Translate

sexta-feira, 2 de junho de 2023

7 erros sobre morte, inferno e demônio que não devemos cometer

The Temptation of Christ / Ary-Scheffer (Domínio Público)

REDAÇÃO CENTRAL, 28 Mai. 16 / 11:00 am (ACI).- Dada a complexidade da teologia católica sobre a natureza da morte, o inferno e o demônio, a lista a seguir, com base nas Sagradas Escrituras e no Magistério da Igreja, contém respostas para 7 erros recorrentes que os católicos devem evitar.

1. O demônio é um mero símbolo

Se isso fosse verdade, então Jesus deve ter se equivocado cada vez que falou do demônio em diferentes partes das Sagradas Escrituras. O diabo é real e anda ao redor, como leão que ruge procurando almas para devorar (1Pd 5,8). E, francamente, se é possível para um ser humano rejeitar Deus, por que é tão inconcebível que um anjo possa fazer o mesmo? Nessa existência, como na outra, os anjos e os seres humanos podem se alienar com Deus ou não (Dt 30,19).

2. Ao morrer, tornamo-nos anjos

Não, absolutamente não. O ser humano é diferente de um anjo e não pode se tornar um ser que não é.

Catecismo da Igreja Católica assinala no parágrafo 328 que existem anjos. No parágrafo 330, afirma que são seres puramente espirituais com inteligência e vontade. Também indica que são servidores e mensageiros de Deus.

Ao contrário de anjos, os seres humanos têm um corpo. O Catecismo assinala, no parágrafo 366, que a alma espiritual do homem foi criada por Deus e “não morre quando, na morte, se separa do corpo; e que se unirá de novo ao corpo na ressurreição final”.

3. É fácil determinar quem irá para o inferno

A competência da Igreja está em determinar quem está no céu, entretanto, ninguém sabe quem se encontra no inferno. Aqueles que morrem em estado de pecado mortal tem muito poucas opções disponíveis, no entanto, esta não é uma razão pela qual devemos ser ultrajantes ou triunfalistas em relação a eles. Pelo contrário, é importante orar por todos os pecadores, até mesmo os nossos piores inimigos para que se arrependam e voltem (Sab 1,13-15). Perdoem e serão perdoados (Mt 6,14, Lc 6,37). O juízo só pertence a Deus e a ninguém mais. Simplesmente não podemos conhecer o interior de outra alma e a verdadeira natureza de seu relacionamento com Deus.

4. Todos vão para o céu

O inferno existe e Jesus assegura várias vezes ao longo dos Evangelhos (Mt 7,13-14, Mt 8,12, Mc 9,43, Mt 13,41-42, 49-50, 48-49, Mt 22,13, Mt 25,46, Lc 12, 5, Jo 3,18). João também dedica uma longa passagem em Apocalipse (Ap 14,19-11; 19,3). Se todos vão para o céu, isso significa que Jesus estava errado ou era ignorante, o que é inaceitável.

5. Quem morre em estado de graça vai direto para o céu

Deixemos nas mãos de Deus, que tudo pode. É possível que alguns duvidem do Purgatório, mas as Sagradas Escrituras são muito claras acerca disso (2Mac 12,39-46, Mt 5,24-25., Hab 1,13, 1Co 3,11-15, Ap 21,27). O Purgatório existe como parte da economia salvífica. Além da Virgem Maria, há alguém entre nós puro o suficiente para estar diante de Deus? (Rom 3,10, 14,4, Dt 7,24, Js 23,9: 1Sam 6,20 Esd 10,13, Pr 27,4, Sl 76,7, 130,3, Na 1,6). Até mesmo os santos têm pecados que precisam ser expiados e o Purgatório é parte da infinita misericórdia de Deus, porque Ele não quer que qualquer um de nós morra, mas viva e se arrependa (2Pd 3,9).

6. As coisas ruins só acontecem com pessoas más

Cristo nos assegura pessoalmente que isso não faz sentido (Lc 13,1-5). Aos que chegaram com a notícia dos galileus que foram assassinados por Pilatos quando ofereciam sacrifícios a Deus, Ele respondeu: “Pensais vós que estes galileus foram maiores pecadores do que todos os outros galileus, por terem sido tratados desse modo? Não, digo-vos. Mas se não vos arrependerdes, perecereis todos do mesmo modo”.

Jesus também nos recorda que as melhores pessoas sofrem muito, no entanto, dá-nos ânimo ante as tribulações (Jo 16,33). Ele mesmo sofreu uma morte ignóbil depois de ser torturado. Sua Mãe, Maria, mulher concebida sem pecado, teve provações ao longo de sua vida que lhe causaram grande dor. Por que o resto de nós, pecadores, seremos poupados do sofrimento que Paulo nos diz em Colossenses 1,24?”. “Agora me alegro nos sofrimentos suportados por vós. O que falta às tribulações de Cristo, completo na minha carne, por seu corpo que é a Igreja”.

7. Podemos escolher que regras queremos obedecer

Temos o direito de questionar tudo, mas devemos aceitar o ensinamento da Igreja por completo. Se não, colocamo-nos acima da Igreja e da vontade de Deus. Jesus estabeleceu a Igreja, São Pedro como seu Vigário na terra e seus sucessores. Quem somos nós para acreditar que Deus se equivocou em suas decisões? (Jó 15,8) Como se pode contar com incrível autoridade para julgar a lei de Deus?

BÔNUS: O Concílio Vaticano II pode se desfazer ou ser ignorado

Impossível. Os 21 concílios ecumênico no transcorrer de 1700 anos são importantes, irrevogáveis e irrefutáveis porque o Espírito Santo dirigiu todos eles. Cabe assinalar que a doutrina pode ter gerado divergências, mas isso significa menos do que nada. Do mesmo modo que um católico não pode escolher quais as regras deseja seguir, também não estão autorizados a escolher o seu concílio favorito e excluir os demais.

Originalmente publicado em National Catholic Register (https://www.ncregister.com/).

Fonte: https://www.acidigital.com/

Saudação do Papa aos participantes do XVI Congresso Mariológico em Aparecida

Papa Francisco em Aparecida - 24 de julho de 2013 | Vatican News

“A vocês que estão participando de um Congresso em Aparecida, envio minha saudação. Em Aparecida, aí está a Mãezinha. Olhem para Maria, olhem para a Mãe. Jesus precisou de uma mãe. E, por isso, pediram permissão a esta jovem, se ela se atrevia a ser mãe. Aí tudo começou.”

Padre Pedro André, SDB – Vatican News

Iniciou-se ontem, 1º de junho, em Aparecida, o XVI Congresso Mariológico, promovido pela Academia Marial de Aparecida. O tema escolhido foi “A mariologia do Papa Francisco”. Segundo a organização do evento “o Papa Francisco tem sido o grande profeta para a nossa geração, com seu coração voltado para o povo, principalmente para aquele que sofre e é descartado socialmente.”

A Academia Marial de Aparecida “quer oferecer aos participantes a riqueza da Espiritualidade Mariana, que ecoa fortemente no coração do Papa Francisco e que ele nos devolve convocando-nos para sermos uma Igreja sinodal, em saída missionária, que segue os passos daquela que é para nós Mãe, Irmã, Companheira e Modelo perfeito de Discípula-Missionária.”

Mensagem de vídeo do Papa Francisco

https://youtu.be/OzfDR2JF7Pk

Para a ocasião, o Santo Padre enviou uma mensagem de vídeo, saudando os participantes: “a vocês que estão participando de um Congresso em Aparecida, envio minha saudação.” O tema central da mensagem do Papa foi sobre a maternidade de Maria, o que possibilitou que Deus viesse até nós: “Maria que se faz de escada para que Deus desça. Dá a Ele a possibilidade de descer e se fazer homem como nós. Foi Ela quem – perdoem a expressão – foi Ela quem pavimentou a estrada para que se pudesse caminhar. Ela é a Mãe, foi ela quem possibilitou que Deus fosse Deus conosco.”

No vídeo o Santo Padre fez uso de um mosaico, onde estão representados Maria e o Menino Jesus, e disse: “É Deus, que tem a plenitude da lei em uma mão. Mas (também) é homem, e tem que segurar no manto da Virgem para não cair. E vai descendo, com as mãos da Virgem que servem como escada. Esta é Maria que nos traz Jesus. Ela tornou-se a possibilidade, a escada, para esta descida de Jesus, que é Deus, e O trouxe a nós.”

 Francisco abençoou os participantes e os encorajou a sempre confiar na Mãe de Deus: “envio-lhes a minha bênção. Não se esqueçam que Ela é Mãe. Seja o que for que aconteça na vida, olhe para a sua Mãe.”

Dimensões fundamentais da mariologia do Papa Francisco

Em entrevista ao Vatican News, o padre Alexandre Awi, membro da direção da Associação Brasileira de Mariologia,  superior geral dos Padres de Schoenstatt e um dos conferencistas deste Congresso, afirmou que “a Academia Marial de Aparecida é a principal instituição de estudo mariológico no Brasil. Ela está destinada a todos aqueles que têm interesse em estudar sobre a vida, a teologia, a missão da mãe de Deus na história da salvação e também na piedade popular. A academia é um lugar de estudo, de encontro, onde todas as pessoas interessadas em se aprofundar no conhecimento sobre Maria estão convidados a participar desse espaço está intimamente vinculado ao Santuário Nacional de Aparecida.”

Segundo o padre Alexandre “a mariologia do Papa Francisco é uma mariologia aplicada, que parte da sua experiência pessoal, familiar e também eclesial. No contato com povo de Deus foi crescendo o seu conhecimento sobre Nossa Senhora.”  Ele destacou três dimensões fundamentais da mariologia do Papa Francisco:

A primeira é aquela que Maria é a mãe, porque essa experiência dos povos latino-americanos, porque essa é a experiência da igreja durante dois mil anos. Maria é em primeiro lugar e acima de tudo mãe,  porque Jesus nos a deu por mãe.   

A segunda é que Maria se encontra no povo, no contato com a piedade popular, com essa espiritualidade popular e mística popular, como diz o Documento de Aparecida, que o Papa Francisco foi descobrindo a importância de Maria na vida do povo de Deus. Se nós acreditamos realmente que o povo de Deus é um lugar teológico, que a piedade popular é um lugar teológico - e ele acredita nisso -, ele foi descobrindo como Deus foi se revelando através de Nossa Senhora, através do amor que Nossa Senhora tinha e tem pelo povo e que o povo tem por ela.  No encontro dos olhares entre Maria e o povo de Deus ali também vai se desenvolvendo a sua mariologia.  Uma frase típica do seu pontificado e também sobretudo da sua do seu pensamento mariológico,  e ele já falava isso como jesuíta em 1974, é ‘se você quer saber quem é Maria pergunta para os teólogos, mas se você quiser saber como amar Maria então pergunte para o povo, porque o povo vai te ensinar melhor’.

A terceira é que Maria é discípula e missionária. O Papa Francisco está profundamente marcado pela Conferência de Aparecida, onde Maria apareceu justamente com esses traços. Maria, de fato, é a primeira discípula do Senhor, é aquela que é o seguiu primeiro que todos os demais,  foi primeira a acreditar na sua missão salvífica e seguir seus passos. Por isso antes de que Maria o concebesse no ventre, concebeu no coração, como disse Santo Agostinho e por isso a igreja sempre olhou pra Maria em primeiro lugar com modelo de fé, como modelo de virtudes.

Sobre a importância da mensagem de vídeo enviada pelo Papa, o padre Alexandre disse: “acredito que justamente é perceber que ele está, em primeiro lugar, sabendo desse congresso, está interessado em que esse congresso possa dar seus frutos  e que ele está unido a todos aqueles que se interessam por conhecer melhor Nossa Senhora e o fazem justamente a partir dos impulsos do seu pontificado, que está celebrando 10 anos neste ano. Que possamos amar Maria como o povo de Deus a ama,  como o Papa Francisco a ama e assim também podermos ser mais de Jesus e segui-lo em todos os momentos.”

O Congresso, que está acontecendo no Centro de Eventos Padre Vítor Coelho de Almeida, no Santuário Nacional de Aparecida, se concluirá no dia 4 junho.

Texto integral da mensagem do Papa:

A vocês que estão participando de um Congresso em Aparecida, envio minha saudação.

Em Aparecida, aí está a Mãezinha. Olhem para Maria, olhem para a Mãe. Jesus precisou de uma mãe. E, por isso, pediram permissão a esta jovem, se ela se atrevia a ser mãe. Aí tudo começou.

E isso é o que os teólogos... usarei uma palavra difícil, para que se divirtam. Os teólogos chamam a Synkatabasis, ou seja, que é a condescendência – Deus desce... Depois vou mostrar um quadrinho, que é muito bonito, onde está isso. Maria que se faz de escada para que Deus desça. Dá a Ele a possibilidade de descer e se fazer homem como nós. Foi Ela quem – perdoem a expressão – foi Ela quem pavimentou a estrada para que se pudesse caminhar. Ela é a Mãe, foi ela quem possibilitou que Deus fosse Deus conosco.

Envio-lhes a minha bênção. Não se esqueçam que Ela é Mãe. Seja o que for que aconteça na vida, olhe para a sua Mãe. Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém.

E agora faço a explicação do quadrinho. Vejam bem este quadrinho. É Jesus que está vindo. É Deus, que tem a plenitude da lei em uma mão. Mas (também) é homem, e tem que segurar no manto da Virgem para não cair. E vai descendo, com as mãos da Virgem que servem como escada. Esta é Maria que nos traz Jesus. Ela tornou-se a possibilidade, a escada, para esta descida de Jesus, que é Deus, e O trouxe a nós. É Mãe. Que Deus os abençoe e rezem por mim.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

quinta-feira, 1 de junho de 2023

Meditações: quinta-feira da 8ª semana do Tempo Comum

Meditações | Opus Dei

Reflexão para meditar na quinta-feira da 8ª semana do Tempo Comum. Os temas propostos são: um cego à beira do caminho; a cura do coração; uma atitude que é fruto da fé.

01/06/2023

“JESUS saiu de Jericó, junto com seus discípulos e uma grande multidão. O filho de Timeu, Bartimeu, cego e mendigo, estava sentado à beira do caminho” (Mc 10, 46). Habituado talvez a um ambiente mais tranquilo, Bartimeu fica curioso com a agitação do lugar. Não vê nada, mas podemos imaginar o que ouve: o tumulto da multidão que se aproxima, os passos na areia, as queixas dos que dizem para desocupar o caminho e muitos outros pormenores que, devido à sua cegueira, aprendeu a perceber pelo ouvido. Embora se sinta limitado, mantém-se atento à realidade: o seu coração é sensível e não para de procurar. Quando descobre que a causa do tumulto é Jesus de Nazaré, não hesita em começar a gritar: “Jesus, filho de Davi, tem piedade de mim!” (Mc 10, 47). Reage com um grito que não é apenas um pedido de misericórdia, mas também uma confissão: ouviu “Jesus de Nazaré”, mas proclama-o como “Filho de Davi”, antecipando as aclamações do povo quando o Senhor entrar em Jerusalém. Isto mostra que os seus sentidos internos estavam de algum modo preparados para reconhecer o Mestre.

As palavras de Bartimeu, porém, não foram bem recebidas pelos presentes: “Muitos o repreendiam para que se calasse” (Mc 10, 48). Não sabemos por que as pessoas não queriam que ele falasse. Talvez pensassem que aquele cego só queria uma esmola, ou que o Mestre não tinha tempo a perder com alguém como ele. Apesar de todas as censuras, Bartimeu não se deixa levar pelo ambiente. Sabia que o Messias esperado estava passando diante dele e não podia perder esta oportunidade. “Não te dá vontade de gritar, a ti, que também estás parado à beira do caminho, desse caminho da vida que é tão curta; a ti, a quem faltam luzes; a ti, que precisas de mais graças para te decidires a procurar a santidade? Não sentes a urgência de clamar: Jesus, filho de Davi, tem compaixão de mim? Que maravilhosa jaculatória, para que a repitas com frequência!”.

A REAÇÃO de Jesus deve ter surpreendido os que O acompanhavam: parou e mandou-o chamar. Acaba de ouvir uma súplica cheia de fé e quer falar com aquele homem, aproximar-se dele, ouvi-lo, saber o que ele quer. Todos os seus sentidos se dirigem para Bartimeu. Quando as pessoas que o rodeavam tentaram silenciar o cego, o Senhor respondeu chamando-o. Não o incomoda que lhe peçamos ajuda, porque ele veio precisamente para nos salvar, para curar os nossos sentidos com os Seus.

Entretanto, Bartimeu, que não tinha cessado de gritar, ouve palavras que revigoram a sua esperança: “Coragem, levanta-te, Jesus te chama” (Mc 10, 49). A sua insistência já deu o seu primeiro fruto, e não foi a cura da sua cegueira. “Um tremor apodera-se do seu coração, porque ele percebe que é olhado pela Luz, por aquela luz quente que nos convida a não ficarmos fechados na nossa cegueira escura. A presença próxima de Jesus permite sentir que, longe dele, falta algo importante. Ele faz-nos sentir necessitados de salvação, e este é o início da cura do coração”.

Quando ouviu que o Mestre o chamava, Bartimeu agiu com decisão: “O cego jogou o manto, deu um pulo e foi até Jesus” (Mc 10, 50). Aquela capa não era apenas o que o cego possuía: era a sua casa, o lugar onde se deitaria para passar a noite ou o refúgio para se proteger do mau tempo. Contudo, perante essa chamada do Senhor, soube reconhecer o que verdadeiramente importa. “Não te esqueças – comentava São Josemaria – de que, para chegar até Cristo, é preciso sacrifício, jogar fora tudo o que estorva”. Embora pareça que Bartimeu estava cometendo uma loucura, ao renunciar ao pouco que tinha, no fundo estava fazendo o que era mais sensato: aproximar-se d’Aquele que lhe pode devolver a capa da sua humanidade, que ficara rasgada pela cegueira. Na pessoa de Jesus, Bartimeu encontra a sua nova casa, o seu novo refúgio que vai sarar a sua humanidade ferida. Pela graça dos sacramentos, o próprio Jesus renova esse oferecimento. Nessa mediação da Igreja, voltamos a ouvir estas palavras: “Coragem, levanta-te, Jesus te chama” (Mc 10, 49).

LOGO QUE Bartimeu se encontra cara a cara com Jesus, o Mestre pergunta-lhe: “O que queres que eu te faça?” (Mc 10, 51). A fé do cego podia ter vacilado em vários momentos da sua vida e talvez ainda fosse fraca, sem ter consciência disso. “É evidente o que quero, podia ter pensado. Se este homem é o Messias, devia saber…”. Mas Bartimeu não cria esses problemas e responde simplesmente: “Mestre, que eu veja” (Mc 10, 51).

Cristo escuta o pedido do cego e não o recusa. Tinha desejado acolher a sua fraqueza, mas parece que desejava com mais intensidade receber esse ato de fé na sua capacidade para o curar e reconhecer quem era. “Jesus disse: "Vai, a tua fé te curou". No mesmo instante, ele recuperou a vista” (Mc 10, 52). Com estas palavras, Jesus interpreta com autoridade a atitude de Bartimeu e oferece um ensinamento aos que contemplam a cena. A perseverança de Bartimeu na oração – mesmo diante da rejeição dos outros –, bem como a sua prontidão para obedecer à chamada e o seu desprendimento de tudo o que possui não eram consequência de um carácter irreflexivo, de ambições pessoais ou de desejo de protagonismo, mas sim da sua fé. Uma fé que se teria ido enraizando pouco a pouco no seu coração depois de ter ouvido falar de Jesus. Quem sabe se já teria gritado por dentro para clamar pela sua cura. Em todo o caso, a fé que o moveu a pedir com insistência e a superar as dificuldades, depois de ser reforçada pela ação de Cristo, leva-o também a transformar-se em discípulo: “E seguia Jesus pelo caminho” (Mc 10, 52), conclui o relato.

O Evangelho não torna a falar desta personagem. Podemos supor que já não estaria à beira do caminho pedindo esmola, mas que iria ao encontro das pessoas para lhes contar o que tinha significado na sua vida esse encontro com Jesus. Se antes não conseguia calar-se ao saber que o Messias estava perto, que faria depois de ter sido chamado e curado pelo Mestre? A Virgem Maria nos ajudará a nos aproximarmos do seu Filho com a fé de Bartimeu para lhe pedirmos luz e força para segui-lo no caminho.

[1] São Josemaria, Amigos de Deus, n. 195.

[2] Francisco, Homilia, 4-III-2016.

[3] San Josemaria, Amigos de Deus, n. 196.

Fonte: https://opusdei.org/pt-br

Racismo: até quando?

Basta de racismo! \ TJDFT

RACISMO: ATÉ QUANDO?

Cardeal Sergio da Rocha 
Arcebispo de Salvador (BA)

O grave e preocupante problema do racismo no futebol veio à tona novamente, ocupando grande parte da mídia, devido ao caso ocorrido na Espanha, atingindo duramente o jogador brasileiro conhecido como Vinícius Júnior (Vini), vítima também de outras manifestações. Infelizmente, o racismo persiste no cenário contemporâneo, causando dor e indignação na vida de inúmeras pessoas e de suas famílias, deixando feridas abertas e cicatrizes profundas. 

Uma sociedade, de fato democrática, não pode tolerar manifestações racistas, seja nas arenas dos esportes, seja nos campos da vida.  Embora atingindo também outros grupos sociais, o preconceito racial e étnico atinge, sobretudo, a população negra. Passos significativos e portadores de esperança têm sido dados na legislação civil para a superação desta chaga social, principalmente através da penalização dos infratores.  Mas o caminho a percorrer é longo para a sua erradicação, exigindo sempre mais efetividade na aplicação da justiça, mas também no âmbito da prevenção, através de uma nova cultura fundamentada na dignidade inviolável de cada pessoa, no respeito às diversas culturas e raças, na convivência fraterna e pacífica. Os poderes públicos têm muito a fazer no combate ao racismo, mas é preciso um esforço permanente e incansável envolvendo a sociedade civil organizada, as escolas, as universidades e as diversas confissões religiosas, dentre outros. Além disso, cada um pode contribuir muito para a superação do preconceito racial nos ambientes em que vive, jamais justificando ou reproduzindo atitudes preconceituosas. A resposta à pergunta “até quando” depende também de cada um de nós. Não se pode perder a capacidade de indignação ética diante de manifestações racistas. O desrespeito e a banalização da vida, com as suas várias expressões, não podem ser incorporados ao cotidiano como algo tolerável ou inevitável. 

O racismo é sempre desumano e desumanizador; representa uma grave ofensa ao Criador e a negação do amor ao próximo ensinado por Jesus. A dignidade está inerente à condição de ser humano; não ocorre por concessão de alguma pessoa ou instituição social. É um dado antropológico a ser reconhecido e tutelado pelas instituições sociais, que não podem jamais ignorá-la ou permitir a sua violação. O não reconhecimento da real dignidade de cada pessoa, por diversos motivos, como a cor da pele, a cultura, a religião ou a condição social, gera desrespeito, discriminação, violações à vida e aos seus direitos fundamentais. O ser humano, “imagem e semelhança” de Deus, possui uma dignidade incomparável, a ser reconhecida em qualquer condição ou situação. Entretanto, as pessoas ou grupos mais vulneráveis, as vítimas de injustiças e preconceitos, necessitam de maior atenção e solidariedade. O caso de racismo no futebol nos leve a estar vigilantes e comprometidos com a superação dos preconceitos e da intolerância nas arenas da vida.

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Por trás de cada trabalhador há uma família, diz o papa a empresários da América Latina

O papa saúda a filha de um membro da orquestra após a audiência geral. / Vatican Media

Por Almudena Martínez-Bordiú

Vaticano, 01 Jun. 23 / 10:05 am (ACI).- "Por trás de cada trabalhador há uma família e a sociedade como um todo”, disse o papa Francisco hoje (1º) ao receber no Vaticano os membros do Conselho Empresarial da América Latina.

Em seu discurso, o papa Francisco disse que os empresários reunidos em Roma, Itália, estão trabalhando nestes dias para enfrentar os problemas sociais “que afetam a todos nós”; como trabalho, migração, mudança climática ou desenvolvimento humano integral.

Francisco os aconselhou a abordar o seu trabalho “a partir de uma cultura do encontro” e disse que os valores dessa cultura “são aqueles que inspiram o mundo empresarial para poder se defender das sombras do mal”.

Para o papa Francisco, essas “sombras” são aquelas que invadem os empresários “quando o lucro a todo custo distorce as nossas relações a ponto de degradar ou escravizar as próprias pessoas”.

Ele disse que a cultura do encontro, ao contrário, “expressa a busca pelo bem comum, ajudando assim a dissipar essas sombras”.

“E estes valores devem ser traduzidos concretamente nos inúmeros esforços e sacrifícios diários que as suas empresas fazem para progredir, formar e atualizar os seus trabalhadores, evitar conflitos e evitar a dor da demissão, também conscientes de que por trás de cada trabalhador há uma família e a sociedade como um todo”.

O papa Francisco os encorajou a ser “como os primeiros seguidores de Jesus, construtores de redes”.

“O serviço que prestam não é abstrato, mas para cada pessoa e para cada povo”, disse Francisco, acrescentando que por isso é necessário agir em conjunto, “sem passar por cima de ninguém e sem deixar ninguém para trás. Um desafio bastante complexo”.

Francisco falou da "valiosa ferramenta das redes" e os convidou a usar o Evangelho como "bússola" e a nunca perder "a âncora da esperança". “E agora podemos navegar, com a confiança de que é Deus quem nos guia e nos acompanha na estrada”, concluiu.

Fonte: https://www.acidigital.com/

JMJ 2023: organização do encontro de Lisboa quer chegar aos 30 mil voluntários

Lisboa, Santarém e Setúbal: Dioceses de acolhimento da JMJ 2023

Os voluntários da JMJ devem ter disponibilidade total para acompanhar o encontro entre 23 de julho e 7 de agosto.

Rui Saraiva – Portugal

Na terça-feira 30 de maio, o programa Ecclesia da RTP2, conduzido pelo jornalista Paulo Rocha, transmitiu uma entrevista a dois voluntários da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) de Lisboa, Manuel Ravara e Heloísa Bajerski.

O Manuel é português e colabora com a Direção de Acolhimento e Voluntariado. Assinala que o “número ideal” de voluntários “seriam os 30 mil” para um trabalho para o qual “mais de 25 mi voluntários já começaram o seu processo de inscrição”.

Mais de 25 mil voluntários já começaram inscrição

“Mais de 25 mil voluntários já começaram o seu processo de inscrição, cerca de 20 mil já concluíram a inscrição. Estamos contentes, com este número já conseguimos organizar a jornada, mas continuamos a chamar voluntários, para chegar ao nosso número ideal, que seriam os 30 mil”, revelou o voluntário.

Os voluntários podem colaborar em áreas tão diferentes como a logística, a pastoral ou a comunicação. Manuel Ravara, é um estudante de engenharia mecânica, que está a gerir o contacto com os voluntários ajudando na inscrição que decorre até dia 5 de junho.

“Nós temos inscrições de voluntários de mais de 100 países diferentes”, adiantou Manuel Ravara nesta entrevista sublinhando que o convite do voluntariado é feito para todos.

A Heloísa Bajerski, por sua vez, é uma jovem brasileira com formação em comunicação e que está a colaborar na divulgação da Jornada de Lisboa sobretudo nas redes sociais.

“Neste momento da minha vida, parece que tudo se encaixou”, referiu a jovem que está em Lisboa há cerca de uma semana e que vai participar pela primeira vez numa JMJ.

“Há um desafio muito grande, de levar a mensagem, de divulgar a Jornada de Lisboa. O digital é uma ajuda, estamos presentes nas redes sociais, no site, na aplicação, com mais de 20 páginas de Facebook, 5 perfis no Instagram, para tentar alcançar o maior número de pessoas”, revelou Heloísa.

A Agência Ecclesia informa que para se ser voluntário na JMJ Lisboa 2023, é necessário ter mais de 18 anos, à data de 23 de julho, e ter disponibilidade total para acompanhar a Jornada entre 23 de julho e 7 de agosto, em Lisboa.

Os voluntários centrais são aqueles que colaboram nas tarefas e atividades relacionadas com os eventos centrais da Jornada: os encontros com o Papa, o Festival da Juventude, os eventos de abertura, a Cidade da Alegria ou os pontos de informação na cidade, entre outros.

Os voluntários paroquiais ajudam nos eventos e necessidades que vão existir nas paróquias que acolhem a JMJ Lisboa 2023, após uma formação específica e a formação de equipas, com os respetivos chefes.

Os voluntários deverão colaborar em tarefas muito concretas como a informação aos peregrinos ou a distribuição dos kits e da alimentação.

As dioceses de acolhimento desta JMJ são Lisboa, Santarém e Setúbal.

Laudetur Iesus Christus

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

São Justino e as sementes do Verbo

Public Domain

Por Reportagem local

Trata-se de um conceito iluminador sobre como Deus vai preparando todo ser humano para conhecer e aderir à Verdade plena.

O mártir São Justino (100-165) foi um filósofo leigo a quem o Papa Emérito Bento XVI definiu como “o mais importante dos Padres Apologistas do segundo século”.

Um apologista é aquele que faz uma apologia, ou seja, uma defesa de uma ideia ou doutrina, contestando argumentos contrários. Justino escreveu diversos textos apologéticos em defesa do cristianismo nascente, em particular um que é intitulado simplesmente “Apologias” e outro conhecido como “Diálogo com o Judeu Trifão“.

Nessas obras, como resume o Papa Bento, São Justino trata do “projeto divino da criação e da salvação que se realiza em Jesus Cristo, o Logos, isto é, o Verbo Eterno, a Razão Eterna, a Razão Criadora“, bem como faz uma “crítica implacável em relação à religião pagã e aos seus mitos, por ele considerados diabólicas despistagens no caminho da verdade“.

Trajetória

Os pais de Justino eram pagãos de origem grega que lhe deram excelente educação em filosofia, literatura e história. O jovem, que nasceu na Samaria, começou a ler as Sagradas Escrituras depois de encontrar um ancião que falou da religião cristã como “a única que fala de Deus devidamente e de maneira que a alma fica plenamente satisfeita“. É sobre esta experiência, aliás, que ele fala em sua obra “Diálogo com o Judeu Trifão“.

Justino tinha em torno de 30 anos quando se converteu.

Mais tarde, ele fundou em Roma uma escola em que ensinava a religião cristã, entendida como aquela que contém a verdadeira filosofia e a arte de viver de forma correta.

Essa apologia lhe rendeu o martírio por decapitação, já que a pregação da religião cristã era brutalmente reprimida pelo paganismo então oficial no Império Romano.

As “sementes do Verbo”

Uma das ideias mais inspiradas da obra de São Justino, e muito elogiada pelo Papa Bento XVI, é a das “sementes do Verbo”: Justino afirmou todo homem participa do Logos, ou seja, do Verbo Eterno de Deus, e, portanto, traz em si uma “semente do Verbo”, que pode germinar e chegar à plenitude. Isto quer dizer que em cada cultura humana existem sementes da Verdade que podem frutificar, à medida que os mitos vão cedendo espaço ao reconhecimento da Verdade plena, revelada por Deus ao longo da história e culminada em Cristo, que é a própria Verdade, Caminho e Vida.

Segundo Bento XVI, “a obra de Justino marca a opção decidida da Igreja antiga pela filosofia, mais pela razão do que pela religião dos pagãos“. Antes ainda, São João Paulo II já havia escrito sobre ele na importantíssima encíclica “Fides et Ratio“: Justino foi um “pioneiro de um encontro positivo com o pensamento filosófico, ainda que no sinal de um cauto discernimento“.

O Magistério da Igreja também reforça, na “Dominus Iesus“, número 12, que “é o Espírito que infunde as ‘sementes do Verbo’, presentes nos ritos e nas culturas, e as faz amadurecer em Cristo“.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

quarta-feira, 31 de maio de 2023

O Papa: Matteo Ricci seguiu o caminho do diálogo e da amizade com todas as pessoas

Audiência Geral | Vatican News

O estudo e a formação despertam interesse e admiração, mas é a coerência da vida cristã que atrai, disse Francisco na Audiência Geral referindo-se à missão do jesuíta que, superando dificuldades e perigos, conseguiu entrar no grande país asiático há 500 anos e anunciar a fé cristã, modelo de inculturação.

Mariangela Jaguraba - Vatican News

A catequese do Papa Francisco na Audiência Geral, desta quarta-feira (31/07), teve como exemplo de zelo apostólico o pe. Matteo Ricci, italiano que foi à China.

"Natural de Macerata, na região das Marcas, depois de ter estudado nas escolas dos jesuítas e de ter entrado na Companhia de Jesus, entusiasmado pelos relatórios dos missionários, como muitos outros jovens, seus companheiros, pediu para ser enviado para as missões do Extremo Oriente. Depois da tentativa de Francisco Xavier, mais vinte e cinco jesuítas procuraram, sem sucesso, entrar na China", sublinhou o Papa.

De acordo com Francisco, "Matteo Ricci e um de seus confrades se prepararam muito bem, estudando cuidadosamente a língua e os costumes chineses, e no final conseguiram estabelecer-se no sul do país. Foram necessários dezoito anos, com quatro etapas em quatro cidades diferentes, antes de chegar a Pequim, que era o centro. Com constância e paciência, animado por uma fé inabalável, Matteo Ricci conseguiu superar dificuldades e perigos, desconfianças e oposições. Ele seguiu sempre o caminho do diálogo e da amizade com todas as pessoas que encontrou, e isto abriu-lhe muitas portas para o anúncio da fé cristã".

Comportamento de inculturação

A sua primeira obra em língua chinesa foi precisamente um tratado "Sobre a amizade", que teve grande ressonância. Para se integrar na cultura e na vida chinesas, num primeiro período vestia-se como os bonzos budistas, conforme o costume do país, mas depois compreendeu que a melhor maneira era assumir o estilo de vida e os trajes dos eruditos. Estudou profundamente os seus textos clássicos, a fim de poder apresentar o cristianismo em diálogo positivo com a sua sabedoria confucionista e os usos e costumes da sociedade chinesa. Isso se chama um comportamento de inculturação. Estes missionários souberam “inculturar” a fé cristã em diálogo com a cultura grega.

Segundo o Papa, "a sua excelente preparação científica suscitava o interesse e a admiração dos homens cultos, começando pelo seu famoso mapa-múndi, o mapa de todo o mundo então conhecido, com os diferentes continentes, que revela aos chineses, pela primeira vez, uma realidade fora da China muito mais vasta do que pensavam". 

De acordo com o Papa, "os conhecimentos matemáticos e astronômicos de Ricci e de seus seguidores missionários contribuíram para um encontro fecundo entre a cultura e a ciência do Ocidente e do Oriente, que então viverá uma das suas épocas mais felizes, no sinal do diálogo e da amizade. Com efeito, a obra de Matteo Ricci nunca teria sido possível sem a colaboração de seus grandes amigos chineses, como os famosos “Doutor Paulo” (Xu Guangqi) e o “Doutor Leão” (Li Zhizao)".

A coerência dos evangelizadores

"No entanto, a fama de Ricci como homem de ciência não deve obscurecer a motivação mais profunda de todos os seus esforços: o anúncio do Evangelho. A credibilidade obtida mediante o diálogo científico conferia-lhe autoridade para propor a verdade da fé e da moral cristã, que ele debate de modo aprofundado nas suas principais obras chinesas, como O verdadeiro significado do Senhor do Céu", sublinhou Francisco. "Esses missionários rezavam, pregavam, se moviam, faziam jogadas políticas, tudo isso, mas rezavam. É o que alimenta a vida missionária, uma vida de caridade, ajudavam os outros, humildade e um total desinteresse por honras e riquezas que levam muitos dos seus discípulos e amigos a aceitar a fé católica porque viam um homem tão inteligente, tão sábio, tão astuto, no bom sentido da palavra, para fazer as coisas e tão fiel, que diziam: O que prega é verdadeiro, é uma personalidade que dá testemunho", disse ainda o Papa.

“Testemunha com a própria vida o que anuncia. Esta é a coerência dos evangelizadores. Isso cabe a todos nós cristãos que somos evangelizadores. Eu posso rezar o Credo de cor, posso dizer todas as coisas que acreditamos, mas se a vida não for coerente com isso, não serve a nada. O que atrai as pessoas é o testemunho de coerência. Nós cristãos vivemos o que pregamos. Não fazer de conta de viver como cristãos e depois viver como mundanos. Fiquem atentos! Olhando para esses missionários, esse era italiano, a força maior é a coerência. Eles são coerentes.”

"Matteo Ricci faleceu em Pequim, em 1610, aos 57 anos. Um homem que dedicou toda a sua vida à missão. O espírito missionário de Mateo Ricci é um modelo vivo atual. O seu amor pelo povo chinês é um modelo, mas o que é uma estrada atual é a coerência de vida, o testemunho de sua vida como cristão. Ele levou o cristianismo à China. Ele é grande porque é um grande cientista, ele é grande porque é corajoso, ele é grande porque escreveu muitos livros, mas sobretudo é grande porque foi coerente com a sua vocação, coerente com o desejo de seguir Jesus Cristo. Irmãos e irmãs, hoje nós, cada um de nós, se pergunte: "Sou coerente ou sou um pouco mais ou menos?", concluiu Francisco.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Veja como dizer “Cristo ressuscitou” em mais de 30 idiomas

Ressurreição, de Carl Heinrich | Wikimedia Commons | Domínio Público

Por Cerith Gardiner

Alguns desses idiomas podem ser um pouco mais difíceis de se pronunciar, mas é muito interessante conhecer tantas maneiras de divulgar a máxima Boa Nova do cristianismo.

O tempo da Páscoa chega ao fim com o Pentecostes, mas nunca é tarde para proclamar a todos que Cristo ressuscitou!

De fato, esta é uma verdadeira saudação pascal em muitas culturas cristãs, sobretudo orientais – e nelas também se costuma responder: “Verdeiramente, Ele ressuscitou“.

A St. Constantine School, uma escola ortodoxa oriental em Houston, no Texas, registrou em mais de 30 idiomas a declaração de que Cristo ressuscitou, bem como as traduções da tradicional resposta recém-mencionada.

Alguns desses idiomas podem ser um pouco mais difíceis de se pronunciar, mas é muito interessante conhecer tantas maneiras de divulgar a máxima Boa Nova do cristianismo.

Do próprio idioma de Cristo, o aramaico, até o inglês, língua franca da atualidade, as diferentes gravações da frase estão repletas da mesma alegria espiritual em copta e em tcheco, em francês e em espanhol, em russo e finlandês, em árabe e italiano, em nepalês e grego, em georgiano e galês, em latim e crioulo hatiano, em romeno e alemão, em português e havaiano, em amárico e farsi, em hebraico e polonês, em mandarim e norueguês, em gaélico e na língua de sinais americana.

https://youtu.be/-zpy8XWXs_M

Fonte: https://pt.aleteia.org/

"Faz com que o teu alimento seja o teu remédio": Projeto Quinoa promove estilo de vida saudável

Os participantes no Projeto Quinoa recebem um pequeno livro de receitas e um saquinho de quinoa para levar para casa, após uma sessão sobre a nutrição e uma demonstração culinária (Foto: Catherine McWilliams)  (Foto Credit Catherine McWilliams)

A luta contra a fome das famílias pobres de trabalhadores migrantes em Long Island, uma ilha na costa leste dos Estados Unidos, inspirou a Irmã Maria Jesús a criar um projeto de nutrição beneficente intitulado "A quinoa é um super alimento". Várias famílias conseguiram melhorar sua nutrição e, portanto, seu bem-estar graças à iniciativa.

Catherine McWilliams e Andrea Morale

Filha da Sabedoria, a irmã Maria Jesús Pinedo Aguilar, partilha a alegria de cozinhar a quinoa e os incríveis benefícios nutricionais deste antigo “superalimento” com a comunidade cristã de imigrantes da paróquia de Santo Hugo de Lincoln em Huntington Station, Nova Iorque.

A luta contra a fome das famílias de trabalhadores imigrantes pobres em Long Island foi exacerbada pela pandemia e pela inflação económica. Graças a um apoio generoso, a irmã Maria ajuda estas famílias com um projeto nutricional benéfico intitulado «A quinoa é um superalimento». Rica fonte de proteínas, minerais, vitaminas e outros nutrientes, a quinoa tornou-se popular devido aos seus muitos benefícios para a saúde.

A inspiração na base do projeto

Quando imaginou o projeto pela primeira vez, a irmã Maria estava a desempenhar o seu ministério com a comunidade cristã de imigrantes da paróquia. Eles falavam-lhe das dificuldades que tinham em fornecer refeições saudáveis às suas famílias quando regressavam a casa cansados após muitas horas de trabalho. «Nas minhas conversas com os imigrantes, tive modo de conhecer as suas esperanças, preocupações e sofrimentos», escreve na descrição do projeto. A irmã Maria cita a preocupação de um paroquiano: «Chego a casa cansado depois de horas de trabalho; a única coisa que quero é descansar, dormir, mas também tenho fome... Tomo banho e saio para comprar comida barata, mas estou preocupado porque não é suficientemente nutriente».

A irmã Maria sabia que devia dar a sua contribuição para resolver o problema e ajudar a comunidade de imigrantes a comer alimentos mais saudáveis. Juntamente com as suas irmãs Filhas da Sabedoria, Marilyn Soeder, Bernadette Sassone e Teresa de Jesús Aguilar Avila, já se tinha dedicado há muitos anos ao serviço da comunidade de imigrantes da paróquia como parte da Comunidade intercultural da sua Congregação, iniciada em 2015. O seu objetivo é oferecer serviços humanos e espirituais à comunidade cristã de imigrantes.

Ir. Maria partilha várias receitas com os participantes, que têm a oportunidade de as preparar e experimentar durante a aula (Foto: Ir. Marilyn Soeder, DW)

A comunidade por detrás do projeto

A irmã Maria refletiu e rezou a fim de  encontrar um modo para resolver este problema relacionado com a nutrição. Falou com o pároco, padre Robert Smith, que apoiou a sua ideia do Projeto Quinoa. Ela pediu à direção das Filhas da Sabedoria uma contribuição para financiar a compra de quinoa e a impressão de pequenos livros de receitas para distribuir às famílias. As suas irmãs responderam com um generoso apoio e encorajamento ao projeto. A irmã Maria encontrou então um fornecedor que estava disposto a oferecer  sacos de quinoa a um custo reduzido.

Os benfeitores apoiam o projeto

Graças a generosos benfeitores, foi possível concretizar o projeto. A partir de maio de 2021, a irmã Maria começou a convidar membros da comunidade de imigrantes para uma apresentação sobre os benefícios da quinoa para a saúde, partilhando também alguns pratos preparados à base de quinoa e uma bebida saudável e refrescante à base de fruta. Desde então, o programa continuou com grande sucesso, com apresentações a grupos de mulheres e homens e ao grupo de jovens da paróquia. A oração é um componente importante das apresentações, e a irmã Maria frisou que «a vida é um dom que Deus nos oferece com amor». Ela também cita Hipócrates, o pai da medicina, que diz: «Deixa que o teu alimento seja o teu remédio».

Cada sessão começa com a oração (Foto: Catherine McWilliams)

A parte educativa do projeto

«O nosso corpo é uma máquina perfeita», disse a irmã Maria a um grupo de jovens de língua espanhola, falando sobre a importância de comer alimentos ricos em potássio, magnésio, proteínas, gorduras boas, fibras, vitaminas a, c e d; e uma dieta saudável para o coração que inclua uma variedade colorida de vegetais, frutas, legumes e grãos e, naturalmente, quinoa. «A quinoa é um maravilhoso superalimento», disse-lhes, explicando que contém muitos nutrientes essenciais para a saúde.

Julio Velasquez, responsável do grupo de jovens, disse que o programa educativo da irmã Maria sobre a quinoa está realmente a fazer a diferença na ajuda às famílias hispânicas imigrantes que frequentam a paróquia. Elas levam agora uma vida mais saudável, fazendo melhores escolhas alimentares. «Isto ajuda as nossas famílias a ser saudáveis», disse. «Ajuda as nossas famílias a fazer melhores escolhas sobre o que comer».

«Estou muito grata à irmã Maria e ao modo como ela nos ensina a alimentar-nos. E a comida estava fantástica», disse Patricia Alcantara, que assistiu à apresentação. «Hoje aprendi tantas coisas —  até agora desconhecidas para mim — sobre o modo  como a comida pode ser um remédio».

Aprender uma correta nutrição é fundamental para cada apresentação (Foto: Catherine McWilliams)

Sobre a irmã Maria

Tendo crescido no Peru, a irmã Maria sempre viu a sua mãe usar quinoa em sopas, saladas e sobremesas para a família, amigos e vizinhos necessitados. «A minha mãe nasceu e cresceu na região dos Andes, onde a quinoa é cultivada... Ela sabia que era um superalimento», recorda a irmã Maria. «Na oração, lembrei-me da minha mãe e do modo como ela preparava a comida todos os dias com alegria e sacrifício. Ela sabia como combinar os alimentos de acordo com o seu valor nutricional, e eram deliciosos». E acrescenta: «A minha mãe trabalhava muito e ajudava muitas pessoas pobres».

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF