Segundo o dicionário, a palavra vocação significa “inclinação que se sente para alguma coisa”. Apesar de seu significado amplo, para nós cristãos, a palavra vocação remete ao divino, faz pensar no propósito de nossa vida e na busca da vontade de Deus para cada um de nós. Para muitos a vocação não é mais uma dúvida. É uma certeza.
Foi por amor a Deus e movidos pela arrebatadora vocação ao sacerdócio, que na manhã deste sábado, 30 de junho, seis diáconos temporários se tornaram os mais novos membros admitidos à Ordem dos presbíteros, se tornaram sacerdotes sob os olhares atentos e emocionados de milhares de fiéis.
A cerimônia de Ordenação Sacerdotal foi realizada na Catedral Metropolitana de Brasília e presidida pelo arcebispo de Brasília, cardeal Sergio da Rocha e concelebrada pelos bispos auxiliares, dom Valdir Mamede, dom Marcony Ferreira, dom Leonardo Ulrich e dom José Aparecido, pelo bispo Diocesano de Assis (SP), dom Argemiro de Azevedo e por dom Valter Carrijo, bispo emérito de Brejo (MA). A Celebração contou também com a presença do clero da Arquidiocese.
Os novos sacerdotes são:
- Diácono Rafael da Silva Costa
- Diácono André Murilo Alves
- Diácono Daniel Isac da Costa
- Diácono Elizier Robuelto Salitamos
- Diácono Everton Vieira da Silva
- Diácono José Joaquim
Na Homilia, dom Sergio falou aos presentes sobre a verdadeira missão e a Igreja em saída, ressaltando os seguintes pontos:
Igreja em saída
“Não se escuta de longe o grito de quem pede socorro. Quem se aproxima, pode ver, pode escutar, pode se fazer ser solidário. Por isso, como tem insistido tantas vezes nosso querido Papa Francisco, é preciso sair ao encontro dos irmãos mais sofredores e acolher com caridade quem vem até nós. É preciso tomar a iniciativa e ir ao encontro dos que estão esperando o anúncio da Boa Nova do Evangelho. Para conhecer o campo da missão e a messe do Senhor não basta dados estatísticos ou redes sociais. É preciso sair do conforto da casa para entrar nas casas. É preciso visitar os doentes, conviver com os pobres, aconselhar os aflitos. Que os novos padres sejam de fato pastores que sentem compaixão das multidões cansadas e abatidas. ”
A oração
“A compaixão de quem sofre se expressa primeiramente através da oração. Diante da messe que é grande seguindo Jesus, é preciso rezar. Rezar assumindo com generosidade a própria condição de operário da messe do Senhor. O primeiro serviço sacerdotal é a intercessão pelo povo que acontece de modo especial na eucaristia, mas deve ser percebida e acompanhada na oração cultiva pela Igreja, principalmente pela oração cultiva pelo povo que é confiado a cada um de nós. ”
Simplicidade
“Os trabalhadores da messe são servidores do povo de Deus. Mas para assumir a condição de operário da messe não pode faltar essa atitude de serviço e de simplicidade. O sacerdote que se apresenta como servidor do povo de Deus vive na simplicidade. Padre não precisa e nem deve acumular coisas. Não necessita consumir tantos bens materiais para dar sentido a vida, para ter alegria. Por isso, seja simples no estilo de vida, estilo de quem se apresenta como trabalhadores da messe do Senhor. Disponibilidade para servir é o grande desafio no mundo em que vivemos marcado muitas vezes pela busca dos interesses próprios, das vaidades e da vida fácil. ”
Sacerdócio e missão
“A Igreja precisa de presbíteros dispostos a trabalhar em locais onde há multidões abatidas e cansada e ovelhas sem pastor. Por isso nem uma quadra, nem uma área residencial deve ficar sem a presença da Igreja, sem o pastoreio de nossos presbíteros. Por mais importantes e necessárias que sejam essas atitudes mencionadas, de compaixão de oração, de simplicidade, de disponibilidade para servir, nenhum trabalhador pode esquecer se que a messe é do Senhor. E ter presente que a messe é do Senhor traz esperança e confiança aos trabalhadores, não só os que assumem o ministério presbiteral, mas todo aquele que se coloca ao serviço de Deus. Por isso caminhem sempre com os olhos e corações voltados para o Senhor da Messe, pastor do rebanho. “Não tenhas medo Eu estou contigo para te defender”, diz o Senhor em Jeremias. “Eis que ponho as minhas palavras em sua boca”, por isso quem confia no Senhor não desanima perante as dificuldades nem desiste na missão quando se apresenta mais difícil, mas segue em frente sabendo que também é conduzido pelos braços do bom pastor. ”
Confiança
“Recordar que somos trabalhadores e não donos da messe, nos leva a conservar sempre a confiança em Deus, mas também nos leva a assumir nosso compromisso pastoral com redobrada responsabilidade. “Não descuides do dom da graça que tu tens”, afirma Paulo a Timóteo. Não se pode descuidar do dom recebido no Batismo, na Crisma, na Eucaristia, não se pode descuidar dos dons recebidos pela imposição das mãos no presbitério, conforme explícita São Paulo e como acontece hoje aqui. Coragem. ”
Texto e fotos: Kamila Aleixo
Arquidiocese de Brasília