bem o significado de martírio. Ele contribuiu para revelar ao mundo que o martírio não era apenas uma experiência dos primeiros séculos do cristianismo, mas um drama que acompanhou todo o século XX: desde os armênios até os cristãos na Rússia e na Europa Oriental, durante o comunismo”.

A vida cristã precisa do testemunho do Evangelho e do Ressuscitado

A arquidiocese de Chicago, nos EUA, dirigida pelo Cardeal Blase Cupich, titular da Basílica romana de São Bartolomeu na Ilha, também deu uma importante contribuição financeira para as obras de restauro do “Memorial dos novos Mártires”. Na sua inauguração, o Cardeal disse: “Este memorial dos novos mártires é um símbolo para todos os cristãos, porque recorda que a vida cristã precisa do testemunho diário do Evangelho e de Cristo ressuscitado. Espero que todos os cristãos e católicos possam visitá-lo”.

Por que é tão importante a Anunciação do Anjo a Maria, que celebramos hoje

Fra Angelico
25 de março

É uma data-chave na história da Salvação: graças ao SIM de Maria, o Verbo de Deus Se faz carne e vem habitar entre nós.

A Igreja celebra no dia 25 de março a Solenidade da Anunciação a Maria, isto é, o dia em que o Arcanjo Gabriel lhe anunciou que ela conceberia por obra do Espírito Santo e daria à luz Jesus Cristo, o Filho de Deus.

A celebração ocorre simbolicamente nesta data porque são exatos nove meses antes do Natal, representando assim os nove meses da gestação de Jesus. Existe, porém, uma exceção: nos anos em que esta solenidade cai na Semana Santa, o Missal Romano estabelece que ela seja transferida para a segunda-feira posterior ao segundo domingo de Páscoa.

Trata-se do episódio da história da Salvação em que Maria diz sim ao Plano de Deus. Esta aceitação humilde e repleta de fé por parte dela transforma a trajetória da humanidade, pois o sim de Maria permite que Deus Se encarne para nos remir.

Francisco Rizi | Public Domain

Há um notável paralelo entre a Anunciação a Maria e a anunciação a Zacarias, o pai de São João Batista. Em ambos os casos, o Arcanjo Gabriel lhes aparece para transmitir a notícia dos respectivos nascimentos de Jesus e do Seu precursor, mas as reações de Zacarias e de Maria são bem diferentes num aspecto crucial: a fé.

Zacarias questiona como poderia saber se o aquilo que o Arcanjo estava lhe dizendo era verdade. Ou seja, ele duvida.

Já Maria pergunta diretamente como aconteceria aquele anúncio. Ou seja, ela acreditou imediatamente que aconteceria, mas queria compreender o modo.

O Arcanjo Gabriel então lhe disse:

“O Espírito virá sobre ti e o poder do Altíssimo te cobrirá com Sua sombra. Por isso, o Menino que vai nascer será chamado Santo, Filho de Deus”.

Murillo | Public Domain

Fica clara, portanto, a intervenção das três Pessoas da Santíssima Trindade na Encarnação Divina: pela ação do Espírito Santo, o Pai faz que o Filho seja concebido como homem no ventre de uma virgem, sem que haja um pai humano. O Arcanjo deixa explícito, além do mais, que o Menino que vai nascer é o Filho de Deus encarnado.

E Maria acolhe, como serva humilde e fiel, a vontade de Deus:

“Faça-se em mim segundo a tua palavra”.

É o que recordamos diariamente na oração do Ângelus.

São Dimas

São Dimas | arquisp
25 de março

São Dimas

O Evangelho fala pouco deste Santo. Nem mesmo o nome, os evangelistas fixaram. O que sabemos foi trazido pela tradição que são os nomes: Dimas, o Bom Ladrão e Simas, o mau ladrão.

Sem dúvida alguma, se trata de um santo original, único, privilegiado, que mereceu a honra de ser canonizado em vida por Jesus Cristo, na hora solene de nossa Redenção. Os outros santos só foram solenemente reconhecidos, no outro milênio, a partir do ano 999. A Igreja comemorava os mártires e confessores, mas sem uma declaração oficial e formal. Enquanto que, a de São Dimas quem proclamou foi o próprio Fundador da Igreja.

Dimas foi o operário da última hora, o que nos fez ver o mistério da graça derradeira. O mau ladrão resistiu, explodiu em blasfêmias. Rejeitou a graça, visivelmente dada pelo Redentor. O Bom Ladrão, depois de vacilar (Mt 27,44 -Mc 15,32), confessou a própria culpa, reclamou da injustiça contra Aquele que só fez o bem, reconheceu-O como Rei e lhe pediu que se lembrasse dele, quando estivesse no seu Reino.

Segundo a tradição, Dimas não era judeu, mas sim egípcio de nascimento. Dimas e Simas praticavam o banditismo nos desertos de passagem para o Egito. Lá a Sagrada Família, que fugia da perseguição do rei Herodes, foi assaltada por dois ladrões e um deles a protegeu. Era Dimas. Naquela época, entre os bandidos havia o costume de nunca roubar, nem matar, crianças, velhos e mulheres. Assim, Dimas deu abrigo ao Menino Jesus protegendo a Virgem Maria e São José.

Dimas foi um bandido muito perigoso da Palestina. E isso, realmente pode ser afirmado pelo suplício da cruz que mereceu. Essa condenação horrível era reservada somente aos grandes criminosos e aos escravos.

O Martirológio Romano diz apenas no dia 25 de Março: "Em Jerusalém comemoração do Bom Ladrão que na cruz professou a fé de Jesus Cristo". E no mundo todo São Dimas passou a ser festejado neste dia.

O Bom Ladrão ou São Dimas foi o primeiro que entrou no céu: "Ainda hoje estarás comigo no Paraíso". (Lc 23,43). Ele passou a ser popularmente considerado o "Padroeiro dos pecadores arrependidos da hora derradeira, dos agonizantes, da boa morte". Morreu sacramentado pela absolvição do próprio Cristo, e por Ele conduzido ao Paraíso.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

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Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF