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segunda-feira, 19 de maio de 2025

Doutor da igreja, cantor, inventor do celibato: conheça todos os papas Leão da história

Papa Leão XIV acena para fiéis na Praça São Pedro — Foto: Reuters/Stoyan Nenov

Doutor da igreja, cantor, inventor do celibato: conheça todos os papas Leão da história

Escolha do nome papal de Robert Francis Prevost, o Leão XIV, pode dar pistas sobre o futuro de seu pontificado.

Por Daniel Médici, Ana Montoro, g1

11/05/2025

Ao ser escolhido para o cargo mais importante da Igreja Católica, o então cardeal Robert Prevost decidiu adotar o nome de Leão XIV.

A tradição de trocar de nome remete a Jesus Cristo, que, segundo o Novo Testamento, mudou o nome do pescador Simão para Pedro — os papas são considerados pela Igreja sucessores do apóstolo.

O nome escolhido também pode dar pistas daquilo que um novo papa almeja para seu pontificado. Jorge Bergoglio, por exemplo, adotou o nome de Francisco para remeter a um papado marcado pela simplicidade e que desse atenção aos pobres, em referência a São Francisco de Assis.

Ao contrário de Francisco, inédito até então, Leão é um dos nomes papais mais comuns da história. Neste sábado, o novo papa disse ter se inspirado em Leão XIII (1878-1903), que abordou a questão social no contexto da primeira revolução industrial.

Conheça, a seguir a história de todos os 13 papas que já lideraram os católicos antes do americano.

Leão I (440 - 461)

O primeiro Papa Leão I — Foto: Divulgação / Vatican News

Leão I foi o 45º papa da Igreja Católica e um dos mais celebrados, conhecido como Leão Magno. De origem na aristocracia romana da Toscana, ele é considerado um Doutor da Igreja por sua contribuição para a Cristologia, disciplina da teologia que debate as essências divina e humana de Jesus.

Ele assumiu o papado em 29 setembro de 440, iniciando um pontificado que seria marcante para a centralização do governo da Igreja Romana. O pontífice permaneceu no cargo por 21 anos.

Um dos episódios marcantes de seu pontificado foi o encontro com Átila, líder dos hunos, um dos mais famosos artífices das invasões bárbaras. O encontro ocorreu perto de Mântua, no ano de 452. Segundo a história, após a conversa, Átila teria desistido de invadir Roma.

Leão foi o responsável por escrever o 'Tomo de Leão', uma carta enviada por ele ao patriarca de Constantinopla, Flaviano. O documento explica como Cristo tem duas naturezas, uma humana e outra divina, que não podem ser dissociadas. Durante o Concílio de Calcedônia, em 451, o documento foi aceito como uma explicação doutrinária da pessoa de Cristo.

A carta defende que Cristo não era de natureza humana, mas sim "o Verbo feito carne", ou seja, viveu em um corpo que foi criado diretamente para esse propósito, e não um corpo verdadeiramente derivado do corpo de sua mãe.

Leão Magno foi contemporâneo de Santo Agostinho, inspiração da ordem agostiniana da qual Leão XIV faz parte.

Leão II (682-683)

Papa Leão II — Foto: Divulgação / Vatican News

O segundo papa Leão nasceu na Sicília, por volta de 610, e teve um pontificado breve durante o período conhecido como Papado Bizantino, no qual os papas estavam sujeitos à aprovação do imperador bizantino, que controlava de Constantinopla o Império Romano do Oriente.

São Leão II, como é conhecido pela Igreja, manteve boas relações com o então imperador Constantino IV, o que lhe rendeu uma ajuda para trazer o arcebispado de Ravena (uma importante cidade medieval, localizada na atual Itália) novamente para o controle de Roma.

No campo teológico, ele ratificou a condenação ao monotelitismo, uma doutrina que defendia que Cristo tinha uma única essência, considerada a partir de então uma heresia. Tido como um grande cantor, ele também deu contribuições importantes para a música gregoriana.

Leão III (795-816)

Papa Leão III — Foto: Divulgação / Vatican News

Também considerado santo, ele foi o responsável por coroar Carlos Magno, seu protetor, como imperador na antiga Basílica de São Pedro, em Roma. O ato é considerado fundador do Sacro Império Romano-Germânico e ajudou a consolidar a ideia de que só o papa poderia coroar reis.

O imperador bizantino, no entanto, considerava Carlos Magno um usurpador, e as tensões contribuíram para a deflagração do processo que culminou no Grande Cisma Oriente-Ocidente, a separação entre as igrejas Apostólica Romana e Ortodoxa.

Leão IV (847-855)

Papa Leão IV — Foto: Divulgação / Vatican News

São Leão IV é conhecido por reconstruir Roma e diversas igrejas dos saques dos árabes sarracenos, frequentes na época na península Itálica. Ele reforçou as fortificações da cidade, construindo as Muralhas Leoninas, mas também tomou iniciativas para proteger outras cidades que eram alvos frequentes dos assaltos, como Civitavecchia.

Ele também ganhou fama de ter mão de ferro contra abusos cometidos por figuras eclesiásticas poderosas, censurando o arcebispo de Reims e excomungando um cardeal de forma a manter a obediência do clero a Roma.

Leão V (903)

Papa Leão V — Foto: Divulgação / Vatican News

Pouco se sabe sobre a vida do pontífice que governou durante o período conhecido como "Século Obscuro" da Igreja Católica, no século 10, dominado por conflitos internos e pela submissão do clero à aristocracia romana. Leão V foi papa entre agosto e setembro, até ser deposto e encarcerado por Cristóvão, hoje considerado um antipapa. Ele provavelmente foi morto na prisão.

Leão VI (928-929)

Papa Leão VI — Foto: Divulgação / Vatican News

Outro papa do "Século Obscuro" e de pontificado breve, de apenas sete meses. Sabe-se que foi escolhido pela senadora Marozia para o cargo, então matriarca de uma poderosa família em Roma, que havia ordenado a deposição de seu antecessor, João X.

Leão VII (936-939)

Papa Leão VII — Foto: Divulgação / Vatican News

Provavelmente um monge beneditino, ele também sucedeu um papa João (o XI), também aprisionado. Conseguiu mediar uma trégua, com a ajuda do abade de Cluny, entre o duque de Roma e o rei da Itália, que promovia um cerco à cidade. Sabe-se também que ele proibiu que o arcebispo de Mainz de batizar judeus à força em sua diocese —ao mesmo tempo em que permitiu a expulsão de judeus que recusassem o batismo.

Leão VIII (963-965)

Papa Leão VIII — Foto: Divulgação / Vatican News

Vinha de uma família da nobreza romana e um raro caso de um leigo que foi promovido a papa, Leão VIII é uma figura controversa, já que seu período à frente da Igreja conflita com o de João XII e Bento V, que também reivindicavam o trono de Pedro.

Ele foi nomeado pelo imperador do Sacro Império Romano Otto I e considerado atualmente por alguns pesquisadores um antipapa nos primeiros anos de seu pontificado, e papa no restante dele.

Leão IX (1049-1054)

Papa Leão IX — Foto: Divulgação / Vatican News

Bruno de Egisheim, nascido na Alsácia (atual França) em 1002, tornou-se um dos papas medievais mais importantes ao combater a simonia (compra e venda de cargos eclesiásticos) e o casamento de membros do clero. Uma de suas primeiras ações, inclusive, foi instituir formalmente o celibato na Igreja.

Pela bandeira da moralidade e por viagens a diferentes pontos da Europa, ele ajudou a consolidar a figura do papa mais como líder espiritual e menos como um senhor feudal. Isso não o impediu de chefiar pessoalmente uma campanha militar contra os normandos no sul da Itália, da qual saiu derrotado. Foi mantido prisioneiro e morreu pouco após a libertação.

Durante seu papado, as relações de Roma com o patriarca de Constantinopla se deterioraram, precipitando o Grande Cisma Oriente-Ocidente.

Leão X (1513-1521)

Detalhe do retrato do papa Leão X, pintado por Rafael Sanzio (1518-1520) — Foto: Reprodução

O nome Leão só volta a surgir entre os papas depois de quase 500 anos. Giovanni de Médici era o segundo filho de Lorenzo o Grande e membro da família de Florença conhecida por patrocinar alguns dos maiores artistas da Renascença italiana.

Seu papado ajudou Roma a se tornar novamente um grande centro cultural. Os trabalhos da atual Basílica de São Pedro foram acelerados —e pintores, escultores e arquitetos foram atraídos para a cidade.

O custo das obras, bem como das guerras empreendidas pelos Estados Papais, secou os cofres da Igreja. A venda de indulgências (perdão para os pecados), autorizada por Júlio II, seu antecessor, seguiu a todo vapor. Leão X também se envolveu em escândalos e foi acusado de viver com muitos luxos e pouca moralidade para os padrões católicos.

Isso fomentou a ira de alguns fiéis, entre eles Martinho Lutero, excomungado por Leão X no último ano de vida do papa. O luteranismo não foi visto por seu papado como uma grave ameaça, mas provocaria o Grande Cisma do Ocidente alguns anos depois e o surgimento do protestantismo.

Leão XI (1605)

Papa Leão XI — Foto: Divulgação / UOL

Outro membro da família Medici, Leão XI teve um dos pontificados mais breves da história, de 1º a 27 de abril de 1605. Foi ordenado padre já depois dos 30, após a morte de sua mãe, que não queria o único filho homem no clero.

Sua vitória no conclave foi patrocinada pelo rei da França, e vista como um ato de desafio dos cardeais ao rei espanhol. Escolheu o nome em homenagem a seu tio, Leão X. Aos 69 anos, porém, estava fraco e sucumbiu a uma febre, num período em que não havia medicamentos.

Leão XII (1823-1829)

Retrato do papa Leão XII por Charles Picqué (1828) — Foto: Reprodução

O cardeal Annibale della Genga já tinha 63 anos, idade considerada avançada no século 19, quando tornou-se papa. Ele era um candidato da ala reacionária da Igreja e, acredita-se, o fato de parecer estar à beira da morte ajudou a convencer os cardeais liberais a votarem nele para encerrar um conclave que se arrastava por quase um mês.

Leão XII sofreu com problemas de saúde ao longo de todo o seu pontificado, que durou surpreendentes cinco anos e meio. Como chefe dos Estados Papais, ele tentou reorganizar as finanças da nação, sem sucesso.

Também tomou decisões autoritárias, como a proibição de judeus de terem posses. Reverteu muitas reformas liberais de seu antecessor, Pio VII, e condenou a maçonaria, por considerar pagãos seus rituais secretos. Fez avanços nas relações exteriores da Igreja. Em retrospecto, é considerado um papa impopular.

Papa Leão XIII (1878-1903)

Papa Leão XIII — Foto: Reprodução/Vaticano

Vincenzo Giocchino Pecci também se tornou papa com a idade avançada, mas viveu para se tornar o terceiro pontífice mais longevo da história.

Ele disse ter escolhido seu nome pela admiração que tinha por Leão XII, sobretudo nas áreas de educação e diplomacia. Ao contrário daquele, porém, a reputação de seu pontificado sobreviveu aos dias atuais, e Leão XIII pode ter sido a principal inspiração para o nome escolhido por Robert Prevost.

Pela primeira vez em séculos, o papa não era mais chefe de Estado, já que seus territórios haviam sido anexados pelo Reino da Itália em 1870. Leão XIII foi considerado hábil na diplomacia, fortalecendo laços com diversos países europeus, embora Igreja e Itália mantivessem mútua desconfiança. O pontífice seguiu a política de seu antecessor, Pio IX, de se autodeclarar encarcerado no Vaticano pela Coroa italiana.

Na teologia, Leão XIII buscou recuperar o pensamento do pensador medieval São Tomás de Aquino — e por tabela, de Santo Agostinho.

Na visão dos arquivos do Vaticano e historiadores, Leão XIII foi um papa inovador para sua época, buscando conciliar a tradição da Igreja com os desafios do mundo moderno, especialmente nas áreas social, filosófica e diplomática.

Foi ele que publicou a famosa encíclica Rerum Novarum (1891), que abordou a questão operária, os direitos dos trabalhadores e a justiça social. Este documento é considerado o marco inicial da Doutrina Social da Igreja.

Leão XIII defendeu o direito dos trabalhadores a um salário e a condições de vida digna, ao mesmo tempo em que buscou se distanciar do socialismo, defendendo a livre iniciativa e a propriedade privada.

Embora houvesse antecedentes, foi apenas com Leão XIII e a Rerum Novarum que a Igreja passou a se posicionar de forma sistematizada sobre os problemas sociais e econômicos

Curiosamente, ele se posicionou contra o americanismo, uma tendência do catolicismo praticado nos EUA vista como como excessivamente liberal, com concessões excessivas à cultura americana.

Papa Leão XIV (2025)

Papa Leão XIV celebra sua primeira missa no Vaticano (Vatican News)

https://youtu.be/hMoDyKW-mME

https://g1.globo.com/mundo/noticia/2025/05/11/doutor-da-igreja-cantor-inventor-do-celibato-conheca-todos-os-papas-leao-da-historia.ghtml

LAUDATO SI': Amazônia e os jovens guardiões ambientais ribeirinhos

Gustavo Frazao | Shutterstock

Paulo Teixeira - publicado em 14/05/25

Cuidar da Casa comum e proteger o futuro

O Sínodo dos Bispos sobre a Amazônia destacou que “cabe a todos ser guardiões da obra de Deus”. Com fé e empenho, é importante que as comunidades assumam esse compromisso. Como Deus cuida de todos, também é importante que todos cuidem das coisas que Deus criou. Dessa forma, as comunidades da Amazônia são chamadas a ser protagonistas do cuidado e proteção da floresta e dos rios; também dos direitos dos povos e da evangelização.

Serviço

Na Arquidiocese de Palmas, no Tocantins, 45 agentes foram investidos como Guardiões ecológicos. Após um período de formação de seis anos, esses agentes receberam da Igreja o serviço de proteger e cuidar da Casa comum. 

Os guardiões realizaram no início do mês um retiro espiritual para ter sempre em mente que o ponto de partida da missão é contemplar a criação e que a missão espiritual impulsiona e precede a ação do agente de pastoral.

Os guardiões atuam, sobretudo, na conscientização das comunidades sobre a necessidade da conversão ecológica, também se empenharão na defesa do meio ambiente sob inspiração dos princípios da fé católica.

Preparação

No Amapá, um projeto chamado de Guardiões Ambientais Ribeirinhos. Já faz seis anos que a sede do Instituto Educacional Amapá Pará (IEAP), no arquipélago do Marajó, recebe jovens para a preparação para o cuidado com a natureza. Os encontros são presenciais e modulares, e a convivência comunitária favorece o aprendizado coletivo. Mais do que fornecer conteúdos e informações sobre a preservação, os encontros buscam debater as causas da degradação ambiental e as maneiras como defender o meio ambiente. 

O intuito é que os guardiões sejam agentes de transformação, que além de atuar na conscientização, possam promover práticas sustentáveis em suas casas e comunidades. Dois polos que orientam a formação são a ecologia integral e o bem-viver.

Fonte: https://pt.aleteia.org/2025/05/14/amazonia-e-os-jovens-guardioes-ambientais-ribeirinhos

Leão, e a Igreja, “pequeno fermento” de unidade e amor

Leão XIV (@VaticanNews)

As palavras da homilia do Bispo de Roma que inicia seu serviço aos irmãos.

Andrea Tornielli

“Fui escolhido sem qualquer mérito e, com temor e tremor, venho até vós como um irmão que deseja fazer-se servo da vossa fé e da vossa alegria, percorrendo convosco o caminho do amor de Deus, que nos quer a todos unidos numa única família”. Assim se apresenta o Papa Leão XIV, bispo missionário, neto de migrantes, 267º Bispo de Roma. As palavras simples e profundas da homilia da missa de início do seu ministério representam um programa que nos fala de uma alteridade e de um estilo.

Uma alteridade, porque em nosso mundo tão marcado pelas guerras, pelo ódio, pela violência, pelas divisões, a palavra humilde do Sucessor de Pedro proclama o Evangelho do amor, da unidade, da compaixão, da fraternidade, de um Deus que nos quer como única família. Uma alteridade porque pretende dar testemunho de amor, diálogo, compreensão, para derrotar o ódio e a guerra que começam no coração do homem, quer ele empunhe as armas contra o irmão, quer o crucifique com a arrogância das palavras que ferem como pedras.

E um estilo, porque Leão lembrou que o ministério de Pedro é o de ser servus servorum Dei. O seu é um serviço de amor e de oferta da vida pelos irmãos: “a Igreja de Roma preside na caridade e a sua verdadeira autoridade é a caridade de Cristo”. Não se trata, portanto, de “capturar os outros com a prepotência, com a propaganda religiosa ou com os meios do poder”, como em todas as épocas somos tentados a fazer, através do colateralismo, das estruturas, do protagonismo, do marketing religioso, das estratégias estudadas na mesa. Trata-se, ao contrário, “sempre e apenas de amar como fez Jesus”. Por isso, Pedro “deve apascentar o rebanho sem nunca ceder à tentação de ser um líder solitário ou um chefe colocado acima dos outros, tornando-se dominador das pessoas que lhe foram confiadas”. Pelo contrário, é-lhe pedido que ame mais. É-lhe “pedido que sirva a fé dos irmãos, caminhando junto com eles”.

Nestas últimas palavras, podemos reconhecer a imagem do Bom Pastor que o Papa Francisco tantas vezes nos apresentou. É a imagem do pastor que caminha à frente do rebanho para guiá-lo; no meio do rebanho para acompanhá-lo, sem se sentir superior ou separado; e também atrás do rebanho, para que ninguém se perca e para poder recolher os últimos, os mais cansados pela caminhada.

O bispo missionário que hoje ocupa a Cátedra de Pedro nos convida, portanto, a anunciar o Evangelho do amor, “sem nos fecharmos em nosso pequeno grupo nem nos sentirmos superiores ao mundo”. A Igreja é um povo de pecadores perdoados, sempre necessitados de misericórdia, que por isso mesmo deveriam ser “vacinados” contra qualquer complexo de superioridade, como seguidores de um Deus que escolheu o caminho da fraqueza e se rebaixou aceitando morrer na cruz para nos salvar. “Somos chamados a oferecer a todos o amor de Deus”, disse o Papa Leão, para estar na massa do mundo, “um pequeno fermento de unidade, de comunhão, de fraternidade” e assim lançar o olhar para longe, para ir ao encontro das perguntas, das inquietações e dos desafios de hoje.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF