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domingo, 15 de agosto de 2021

Papa no Angelus: a humildade é o segredo para alcançar o Céu

Papa Francisco no Angelus  (Vatican Media)

Francisco disse na sua alocução no dia da Solenidade da Assunção que "Maria, em sua pequenez, conquista os céus primeiro. O segredo de seu sucesso está precisamente em se reconhecer pequena e necessitada". Com Deus, somente aqueles que se reconhecem como nada são capazes de receber tudo.

Silvonei José - Vatican News

"No Evangelho deste domingo, Solenidade da Assunção da Santíssima Virgem Maria ao Céu, destaca-se o Magnificat. Este cântico de louvor é como uma fotografia" da Mãe de Deus. Maria 'alegra-se em Deus, porque olhou para a humildade de sua serva'. A humildade é o segredo de Maria. É a humildade que atraiu o olhar de Deus para ela." Estas são palavras do Papa Francisco antes do Angelus na solenidade da Assunção da Santíssima Virgem Maria, pronunciadas da janela de seu escritório no Palácio Apostólico do Vaticano diante dos fiéis e peregrinos reunidos na Praça de São Pedro. "O olho humano - continuou o Papa - busca a grandeza e fica deslumbrado com o que é vistoso. Deus, por outro lado, não olha para as aparências, mas para o coração e se encanta com a humildade. Hoje, olhando para Maria assunta, podemos dizer que a humildade é o caminho que leva para o céu":

A palavra 'humildade' vem do latim humus, que significa 'terra'", disse o Papa. É paradoxal: para chegar ao topo, ao céu, você tem que permanecer baixo, como a terra! Jesus ensina: "Aquele que se humilha será exaltado. Deus não nos exalta por nossos dons, por nossas riquezas e habilidades, mas por nossa humildade. Deus exalta quem se abaixa, quem serve. Maria, de fato, a si mesma não atribui outro 'título' a não ser de serva: ela é "a serva do Senhor". Ela não diz mais nada sobre si mesma, ela não busca mais nada para si mesma.

Hoje, então, - enfatizou Francisco - podemos nos perguntar: como vivo a humildade? Procuro ser reconhecido por outros, afirmar-me e ser elogiado, ou eu penso em servir? Eu sei escutar, como Maria, ou será que eu só quero falar receber atenção? Eu sei ficar em silêncio, como Maria, ou eu estou sempre falando? Será que sei dar um passo para trás, evitar brigas e discussões ou eu apenas tento me sobressair?

"Conquista os céus primeiro"

Maria, em sua pequenez, conquista os céus primeiro". O segredo de seu sucesso está precisamente em se reconhecer pequena e necessitada", sublinhou o Papa Francisco. Com Deus, somente aqueles que se reconhecem como nada são capazes de receber tudo. Somente aqueles que se esvaziam são preenchidos por Ele. E Maria é a "cheia de graça" precisamente por causa de sua humildade. Para nós também, a humildade é o ponto de partida, o início de nossa fé. É fundamental ser pobre em espírito, ou seja, necessitados de Deus. Aquele que está cheio de si mesmo não dá espaço a Deus, mas aquele que permanece humilde permite que o Senhor realize grandes coisas. O poeta Dante chama a Virgem Maria de "humilde e elevada mais do que criatura''.

O Papa Francisco disse em seguida que é bom pensar que a criatura mais humilde e alta da história, a primeira a conquistar os céus com toda si mesma, de corpo e alma, passou a maior parte de sua vida entre as paredes de sua casa, no cotidiano. Os dias da cheia de graça não foram muito impressionantes. Eram muitas vezes iguais, no silêncio: no exterior, nada de extraordinário. Mas o olhar de Deus sempre permaneceu sobre ela, admirado pela sua humildade, sua disponibilidade, pela beleza de seu coração, nunca tocada pelo pecado.  Esta é uma grande mensagem de esperança para nós; para você, que vive dias iguais, cansativos e muitas vezes difíceis.

Fiéis na Praça São Pedro - Angelus

Vamos celebrá-la hoje com o amor de filhos

Maria nos recorda hoje que Deus também chama você para este destino de glória - continuou o Papa. "Estas não são palavras bonitas, é a verdade. Não é um final feliz engenhosamente criado, uma ilusão piedosa ou uma falsa consolação. Não, é a pura realidade, viva e verdadeira como Nossa Senhora assunta ao Céu".

O Papa então convidou os fiéis presentes na Praça São Pedro: Vamos celebrá-la hoje com o amor de filhos, animados pela esperança de um dia estar com ela no Céu!

Francisco pediu então que todos rezassem a Nossa Senhora para que ela possa nos acompanhar no caminho da Terra para o céu. Pediu ainda a Nossa Senhora que nos recorde que o segredo do caminho está contido na palavra humildade. E que a pequenez e o serviço são os segredos para alcançar a meta''. 

https://youtu.be/GWSG5DNemnM

Fonte: Vatican News

A história da Assunção e por que é um dia de preceito em muitos países

Pintura da Assunção de Maria na Basílica de São Martinho de Tours
/ Crédito: Wikimedia Commons

REDAÇÃO CENTRAL, 14 ago. 21 / 08:00 am (ACI).- Os católicos de todo o mundo celebram a Solenidade da Assunção de Maria neste domingo, 15 de agosto, comemorando sua subida gloriosa ao céu.Embora o dia da celebração seja relativamente novo, sua história tem raízes nos primeiros séculos da igreja.

O numeral 1246 do Código de Direito Canônico indica que este feriado é um preceito, ou seja, uma solenidade na qual o católico é obrigado a participar da Missa.

No entanto, no mesmo numeral, indica-se que a “Conferência episcopal contudo pode, com aprovação prévia da Sé Apos­tólica, abolir alguns dias festivos de preceito ou transferi-los para o domingo”. Por esse motivo, em alguns países, não é obrigatório.

O Dr. Matthew Bunson, principal colaborador da EWTN, ressaltou que “à medida que a vida terrena da Virgem Maria chega ao fim, a Assunção nos ajuda a entender mais plenamente não apenas sua vida, mas também nos ajuda a sempre focar nosso olhar na eternidade".

“Vemos em Maria a lógica da Assunção como a culminação de sua vida. Um requisito eucarístico para esse dia é muito apropriado”, continuou.

O dogma da Assunção de Maria, também chamado "Dormição de Maria" nas igrejas orientais, tem suas raízes nos primeiros séculos da Igreja. A Igreja Católica ensina que quando Maria terminou sua vida terrena, Deus a elevou em corpo e alma ao céu.

Essa crença tem suas raízes nos primeiros anos da Igreja. Enquanto um local fora de Jerusalém foi reconhecido como o túmulo de Maria, os primeiros cristãos argumentavam que "não havia ninguém lá", assegurou Bunson.

De acordo com São João Damasceno, no Concílio de Calcedônia, em 451 d.C., o imperador romano Marciano solicitou o corpo de Maria, Mãe de Deus. São Juvenal, que era bispo de Jerusalém, respondeu “que Maria morreu na presença de todos os apóstolos, mas que seu túmulo, quando aberto a pedido de Santo Tomé, foi encontrado vazio; de onde os apóstolos concluíram que o corpo foi levado ao céu”.

No século VIII, por volta da época do papa Adriano, a Igreja começou a mudar sua terminologia, renomeando a festa do "Memorial de Maria" para a "Assunção de Maria", observou Bunson.

A crença na Assunção de Maria foi uma tradição muito estendida e uma meditação frequente nos escritos dos santos através dos séculos. No entanto, não foi definido oficialmente até o século passado.

Em 1950, o papa Pio XII fez uma declaração infalível "ex-cathedra" na Constituição Apostólica Munificentissimus Deus, definindo oficialmente o dogma da Assunção.

“Com a autoridade de nosso Senhor Jesus Cristo, dos bem-aventurados apóstolos s. Pedro e s. Paulo e com a nossa, pronunciamos, declaramos e definimos ser dogma divinamente revelado que: a imaculada Mãe de Deus, a sempre virgem Maria, terminado o curso da vida terrestre, foi assunta em corpo e alma à glória celestial”, escreveu o papa.

No decreto, que foi aprovado de antemão pelas dioceses de todo o mundo, o papa Pio XII examinou séculos de pensamento cristão e os escritos de vários santos sobre a Assunção de Maria.

“Temos ao longo da história da Igreja um testemunho quase universal disso. Temos este fio que recorre toda a história da Igreja em apoio ao dogma. Isso é significativo porque respalda a tradição da Igreja, mas também apoia uma compreensão mais profunda dos ensinamentos da Igreja de como confiamos nas reflexões de algumas das maiores mentes da mesma”, comentou Bunson.

O que também é notável sobre o dogma, acrescentou, é que ele "usa a voz passiva", enfatizando que Maria não subiu ao céu pelo seu próprio poder, como Cristo o fez, mas foi elevada ao céu pela graça de Deus.

Atualmente, a festa da Assunção está marcada como um grande dia de festa e de preceito em vários países, incluindo Estados Unidos.

O Dr. Bunson explicou que, em festividades importantes, é necessário destacar o significado real da celebração, enfatizando a necessidade de celebrar a Eucaristia naquele dia.

"Haveria algo mais apropriado do que, na Festa da Assunção da Mãe Santíssima, mais uma vez, centrar-se em seu Filho, na Eucaristia?", questionou.

Fonte: ACI Digital

SOLENIDADE DA ASSUNÇÃO DE NOSSA SENHORA

Nossa Senhora da Assunção | Vatican News

Dom Paulo Cezar Costa / Arcebispo de Brasília

Bendita és Tu entre as mulheres

A Igreja, neste domingo, olha para Maria assunta aos céus. A sua assunção “é singular participação na ressurreição de seu Filho e antecipação da ressurreição dos outros cristãos.” (Catecismo da Igreja Católica, 966). Olhando para a glória de Maria, os cristãos já veem realizado Nela aquilo que esperam. Contemplar a glória de Maria nos anima no caminho da fé, na vivência da fidelidade ao projeto de Deus.

A Palavra de Deus, narrada no Evangelho, apresenta a visita de Maria a Isabel. O texto bíblico diz que “Maria pôs-se a caminho para a região montanhosa, dirigindo-se apressadamente a uma cidade da Judéia”. Dirigir-se apressadamente mostra a mulher que busca realizar a vontade de Deus.  Esta imagem relembra que os mil afazeres e decisões, se não são colocados no horizonte de Deus, não atingem a totalidade da realidade. A história, os fatos, os acontecimentos, as grandes e pequenas decisões sem Deus não conseguem atingir a sua plenitude, pois partem de um olhar parcial da realidade.

Maria entrou na casa de Zacarias e saudou Isabel. O simbolismo da casa de Isabel relembra a vida familiar, relembra a Igreja doméstica tão valorizada neste tempo de pandemia. Maria entra na vida, na intimidade de Isabel e Zacarias. No encontro entre Maria e Isabel está inserido também um encontro simbólico entre Jesus e João Batista. O encontro destas duas grandes mulheres significa o encontro da Antiga e da Nova Aliança, o encontro entre a Promessa e a realização da Promessa. Isabel, embora mais idosa, manifesta sua submissão a Maria: “Bendita és tu entre as mulheres…”. A mesma realidade faz também o Batista que “estremeceu no ventre de Isabel”, para realizar, assim, a vocação de orientar para Jesus. Maria contempla, vê com seus olhos a maravilha da obra de Deus em Isabel, pois a estéril conceber só pode ser obra de Deus. E Isabel é tocada pela saudação de Maria: “Donde me vem que a mãe do meu Senhor me visite, pois logo que a tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança estremeceu de alegria no meu ventre” (43-44). Aqui já se expressa toda a fé da Igreja na mãe de Jesus, toda a veneração que a Igreja das origens tem por Maria e, ao mesmo tempo, a fé em Jesus Cristo. Maria é mãe do Filho de Deus.  Senhor é título de Cristo. Ele ressuscitado é proclamado Senhor. Proclamar que Jesus é o Senhor significa reconhecer a centralidade dEle na história e na vida humana. Submeter-se a Cristo e à sua mãe, como fazem Isabel e João Batista, não fere a autonomia humana, pois Cristo é a realização do ser humano. Somente no mistério de Cristo o homem encontra o que é ser homem e o ser humano realiza a sua vocação humana.

O Evangelho, na sua parte final, apresenta uma grande ação de graças de Maria ao Senhor da história. Num cântico cheio de citações do Antigo Testamento, Maria manifesta a grandeza de uma alma agraciada e agradecida por aquilo que Deus fez na história do seu povo e, hoje, na sua existência. Ela é a mulher humilde, que sabe que tudo que aconteceu na sua vida e história não é mérito seu, mas obra do Todo Poderoso. Seu grande mérito está em ter colocado a sua liberdade à disposição de Deus como Serva do Senhor.

Arquidiocese de Brasília

sábado, 14 de agosto de 2021

FAMÍLIA: A ternura do abraço

Foto Ilustrativa: Igor Alecsander by GettyImages
Por Dom Walmor Oliveira de Azevedo

Arcebispo de Belo Horizonte (MG)

A Igreja Católica, ao celebrar a Semana da Família, faz coro, ainda mais fortemente, com outras instituições da sociedade para mostrar a importância de se investir na família. O contexto familiar é escola onde se deve aprender a ternura que inscreve, em cada pessoa, o sentido da vida, dom inviolável. A ternura ultrapassa simples consideração melosa. Estrutura a conduta social na lei do amor e capacita cada ser humano para ser um dom na vida de seu semelhante. A missão que Jesus confiou a seus discípulos se efetiva no testemunho de pais e mães que, no dia a dia, permanecem fiéis ao mandamento maior, a vivência do amor, oferecendo as suas vidas pela família. Deste amor brotam a misericórdia e o perdão. O resultado é a fecundação do indispensável tempero da ternura, com a sua luz própria, direcionando corações para o rumo certo. Assim, reconhece-se um Evangelho da família, com capítulos que alicerçam dinâmicas qualificadas no amor. A ternura do abraço guarda, pois, um potencial estruturante – oferece à interioridade o equilíbrio nas relações interpessoais, configurando-as na modulação do amor.

O remédio da ternura leva à cura das dores do cansaço e das feridas, conforme ensina a família de Nazaré – oportuno se lembrar daquele doloroso episódio, a violência praticada pela arbitrariedade de Herodes. A ternura da Sagrada Família projetou luzes nas sombras da perseguição que ainda hoje envolvem tantas pessoas – o sofrimento das famílias de refugiados e dos descartados da sociedade. Há, pois, um Evangelho da família, que deve emoldurar a experiência de cada pessoa, garantindo laços de fraternidade. A família educa para a abertura ao outro, uma grande escola da fé, da liberdade e da convivência humana. Trata-se de uma escola indispensável. Sua ausência representa grande lacuna, que prejudica competências humanas tão necessárias para o bem viver.

Ternura e acolhimento no ambiente familiar

A experiência da fraternidade na família possibilita o aprendizado sobre a necessidade do cuidado com o semelhante, desenvolvendo, ao mesmo tempo, o gosto por conseguir ajudar alguém e a humildade para, em momento de necessidade, não recusar a ajuda oferecida. O Evangelho da família inclui o cultivo da solicitude, da paciência e do carinho, possibilitando chegar ao princípio cristão determinante: o outro, para além de sua condição e das suas circunstâncias, é sempre mais importante. Torna-se, pois, evidente que nenhuma experiência pode substituir a singularidade da família com o seu Evangelho. No contexto familiar, tem-se a oportunidade de crescer entre irmãos, uns cuidando dos outros, ajudando e sendo ajudados. Essa experiência forte da irmandade, embora com fadigas e desafios, capacita o ser humano para a sociabilidade, alicerçando a configuração das relações político-sociais. O círculo pequeno formado pelos cônjuges e seus filhos se alarga em uma grande família, possibilitando uma comunhão sempre mais profunda.

Exercício da solidariedade

O Papa Francisco faz um apelo, na Carta Encíclica sobre a alegria do amor na família: a família ampliada de cada pessoa deveria acolher, com muito amor, as mães solteiras, as crianças sem pais, as mulheres abandonadas que devem continuar a educação de seus filhos, as pessoas com deficiência que requerem muito carinho e proximidade, os jovens que lutam contra uma dependência, as pessoas solteiras, separadas ou viúvas que sofrem com a solidão, os idosos e os doentes que não recebem o apoio de seus filhos, incluir até mesmo os mais desastrados na condução de suas vidas. A Igreja tem a inegociável tarefa de anunciar o Evangelho da família, convocando para essa missão outras instituições. Uma tarefa que deve envolver, primordialmente, as famílias cristãs, testemunhando a alegria que enche o coração. Trata-se de importante semeadura, verdadeira obra de Deus. É preciso proporcionar a todas as famílias uma compreensão que lhes garanta a qualificação como escola de fé e de amor. O desafio permanente é não se contentar com um anúncio teórico e desligado dos problemas das pessoas. Deve-se oferecer a oportunidade do exercício da reciprocidade, na comunhão e na fecundidade. Esse exercício é um legado indispensável vivido com singularidade no contexto familiar. O equilíbrio humano e a competência na administração da vida estão profundamente vinculados à aprendizagem da reciprocidade.

A ternura do abraço é muito mais do que uma simples situação de aconchego envolvendo pais e filhos. Trata-se de lição que amadurece o ser humano na experiência insubstituível da reciprocidade. Permite desenvolver a competência para o exercício da solidariedade, sacrificando-se pelo bem do próximo, vencendo a mesquinhez. Quando não se aprende a reciprocidade carrega-se o peso do isolamento, do egoísmo, da inabilidade para seguir princípios morais. Reciprocidade não se aprende conceitualmente, mas a partir de vivências, particularmente aquelas que caracterizam a vida em família. Investir na família é, assim, imprescindível, oferecendo as condições materiais e humanas, espirituais e morais para que todos tenham a oportunidade de alicerçar a vida na rocha invencível do amor – experimentado na fé e na grandeza da alma, na ternura do abraço.

Fonte: https://formacao.cancaonova.com/

O RH se desumanizou?

Revista Cidade Nova

TRABALHO A área de Recursos Humanos enfrenta o dilema da agilidade e da diversidade propiciadas pelas plataformas de inteligência artificial e os desafios de manter o processo de recrutamento e seleção ainda humanizados.

por Cibele Lana   publicado em 02/08/2021

ASSIM como aconteceu com outras áreas, a pandemia também intensificou a digitalização da área de Recursos Humanos (RH) dentro das empresas. De uma hora para a outra, os processos de admissão, demissão, recrutamento e seleção passaram para o ambiente on-line, e a área também se viu responsável por auxiliar os colaboradores na transição para o trabalho remoto, por inovar em pacotes de benefícios para o “novo normal”, dentre outras ações bastante estratégicas para as organizações. 

Tal cenário alavancou também os negócios de empresas que vendem tecnologias de inteligência artificial para processos de recrutamento e seleção com a promessa de tirar do encargo dos profissionais de RH as tarefas mais operacionais. As ferramentas funcionam a partir de aprendizado de máquina (machine learning, em inglês) e, a partir de dados imputados no sistema, como questionários aplicados com todos os colaboradores, são propensas a triar e selecionar currículos de pessoas com o mesmo perfil ou mais “parecidas” com a cultura da empresa. 

É o caso da Gupy, uma das líderes de mercado nesse segmento. A empresa possui mais de 60 mil vagas publicadas todos os meses, mais de 20 milhões de usuários registrados na plataforma e cerca de 5 milhões de candidaturas a vagas mensalmente. “Nossa inteligência artificial ajuda a contratar a pessoa certa de forma ágil  para que o RH seja mais estratégico. Graças a todas estas soluções, ajudamos a economizar em média 50% no tempo de fechamento de vagas, 80% no esforço operacional do RH e 30% na rotatividade de pessoal”, diz Guilherme Dias, cofundador da Gupy. 

No entanto, apesar da inovação, o mercado de RH, pelo que parece, anda bem dividido sobre os reais benefícios de utilizar inteligência artificial em processos de contratação de pessoas. Líder de RH em uma grande empresa do setor alimentício, Marcos Ono decidiu estudar o assunto em sua dissertação de mestrado pela Fundação Getúlio Vargas.

“Todos os headhunters (profissionais que buscam candidatos qualificados no mercado) com os quais conversei falam que esse vai ser o maior fator de transformação nessa área nos próximos anos. As empresas muito grandes utilizam mais tecnologia, assim como a tecnologia tem um peso maior para cargos de entrada. No entanto, no caso de recrutamento de executivos o uso cai, pois aqui no Brasil o critério mais forte é o cultural, dos valores etc.”

Camila Machado é gerente geral de gente em uma grande empresa e atua com RH há 21 anos. A profissional diz acreditar que para algumas organizações muito grandes e com muitos ciclos de contratação e após muitos dados inseridos nas plataformas, elas possam ser mais assertivas, mas questiona de forma contundente a “velocidade” dos processos vendida pelas plataformas. “Na minha experiência, quanto mais rápido fazemos o processo, mas rápido é o insucesso. O custo da cadeira vazia é alto, mas no fim percebo que quando fazemos o processo muito rápido, a gente erra, porque faz parte do conhecimento da empresa e do candidato um tempo para que conversem, explorem etc.” 

Essas ferramentas vendem a possiblidade de contratações, além de ágeis, também com menos vieses, propiciando mais diversidade. Em alguns casos, as ferramentas podem ajudar, de fato, contribuindo para que a triagem dos currículos seja menos subjetiva, levando para o funil de contratação pessoas que não são conhecidas por sua etnia, orientação sexual, deficiências físicas etc. No entanto, Camila salienta que mesmo com o auxílio da tecnologia, a etapa final dificilmente não irá envolver uma entrevista com interação. “Isso pode ser um ganho marginal, mas não dá certo para tudo e nem para todas as posições.” 

OUTRA PERSPECTIVA

E para quem está do “outro lado”, como é enfrentar um processo seletivo automatizado? 

Amanda Carvalho precisou buscar por recolocação profissional recentemente e em um curto período participou de mais de 60 processos seletivos on-line, com a oportunidade de interagir com diversas dessas plataformas tecnológicas de recrutamento e seleção. “São muitas as etapas e todas as convocações são por e-mail. Quando você chega numa terceira ou quarta etapa, você sabe que tem o perfil e competências para aquele tipo de vaga e, por alguma razão, por algum crivo tecnológico, você não permanece no processo. E aí você recebe um feedback on-line também, com aquelas palavras iguais para todos. Então, a minha percepção é de que o RH se desumanizou”, argumenta. No primeiro processo em que Carvalho foi convocada para uma entrevista “presencial”, foi contratada. Para ela, o processo gera um sentimento enorme de frustração para as pessoas, que são excluídas dos processos com muitos “nãos” e sem um feedback humanizado para compreender como pode ser melhor. 

Amanda Carvalho conta ainda sua experiência sobre a robotização dos recursos humanos na rede social LinkedIn e já obteve mais de 22 mil curtidas na publicação. Pela confirmação do público, parece que a percepção da profissional resume bem o novo cenário: “O RH deve reinventar o processo seletivo em grande quantidade, mas não somente com ferramentas de agilidade. É preciso pensar numa forma de ser também mais humanizado”. 

Texto originalmente publicado na Revista Cidade Nova edição de Agosto 2021.

Fonte: https://www.cidadenova.org.br/

Redes sociais e o Detox digital

Netflix
Por Pe. Judinei Vanzeto

A necessidade de estimulação constante está ligada ao narcisismo, ao isolamento e ao novo individualismo.

O documentário “O Dilema das Redes” foi lançado em fevereiro de 2020 no festival de Sundance, nos Estados Unidos, mas o assunto ganhou o mundo após entrar para o catálogo da Netflix, sete meses depois.

O filme consiste-se em depoimentos de ex-executivos das maiores empresas do Vale do Silício e acadêmicos, onde transcrevem o vício e os impactos negativos das redes sociais na vida das pessoas, bem como as estratégias criadas para manipular a emoção e comportamento dos usuários da rede. 

Os depoimentos de “O Dilema das Redes” apontam como as experiências digitais, as recomendações automáticas, as notificações e publicações sugeridas funcionam como engodos para a população mundial. Apontam que o alvo é o tempo das pessoas, ou seja, fazem render monetariamente o tempo que os usuários permanecem conectados para empresas, políticos, organizações e países. Pois “quando você não compra nada na web é porque você é o produto”.

Detox digital

O homem moderno encontra-se imerso no mundo digital e precisa dar-se conta da necessidade de voltar ao silêncio e a reflexão. Para isso, alguns especialistas, propõem um detox digital, isto é, desconectar-se do mundo virtual e abandonar qualquer tipo de tecnologia, como, por exemplo, o celular.

 As pessoas que se propuseram a um detox digital dizem que, por meio do silêncio, retornaram à reflexão, a vida de oração e ao hábito de uma boa leitura e amizades fecundas. Pois, muitas pessoas, que num determinado momento do dia, passa grande parte do tempo em redes sociais, essas mesmas estão procurando o silêncio, mas não sabem como fazê-lo. 

 O silêncio conduz a pessoa para a solidariedade, integração pessoal e comunhão nas relações com o outro, sobretudo, com os familiares. Estar totalmente desligado do mundo digital é um perigo, mas viver completamente imerso é pior ainda. Em muitos espaços não se ouve nenhum ruído, mas as pessoas estão cada vez mais incomodadas, estressadas: Por quê? É o barulho da falta de comunicação, diálogo, relação interpessoal.  

Cultura digital

Na família há pessoas que estão conversam mais com os de fora, por meio das redes sociais, do que com seu próximo. Outras consomem conteúdos pornográficos ao invés de alimentar-se com algo mais criativo e produtivo. Isso é a mesma coisa que reunir um caminhão de pólvora debaixo do tapete da sala de sua própria casa; um dia vai explodir e ferir a si mesmo e as pessoas que mais ama. E depois não sabe o motivo da separação do casal ou do filho ter caído no mundo dos entorpecentes. 

A cultura digital parece reforçar cada vez mais a busca de estímulos externos e numa velocidade destruidora. Todo mundo está com pressa e surge o café instantâneo, as respostas devem ser instantâneas, a vida atropelada e nisso os relacionamentos acabam sendo feridos.

Essa necessidade de estimulação constante está ligada ao narcisismo, ao isolamento, ao novo individualismo, ao vazio e conduz para a infelicidade. Não obstante, o Concílio Ecumênico Vaticano II (1962-1965) já pedia aos fiéis, em particular aos pais, para ajudar os jovens a aprenderem a praticar a moderação e o autocontrole no uso dos meios de comunicação social. 

Fonte: Aleteia

Milícia da Imaculada no Brasil publica livro com escritos de São Maximiliano Kolbe

Guadium Press
A obra reúne e apresenta de forma organizada os escritos de São Maximiliano Kolbe, desde os primeiros cadernos de anotações, até o último cartão escrito da prisão e endereçado à mãe.

Redação (13/08/2021 12:51, Gaudium Press) Um livro que reúne escritos de São Maximiliano Kolbe está sendo publicado no Brasil. O conteúdo da obra, que contém mais de 2500 páginas, foi traduzido a partir de uma versão italiana que compilou o que Kolbe escreveu em diversos idiomas, tais como o italiano, o polonês e o latim.

“Trata-se de um material impressionante colocado à nossa disposição para podermos colher o pensamento do fundador da Milícia da Imaculada, as riquíssimas reflexões que permanecem muito atuais e nos estimulam; sua espiritualidade voltada para a santidade e sobretudo para a missão, sua paixão pela Imaculada e sua particular mariologia”, explica Matilde Luvistto, uma das tradutoras do livro.

Guadium Press

Obra reúne cartas, artigos e anotações de São Maximiliano Kolbe

Durante sua vida, Kolbe enviou correspondências para diversas pessoas, além de ter escrito inúmeros artigos para jornais e revistas, e anotado suas inspirações místicas. A obra reúne e apresenta de forma organizada os escritos de São Maximiliano Kolbe, desde os primeiros cadernos de anotações, até o último cartão escrito da prisão e endereçado à mãe.

“Por meio dos escritos de São Maximiliano Kolbe poderemos conhecer os detalhes da sua história de vida: seus sentimentos, sua visão de mundo, sua eclesiologia e suas experiências espirituais. A leitura e reflexão desses escritos é um importante caminho para o conhecimento do legado espiritual desse grande santo”, assegura Frei Gilson Miguel Nunes, OFM Conv., Assistente Internacional da Milícia da Imaculada.

Um ‘mergulho’ na alma do santo fundador da Milícia da Imaculada

Voltado para estudantes, pesquisadores e para quem deseja conhecer e aprofundar sobre a espiritualidade de São Maximiliano Kolbe, este livro é iniciado com uma breve apresentação escrita por Frei Raffaele di Muro, OFM Conv., que é especialista em São Maximiliano Kolbe.

O Frei Sebastião Benito Quaglio, OFM Conv., co-fundador do Instituto Missionários da Imaculada-Padre Kolbe, que também escreve uma mensagem de incentivo na obra, destaca que a publicação deste livro facilita que o leitor possa realizar um ‘mergulho’ na alma do santo fundador da Milícia da Imaculada.

nazistas temiam uma das “armas” e davam pouca atenção para a outra, ...mais poderosa do que imaginavam. Pior para eles.
Guadium Press

São Maximiliano Kolbe

Nascido no ano de 1894 na Polônia, São Maximiliano Kolbe fundou em 1917 a Milícia da Imaculada, onde desenvolveu intenso trabalho com os meios de comunicação. O Santo morreu em 1941 no campo de concentração de Auschwitz, após se oferecer no lugar de um pai de família. (EPC)

O que se sabe sobre o Anticristo? Cardeal Newman responde com 4 sermões proféticos

Luca Signorelli, “Sermão e atos do Anticristo” (c. 1500) /
Crédito: Domínio Público

REDAÇÃO CENTRAL, 13 ago. 21 / 11:06 am (ACI).- O que se sabe sobre o anticristo? O santo cardeal John Henry Newman abordou o tema em quatro sermões, baseado nos ensinamentos da Bíblia e dos padres da Igreja.

“Ele entregou esse olhar a um futuro não muito distante há mais de 180 anos, mas suas ideias soam como se tivessem sido escritas e pregadas nos tempos de hoje”, escreve Joseph Pronechen, autor do artigo publicado para o National Catholic Register.

Em cada um dos sermões, o cardeal Newman se refere ao que disse Jesus em várias passagens da Bíblia, que entrelaçam as profecias do fim dos tempos nas visões dos livros de Daniel e Apocalipse, além de algumas passagens das epístolas.

Ele também esclareceu que nenhuma das interpretações é sua.

Primeiro sermão: “Tempos do Anticristo”

Neste primeiro sermão, o cardeal começa descrevendo os sinais do segundo advento de Cristo. Ele diz que haverá “uma terrível apostasia e a manifestação do homem do pecado, o filho da perdição, ou seja, como é comumente chamado, o Anticristo”.

“Nosso Salvador parece acrescentar que esse sinal o precederá imediatamente, ou que Sua vinda a seguirá de perto; porque depois de falar de ´falsos profetas` e de ´falsos cristos`, ´fazendo sinais e prodígios`, ´abundância de iniquidade` e ´amor esfriando`, e coisas do tipo, acrescenta: ´Quando virdes todas estas coisas, sabei que está perto, às portas”, escreveu.

São Paulo, no capítulo 2 da sua segunda carta aos tessalonicenses, explica que há um poder restritivo que impede que o “adversário” seja revelado, mas que se manifestará no devido tempo.

Newman diz que os antigos consideravam que o Império Romano era o adversário, mas embora o império tenha sido aparentemente destruído ou desmantelado, pela profecia em tessalonicenses, o santo acreditava que o Império Romano ainda existia de alguma forma em seus tempos.

O seu sermão centra-se também numa dessas formas ligeiramente afastadas da sua época: a Revolução Francesa, que perseguiu a religião e consagrou e adorou a liberdade e o homem.

Mas o cardeal Newman disse que o anticristo será uma só pessoa.

“Diz-se que virá uma apostasia, e o homem do pecado será revelado. Em outras palavras, o Homem do Pecado nasce de uma apostasia, ou pelo menos chega ao poder através de uma apostasia, ou é precedido por uma apostasia, ou não o seria se não fosse por uma apostasia. Assim diz o texto inspirado: agora observe, como a explicação da Providência, como se vê na história, notavelmente comentou esta predição”, escreveu.

O cardeal Newman reconhece um afastamento da religião nas partes mais civilizadas do mundo, inclusive em sua própria época: “Não há uma opinião reconhecida e crescente de que uma nação não tem nada a ver com a religião; que é um assunto meramente da consciência de cada um? Certamente soa como o relativismo de nossos días”.

Newman continua: “Não há um movimento vigoroso e unido em todos os países para derrubar a Igreja de Cristo do poder e do lugar? Não há um esforço febril e sempre atarefado para se livrar da necessidade da religião nos negócios públicos? Uma tentativa de educar sem religião? ... uma tentativa de substituir a religião completamente?”

O cardeal Newman diz que não nos deixemos enganar pelas iscas de Satanás: “Crês que ele é tão desajeitado em seu ofício para te pedir aberta e claramente que te unas a ele em sua guerra contra a Verdade? Não, ele está oferecendo-te uma isca, para te tentares. Te promete liberdade civil; te promete igualdade; te promete comércio e riqueza; te promete um perdão de impostos; te promete reforma... te promete iluminação -te oferece conhecimento, ciência, filosofia, ampliação da mente-. Zomba dos tempos passados; zomba de toda instituição que os venera”.

Finalmente, nos adverte sobre as Escrituras: “Que comunhão tem a justiça com a injustiça? E que comunhão a luz com as trevas? Saí, pois, do meio deles, e apartai-vos”... para que não sejais obreiros juntamente com os inimigos de Deus, e abram caminho ao Homem do Pecado, o filho da perdição”.

Segundo sermão: “A religião do Anticristo”

No seguinte sermão, o cardeal Newman afirma que tanto são João como são Paulo descrevem o inimigo como caracterizado pelo mesmo pecado: negar a Deus (1 Jo 2, 22-23) e estabelecer-se a si mesmo como um deus.

Também diz que, tanto Irineu como Hipólito interpretam o número da besta como a palavra ´latinus`, ou o rei latino, e cita que o veem como o chefe do Império Romano restaurado.

Embora todas as expectativas detalhadas até agora possam ser corretas ou incorretas, diz o cardeal Newman, ainda é muito útil falar sobre essas coisas à luz do que estava acontecendo nos seus dias e, obviamente, têm piorado enormemente.

Suas palavras se adaptam aos dias de hoje: “No estado atual das coisas, quando se supõe que o grande objetivo da educação é desfazer-se das coisas sobrenaturais, quando se nos pede rir e zombar de acreditar em tudo o que não vemos, e que avaliem cada declaração com a pedra de toque da experiência, devo pensar que esta visão do Anticristo, como um poder sobrenatural por vir, é um grande lucro providencial, já que um contrapeso às más tendências da época”.

Terceiro sermão: “A cidade do Anticristo”

No terceiro sermão, o cardeal Newman analisa o que nas profecias se cumpriu e o que ainda falta cumprir-se. Ele mostra como o Império Romano se dissolveu, mas é difícil dizer se se foi totalmente, porque ainda poderia existir “em um estado mutilado e decaído... se assim for, algum dia deve reviver”.

Com riqueza de detalhes, além de referências bíblicas, o cardeal Newman mostra como o Império Romano foi muito punido através da espada bíblica, da fome e das pragas, mas ainda não foi totalmente demolido, apesar de todas as pragas, a devastação dos bárbaros e a divisão em outras nações.

Por que ainda não?, pergunta o cardeal. E responde: porque a “Igreja habitava em Roma, e enquanto seus filhos sofriam na cidade pagã pelos bárbaros, voltaram a ser a vida e o sal dessa cidade onde sofreram... Que maravilhosa regra da providência de Deus aqui se manifesta! A Igreja santifica, mas sofre com o mundo, partilhando os seus sofrimentos, mas aliviando-os”.

O cardeal Newman também afirma que a Roma pagã pode ser figura de alguma outra grande cidade, ou talvez de um mundo orgulhoso e enganador, ou de todas as grandes cidades do mundo juntas, com seu governante de “espírito avarento, luxuoso, auto-suficiente e irreligioso”.

Quarto sermão: “A perseguição do Anticristo”

No sermão final, o cardeal Newman olha para as Escrituras para nos lembrar das bem-aventuranças: “Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus”, dando a entender que a Igreja começa e provavelmente terminará em perseguição.

“Ele a reconhece como sua, a emoldurou, e a pedirá de volta, como uma Igreja perseguida, que leva Sua cruz”, diz o cardeal Newman ao recordar Mateus 24, 21, 2 Tessalonicenses 2, 9-11 e Apocalipse 13, 13-14, dizendo que será bom para os cristãos, porque os dias se encurtarão.

“Talvez não seja uma perseguição de sangue e morte, mas unicamente de arte e sutileza, não de milagres, mas de maravilhas naturais e poderes de habilidade humana, aquisições humanas nas mãos do diabo. Satanás pode adotar as armas de engano mais alarmantes -pode esconder-se- pode tentar nos seduzir em pequenas coisas, e assim mover os cristãos, não todos de uma vez, mas pouco a pouco, de sua verdadeira posição”, continuou.

Depois disse: “Sabemos que ele obrou muito dessa maneira ao longo dos últimos séculos. Sua política é dividir-nos e dividir-nos, para desalojar-nos gradualmente da nossa rocha. E se vai haver uma perseguição, talvez seja, então, quando todos estivermos em toda parte da cristandade tão divididos e tão reduzidos, tão cheios de cisma, tão perto da heresia. Quando nos tivermos lançado sobre o mundo e dependermos dele para nossa proteção, e tivermos renunciado a nossa independência e nossa força, então ele pode explodir sobre nós com fúria, até onde Deus o permita”.

“Então, de repente, o Império Romano [que parece arder de várias maneiras em algum lugar] pode ser quebrado, e o Anticristo aparece como um perseguidor, e as nações bárbaras ao redor irrompem. Mas todas estas coisas estão na mão de Deus e no conhecimento de Deus, e as deixemos ali”, acrescentou.

“É nosso dever, como o Senhor nos mostra no Pai Nosso, orar: Venha o Vosso Reino. Faça-se na terra como no céu”, conclui o cardeal Newman.

Fonte: ACI Digital

Padre Scalese: "Rezem, rezem, rezem pelo Afeganistão"

Afegãos em fuga do país  (AFP or licensors)

O avanço dos Talibãs continua. Depois de conquistar as principais cidades do país, eles estão a apenas 50 quilômetros da capital Cabul. Até agora, o pedido da ONU para iniciar conversações de paz com o governo tem sido em vão. Nos microfones da Rádio Vaticano o apelo do barnabita responsável pela Missio sui iuris no Afeganistão.

Giancarlo La Vella e Fausta Speranza – Vatican News

Cabul, a capital do Afeganistão e centro do poder institucional parece ter suas horas contadas. O avanço inexorável dos Talibãs poderia a qualquer momento trazer de volta ao poder o movimento fundamentalista que já governou o país de 1996 a 2001. Um regime que infelizmente entrou para a história, caracterizado por uma visão fortemente conservadora do Islã. Desde a invasão soviética em 1979, o Afeganistão não conhece a paz e agora o país sofre mais uma vez com a guerra, o exílio forçado e a fome. Uma situação, especialmente olhando para o drama dos civis, na qual o padre barnabita Giovanni Scalese, à frente da Missio sui iuris, presença católica no país asiático, exorta à proximidade através da invocação ao Senhor para salvar o Afeganistão da dor da guerra: "Rezem, rezem, rezem pelo Afeganistão".

ONU: espaço para negociação

Enquanto isso, nas Nações Unidas, o secretário geral Antonio Guterres pediu a suspensão da ofensiva, que está tendo um forte impacto humanitário sobre a população civil, com 250.000 pessoas - 80% mulheres e crianças - já forçadas a deixar seus lares, e o início de colóquios de paz. Guterres também se diz horrorizado com as denúncias de abuso de mulheres. Tomar o país pela força, enfatizou, é uma escolha que corre o risco de levar a uma guerra civil e ao completo isolamento do Afeganistão do contexto internacional. A situação humanitária e sanitária está piorando a cada hora, disse ainda Guterres, salientando que "os conflitos nas áreas urbanas resultam em contínua carnificina, com os civis pagando o preço mais alto" da violência.

Fechamento iminente das embaixadas

Portanto, de um dia para o outro poderíamos estar testemunhando a batalha decisiva por Cabul e muitos se perguntam que envolvimento terão os 3.000 soldados estadunidenses enviados oficialmente para a capital em apoio ao pessoal diplomático dos EUA, que planejam evacuar a embaixada. Enquanto isso, Cabul está se tornando uma cidade fantasma com civis fugindo e escritórios diplomáticos sendo esvaziados. Em resumo, o medo é que se está prestes a presenciar outro capítulo na dramática história afegã das últimas décadas.

Depois de uma guerra de 20 anos

A história nos diz que o movimento Talibã controlou o País, como já mencionado, entre 1996 e 2001, até a invasão estadunidense decidida após os ataques terroristas em Nova York e Washington em 11 de setembro de 2001. O objetivo era encontrar os líderes da Al Qaeda, um grupo considerado responsável pelos ataques, aos quais os Talibãs ofereciam proteção. No Afeganistão, portanto, os Estados Unidos vêm travando uma guerra há 20 anos que começou com a derrubada do regime Talibã em outubro de 2001. No ano passado, depois que Washington anunciou a retirada de suas tropas do país, os Talibãs conseguiram tomar o controle de cerca da metade dos 400 distritos em que o Afeganistão está dividido, consolidando sua presença sobretudo nas áreas rurais. Nas últimas semanas, eles também começaram a visar as cidades mais importantes e agora estão ameaçando Cabul. Daniele De Luca, professor de Relações Internacionais na Universidade de Salento, fala da iminente instabilidade e deriva no Afeganistão.

Os fracassos da missão da OTAN

O estudioso sublinha como praticamente tudo já havia sido previsto: no momento da notícia da retirada das forças internacionais, era imaginável que os Talibãs voltassem a campo. O Afeganistão é um país complexo - explica ele - com uma história de derrota contínua para qualquer um que tenha tentado penetrá-lo de fora. Sobre estes 20 anos de presença, não se pode falar - disse -, de fracasso do Ocidente, mas certamente de fracasso da ideia de exportar democracia. Em particular, De Luca destaca um aspecto decepcionante: é evidente quantas pessoas estão desesperadas diante do retorno do regime Talibã e como milhares e milhares já estão tentando escapar, mas também é claro como os combatentes estão avançando praticamente sem encontrar resistência. Isto significa - afirma De Luca - que, infelizmente, a missão específica da OTAN, que era a de treinar as forças locais da lei e da ordem, tornando-as operacionalmente autônomas, não deu frutos.

A identidade Talibã

De Luca lembra, traçando o perfil dos Talibãs, que eles são os chamados estudantes de teologia das escolas corânicas, que desde os anos 90 se distinguem por suas posições extremistas. Na verdade, eles têm uma ligação muito forte com Al Qaeda desde os tempos em que Bin Laden estava escondido no Afeganistão e abraçaram a violência jihadista. Para entender algo mais, De Luca sugere olhar para o equilíbrio muito difícil entre xiitas e sunitas, para a história regional destas expressões do Islã. Sabendo exatamente quem eram os Talibãs em 2001 e quem são hoje, De Luca afirma que é muito difícil imaginar qualquer espaço para negociação ou diplomacia, mesmo que nas negociações de Doha, os estadunidenses estejam tentando mobilizar a comunidade internacional, incluindo a União Europeia, China, Rússia e Irã, para convencer os Talibãs a pararem e negociarem uma solução política, de acordo com o que a ONU pediu. De Luca também acredita que a posição do Afeganistão não permite qualquer intervenção ou envolvimento externo direto por parte do Irã, da Rússia e da Turquia, que têm sido ativos na Síria. Em segundo plano, está a retirada dos Estados Unidos. As forças internacionais estão completando sua desmobilização após 20 anos de guerra. O acordo sobre a partida foi alcançado em fevereiro do ano passado, após duras negociações entre os Talibãs e a administração estadunidense do então presidente Trump, mas o governo afegão não estava envolvido nessas conversações. Então o sucessor da Casa Branca, Joe Biden, anunciou que as tropas dos EUA deixariam o Afeganistão até 11 de setembro de 2021.

Fonte: Vatican News

São Maximiliano Maria Kolbe

S. Maximiliano Maria Kolbe | POM
14 de agosto

Fundador do apostolado mariano conhecido como "Milícia da Imaculada"

Padroeiro do Século XX

Origens

Seu nome de batismo era Raimundo Kolbe. Nascido em 8 de janeiro de 1894, na Polônia, era filho de família pobre. Seus pais eram operários humildes e simples, porém, ricos de fé e religião. No lar ele recebeu os princípios da fé e do amor cristãos. Por isso, com apenas treze anos Raimundo Ingressou no Seminário dos Frades Menores Conventuais Franciscanos. Ali, vivendo entre os confrades, ele demonstrou logo a força de sua vocação religiosa.

Caminhada e fé

Durante o tempo de estudos, Raimundo foi um estudante que deixou marcas pela mente brilhante e por ser muito atuante, apesar da pouca idade. Ainda estudante, manifestou sua profunda devoção à Virgem Maria quando fundou um apostolado mariano ao qual deu o nome de "Milícia da Imaculada". Terminou seus estudos na cidade de Roma. Lá, recebeu o sacramento da ordem em 1918. Nessa ocasião, assumiu o nome religioso de Maximiliano Maria, em homenagem a São Maximiliano e a Nossa Senhora. Depois de ordenado, voltou para a Polônia, e passou a lecionar no Seminário franciscano de Cracóvia.

Carisma da comunicação

Padre Maximiliano Maria Kolbe destacou-se na Igreja pelo grande amor a Nossa Senhora e pelo seu incrível espírito empreendedor na área da comunicação social. Quatro anos após sua ordenação, em 1922, quase sem dinheiro, ele fundou uma tipografia. Ali fez proezas. Criou e editou uma revista dedicada a Nossa Senhora. Depois, criou um periódico semanal, uma revista para crianças e outra para sacerdotes. As tiragens começaram pequenas e, em pouco tempo, eram milhares. Seu espírito evangelizador, porém, não se contentava apenas com a palavra escrita. Por isso, criou uma emissora católica de rádio. Sua ação apostólica pelos meios de comunicação chegou até o Japão! E sua meta era estender a obra ao mundo inteiro, conquistando almas para Jesus através da Virgem Maria.

Preso no campo de concentração de Auschwitz

No início da Segunda Guerra Mundial São Maximiliano Maria Kolbe voltou à Polônia para dirigir a formação dos novos franciscanos. Pouco tempo depois, em 1939, os nazistas invadiram sua terra e prenderam Padre Kolbe pela primeira vez. Soltaram-no e voltaram a prendê-lo uma segunda vez em 1941. Dali, transferiram-no para o temível campo de concentração de Auschwitz, onde ele conheceu os horrores da guerra provocados pelos nazistas.

Não há maior amor do que entregar a própria vida

Em agosto do mesmo ano, 1941, um prisioneiro conseguiu fugir de Auschwitz. Por causa disso, os soldados alemães, furiosos, impingiram uma punição terrível aos outros prisioneiros: sortearam dez presos para serem mortos de maneira cruel. Um dos dez sorteados era Francisco Gajowniczek. Quando soube de sua triste sorte, começou a chorar e clamar em voz alta, afirmando ter esposa e filhos para criar. Nesse momento, São Maximiliano Maria Kolbe pediu ao comandante alemão para ir no lugar de Francisco. O comandante concordou.

Morte lenta e cruel

Os soldados alemães despiram, então, São Maximiliano Maria Kolbe e os outros nove. Depois, prenderam-nos numa cela escura, húmida e pequena. Ali os dez prisioneiros ficaram sem água e sem alimentos, para morrerem aos poucos. Duas semana depois, Padre Kolbe, acostumado aos jejuns e pela força da oração, ainda sobrevivia e, com ele, outros dois com privilegiado porte físico. Então, os soldados aplicaram-lhes injeções mortais para desocuparem a cela. Aconteceu em 14 de agosto de 1941.

Padroeiro do difícil Século XX

Em 1971 o Papa João Paulo II celebrou a beatificação de São Maximiliano Maria Kolbe e em 1982 o mesmo Papa celebrou sua canonização. Nessa ocasião, João Paulo II deu a ele o título de "Padroeiro do nosso difícil século XX". Na cerimônia em que Padre Kolbe foi canonizado, Francisco Gajowniczek estava presente e testemunhou a coragem e o amor daquele Padre franciscano que se ofereceu para sofrer e morrer em seu lugar, dando a Francisco a chance de cuidar de sua família.

Oração a São Maximiliano Maria Kolbe

Ó São Maximiliano, seguidor fidelíssimo do Pobrezinho de Assis, que inflamado de amor a Deus transcorreste a vida na prática assídua das virtudes heróicas e na obras santas do apostolado, volta o teu olhar a mim, teus devoto, que confio na tua intercessão.

Tu que, irradiado da luz da Virgem Imaculada, atraístes inúmeras pessoas aos ideais de santidade, chamando-as em diversas formas de apostolado para o triunfo do bem e da dilatação do Reino de Deus, obtenha a mim a luz e força para operar o bem e atrair muitas pessoas ao amor de Cristo.

Tu que, na perfeita conformidade ao divino Salvador, alcançaste alto grau de caridade para oferecer, em sublime sacrifício de amor, a tua vida para salvar a um irmão prisioneiro, suplique do Senhor a graça que ardentemente te peço... (coloca-se a intenção)

E, animado pelo mesmo ardor de caridade, possa também eu com a fé e com obras testemunhar Cristo aos irmãos, para alcançar contigo a beatificante possessão de Deus na luz da glória. Amém.”

Fonte: https://cruzterrasanta.com.br/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF